Os investidores internacionais manifestaram hoje nervosismo em relação aos Estados Unidos. O risco de default (incumprimento da dívida soberana) acabou com uma variação diária de 12,3%, a maior em 80 países monitorizados pela CMA DataVision.
Esta deterioração do crédito destaca-se do número dois nas subidas de hoje que foi a Suécia com uma variação do risco de 2,8%.
O risco de default americano é muito baixo e o rating do seu crédito é triplo A, o máximo. No entanto, tem manifestado um progressivo agravamento ao longo da Grande Recessão: de 2,9% em dezembro de 2009 para 3,6% em dezembro de 2010 e 4,33% hoje. Em termos de custo dos seus credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) a subida, naquele período, foi de 34 pontos base para 41,5 e 49,85.
O risco americano mesmo comparado com o alemão é inferior. A Alemanha hoje tinha um risco de 5,26% e um custo dos seus cds de 60,59 pontos base.
O que soou hoje como alerta nos mercados da dívida é o facto daquela variação extraordinária no caso dos Estados Unidos.
Estados no corredor vermelho
Apesar do risco muito baixo da Federação americana, há um conjunto de estados que estão em situação de deterioração de crédito, com o Illinois a liderar, o estado que inclusive é membro do “clube” dos 10 de maior risco mundial, monitorizado pela CMA DataVision. Seguem-se, por ordem decrescente de preocupação mas no corredor vermelho, a Califórnia, Nova Iorque, Nova Jersey, Michigão, Nevada, Massachusetts e Ohio.
Outro sinal de alarme está a ser dado pelo comportamento das yields (juros implícitos) no mercado secundário dos títulos do Tesouro americanos que fecharam em 3,36%, acima do nível em que estiveram entre julho e novembro de 2010.
Apesar de, ainda, estarem distantes dos valores de junho e outubro de 2008, quando se situaram acima de 4%, e mesmo dos níveis acima de 3,5% em março, maio e outubro do ano passado, os analistas têm manifestado preocupação. Estas yields estão acima do nível dos Bunds (títulos públicos) alemães com a mesma maturidade que hoje fecharam em 3,11%, um valor também preocupante.
Finalmente, o comportamento das yields relativas às obrigações municipais a 30 anos (que têm também um rating de triplo A) tem estado sob observação. Hoje fecharam em 5,20% – o que compara com 4,38% há seis meses atrás.
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