terça-feira, 31 de agosto de 2010

ATÉ NA SUÉCIA

Suécia

A direita dinamarquesa quer observadores nas eleições

31 agosto 2010 Jyllands-Posten Aarhus Jyllands-Posten, 31 agosto 2010
"VKO: as eleições na Suécia deviam ser vigiadas", titula o Jyllands-Posten. O diário dinamarquês refere a preocupação dos responsáveis pelos três partidos de direita (reunidos na coligação VKO) depois de o canal televisivo sueco TV4 ter decidido não passar um spot dos democratas suecos (extrema direita) para as legislativas de 19 de setembro, por considerar que continha "uma mensagem de ódio" contra os imigrantes. Os conservadores consideram tratar-se de um ato de censura e exigem a presença de "observadores" nas eleições. No spot, vê-se uma velhinha com um andarilho a ser ultrapassada na corrida aos subsídios por um grupo de mulheres de véu e carrinhos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CRIAR NOVOS BANCOS PARA SALVAR O sISTEMA FINANCEIRO AMERICANO

O analista financeiro Peter Cohan voltou a insistir na sua proposta radical para os Estados Unidos. O crédito à economia real caiu 3% num ano e os bancos aplicaram mais 14,7% em títulos. A muito prestigiada economista Laura Tyson, este fim de semana, propôs a criação de um banco para as infraestruturas.


Desde o pânico financeiro de 2008 que o analista financeiro Peter Cohan vem insistindo no blogue DailyFinancial na necessidade de passar a um Plano B – o de permitir e apoiar a criação, de raiz, de novos bancos no sistema financeiro americano.

Bancos aliviados do peso do “lixo tóxico”, da ameaça de passarem para a “lista negra” de falências e libertos dos estratagemas usados pelo atual sistema bancário que “drenam” o dinheiro barato (aliás com juros negativos, em termos reais) que a Reserva Federal disponibiliza em nome dos cidadãos.

“Desde a crise financeira, que os contribuintes americanos puseram 23,7 biliões de dólares em dinheiro e em garantias para salvar as instituições financeiras com a ideia de que se apoiaria a economia e se geraria emprego. Os resultados estão por ver”, diz Peter Cohan. Recordando os últimos dados, o analista sublinha: “O crescimento neste segundo trimestre foi de 1,6%, abaixo do limiar dos 2,5% que o Prémio Nobel Paul Krugman considera ser indispensável para impedir a taxa de desemprego de subir acima dos 9,5% atuais. A economia real não está a responder”.

DA SÉRIE : FRASES QUE IMPÕE RESPEITO !

O primeiro-ministro sofre do síndroma da bruxa, quando se põe em frente ao espelho e pergunta aquilo que nós sabemos”.


   (Miguel Relvas que, como é sabido é o cardeal rechelieu do pedrito Passos Coelhito, e é conhecido no meio dos seus amigos como o varapaau! )

DAR PÉROLAS A PORCOS

a selecção é que a eles devia renunciar


por Rodrigo Saraiva

Depois de Deco e Simão, agora Paulo Ferreira. Todos anunciaram a sua renúncia à Selecção Nacional.







Desculpem qualquer coisa, mas este é aquele tipo de notícias que me tiram sempre do sério. Bem sei que a Federação não tem gerido a reputação (sua e da selecção) da melhor forma, mas isto de renunciar à “equipa de todos nós” soa-me sempre a renunciar à Pátria. E é por isso que eu, que nunca fui jogador de futebol e tenho 34 anos, assumo que jamais renunciarei à selecção!



a selecção é que a eles devia renunciar


por Rodrigo Saraiva

Depois de Deco e Simão, agora Paulo Ferreira. Todos anunciaram a sua renúncia à Selecção Nacional.

Desculpem qualquer coisa, mas este é aquele tipo de notícias que me tiram sempre do sério. Bem sei que a Federação não tem gerido a reputação (sua e da selecção) da melhor forma, mas isto de renunciar à “equipa de todos nós” soa-me sempre a renunciar à Pátria. E é por isso que eu, que nunca fui jogador de futebol e tenho 34 anos, assumo que jamais renunciarei à selecção!
Se terminassem a sua carreira e, por inerência, não mais jogariam na selecção era uma coisa, mas abdicarem do orgulho (espero que saibam o que isto quer dizer) de vestir a camisola da selecção e continuarem a sua carreira num qualquer clube é gozar, não com a selecção, mas com os seus compatriotas.
Se terminassem a sua carreira e, por inerência, não mais jogariam na selecção era uma coisa, mas abdicarem do orgulho (espero que saibam o que isto quer dizer) de vestir a camisola da selecção e continuarem a sua carreira num qualquer clube é gozar, não com a selecção, mas com os seus compatriotas.

domingo, 29 de agosto de 2010

DA SÉRIE : FRASES QUE IMPÕE RESPEITO !

      1. "Em 1994 quando o meu amigo Jorge Braga de Macedo saiu do último Governo de Cavaco, recebi-o, qual filho pródigo, na qualidade de Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa. Perguntei-lhe, na altura, como é que se sentia de volta à nossa escola. Respondeu-me de imediato: “muito bem! No Governo sentia-me um Mozart rodeado de Salieris”.
  1.  
  2.     Frase do Professor doutor António Nogueira Leite , escrito no seu blog, o homem que trata dos esclarecimentos de finanças e orçamento ao Pedro Passos Coelho .
  3.  E a mim já me vinha parecendo que de parvus (pequenos ) tinham o essencial: acharem-se os melhores do mundo sem nunca terem dado provas para isso, e passarem o tempo a dar entrevistas confundindo doxas ( opiniões de vão de escada, uma vez que em Lisboa esta gente já não frequenta cafés), com a realidade . Chama-se a isto, em psiquiatria, alienação.

OS SINAIS ACUMULAM-SE

Imigração


A questão que agita a Alemanha

27 agosto 2010 Frankfurter Allgemeine Zeitung Frankfurt



Frankfurter Allgemeine Zeitung, 27 agosto 2010

O Frankfurter Allgemeine Zeitung ancça um apelo na primeira página “Para que a Alemanha não se torne mais tonta”. O jornal intervem, assim, no debate provocado pelo livro do antigo responsável das Finanças de Berlim, o social-democrata Thilo Sarrazin, Deutschland Schafft Sich Ab (A Alemanha Autodestrói-se, DVA edições). Actualmente membro da direcção do Bundesbank, Sarrazin critica, entre outras coisas, os imigrantes muçulmanos por “não quererem integrar-se” e “custarem muito caro” ao Estado, escreve o FAZ. O jornal critica as reacções indignadas de vários responsáveis políticos – incluindo a chanceler Angela Merkel –, denuncia a “hipocrisia” das declarações dos partidos sobre Serrazin, “negando os problemas levantados pela imigração” e lembra que “a maioria dos alemães partilham das suas opiniões”.


ESTÁ PARA LAVAR E DURAR UMA GERAÇÃO

Por JNR na secção Ciberardina na crise (do default) , Gestão do risco , Inteligência Económica , crise.

Portugal voltou a entrar no clube dos de maior risco de incumprimento da dívida com um disparo de mais de 19% no aumento da sua probabilidade de default (incumprimento de dívida soberana) a cinco anos em apenas uma semana. O país ultrapassou nesse campeonato a Irlanda, que viu a sua notação de crédito ser revista em baixa e com perspetiva negativa.


O grupo de países designados pejorativamente por PIIGS (acrónimo humorístico para Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) viu as probabilidades de incumprimento da dívida soberana dos seus membros num horizonte de cinco anos aumentar significativamente esta semana, de acordo com o monitor da CMA DataVision.


O campeão dos aumentos foi Portugal com 19% de crescimento da probabilidade de default (PD) a cinco anos, logo seguido da Irlanda com 13,5%. Fora do grupo, a Hungria, que também está “intervencionada” pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) tal como a Grécia, viu a sua PD crescer 14%.


Em virtude da aceleração do aumento da PD relativa à dívida soberana portuguesa, o país re-entrou, esta semana, para o TOP 10 mundial de maior risco, de onde havia saído a 29 de junho, e ultrapassou inclusive a Irlanda, situando-se, agora, no 8º lugar, abaixo do Dubai e acima do “tigre celta”.

O risco português neste âmbito da dívida soberana está, ainda, longe do máximo histórico alcançado aquando da crise de 6 de maio (com 32,63%) da zona euro, mas já ultrapassa os 25%. No início da semana estava nos 21,4% e, em 23 de julho, aquando da divulgação dos resultados dos testes de stresse à banca europeia, situava-se nos 20,8%.


Trio no foco dos especuladores


O processo de aumento da PD dos cinco PIIGS tem-se mostrado sincronizado, ainda, que em patamares diferentes e com taxas de crescimento diferenciadas. Há um trio que viu crescer, esta semana, o seu risco mais do que os outros – Portugal, Irlanda e Itália.

O foco de atenção dos especuladores dos mercados financeiros ligados à dívida soberana esteve virado para este eixo, fruto da continuação da gravíssima crise bancária na Irlanda e da instabilidade política crescente em Lisboa e em Roma.


A situação irlandesa, levou a que, esta semana, a agência de rating Standard & Poor’s baixasse a notação da Irlanda de AA para AA-, a mais baixa desde 1995, e com um Outlook negativo, um sinal que coincidiu com uma derrocada bolsista de quase 6% em Dublin no dia do anúncio dessa baixa de notação.


A agência tocou no ponto fraco irlandês: o problema do peso do “lixo tóxico” no seu sistema bancário, um fardo que pesa dramaticamente sobre o orçamento irlandês (que este ano ainda será de 12,5% do PIB) e sobre a subida galopante do endividamento público (passará de 25% do PIB em 2007 para 87,3% no final de 2010), apesar dos “fundamentais” do ex-tigre celta serem considerados saudáveis (por exemplo, perspetiva de crescimento de 3% em 2011, capacidade exportadora de alto valor acrescentado e excedentes na balança de pagamentos), como nos referiu o economista e analista Marc Coleman, de Dublin.


A recapitalização do sistema bancário irlandês poderá custar 50 mil milhões de euros, quase 1/3 do PIB, segundo aquela agência de notação de crédito. Em setembro, 30 mil milhões de euros de títulos de dívida dos bancos garantidos pelo governo terão de ser refinanciados, substituindo a dívida antiga por nova (situação de roll over, no tecnicalês financeiro), segundo a Nomura International. “Uma muralha que chega à maturidade”, clamam alguns mais pessimistas.



Grécia bate máximo histórico


No entanto, desde a divulgação dos testes de stresse a 23 de julho, o maior agravamento ocorreu com a Grécia que consolidou o seu lugar de 2º país de maior risco de incumprimento no mundo. Atualmente, inclusive, o seu PD (53,57%) é superior ao anterior máximo histórico (52,71%) atingido na crise da zona euro de 6 de Maio.


Apesar da intervenção do FMI e do chapéu protetor de Bruxelas, a desconfiança sobre a Grécia agravou-se e os especuladores no mercado dos credit default swaps (cds, no acrónimo técnico, uma espécie de derivados para segurar o risco de incumprimento da dívida) continuam a apostar que Atenas acabará por declarar default ou re-estruturar a sua dívida num horizonte de cinco anos, mesmo que isso seja negado politicamente.


No quadro do sistema bancário europeu, a Markit, outra empresa de informação sobre estes mercados financeiros ligados à dívida soberana e privada, chamou, esta semana, a atenção para quatro bancos europeus, dois portugueses, um espanhol e um italiano, que mais viram o custo dos seus cds subirem nos últimos 28 dias: BBVA (36% de agravamento), Monte dei Paschi di Siena (32%) e, com menores aumentos, o BES (com o custo atual dos cds mais elevado do que os outros três – 411 pontos base, mais do que o próprio custo dos cds da dívida soberana portuguesa que estão nos 346 pontos base) e o BCP.


Condições de crédito agravam-se


As condições de crédito de dois dos PIIGS – a Grécia e a Irlanda – agravaram-se mais acentuadamente, esta semana.

O “tigre celta” viu, esta semana, as yields (remunerações) das suas obrigações a 10 anos aumentar 7% e Atenas 5%, que bateu, de novo, recordes. As yields das obrigações gregas ultrapassaram os 12% no caso das maturidades a 5 anos e quase 11,5% nas maturidades a 10 anos, em média mais de 1 ponto percentual acima das condições em 23 de julho.


A Irlanda vê-se obrigada a remunerar as suas obrigações a 10 anos nos 5,72% (acima das yields a 23 de julho, aquando da divulgação dos testes de stresse) e Portugal nos 5,49% (ainda abaixo das yields a 23 de julho).

NOTA de C.S.P.: como se percebe quando atentamos que todos os países do mediterrâneo europeu (incluindo a França ) estão sob ataque especulativo simultâneo, independentemente de os próprios especuladores acharem que têm ( como a Irlanda ) boas condições estruturais para a retoma, bem como a permanência de " lixo tóxico" na banca ( não é só na Irlanda , o problema é geral ) porque os ´principais bancos estão expostos por débitos cruzados, e as dívidas soberanas também, independentemente da retoma alemã ( que vai ser curta segundo o presidente do FED e do BCE ), o que devemos aguardar é uma intervenção do FMI à moda romena, búlgara , estóniana, grega ou ucraniana ou húngara. Sendo que nenhum destes países depois da entrada do FMI deixou de estar sob ataque o qual até piorou para todos.

O que isto quer dizer é que os especuladores bolsista - que são todos os que investem na bolsa com outras finalidades que não seja a de receberem dividendos nas acções, de empresas certas ao longo dos anos , mas como os fundos compram e vendem diariamente na ansia de viverem de lucros dessa especulação artificialmente produzida, não aprenderam nada desde há três anos:
1- Esta crise financeira e económica está a gnhar contornos de contestação universal e já está a levar inexoravelmente a mudanças muito profundas nos valores morais com que encaramos a vida ( e esqueçam a ética porque a usura destruiu-a ).
2- Esses valores vão ressuscitar comportamentos geopolíticos de protecionismo nacionais ou  zonais.
3- Esse proteccionismo vai rebentar com os compromisos que nos têm trazido paz e vão modificar profundamente o modo como encaramos aquilo a que hoje chamamos democracia. Vai ser feio de se vêr.
4- E que estamoss em fase de "estado nascente " de algo - o qual como se sabe, é sempre acompanhado de paradoxos, contradições e ambiguidades devidos a estar-se num momento em que os valores antigos são questionados ,mas os novos ainda não estão completamente desenhados, no Eurobarómetro que deve ser publicado lá para quarta ou quinta-feira, vem preto no branco que - pela primeira vez desde que há os 27- só quarenta e nove% dos europeus são não-eurocépticos, contra 51% eurocépticos.

CINCO ANOS APÓS O KATRINA



Não gostaria de sentir ser minha obrigação fazer este comentário, mas:
cinco anos após a calamidade trágica que foi o Katrina, impressiona ver a quantidade de posts , notícias exaltantes, e ostencivas revoltas dos atingidos. Estes, os atingidos, dão agora a imagem ( não neste filme ) de que a revolta é um luxo de ricos ou, ao menos, de bem remediados. Um luxo de país rico. Por comparação com a tragédia maior de sempre conhecida, e que cinco anos depois do Katrina está a acontecer no Pakistão, país pobre, onde não haverá, daqui a cinco anos, as comemorações de Nova Orleães. Nem os posts ,nem as notícias, nem as revoltas dos atingidos.
Parece que a verdadeira pobreza é tão esmagadora que nem dá direito ao sufoco absoluto da revelação pública dos sentímentos privados. Quando se é mesmo pobre, mas mesmo, até nem palco há para gritar sentimentos que não podem existir: os da revolta!
Haverá dois deuses, ou afinal deus é mesmo... americano?
Ah. como viram a música chama-se Let the Good Times Roll, e é o que se toca por esta semana em todas as ruas de New Orleans.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O orçamento é uma manta. Se tapa dum lado destapa do outro. E isso não é drama nenhum!

Concordo com o teor do artigo de Manuel Caldeira Cabral ontem publicado no Jornal de Negócios: Racionalizar ou cortar.
Mas o texto trata das razões financeiras, só tocando ao de leve nas questões pedagógicas, não menos relevantes.
Não me parece que a aprendizagem dos alunos do 1.º ciclo saia beneficiada por ser ministrada em edifícios sem condições ou em que um só professor ensina, em simultâneo, alunos dos quatro anos do 1.º ciclo.

Eis um extracto do artigo de Manuel Caldeira Cabral:
'A reacção da oposição e dos media às notícias sobre o possível encerramento de 700 escolas mostra como ainda está pouco interiorizada a necessidade de racionalização dos serviços do Estado. A única alternativa à racionalização é o corte de alguns serviços e transferências, ou o aumento das receitas.

Será que é possível conseguir reduzir a despesa em 2, 3 ou 4 pontos percentuais do PIB sem fechar 700 escolas? É claro que é! O que não é claro é em que outros serviços públicos se propõem cortar despesa os que se opõem a esta medida de racionalização, nem de que forma o querem fazer.

Não é possível diminuir a despesa pública sem eliminar alguns serviços úteis às populações, a menos que se consiga fazer uma fortíssima racionalização nas grandes áreas de despesa - a educação, a saúde e as transferências sociais.

Estas três grandes áreas concentram cerca de 80% da despesa pública. Reduzir a despesa total de uma forma visível sem afectar nenhum destes sectores é pura demagogia, principalmente se nos lembrarmos que os restantes 20% incluem o exército, a polícia e o sistema de justiça.

Aceitando a ideia de que a consolidação não pode apenas depender do aumento de impostos, restam três alternativas.

(...)

Por fim, é importante referir que nada disto significa o fim do Estado social. Diminuir a despesa pública em 2, 3 ou 4 pontos percentuais do PIB nos próximos dois ou três anos, significa que no fim teremos um Estado com 95% da despesa actual. Será ainda um Estado com maior peso na economia do que Portugal tinha no início dos anos 90. Pode é ser um Estado com o mesmo leque de serviços que hoje tem, desde que exista uma forte racionalização dos custos, ou um Estado com menos 5% ou 10% dos serviços hoje presta. É importante que, quando alimentamos simpatia por alguns dos protestos que hoje surgem, compreendamos bem esta escolha. Pois ela vai ser feita, a bem ou a mal.'

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SER romano

Ser romano?
José Cutileiro (www.expresso.pt)
0:00 Sexta feira, 27 de Agosto de 2010

Em Roma sê romano" foi um preceito de subserviência: os romanos eram tão mais poderosos do que os povos que dominavam que na sua terra era melhor fingir que se era romano também. Não se tratava de uma regra geral de comportamento do hóspede para com o dono da casa (ninguém diria, por exemplo, "Em Évora - Liberatilas Julia - sê eborense"), mas sim de variante oportunista de um outro preceito, comum à arraia miúda do mundo inteiro: "O que é preciso é a gente estar bem com a lei que há". Governar, de resto, é em grande parte impedir que essa disposição prudente desapareça; por isso a União Europeia ainda hoje gasta mais de 80% do seu orçamento subsidiando agricultura e regiões pobres dos Estados-membros para ajudar a prevenir revoltas do campo contra a cidade e do pobre contra o rico, as quais - juntamente com razias disparadas pelo grito "O meu Deus é melhor que o teu!" - tantas vezes ensanguentaram a Europa.

Mas Roma, física, política e simbólica, existia - como existiam romanos. E depois dela vieram Madrid e Viena, Paris, em dois espasmos violentos Berlim, Londres, a partir da Primeira Guerra Mundial Washington também - e a partir da Segunda, Washington acima de todas as outras - que se foram empoleirando com seus cantos de galo a acordarem o mundo. Agora é diferente. A última Roma (que já não era europeia) começou a enfraquecer a olhos vistos e entre os novos poderes que crescem não se vê quem tenha ombros para o manto. Esta desordem mundial vem juntar-se a outra, doméstica. Salvo em casos limitados e bem definidos - freiras, frades, castrati, janissários - durante milénios educar crianças era treinar o menino para ser como o pai e a menina para ser como a mãe. Nos últimos séculos revoluções industriais e políticas trouxeram ascensões sociais que deram formas diferentes ao percurso mas o eixo moral permanecia. Hoje, porém, quando pais e, no mundo modernizado, educadores, não sabem bem quem eles próprios são - ou julgam que sabem mas vão mudando de ideias - é mais difícil descobrir primeiro, e respeitar depois, um centro que segure o resto. Em casa, no bairro, na nação, no mundo, deixou de haver romanos para imitar.

As coisas são o que são. Mas tal como Catão no Senado queria sempre arrasar Cartago, assim eu volto a dizer aqui: os europeus têm força que os poderá salvar do pior, se souberem usá-la juntos. Deu-se um bom passo há dias. Jornalistas lembraram ao primeiro embaixador da União Europeia em Washington (os predecessores eram só chefes da delegação da Comissão) a dúvida de Kissinger - Se eu quiser telefonar para a Europa que número ligo? - e perguntaram como era depois do Tratado de Lisboa. "Em Washington liga o meu", respondeu o embaixador. Ingleses eurofóbicos e outros nacionalistas exaltados protestaram logo que os interesses das suas pátrias "não eram os de Bruxelas" mas a marca ficou posta. O futuro dos europeus ou passará por aí - ou por desgraças penosas de ver. As coisas são o que são.

jpc@ias.edu

Nota: José Cutileiro escreve de acordo com a antiga ortografia

QUANDO A RÚSSIA JÁ NÃO É BRIC, ACONTECE ISTO

Quinta-feira, Agosto 26, 2010
Incêndios provocaram prejuízos superiores a 300 mil milhões de dólares

A situação catastrófica com os incêndios florestais na Rússia em 2010 e a falta de gestão das florestas pelo Estado causaram prejuízos económicos superiores a 300 mil milhões de dólares, declarou hoje Alexei Zimenko, diretor do Centro de Conservação da Biodiversidade da Rússia.
Segundo dados oficiais, na época de fogos de 2010 ocorreram mais de 29 mil incêndios numa área total de 927 mil hectares, que provocaram a morte de 54 pessoas e destruíram 2 500 habitações.“Segundo cálculos muito cuidadosos, o prejuízo económico é superior a 25 mil dólares por hectare de floresta. Sendo assim, à escala do país, a falta de meios de proteção da narureza no presente ano custou, no mínimo, 375 mil milhões de dólares”,precisou ele, numa conferência de imprensa.Os ecólogos baseiam os seus cálculos nos dados do Centro Mundial de Monotorização de Incêndios, na Alemanha, que considera que as chamas devoraram mais de 15 milhões de hectares de floresta na Rússia.Mesmo tendo em conta a margem de erro, a área foi superior a 10-12 milhões de hectares.Segundo Zimenko, os cálculos dos ecólogos baseiam-se em dos índices: o valor da madeira e o custo dos meios-padrão para os trabalhos de recuperação. Eles não incluem as despesas com o tratatamento das novas plantas nos primeiros 5-10 anos de crescimento, bem como a destruição de plantas e animais, incluindo espécies inscritas no Livro Vermelho da Rússia.Na semana passada, Serguei Choigu, ministro para Situações de Emergência da Rússia, declarou que os prejuízos diretos dos fogos rondam os 12 mil milhões de rublos (cerca de 300 milhões de euros).

sevilha tem mais collor....depois de Braga!



( com Los Del Rio e sem Macarena )

É preciso mais palavras, mais comentários ?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

«Por vezes, o passado parece reflectir-se no presente de forma tão evidente que as semelhanças não podem deixar de provocar alarme. Em França, o processo de repatriação de ciganos romenos avança, e o que mais surpreende é o silêncio do resto da Europa perante uma acção que evoca um passado de perseguição étnica que não deveria repetir-se. Não nos podemos esquecer de que os roma, que chegaram à Europa na Idade Média, foram o outro alvo das políticas de limpeza étnica encetadas pelo Terceiro Reich, e no final da Segunda Guerra Mundial pelo menos 500 mil ciganos tinham morrido, em campos de concentração ou executados pelo exército nazi. Falar deste tenebroso passado de exclusão não é um exagero, até porque a “experiência” sarkozyana também está a ser tentada na Itália de Berlusconi. Em tempos de crise, a Europa parece querer virar-se para o “outro”, para o estrangeiro, e isso é o pior que nos pode acontecer – é sintomático que tal fenómeno tenha lugar no país do “caso Dreyfuss”, a França que Sarkozy parece querer transformar no sonho totalitário de Jean-Marie le Pen. É preciso que não se torne norma, para que não se repita o passado.»

Comentário do autor do blog csp: é pouco credível que o autor deste post no Arrastão - de gente bloquista - Sérgio Lavos não saiba que meio milhão de ciganos encontrou a morte nos quatro últimos anos do regime nazi _ por ele equiparado ao " totalitário Le Pen "; já não custa muito a crer que o dobro foi massacrado e morto pelo regime comunista soviético de Stalin. Assim sendo não se percebe por que diabo o repatriamento de ciganos a viver irregularmente num país , usando e abusando das benesses sociais que esse país lhes dá, sejam, assim, forçados a regressar ao seu país de origem com o respectivo subsídio ( até nisto o requerem! ) para lá recomeçarem o que deixaram a meio. É claro que:
Sendo que a expulsão de ciganos que não trabalham, vivem de subsídios que vêm dos impostos gerais ( que eles não pagam ) e se tornam exigentemente e arrogantemente intolerantes para com os nacionais desse país para onde foram àvontade e não como refugiados, não é comparável a qualquer perseguição étnica.
Sendo que , mesmo que por absurdo, o considerássemos assim, seria uma perseguição por delito(s) comun(s) cuja alternativa seria a cadeia.
Sendo que a haver racismo ele - no caso dos ciganos-  não era nazi tanto quanto comunista.
Sendo que assim não teria fonte ideológica mas os corolários de que o espaço é finito e cabe sempre, em primeiro lugar, a quem já lá vive ( nacionais ou não do país em questão ) mas não a quem vem de fora oportunisticamente.
Sendo que outros países democráticos fazem o mesmo ( a Itália não está para o fazer, está a fazê-lo ).
Sendo que elementos da raça romani ( ciganos ) são alvo do novo desporto nacional dos eslovacos ( o tiro ao alvo aos ciganos que acampam onde lhes apetece na Eslováquia, mas não trabalham ).
Sendo que o mesmo se passa na Hungria que tem, de repente, um milhão ( a Eslováquia tem meio milhão ) que lhe entra pelas portas adentro e faz o que já se sabe, ou seja, aproveita-se de tudo que é subsídio, casa camarária de borla, mas não trabalha, não paga impostos e cria toda a casta de fenómenos de banditismo ( todos sabemos que é assim ) exigindo uma não-integração cultural local.
Sendo assim, o repatriamento não é uma medida benigna? Então o tiro ao alvo eslovaco, húngaro e também da roménia do norte , da moldávia , da geórgia, da rússia, são melhores?
Ou será que me vão dizer que são todas elas más medidas? E que devemos pagar a quem nos rouba diariamente?

Não sou racista, mas sou xenófobo, o que quer dizer uma coisa simples que a esquerda do bloco, do PC e dos politicamente correctos ( que de dia para dia são cada vez mais incorrectos ) em geral não sabe quando fala dos crimes de racismo e xenofobia: sinto estranheza por comportamentos humanos que me são tão estranhos que não os compreendo apesar de me esforçar. Ser racista é descriminar pela razão, a qual podemos controlar em absoluto; ser xenófobo , no limite, pode ser ter medo doutros, mas muito antes disso é um sentimento ( e como tal não dirigível, nem por lei, nem por bula papal , porque simplesmente brota em mim, independentemente da minha vontade, não me obrigando a nenhuma forma de segregação ao contrário do racismo ) de estranheza e eventualmente de repugnância desses comportamentos. E depois?

INCONGRUÊNCIAS

[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]

«Era evidente desde o início que o acordo com os professores tinha de se traduzir num agravamento da factura da despesa de pessoal do sector público. Todavia, os habituais pregadores da redução da despesa pública à direita não disseram uma palavra sobre o assunto na altura. Por um lado, condenam vigorosamente o crescimento da despesa pública, por outro lado, apoiam oportunisticamente todas as reivindicações profissionais no sector público...»

DA SÉRIE: FRASES QUE IMPÕE RESPEITO

«O presidente do partido fará no texto [projecto de revisão constitucional do PSD] aquilo que quiser.


Calvão da Silva¹, sobre a democracia interna no PSD»

 
 
 

CRISE PARA DURAR ANOS

O índice bolsista de Dublin caiu terça-feira quase 6%, o ponto mais baixo desde Julho de 2009. A probabilidade de default da dívida soberana irlandesa subiu, de novo, situando-se acima de 23% e consolidando o 8º lugar no TOP 10 mundial do risco de incumprimento.

Desde 9 de agosto que as yields (remunerações) das obrigações irlandesas a 10 anos ultrapassaram as portuguesas e que a probabilidade de default do país ultrapassou, também, a de Portugal. A 16 de agosto, a Irlanda entrou para o clube de maior risco, de onde Portugal havia saído em 29 de junho, e onde re-entrou hoje, terça-feira. As yields de obrigações irlandesas com maturidades a 10 anos subiram hoje, terça-feira, para os 5,36%, acima das portuguesas (5,25%, que desceram em relação a ontem) e mais de 3 pontos percentuais acima das remunerações das ‘Bunds’ do estado alemão. O que significa um agravamento das condições de crédito a mais longo-prazo.

Entretanto, a agência de notação Standard & Poor’s baixou o rating da Irlanda de AA para AA- com outlook negativo, alegando a gravidade da situação do sistema bancário irlandês e das implicações da gestão deste problema para a flexibilidade orçamental de médio-prazo.

Marc Coleman, colunista do The Sunday Independent, editor de um programa de rádio sobre economia e autor de vários livros sobre a economia irlandesa, recusa uma visão imediatista sobre a situação crítica por que está a passar a Irlanda.
No final da sessão bolsista de hoje, terça-feira, em Dublin, sublinhou-nos que reagir a quente a eventos isolados pode destruir a confiança e auto-alimentar o pessimismo.
A volatilidade de hoje derivou do mau desempenho de um grande grupo de construção, a CRH (Celtic Resources Holdings Plc, envolvida em algumas polémicas ao longo dos anos), que tem um forte impacto no índice bolsista irlandês.

Excedente na balança de pagamentos

Por isso, Coleman propõe que se refocalize a atenção nos “fundamentais” do seu país que são mais sólidos do que os de outros companheiros do grupo designado por PIIGS que tem estado sob pressão dos especuladores.

“A Irlanda é o único dos cinco países que terá um excedente saudável na balança de pagamentos”, sublinha. O país mantém uma dinâmica de exportação assinalável e de alto valor acrescentado, que já não se resume à computação, não sendo este setor sequer o dominante. Sublinhe-se, ainda, diz o nosso interlocutor, que todo o high-tech irlandês “depende hoje mais da retoma na Ásia e na Europa do que nos Estados Unidos”, ameaçados por um pessimismo crescente de que entrarão em double-dip.
Abordando a questão do défice orçamental, que rondará os 21 mil milhões de euros este ano, cerca de 12,5% do PIB estimado para 2010 (um défice que será quase uma vez e meia superior ao oficialmente definido como objetivo para Portugal), Coleman “disseca-o”: “É composto em 1/3 por investimento de capital e noutro terço por um défice cíclico, que caso ocorra uma retoma deverá desaparecer por volta de 2014. O remanescente, o défice estrutural, é da ordem dos 7 mil milhões”.
Marc sublinha, de seguida, o esforço político feito pelo governo irlandês: “Apreciando a correção estrutural de cerca de 3 mil milhões só no último orçamento, o problema terá sido reduzido para metade quando se iniciar o próximo orçamento”. E acrescenta: “O ajustamento feito nos dois últimos anos fiscais atinge os 5% do PIB e é o maior de todos os países europeus nos tempos recentes e provavelmente durante a história orçamental moderna”.

O suporte otimista de toda esta análise: os 3% de crescimento real esperado para 2011, um número que será “o dobro da média da zona euro”.

Segundo muitos analistas, o problema crítico irlandês é o sistema bancário que esteve fortemente envolvido na alavancagem de uma “bolha” especulativa sem precedentes, centrada no imobiliário, que conduziu a uma acumulação de “lixo tóxico” que, segundo várias estimativas, é mais de 50% do PIB. Se a malha dos testes de stresse ao sistema bancário realizados em julho fosse apertada, como o fez o Citi numa simulação alternativa divulgada três dias depois dos resultados anunciados pelo Banco Central Europeu, nenhum dos bancos irlandeses passaria.
Manter sangue frio
A postura que Coleman recomenda face ao mau período porque está a passar o ex-tigre Celta é, no entanto, clara: “Mantendo o sangue frio não nos livra de uma recessão global se for isso que vai ocorrer. Mas ajudará, certamente, uma retoma se for isso que estiver em armazém. Também ajudará a antecipar uma situação interina em que uma retoma seja possível, mas que poderá ir por água abaixo por falta de confiança”.

tirar os três?

A CHURRASQUEIRA

O benfica -diz-se - encontrou o meio de controlar a dívida. Assim como o FCP tem uma bomba de gasolina que explora e lhe dá dinheiro, eis que o glorioso da Luz se ilumina : agora expolora uma churrasqueira onde o gerente é o JJ e o empregado que assa é um brasileiro especialista.

ESTOU DE ACORDO

Nicolas Sarkozy tomou a medida corajosa - e politicamente incorrecta - de expulsar ciganos romenos de solo francês. Foram repatriados, uns para a Roménia e outros para a Bulgária. Por cá também temos uns quantos. Provavelmente, como em tudo, há excepções mas é de ladrões (e de ladras e de pequenas ladras) que em geral falamos. Ninguém tem uma boa história para contar acerca desta gente. Foram sendo "empurrados" para fora dos países mais centrais da Europa e acabaram na periferia. A única experiência que tive na vida em matéria de "gamanço" foi em Roma, em 1993, e com pequenas ladras romenas. Ainda hoje estou para saber como é que actuaram. Mas actuaram na perfeição. É evidente que, na base da "livre circulação" - e estes são especialistas nisso - nada os impede de voltar e tornar a voltar. Todavia, a iniciativa de Sarkozy só pecou por tardia. É de lhe seguir o exemplo.




Publicada por João Gonçalves em 19.8.10

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domingo, 22 de agosto de 2010

temesiunamon volta a atacar!

« perdemos porque, neste caso, o Nacional meteu mais um golo c'agente » - Pois claro! foi ,de novo , o, a, nova estrela da TV portuguesa, a mais sexy, a mais atrevidota ( aquela de andar sempre a mascar pastilha elástica fazendo as bochechas assoprar e adesassoparar é melhor que as pernas da Dietrich, do cruzar delas de Stone ou daquele sinalzinho ao canto do lábio daquela portuguesa que não digo o nome mas toda a gente a viu a ir para a  cama com ). Agora , ao temesiunamon só falta dar um salto (mortal) de balconing ( aquela moda de saltar do sétimo andar do hotel para o sexto ou do quarto para a piscina de metro e setenta do mesmo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VER DOMINGO 15 DE AGOSTO o POST ( renovado ) TEXTOS QUE DÃO QUE PENSAR

Vá já lá ver! Não perca o estranho caso dos sonhos do grande, do genial, do fabuloso, do adonis que-bem-lhe-fica, Temesiunamon! Não perca estes sonhos agora republicados depois de uma criteriosa e lupanar análise de Freud que, para o efeito, nos mandou uma cassete dum desses sonhos coloridos! Com Sócrates no principal papel , e um falcão que é capaz de papar uma águia na Luz!

Não esqueça, vá ver! No "post," aqui neste blogue publicado no dia 15 de Agosto!, e com o título : " Textos que dão que pensar!"

da série :o que os jornais portugueses nunca publicariam

PORTUGAL É O 27.º MELHPOR PAÍS DO MUNDO


«A revista norte-americana 'Newsweek' revelou a sua primeira lista dos melhores países do mundo tendo em conta cinco categorias distintas. No topo está um país nórdico, a Finlândia, havendo ainda outros três nas primeiras dez posições.

"Se nascesse hoje, que país lhe iria proporcionar a melhor oportunidade de viver uma vida saudável, segura, razoavelmente próspera e com capacidade de ascensão?" Foi a esta pergunta que a revista norte-americana Newsweek quis responder no seu primeiro ranking dos melhores países do mundo. A resposta acabou por ser Finlândia, com Portugal a surgir no 27.º posto, logo atrás da Grécia.» [DN]

comentário :Por aquilo que leio na comunicação social estava convencido de que estava entre a Guiné-Bissau e o Burkina-Faso.

PELO DIREITO À COERENCIA

PSD: O MAIS FALTISTA DO PARLAMENTO



«O PSD foi o partido que mais faltas deu no Parlamento durante a primeira sessão legislativa da XI Legislatura, com 362 ausências de um total de 681. O "trabalho político" foi a justificação mais frequente dos 230 eleitos.

O deputado laranja Sérgio Vieira lidera a lista de deputados com mais ausências registadas: 31 faltas por motivo de força maior e nove por doença, o que totaliza as 40 faltas. "Estão justificadas por motivos de força maior, para acompanhamento de um familiar fora do País", adiantou o deputado eleito pelo círculo do Porto. "Para que as faltas estivessem justificadas bastaria alegar força maior, mas mesmo assim decidi apresentar os atestados médicos e, mais ainda, certificados de internamento hospitalar", acrescentou Sérgio Vieira. » [CM ) Parecer:

São os tais que tanto protestam contra o facilitismo nas escolas...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A DESGRAÇA ALHEIA NÃO ME ´DÁ PRAZER

Um estudo divulgado ontem nos Estados Unidos revela que a maioria dos norte-americanos que está prestes a entrar na universidade não consegue escrever em letra cursiva. Também de acordo com a "Mindset List" ", uma pesquisa feita anualmente por académicos da Universidade de Beloit , no Wiscosin, os alunos que se vão licenciar em 2014 pensam que a Checoslováquia nunca existiu.


Os resultados da pesquisa são preocupantes: Os estudantes inquiridos, que vão integrar as turmas de 2014, acham que Beethoven , o célebre compositor alemão, é apenas "um cão", enquanto que Michelangelo , o renomado pintor italiano, não passa de "um vírus de computador".

Conhecimentos de uma geração

De acordo com a "Mindset List", para os estudantes nascidos em 1981, a Jugoslávia nunca existiu. Já os norte-americanos que vieram ao mundo em 1980 acham que João Paulo II foi o único Papa que existiu.

Na área do cinema, os estudantes também não mostraram mais conhecimentos. Por exemplo, o célebre ator, realizador e produtor norte-americano Clint Eastwood , é, segundo os jovens, um "famoso cineasta de Hollywood" e nunca protagonizou o filme "Dirty Harry" ("'Dirty Harry'? O que é isso?", perguntaram).

No desporto, os conhecimentos também não melhoram. Para os estudantes norte-americanos, John McEnroe é um modelo de publicidade que nunca pôs os pés num court de ténis.

A pesquisa revela ainda que, com telemóveis a informarem permanentemente a hora, já nenhum estudante norte-americano usa relógio.
Referências culturais efémeras

A "Mindset List" foi elaborada pela primeira vez em 1998 pelo professor de Humanidades, Tom MacBride, e pelo ex-diretor de Relações Públicas, Ron Nief, da Universidade de Beloi. As conclusões surgiram a partir de perguntas feitas à geração que teria um diploma universitário em 2002.
Os professores levaram um ano para compor o estudo, tendo pedido apoio a colaboradores, consultado trabalhos literários e notícias divulgadas pelos meios de comunicação no ano do nascimento das pessoas que entraram na universidade em agosto ou setembro, início do ano escolar os EUA.
O objetivo inicial era chamar a atenção das autoridades na área da Educação para uma realidade: As referências culturais evaporam-se. A pesquisa acabou por ganhar popularidade e passou a ser feita anualmente, tornando-se num género de radiografia dos conhecimentos.
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Nota de csp : escrita cursiva é aquilo a que nós portugueses chamamos escrita caligráfica ou caligrafia.
Embora, e isto é bom que fique claro, a Mindset List tenha - como se depreende com uma  consult na Net - como objectivo principal mapear o quadro geral dos interesses culturais em que se moveu e cresceu uma dada geração, e não captar o que os americanos sabem ( há áreas em que eles sabem muito mais que os velhos do Restelo portugueses ) a verdade é que me choca ...tanta ignorância geral.
Também não tenho dúvidas que um pouco por todo o Ocidente isto, mais ou menos, deve acontecer e além de muito triste parace perigoso. Todo o texto acima foi retirado do EXPRESSO online.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

OS GAJOS QUE DEVEMOS SAUDAVELMENTE ODIAR

Eis, então, o famoso 'ranking' dos mais faltosos deputados ao nosso parlamento:

O Miguel já se referira ao fantástico grupo parlamentar do PSD e aos seus feitos em termos de assiduidade. O Correio da Manhã, num gesto de serviço público, divulga hoje as fotos (só não se percebe o que fal ali Paulo Portas - deve ter faltado para ir limpar a floresta...).:

1. sergio vieira psd, 40 faltas
2- pedro rodrigues psd, 25
3carlos pascoa gonçalves psd,23
4-fernando marques psd,15
5-jose luis arnault psd,14
6-couto dos santos psd,14
7-carlos costa neves psd,13
8-mota andrade ps,13
9-jose cesario psd,13
10- paulo portas cds, 13

AS FÉRIAS A QUEM AS MEREÇAM

1- a história das "férias" remonta aos romanos.
No período romano feria era o singular do vocábulo feriae que deseignava os dias de não trabalho mas também de descanso em honra dos deuses pagãos; ou os dias que se seguiam ao regresso das legiões após as conquistas e festejavam ( "pão e circo, lembram-se ? ) as novas vitórias militares.
No sec. IV, através do édito de Milão , o imperador constantino aceitou o cristianismo, acabou com a perseguição aos cristãos e tornou o cristianismo a religião oficial.
Até então, os romanos respeitavam os deuses alheios  tendo da Grécia trazido o costume de lhes edificarem templos.
Daqui surgiu o vocábulo Panteão derivado do latim pantheum, que por sua vez era adaptado do grego Panthéion - ou seja, o templo de todos os deuses.
Nos panthéion passaram a ser sepultados todos os nossos heróis. É que para os romanos era muito ténue a zona raiana entre divindade e qualquer pessoa merecedora ou celebrada por seus actos, por exemplo os nossos familiares. E , por isso era comum no projecto do culto dos mortos que estes fossem enterrados próximos de casa e aí venerados. Quando por seus feitos ultrapassavam a família e alcançavam a Polis ( o interesse da Coisa Pública e da Cidade ) os cidadãos eram enterrados num Panteão nacional ( em Portugal é na Basílica da Estrela , nos Jerónimos e na Batalha que estão os nossos maiores panteões ) - panteões de todos os deuses.
Se os romanos fossem ricos e dispusessem duma villae era aí  que sepultavam os seus mortos e os veneravam, num local calmo perto do LAR.
LAR era o deus das casas dos romanos, o seu deus protector - uma espécie de santo padroeiro , como agora se diria - da casa e dos caseiros, os que lá moravam. Isto, exactamente porque não distinguiam deuses comuns de deuses domésticos, ou seja muitos ancestrais eram alvo duma quase adoração na DOMUS.
LAR era o deus das domus e daí vem a nossa noção do lar doméstico, e porque os romanos não distinguiam, como disse, a qualidade dos deuses e deificavam certos familiares, havia dias " de férias " dedicados ao culto dos mortos, coisa que foi uma novidade histórica já que nas sociedades agrárias embora houvesse um forte culto dos mortos ( como se pode ver em Foz Côa ) nunca houve férias.

2 - Na verdade o vocábulo férias vem de de festus ou fastus, sendo que festus vem a dar no português festas , e fastus vem a dar no português nefastos ; assim um dia para festejar ( e.g. a memória de um familiar ) é um dia de festa ...ou um feriado, enquanto um dia mau, um dia que remete para uma derrota militar importante ou uma desgraça familiar é um dia nefasto....

E assim se foi mantendo ao longo dos séculos a noção de festa como celebração de algo bem feito, esforçadamente feito - como uma vitória militar ou uma vida de trabalho para a família - até que surgiu a revolução industrial.
Com a revolução industrial veio um conjunto de novidades já que uma tão grande novidade como era esta coisa de tão poucos produzirem tanto, de os utensílios produzidos mudarem todos os dias e passarem a não ser de utilidade obrigatória mas poderem ser somente de lazer, da acumulação doentia de dinheiro por parte do proprietário industrial o afastar da simples visão dos operárioa que passaram de trabalhadores da " família" ( como na Idadde Média ) a proletários ( na terminologia de Marx o qual os definia como trabalhadores que recebiam o estritamente necessário para a sobrevivência lhes permitir continuarem a produzir ) sem que o patrão visse a miséria, de um afastamento real dos locais onde viviam ricos e pobres, com o nascimento de guetos sociais, etc.
E dentro deste conjunto de novidades que a revolução industrial impôs veio , para além do café e do alcool tomados alternadamente para permitir o aumento contínuo da producção, veio, dizia uma esperteza dos industriais tão grande como a de inventar a jorna, sempre dada no limite da subsitência para que a produção prosseguisse: as férias!

É assim que, embora requeridas pelos operários, são. de facto, os patrões mais inteligentes que abrem as portas a esta proposta dos seus trabalhadores : primeiro uns dias sem subsídio, depois dias com ordenado e subsídio , já que um trabalhador somente alimentado emborrachado ou encafezado não produzia tanto como um que para além disso pudesse usar tempo para descansar e resolver problemas pessoais, com a família ou o Estado cada vez mais burocrático.
Assim as férias nasceram do reconhecimento da necessidade de repousar ao fim dum ano de trabalho e da necessidade de restaurar forças para um novo ano!

Daqui resultam duas consequências lógicas:
A primeira é que só merece férias, só tem o direito ético ( moral pode sempre haver ou não ) às férias quem, de facto, trabalhou e se esforçou. E não simplesmente quem esteve empregado e se limitou a cumprir horários; ou quem se baldou; ou quem "esteve pelo desemprego".
A segunda é que quem não utiliza as férias para o fim para que lhes são concedidas - descansar e restaurar forças - e empreende férias de que regressa arrasado e mais cansado do que partiu, esse comete " um abuso de confiança" utilizando uma regalia ético-legal para fins diferentes daqueles para que lha concederam.

Há na psiquiatria uma escala chamada de "event-lifes" ou acontecimentos vitais que estima as situações de vida que obrigam o nosso organismo a maior resposta de stress. Ora, logo após o divórcio, a morte dum filho, a tropa, o casamento, vêm as férias! Ou seja, as pessoas organizam hoje as férias como se fosse um tempo em que se tem de viajar, viajar para longe, viajar para longe com risco conhecido e desconhecido, com tempos marcados para tudo, com um decreto interior e comum a toda a familia ( e que se presume ser do conhecimento e da aceitação de toda a família, mas não é de facto ) de que tudo tem de correr segundo os conformes, com regras que todos julgam conhecer mas são factualmente muito diversas entre os membros da família, e neste cadinho de contradições exigem  ter as cognições ( pensamentos ) certas que carreiam os melhores humores ( do tipo " hoje o dia correu tão bem , por isso devíamos estar todos bem, mas os meninos estão mais impertinentes que em casa, mas tu Zé , ou tu  Maria, não sei que querem mais que ninguém os atura!...." ).
Mais de 70% dos portugueses têm altos índices de stress de férias, sabiam, seus execráveis meus dois leitores e meio?

E...depois , DELENDA  CHINA  EST !!!!

domingo, 15 de agosto de 2010

DA SÉRIE TEXTOS QUE DÃO QUE PENSAR

O temosiunamon sonha.
Sonha , à noite, embrulhado com Morfeu, Deus dos sonhos, que é seu filho. E ei-lo a chutar as aristocráticas e mui femininas meninges , de modo que ele acha semelhante a estes chutos brasileiros, iguais aos do FCP  no final da Super-Taça!
O treinador do glorioso, mais belo que nunca na sua oitecentista cabeleira Luís XIV, mastigando restos de bolo-rei de Natal que cavaco lhe mandou, quando questionado por outra jovem (jornalista ) sobre as razões da derrota do glorioso na Luz, frente à Académica  com menos um jogador, pensou, mastigou o bolo, pensou, mastigou o bolo, pensou e disse:

-« Eles marcaram dois e nós só um ! ».

Porque é que eu meti estas seis palavras na série dos textos e não das frases?. Bem, é que há frases que reduzem , na sua singeleza profunda toda uma biblioteca da Universidade de Coimbra,  a um penacho de pó de casa. Daí a alergia que causam. Os pruridos que produzem . As invejas que fabricam. A autoridade que exibem!. Sobretudo quando provêem do temesiunamon.

DA SÉRIE : FRASES QUE IMPÕE RESPEITO !

"«.ESTE  HOMEM  VIVE EM  MASSAMÁ !!! »



(Mendes Bota, no Pontal, sobre Pedro Passos Coelho)

O AUMENTO DAS MATÉRIAS-PRIMAS VAI ACONTECER JÁ ESTE ANO

A semana que passou foi rica em dados geopolíticos que, como de costume passaram desapercebidos nos nossos jornais.

Um deles foi o relatório do WASDE ( World Agricultural Supply and Demanding Estimates ), do  Departamento  da Agricultura dos Estados Unidos ( correspondente ao nosso Ministério da Agricultura ). Do relatório, exaustivo e que está acessível na Net , e para não maçar demais os meus dois leitores e meio, tomei nota que na Bolsa Alimentar , só no passado mês de julho a cotaçao do trigo aumentou ( was improved ) 35%; que o consumo de cereais no mundo cresceu  45 milhões de toneladas métricas e que a produção prevista para o período ( semelhante ) de 2010/2011 aumentará apenas 13,7 milhões de toneladas; isto quer  dizer que vai haver um buraco de 32,48 milhõoes de toneladas resultante de um aumento de 2% no consumo previsto e uma produção que irá contrair 0,6%, acompanhados de uma redução dos stocks mundiais na mesma quantidade a qual não se verificou no ano passado.

Se nós fossemos alemães, esperaríamos pacientemente que os preços subissem e entretanto continuaríamos a comprar o nosso habitual; como somos latinos, vamos anteciparmo-nos e à medida que formos sabendo que os preços vão mesmo subir, usaremos duas de três metedologias de lidar com o problema: se formos pobres não fazemos nada a não ser ir exigir ao padre que nos arrange umas côdeas ; se formos remedeados ou até ricos , aí sim vamos a correr às shops mais próximas comprar mais arroz , massas e afins assim antecipando um bocadinho em Portugal a inflação.

Se formos aposentados ( retired ) estamos bastante tramados porque não podemos reflectir nos preços daquilo que fazemos a inflação do que compramos. Como estou neste grupo ( dos aposentados ) acho que o verdadeiro aperto ( depois dos desgraçados desempregados ) vem agora a caminho para a generalidade da população ( que é constituída maioritariamente por aposentados e pelos seus netos que em muitíssimos casos vivem mais debaixo das asas apoiantes dos avós que dos pais). Azar pois para avós e netos - sobretudo os mais mimados e que ainda não interiorizaram que o próxime filme num cinema perto de si tem por título : Regresso ao Passado - parte I. Voçê, sim voçê aí, é o protagonista; e o guião mostra-nos, na esteira de que Toynbee, Sengler, Malraux e outros avisaram, uma vida com a reinvenção da família normalzinha, os domingos passados em pic-niques à beira-mar, a cerzedeira e o sapateiro lá da rua no seu mister, uma relação inter-pessoal muito mais baseada na autoridade que no poder, um tempo morno que corre na nossa subjectividade sem gritarias ou sobressaltos, uma religião que não é nenhuma seita, um gosto particular pelo nosso país, um prazer em redescobrir que um bom transporte público até ajuda a ser-se menos ensimesmado e egoista, enfim... talvez, se quisermos, uma vida que não será idilica mas pode ser mais genuína e menos histérica ( genital) ou histriónica ( teatral ).

Como causas para a baixa da produção cerealífera está a mudança climática à cabeça, ou seja calor e incêndios na  rússia, ucrânea e cazaquistão que destruiram cercade 30% das respectivas produções, bem como chuvas anormais no canadá , argentina e china.
Como a rússia vai produzir menos 8 milhões, a união europeia menos 4 milhões, a ucrânia menos 3, bem como o cazaquistão, países grandes produtores que vão passar a importar, é certa a agroinflação. Agroinflação, visto que o algodão, o café, o cacau o açúcar e outras comodities como cobre . estanho e ouro, diminuem este ano agro-mineral pelos mesmos motivos ( climáticos ) ou esgotamento de minas de alta rentabilidade.

Ou seja, mesmo sem uma aparente retoma do crescimento económico ocidental, só a baixa da produção destes bens associados a uma voragem incontrolável dos países emerentes ( os BRIC ) cujas classes médias não param de crescer exigindo um tipo de alimentação que em tudo copia o ocidental,  mas com maior esbanjamento, bastam para provocar um aumento de preços. Se, por cima disto, houver retoma económica nos países desenvolvidos, ocidentais ou ocidentalizados (japão, coreia do sul, taiwan, singapura ) então o aumento será dramático.

Entretanto Jonh Baffes do Banco Mundial que dirigiu com os maiores especialistas mundiais um estudo para a ONU, concluiu que dois outros factores têm aumentado sustentadamente o risco inflacionário na última década: o desvio de cereais do seu fim alimentar para a produção de  biocombustíveis e, sobretudo, uma nova e desmedida apetência de especuladores institucionais (bancos e fundos ) ou soberanos ( fundos de aposentação, soberanos e afins !) por produtos alimentares ou agroalimentares ou minerais essenciais à vida ( o primeiro a ser especulado há trinta anos foi o petróleo ) -exactamente por , em época de incerteza haver a certeza que haverá sempre quem os compre independentemente do preço!!!. Mais uma vez os especuladores a semearem foices e martelos que lhes hão de cortar os tomates  e fazer galos ... na cabeça.

Já aqui referi há meio ano os milhares de milhões de hectares que países emergentes com excesso de divisas e parcos recursos agrícolas e água ( sim a água que o PSD do Passos Coelho quer privatizar e seria o maior negócio do século - a realizar-se ) ´têm comprado em países pobres e com regimes crapulosos ( Angola, Congo, Sudão do sul, até Brasil...). Et pour cause....

Et pour cause... DELENDA CHINA EST !

UMA GESTÃO MODERNA TEM DE SER EFICAZ !

3 casos de má Gestão   (APRENDAM FUTUROS GESTORES). . .


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Vejam se aprendem alguma coisinha!

Caso 1:

Ia uma jovem a passear com o seu namorado, quando ouviram uns
operários de umas obras gritar:
- Oh cabrão, não a leves a passear, leva-a mas é para um lugar escuro
e come a gaja!!!

O rapaz, muito envergonhado, segue o seu caminho com a namorada e
passam por um parque onde estão vários reformados sentados que ao
vê-los começam às bocas ao noivo:

- De mãozinha dada com a miúda, devias é levá-la para um motel, ó paneleiro!!!!

O rapaz, cada vez mais envergonhado, decidiu-se levar a namorada a
casa e despede-se:

- Então até amanhã, meu amor!
A noiva responde-lhe:
- Até amanhã, surdo de merda!!!

Conclusão:

Escuta e põe em prática os conselhos dos consultores externos pois são
gente com experiências; se não o fizeres, a tua imagem e a tua gestão
empresarial ver-se-ão seriamente deterioradas.

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Caso 2:


Um réu, condenado a prisão perpétua por assassínio em primeiro grau,
consegue fugir ao fim de 25 anos na prisão. Ao fugir, entra numa casa
onde dorme um jovem casal. O assassino ata o homem a uma cadeira e a
mulher à cama.
A seguir, encosta o seu rosto ao peito da mulher, levantando-se de
seguida e saindo a seguir do quarto.
Imediatamente, arrastando a cadeira, o marido aproxima-se da esposa e diz-lhe:

- Meu amor, este homem não vê uma mulher há anos. Eu vi-o beijando-te
o peito e aproveitando estes segundos em  que ele se afastou um pouco, quero pedir-te que
cooperes com ele e faças tudo o que ele te pedir. Se ele quiser fazer
sexo contigo não o evites e finge que gostas.
Por favor, não o afastes. As nossas vidas dependem disso!!! Sê forte,minha linda, eu amo-te.
Sê forte por nós dois. Ele há valores que justificam muita coisa, meu anjo. Deus vai compreender-te!

A jovem esposa, mussitando e muito corada diz ao marido:

- Querido, estou reconhecida que penses assim! Efectivamente este
homem não vê uma mulher há anos, no entanto não estava a beijar-me o
peito.
Estava a dizer-me ao ouvido que gostou muito de ti e perguntou-me se
guardamos a vaselina na casa de banho.
Sê forte, meu lindo; eu também te amo muito.

Conclusão:


Não estar verdadeiramente informado pode trazer sérios inconvenientes.
A informação actualizada e exacta é fundamental para sair com êxito do
ataque de competência desleal e assim evitar surpresas desagradáveis.

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Caso 3:



Um rapaz vai a uma farmácia e diz ao farmacêutico:

- Senhor doutor, dê-me um preservativo. A minha namorada convidou-me para ir
jantar esta noite lá a casa, já saímos há três meses, a pobre começa a
estar muito quente e parece-me que me vai pedir para lhe pôr o
'termómetro'.

O farmacêutico dá-lhe o preservativo e o jovem sai da farmácia. De
imediato, volta a entrar para dizer sussurando:

- Doutor, é melhor dar-me outro, porque a irmã da minha namorada, é
uma boazona de primeira, passa a vida a cruzar as pernas à minha
frente que ás vezes até lhe vejo as entranhas. Acho que também quer
algo, e como vou jantar hoje lá a casa...

O farmacêutico dá-lhe o preservativo e o jovem sai da farmácia. De
novo, volta a entrar, clamando, excitado:

- Desculpe doutor, é melhor dar-me outro, porque a mãe da minha namorada também
é boa como o milho. A velha, quando a filha não está ao pé, passa a
vida a insinuar-se dum modo que me deixa atrapalhado, e como eu hoje
vou jantar lá a casa...

Chega a hora da comida e o rapaz está sentado à mesa com a sua
namorada ao lado, a mãe e a irmã à frente.

Nesse instante entra o pai da namorada e senta-se também à mesa. O
rapaz, baixa imediatamente a cabeça, une as mãos e começa a rezar:

- Senhor, abençoa estes alimentos e esta família, bzzzz, bzzzz, bzzzz, blá,blá,blá... damos-te
Graças por estes alimentos e toda a felicidade e mais riqueza que nos trouxeste!

Passa um minuto e o rapaz continua de cabeça baixa rezando:

- Obrigado Senhor por estes dons, bzzz, bzzz, bzzz....,blá,blá,blá..... ,e por tudo de bom que nos permitiste!

Passam cinco minutos e prossegue:

- Abençoa Senhor este pão, bzzz, bzzz, bzzz...,blá,blá,blá, etc e tal, e pela grandeza do teu Mesericordioso perdão!

Passam mais de dez minutos e o rapaz continua de cabeça baixa rezando.

Todos se entreolham surpreendidos e a namorada diz-lhe ao ouvido:

- Meu amor, não sabia que eras tão crente!!!

- Nem eu  sabia que o teu pai era farmacêutico !!!

Conclusão:


Não comente os planos estratégicos da empresa com desconhecidos,
porque essa inconfidência pode destruir a sua própria organização.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

UMA ENTREVISTA PARA RELER E PENSAR

Entrevistas sobre o futuro

( entrevista do Público ao economista Félix Ribeiro que é uma autentica aula de geo-política )


A Europa vai ser comprada pela China e pelos príncipes árabes

A Alemanha quer o euro porque quer redesenhar o mapa monetário mundial. A China quer o euro porque não quer ficar sozinha com os EUA. Portugal, para sobreviver, vai ter de tirar partido da globalização. No cenário, optimista, de a globalização sobreviver à crise.Por Teresa de Sousa





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PartilharImprimirComentarEnviarDiminuirAumentarJosé Manuel Félix Ribeiro, economista, em véspera de aposentação, foi subdirector-geral do Departamento de Prospectiva e Planeamento (DPP) e foi aí que produziu os mais conhecidos exercícios de cenarização sobre a economia portuguesa, sobre os futuros possíveis da Europa ou do mundo. Raramente dá entrevistas. O que pensa é o produto de uma mente brilhante somada a uma vasta informação sobre o que se passa no mundo: em Pequim ou na casa real saudita, nos sectores mais inovadores dos EUA ou na prodigiosa empresa de petróleos norueguesa. Evita opiniões taxativas sobre o país. Fornece hipóteses num contexto internacional de profunda incerteza. Polémico e pessimista.



Vivemos uma tripla crise: mundial, europeia e nacional. Podemos começar por aquela que mais nos condiciona, a crise europeia. Como é que a Europa pode sair daqui?



Estive recentemente na Universidade Católica do Porto para falar dessa questão e resolvi fazer uma coisa sobre a Europa, o euro e a China. A minha ideia, que pode estar completamente errada, é que temos de começar por compreender por que é que os alemães foram forçados a aderir ao euro e que o euro, na prática, não é uma resposta europeia à globalização. É, antes do mais, uma resposta à unificação alemã.



E uma resposta política, antes de ser económica.



Política. Não vejo que a Alemanha queira sair do euro nem que a sobrevivência do euro esteja em causa. Penso que a Alemanha tem uma ambição, que esta crise veio fortalecer, que é a de redesenhar o mapa monetário mundial. O que uma parte da elite alemã gostaria era que tivéssemos um sistema monetário com três pólos: o dólar, o euro e o yuan chinês. Há uma parte dessa elite que vive muito mal com o modelo anglo-saxónico de capitalismo e com o seu domínio da economia mundial. Nessa medida, seria um suicídio colocar em causa o próprio euro, porque é ele que lhe dá, apesar de tudo, uma outra dimensão para negociar este sistema tripolar que o marco dificilmente teria mesmo que fosse agora reinventado.



A Alemanha quer preservar o euro mas em que condições?



O que está em causa é a necessidade de consolidar o controlo sobre o euro para que possa ter um papel muito mais importante no futuro. E esse controlo tem de ser acompanhado por outra coisa: a Alemanha quer pagar o menos possível para salvar economias que vê como relativamente inviáveis.



As economias da Europa do Sul?



Sim. E o problema é que hoje a Europa do Sul, ao contrário do que aconteceu nas décadas anteriores, já não é um mercado fundamental para a Alemanha e os alemães vêem-na como um peso que não querem ser os únicos a ter de suportar.



Está a dizer que a Alemanha ficaria satisfeita se os países do Sul saíssem do euro? Isso não seria a sua condenação?



Não vou dizer isso, porque não sei. Essa é a discussão sobre o que quer realmente a Alemanha. Apenas acho que não quer sair do euro, a não ser que seja completamente forçada. Eles quiseram pregar um grande susto à Europa. Mas mesmo um grande susto. Querem impor alguma ordem. Não sei se querem mais alguma coisa.



A UE, tal como existe, ainda é aquela que serve os interesses mundiais da Alemanha?



O que me parece é que os alemães têm uma estratégia clara na qual a China e a Rússia são chave. A China, para venderem aquilo que produzem, e a Rússia para comprarem energia e também desenvolverem a industrialização. Entre a Rússia e a China, a Alemanha tem uma nova estratégia. Mas também admito que não possa separar-se completamente dos Estados Unidos. O ideal, para ela, era que os EUA se dessem bem com a Rússia. Isso favorece o jogo alemão porque pode pôr em prática [a sua estratégia] sem ter de fazer escolhas.



Onde é que entra a China?



A Alemanha sabe que pode contar com a China porque Pequim não quer ficar sozinha com o dólar para o resto da vida. A China é a única entidade no mundo convictamente empenhada - pelo menos enquanto esta direcção lá estiver - em que o euro não se afunde. Quer ter outro parceiro que não seja apenas o dólar e, portanto, no que puder ajudar, fá-lo-á. Comprar dívida emitida por entidades europeias...



Já está a fazê-lo.



Só que há aí um outro problema: a China não sabe muito bem o que é isto da União Europeia, deve fazer-lhe alguma confusão esta coisa de 27 países que decidem tudo numa grande conversa. Precisa de alguém em quem confiar e acho que confia na Alemanha. Os alemães sabem que têm as costas quentes, que a entidade mundial que mais pode ajudar o euro está com eles. Estão relativamente à vontade. Quem deve estar relativamente aflito é a França. São os que vierem a seguir [a Merkel e a Sarkozy] que vão ter, ou não, alguma capacidade para se entender.



Sobre quê?



Não sei. Mas a essa pergunta só se pode responder com outra: os outros países, que não a Alemanha, para onde é que podem ir? Para lado nenhum. A Alemanha está bastante à vontade.



Mas há também fragilidades dentro da própria Alemanha que não tornam as coisas assim tão simples. A Alemanha tem dois problemas. O primeiro é que é uma economia muito exportadora mas não é inovadora. Não há nada de novo que a Alemanha tenha criado nos últimos 50 anos. É extraordinária a melhorar aquilo que já faz há quase 150 anos: automóveis, mecânica, química. Está muito bem adaptada para fornecer países que se industrializam, que se urbanizam e que se motorizam. Mas tem uma grande dificuldade em inovar sobretudo quando as economias desenvolvidas passaram a ser economias terciárias. No sector dos serviços, já praticamente não há um nome alemão.



Isso quer dizer que o seu modelo pode esgotar-se rapidamente?



Isso quer dizer que está esgotado e que ainda tem vida apenas porque há economias emergentes. O segundo problema é que o modelo alemão, em termos financeiros, é totalmente oposto ao dos EUA e ao do mundo anglo-saxónico - é um modelo centrado nos bancos.



Os alemães continuam a poupar muito e a colocar muitos depósitos nos seus bancos. Esses bancos tinham tradicionalmente uma relação muito estreita com a indústria alemã, para onde canalizavam o seu dinheiro. O que acontece é que hoje a grande indústria alemã financia-se nos mercados de capitais, que são uma invenção anglo-saxónica. Com muitos depósitos a afluir e com menos negócios tradicionais para aplicar o dinheiro, eles tiveram de ir à procura de aplicações altamente rentáveis e foram comprar coisas como o subprime, do qual foram os segundos grandes compradores. Importaram um vírus que o seu sistema imunitário não tem capacidade para gerir. E, então, para tentar obter novas receitas que lhes permitissem apagar os prejuízos que aquilo ia criar, lançaram-se a comprar dívida soberana dos países do Sul [da Europa].



E estão amarrados de pés e mãos.



É essa a minha opinião. E isso é uma segunda grande fraqueza, que limita a margem de manobra alemã. Os espanhóis já percebem isto perfeitamente e sabem que um default desorganizado da Europa do Sul lhes seria fatal... Isso faz com que haja um factor de coesão mas, ao mesmo tempo, de muita tensão: os espanhóis não gostam de ser maltratados e os alemães de estar amarrados.



O modelo alemão tem as limitações que descreveu. O modelo anglo-saxónico está a atravessar uma crise. Como é que a China joga com isto?



Não sei, mas admito que quem deve estar assustado são os chineses.



É preciso compreender a crise financeira de 2008. Os EUA são uma economia que tem défices correntes com toda a gente - com a Europa, com os produtores de petr? leo, China, Japão, Taiwan. E isso é uma coisa absolutamente lógica. Os EUA permitiram que a Ásia se desenvolvesse ao transferirem para lá a produção de muitas das coisas que consomem. O que acontece é que nenhum dos outros possui um sistema financeiro próprio capaz de reciclar essa quantidade toda de dólares e, por isso, tem de recolocá-los nos EUA. A questão fundamental é que os Estados Unidos têm de produzir activos em que toda a gente confie e queira comprar como forma de colocar as suas poupanças. O grande problema que penso estar na base desta crise financeira foi que, pela primeira vez, os EUA não tinham activos suficientes para colocar. O Lehman, o Morgan Stanley, eram absolutamente cruciais na economia mundial porque são eles que transformam latão em ouro e que o colocam à venda no mundo inteiro. Não vale a pena dizer que a crise se deve a um bando de gananciosos. O grande problema, que pode marcar o fim da globalização e o declínio americano, é a incapacidade de produzir esses activos.



Este modelo de globalização tem de ter sempre no seu centro os Estados Unidos, com os seus défices. Que funcionam como uma espécie de capital de risco do mundo inteiro.



A China tem a noção disso?



A China precisa dos EUA mas não quer que a Europa desapareça do mapa e fará tudo para ajudar a mantê-la. Já está a comprar títulos de dívida gregos e espanhóis.



A questão é outra. A Espanha andou a criar uns leitõezinhos que já são muito apetitosos: a Telefónica, a Repsol, a Iberdrola, etc. No nosso caso, a Galp, por exemplo. Penso que esta crise é aquela em que alguém vai dizer: meus caros amigos, é altura de os leitões irem para o mercado para serem comprados por quem tiver dinheiro para comprar. O pior que pode acontecer nesta crise é haver uma transferência maciça da propriedade no Sul. É os chineses comprarem tudo o que lhes interessa na Grécia - o Pireu, os armadores...



E em Espanha e Portugal?



Os árabes, talvez. A Europa vai ser salva pelas compras dos chineses e dos árabes e, no caso português, também dos angolanos. Esta é a parte económica, que pode ser muito complicada pela parte geopolítica.



Como?



Em boa medida, por causa da energia. O abastecimento energético da China é um problema-chave para o seu futuro. Eles tinham três hipóteses de o resolver. A primeira era irem para o off-shore do Mar do Sul da China, mas aí tinham um grande problema. A China é uma entidade que não existe, economicamente falando. Tem a fatia costeira que faz parte do mundo da globalização e tem o resto. Esta parte costeira viveria muito bem sem nenhuma ligação com esse resto, da mesma maneira que vivem os coreanos, os japoneses, os taiwaneses, exportando produtos e importando o que não têm. Esta zona próspera e em crescimento - foi esta zona que os EUA arrancaram do atraso - tem toda a vantagem na continuação da globalização, dificilmente pode viver sem ela.



Se os chineses fossem para a opção do off-shore, esta região ainda ficava mais independente e ainda precisaria menos do resto da China. O poder em Pequim tem perfeita consciência do risco que isso comporta e, por isso, defende uma segunda hipótese, a hipótese continental, em que tem de ir buscar o petróleo e o gás à Rússia e, sobretudo, à Ásia Central, que tem de atravessar toda a China. Isso permite-lhes convencer essa China da faixa litoral de que precisa do resto do país e de que precisa do poder central para organizar isto tudo.



A terceira alternativa é dizer: para já, vamos ao Golfo Pérsico e a Angola buscar a energia de que precisamos. Isso tem um problema: as linhas de comunicação marítimas são extensíssimas e quem garante a sua segurança é a América. A dada altura deve haver uns almirantes loucos em Pequim que vão dizer: temos de constituir uma grande marinha. E no dia em que decidirem fazer isso a guerra está no horizonte.



Isso contraria a nossa ideia de que o desenvolvimento ajudará a integrar a China.



Ninguém liga nenhuma a estas coisas mas elas são fundamentais. O poder em Pequim tenta resolver este imbróglio optando pela Ásia Central. Mas aí vamos ter ao Afeganistão. No dia em que os americanos saírem, vamos ter a Índia, que não quer que os chineses vão para lá; os russos, que não querem que os chineses vão para lá; e os chineses que vão entrar lá de mãos dadas com os taliban com que estavam a negociar antes do 11 de Setembro. Porque o controlo sobre o Afeganistão é a chave para uma estratégia de abastecimento por via da Ásia Central. É a única que lhes permite resolver o problema dos almirantes loucos.



Ou as rotas ou o Afeganistão?



E uma terceira, que é quando [a secretária de Estado Hillary] Clinton vai ao Vietname e declara que os EUA querem pacificar o Mar do Sul da China, que é precisamente onde os chineses também podem ir buscar petróleo. Em todos os sítios onde eles querem ir buscar petróleo, os americanos estão envolvidos.



Neste jogo global, qual é o papel da Europa?



A Europa vai ser comprada pela China e pelos príncipes árabes.



E se isso, por hipótese, acontecer, que papel lhe resta?



Vai dividir-se em dois grupos. O Reino Unido já foi à Índia dizer que os paquistaneses eram uns patifes, porque sabe que eles são os aliados da China para este jogo. O que [o primeiro-ministro David] Cameron foi lá dizer agora foi o seguinte: nós estamos com a Índia e não com a China. Está a ver perfeitamente o jogo e ficará deste lado.



Quanto aos árabes, ainda não consigo perceber verdadeiramente o que querem. Há na OPEP um conjunto de gente que quer atacar a importância do dólar e deixar de depender de um dólar que eles temem que vá colapsar.



E também lhes interessa apostar no euro?



Exactamente. Vão continuar a dispor de grandes excedentes que lhes dão para comprara a Repsol e os outros leitõezinhos. Vamos ter uma Europa cheia de príncipes nos conselhos de administração e de chineses a financiar os Estados. E isso vai permitir que a Europa sobreviva.



Sobreviva?



É o nosso pequeno mundo. O grande mundo é a OPEP e também o Irão, a China e os EUA.



Como é que nós, portugueses, nos vamos adaptar a esta nova situação?



Penso que os alemães simpatizam connosco. Investiram cá, têm uma boa experiência, e não fizemos nada recentemente que os levasse a mudar de atitude. Portugal acumulou um capital relativamente à Alemanha que é positivo e que o distingue da Grécia. Mesmo passando entre os pingos da chuva, não estamos assim tão mal no nosso relacionamento político.



Com a Alemanha? Nos cenários que fez em 2002 colocava três alinhamentos possíveis - a opção ibérica, o alinhamento francês e a "Casa de Borgonha", que seria com o Benelux. A ibérica está em discussão - entre eles e entre nós. A França está em situação difícil e o Benelux falhou.



Não sei. Eu estou à janela e apenas posso dizer: aquele que está a passar ali vai ser atropelado. Penso, no entanto, que a Holanda continua a ser crucial e, quando a Bélgica se desintegrar, a Flandres pode ser a nossa maior amiga. É preciso reflectir muito sobre isto, mas creio que há três países que nos interessam: a Alemanha, a Holanda e a Noruega.



A Noruega?



A Noruega devia ser o nosso aliado principal por causa do petróleo, do mar e da exploração da plataforma continental.



Alguns dos cenários do exercício que fez mais recentemente [Portugal 2025 - que funções no espaço europeu, cuja recente actualização considera quatro cenários: "Florida Europeia", "Plataforma Asiática", "Escócia do Sul", "Ponte Atlântica"] consideram a plataforma energética que poderíamos constituir como relevante.



Exacto. Por isso, a Noruega é um parceiro possível - é atlântico e está muito próximo da UE. Fizemos um trabalho sobre as empresas energéticas na Europa e a Statoil [norueguesa] é uma coisa extraordinária - a forma como eles conseguiram estar no mundo inteiro. Mas falo da Noruega se decidirmos fazer uma aposta na plataforma continental, na sua extensão. Os alemães podem também estar interessados, porque não têm mar. Mas entre alemães, noruegueses e holandeses... A Noruega e a Holanda são o mundo atlântico. A Alemanha é o mundo europeu de que não podemos fugir.



Isto não tem de ser contra a Espanha...



Mas há um elemento permanente na cenarização para 2025 que passa pela ideia de que não deveremos ser apenas a fachada atlântica da Espanha.



Esse problema existe, só que uma parte da elite portuguesa não o quer ver. O actual Governo era "Espanha, Espanha, Espanha". Cavaco Silva era "Espanha, Espanha, Espanha". Temos de ter uma boa relação com a Espanha. Isso está fora de causa, mas temos de ver é como é que fazemos isso.



Voltando aos cenários. Parece-me comum a todos que a geografia volta a ganhar peso, depois de ter sido, de algum modo, absorvida pela Europa. É essa a mudança?



A questão central é que, em qualquer dos cenários, Portugal tem de se tornar mais atractivo. Na nossa encarnação anterior, não precisávamos de ser particularmente atractivos. Bastava sermos bem-comportados, cumpridores das normas europeias. Isso até nos criou alguma respeitabilidade. Íamos subindo os degraus.



O que me parece é que, neste estado de tensão em que a Europa vai estar, temos de ter uma maior consciência daquilo que podemos querer.



Que já não pode ser o mesmo?



O nosso percurso de convergência com a UE foi interrompido há 10 anos e agora agravado pela crise.



A resposta que foi dada à crise por este Governo é muito interessante. É uma resposta de emergência, mas o facto é que fomos ter à Líbia, Argélia, Venezuela e Angola. A primeira razão é o petróleo. Mas há outra coisa em comum: à excepção de Angola, todos têm relações tensas com os EUA. Fomos à procura de parceiros que estão completamente fora do nosso alinhamento estratégico, embora pudessem dar bons negócios. Conseguiu-se aumentar as exportações para esses países. O primeiro-ministro fez como Paulo Portas: passou a ir às feiras. Estava habituado a andar nos supermercados e passou a ir às feiras. Não estou a pôr isso em causa, possivelmente não podia fazer outra coisa...



É aí que entram os outros cenários. Num dos que considera, podemos transformar-nos numa plataforma intercontinental alinhada com a Ásia, em que o investimento que substitui o alemão é o asiático...



Mas que se insere muito bem nesta estratégia da Europa próxima da Ásia... O primeiro-ministro chinês, nas declarações que fez sobre o euro, disse que não nos podemos esquecer que a Europa é sempre um campo de investimento prioritário para a China.



E há ainda outro cenário que é o "escocês"...



Esse é apenas se houver descobertas de petróleo e de gás no nosso off-shore, o que provocaria uma grande mudança. Mas mesmo não havendo petróleo, esse cenário não é impossível. Utilizei a ideia da Escócia porque ela se desenvolveu muito fornecendo serviços de engenharia para o Mar do Norte. Desse ponto de vista, a bacia da África Ocidental podia ser o nosso Mar do Norte. Essa função podia ser desenvolvida aqui e o Brasil pode ser um parceiro fundamental.



No outro cenário, o da "ponte atlântica", estamos com o Brasil mas mais numa posição subalterna. É a ideia de que a CPLP pode ter indonésios, australianos - é aquele em que podemos tentar fazer do mundo de expressão portuguesa uma força. Penso, no entanto, que só temos interesse nisso se conseguirmos alinhar mais o mundo de expressão portuguesa com o mundo de expressão anglo-saxónica. Porque o primeiro, sozinho, nunca tem muita força.



O que também há de comum é a ideia de que deveríamos aproveitar melhor a globalização...



Estes cenários são do DPP, mas são feitos por mim. Se o DPP tivesse de se pronunciar hoje, preferiria que eu nunca os tivesse feito. Está numa posição muito melindrosa. A maneira como encaram isto, os mais novos, é diferente. Tudo isto foi feito por uma geração - a nossa - que foi ensinada desde pequena na gestão dos conflitos e na paixão pelos conflitos. A geração deles é a geração da procura da felicidade.



Só que a crise mundial obriga-nos a pensar no que pode correr mal.



O grande problema é que a adesão à moeda única teve como consequência uma fuga generalizada perante a globalização. Quem se endividou mais não foi o Estado, foram os bancos, para alimentar o consumo interno. E esse consumo é uma forma de alimentar as exportações alemãs e italianas, etc. Isso teve duas consequências: facilitou as importações e criou uma atracção enorme pela terra e pelo investimento no imobiliário como grande forma de obter lucro. As famílias podem consumir importando porque têm financiamento bancário e o sector empresarial tem uma oportunidade enorme em torno da terra - da terra para os portugueses e depois, pelos PIN [Projectos de Interesse Nacional], a terra para estrangeiros. Foi esse o esquema que nos levou a uma situação muito complicada. Temos cada vez menos para oferecer para o exterior. O facto de deixarmos de importar não acho mal, o problema é que se criou um sector de emprego muito grande à volta daquilo que se importa. Basta ir aos centros comerciais.



E os grupos económicos e a banca vivem do mercado interno.



No ano passado, a ANEOP [Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas] fez uma publicação maravilhosa que dizia o seguinte: a construção, ela própria, representa 8 por cento do PIB em 2009; o cluster da construção no sentido mais alargado - matérias de construção, promoção imobiliária, serviços ligados à habitação, obras públicas - representa 18 por cento do PIB e absorve 72 por cento da totalidade do crédito concedido pelo sistema bancário. O que sobra é para as PT, as EDP e o resto é nada. É um problema diabólico.



Precisamos de atrair investimento, o que pode implicar várias coisas, entre as quais um sistema fiscal mais competitivo.



A fiscalidade não é tudo. Trouxemos cá o presidente da Infosys [empresa indiana líder mundial nas tecnologias da informação], o senhor Murty, para uma coisa sobre as tecnologias da informação. Queríamos trazer alguém de topo no sector e que fosse indiano. O senhor foi capa da Time mas aceitou vir cá com muita facilidade, trouxe a mulher e umas amigas da mulher que eram goesas, foram aos Jerónimos e tudo isso. A certa altura, quando o trazíamos do aeroporto, perguntámos-lhe porque é que nunca tinha investido em Portugal. Ele respondeu que, para isso, tinha que ter resposta a algumas perguntas prévias. Quais eram as perguntas? Como é que é a relação das vossas crianças com a matemática; a partir de que ano é que escrevem e falam inglês correctamente; como é que estão de talentos; e quantos engenheiros informáticos formam por ano.



Quando foi isso?



Em 2007. Levámo-lo à Agência de Investimento, onde foi muito bem recebido e lhe explicaram que Portugal era fantástico, não tinha greves, era flexível, o IRC era de 25 por cento. Ele ficou calado todo o tempo. Até que lhe perguntaram o que é que achava. Ele respondeu mais ou menos isto: "Achei tudo muito interessante, mas só quero fazer uma pergunta: eu posso premiar os melhores ou não?"



Essas quatro coisas que ele mencionou têm todas a ver com o capital humano e nada com fiscalidade.



Absolutamente. E a outra, tem a ver com o processo de organização social. O que estou a dizer é que, por exemplo, para uma fábrica de automóveis a questão dos impostos é chave. Mas para ter empresas informáticas ou clínicas de alta qualidade, pode não ser tão importante. Isso obrigaria a ver, em primeiro lugar, o que é que queremos atrair nesta fase e o que podemos atrair. E até podemos concluir que é muito mais importante no futuro não ter um IRS muito pesado sobre os quadros do que ter um IRC baixo para as empresas. O cenário da Florida, por exemplo, tem muito mais a ver com talentos.



Já produzimos alguns talentos mas a tendência parece ser a de se irem embora.



Essa questão só se resolve com investimento estrangeiro. E a única alínea da política industrial de um país como Portugal é a atracção de investimento.



Olhando para os cenários que nos projectam mais na globalização, onde é que precisamos de apostar?



Este trabalho que fizemos agora para a ANEOP está muito centrado nas infra-estruturas para lhes chamar a atenção de que, conforme os cenários, assim será a actividade no sector. O cenário da "plataforma asiática" é o mais exigente em infra-estruturas. Grande aeroporto, porto de águas profundas (Sines), caminho-de-ferro para mercadorias para a Europa.



Mas não vale a pena pensar em infra-estruturas se não estivermos, ao mesmo tempo, a atrair os investimentos que necessitem delas. É isso que me custa a perceber, não sermos capazes desse exercício... Temos de encontrar quem são os actores que estão interessados em vir para aqui. E isso não se pode definir à partida, embora haja coisas que se podem saber. Penso, por exemplo, que devemos olhar para Estados intersticiais como Singapura ou o Qatar, com pouca base territorial, mas ligados ao mundo e que precisam de bases. Devíamos olhar para eles como aliados para fazermos aeroportos ou portos de águas profundas ou para termos parceiros para a TAP.



Onde é que vamos encontrar os actores políticos, económicos, sociais para conseguirmos isso?



O que vai tornar este período mais difícil é ainda não se saber exactamente a natureza desta crise. Se esta crise for uma crise de rearrumação da globalização, quem estiver cá a governar vai ter de exercer funções que antes não eram precisas por causa da Europa. Vamos demorar tempo até nos adaptarmos a esta nova realidade e vai levar tempo a que a classe política evolua. Isso não quer dizer que a Europa não tivesse sido boa. Mas criou, em simultâneo, um modelo de funcionamento que não gera as exigências que agora vão ser precisas. As pessoas espantam-se que os dirigentes políticos tenham perdido qualidade. Era inevitável. Era um grupo que devia apenas seguir o que se decidia em Bruxelas, não era preciso mais.



Agora, vamos atravessar um processo dramático onde vão aparecer muitos falsos profetas mas em que o nível vai mesmo ter de acabar por subir. Imagino que sim.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A questão de DEUS e o capitalismo

Em dois "posts" aqui colocados intitulados " A Inteligência das Nações e o seu Desenvolvimento " falei de Spengler e de Tonybee. O primeiro anunciou que qualquer civilização ( e já falava a pensar na Europa ) passava por uma fase de crescimento - a fase da cultura - e terminava num processo de declínio - a que chamava a fase de civilização.

Toynbee no seu grande tratado " Um Estudo  de História " retomava o tema e chamava a atenção para a importância da Religião sendo até o primeiro a chamar a atenção para o choque entre civilizações cristãs e a muçulmana. Isto há um século.

Tanto um como o outro foram influenciados pelo monstro sagrado da sociologia , Max Weber, que se preocupou imenso em compreender como certos países se desenvolviam mais através do capitalismo que outros.

Os três juntos ( a que se juntou mais tarde esse outro enorme pensador e romancista que foi André Malraux )  achavam que o problema da temporalidade ( a noção subjectiva do tempo - e sobre isto escrevi um post nos inícios deste blog a que chamei a "Parábola do tempo e do relógio" ) que não é o tempo cronológico,  estavam na origem de muitos dos "humores" ontológicos da nossa espécie . Spengler disse mesmo, muito antes de Heidegger que o Homem se preocupava com o Devir, enquanto os animais " estavam ancorados no aqui e no agora" e isso mesmo os diferenciava.

Recentemente esta questão voltou às preocupações de filósofos e politólogos, bem como dos psicólogos sociais, e um professor de Literatura e filósofo de nomeada, Samuel Weber, tem aprofundado a questão. E ela não é de somenos.

Já aqui disse que um dos factores ( o outro é o Poder e a sua noção ) que vai ditar o nosso futuro é a questão da temporalidade. A qual recorda de imediato a célebre frase de Benjamim Franklin : "tempo é dinheiro!"

Pois S.Weber , numa recente conferência, achou por bem provocar a plateia com o título inverso:-" Money is Time !".Assim inverteu o pressuposto de todos , segundo o qual o protestantismo com a Reforma calvinista que ocorreu no centro e norte da Europa estaria na base do aproveitamento da então revolução industrial nascente, dando aos ingleses , holandeses , alemães e outros nórdicos um avanço enorme em relação ao resto do mundo. A tese era a de que o enriquecimento era ,para os protestantes, visto como um sinal de salvação. De resto quando vemos um filme americano ou nórdico, até um do far-west em que a família antes de se sentar a comer dá Graças a Deus pelas boas colheitas ou a riqueza que lhe permite comer peru em vez de feijões, temos um espelho chapado do que quero dizer. E isto , se conjugado à influência que nesses países teve a filosofia de Kant (e do Dever kantiano ) ajuda , de facto , a entender melhor como povos tão arcaicos como os da Noruega, Suécia ou Alemanha ( com ou sem matétias-primas -  carvão e ferro ) se adiantaram no contexto das nações.

E também ajuda a entender como os latinos , ao contrário , escondiam a sua riqueza, como se de um pecado se tratasse ; e como os nórdicos têm compaixão ( que os obriga à solidariedade ) e como os latinos católicos se ficam pelo ter-pena-de ( que os obriga à esmola, simplesmente).


2. A  Crise

A crise que o mundo capitalista vive não é a primeira. No séc. XV na Holanda surgiu uma enorme crise capitalista que tinha como objecto a especulação de bolbos de tulipas; as tulipas e seus bolbos que haviam sido trazidas do oriente por nós portugueses, chegaram á Holanda pela mão dos exércitos do Duque d'Alba comandante das tropas dos reis Filipes de Espanha ( e Portugal ocupado ) e chegaram a ser vendidas e revendidos dez vezes por dia ( o mesmo bolbo ) sempre por preços escandalosamente mais altos...até que após seis meses de delírio especulativo a coisa faliu, não havia compradores para os bolbos mas havia uma multidão de falidos famintos ( ver George Cooper: "A O rigem das Crises Financeiras").
E porque não é a primeira,  podemos "captar" nesta questão do dinheiro um certo cheiro a Deus. Explico-me. Quando o vígaro Bernard Madoff levou milhares à falencia  há  tres anos clamava que era Deus; mas quando muitos dos roubados eram ouvidos diziam, como foi o caso  do escritor judeu Elie Wiesel, "Nós pensávamos que ele era Deus!".

Ou seja, parece haver uma dimensão de teologia na questão do dinheiro. A  minha experiência clínica deu-me um informação preciosa sobre o modo como as gentes lidam com o dinheiro sendo que o maior fascínio do dinheiro é o dinheiro gerar dinheiro: daí a frase de Weber , dinheiro é tempo!.

Em boa verdade a tradição cristã esforça-se por pensar o tempo como um infinito, uma perenidade. Não morremos porque vamos para o Céu, ou viveremos por reincarnação ( nem que seja num piri-lampo, como acham espíritas e não só ). E isto tem lógica já que Deus só pode ser entendido como uma Entidade única na intemporalidade e e na imortalidade, mas, e sobretudo como um criador de criaturas imortais, mas que se tornam mortais por via da culpa e do pecado.

Já antes da actual crise ser despoletada, a falência da EMRON , nos Estados Unidos tinha sinalizado que o sistema ( capitalista ) seguia sem regras nem rumo certo e que funcionava exclusivamente para produzir mais lucro , mais dinheiro para um número restrito de pessoas . O lema era : UM MÁXIMO DE LUCRO NUM MÍNIMO DE TEMPO.

E isto também obedecia a uma lógica que era o que não cresce morre!. O próprio Marx escreveu no CAPITAL, a sua grande obra, que o capitalismo era algo para o qual cada limite era uma fronteira que devia ser ultrapassada. E foi-o. Basta ver como todos os gestores, administradores, gerentes nem que fosse de tremoços tentavam enganar o tempo de modo a esticá-lo para se Deificarem aos olhos dos outros e recheio dos seus bolsos.


3 - É por tudo isto que  comungo da ideia de que a grande diferença  do cristianismo ( a partir da Reforma de Calvino  ) em relação ao judaísmo, é a ideia cristã de que um cristão pode cair no pecado mas é possível salvá-lo. E é também por tudo isto que que o capitalismo deve ser considerado não  meramente como o efeito duma religião, mas como uma manifestação religiosa em si mesma, respondendo às mesmas preocupações e problemas de uma religião. E é curioso que Franklin  invoque o juro como a característica principal da religião capitalista mais que a exploração do trabalho-social, que em Marx era o factor decisivo da produção da mais-valia.

E, finalmente, e enquanto psiquiatra, questiono-me, se, aquilo que até agora tem sido apresentada ao mundo como  causa da actual Grande Recessão - ou seja  o sentimento de avareza - pode considerar-se como tal e como a origem de todos os males ou excessos da capitalismo num contexto duma sociedade assim.
Questiono-me sobre isto, mas entendo e acho que , como Spengler e Toynbee, que  estamos na fase de declínio da nossa civilização, que esta ( como se vê por todo o lado)  não quer aprender com os excessos do passado ( a tendência para a hipertelia está absolutamente presente ) e que a quantidade que se sucedia à qualidade como dizia Spengler, está aí e é um péssimo sinal.