quarta-feira, 31 de março de 2010

Igrejas

A tragédia da pedofilia na Igreja Católica a que paertenço vai valer, se Deus quizer, algumas reflexões que aqui farei seriamente sobre o tema. Provavelmente em plena Quaresma, como sinal!
Entretanto vou aqui lembrar, depois de histórias de Judeus, uma da "igreja" IURD:
Três "pastores" conversam sobre os problemas que têm com os morcegos nos seus teatros velhos. transformados em igrejas, e as maneiras de os afugentarem.
O primeiro diz:
-"Peguei numa espingarda e crivei-os de tiros!, mas a única coisa que consegui foi encher as paredes de buracos".
O segundo diz:
-"Eu pus veneno e desapareceram, mas depois voltaram!".
O terceiro, a sorrir,diz:
-" Eu tenho a solução. Batizei-os, fi-los membros da igreja e falei-lhes da dízima. Nunca mais voltaram!". 

Mas, como acredito que Freud tinha razão quando postulou que " a tristeza é a morte ", vou contar uma anedota que me foi contada por um abade do Douro, devidamente actualizada:
O Bispo chama um padre de aldeia e repreende-o: -"Que celebres a missa com calças de ganga em vez da sotaina...não faz mal! Que uses T-Shirts...passa! Que prendas o cabelo num rabo-de-cavalo...não comento!Que uses brinco, consigo suportar, Que tenhas tatuado o braço...engu-lo!Que uses um piercing no umbigo...fecho os olhos!. Mas esta agora é que não tolero. Não estou disposto a que, durante a Semana Santa, vás de férias e pendures um cartaz na porta da Igreja a dizer: -"Fechado por morte do Filho do Chefe!. Isso não aceito!".

Acontece que há anos que tento visitar a Igreja de Azurara para a mostrar ao meus amigos. E só lá consegui entrar uma vez!. Mas pior é a Igreja Matriz da Vila, bem como a fabulosa recuperação dos azulejos seiscentistas e das telas de finais do mesmo século da escola de Murillo que foram recuperadas e reinauguradas há um mês na Igreja da Misericórdia, igrejas que estão quase sempre fechadas! Pode dizer-se: pois, não se pode manter a porta aberta de Igrejas com tamanhas preciosidades!. É verdade. Mas então, como é que está sempre aberto e cheio de gente a divertir-se, a Casa Paroquial?.É que se esta serve para catequizar jovens e não só, mandaria o bom senso que tanta gente assim chamada a Deus aprendesse a sorrir com o voluntariado religioso e cívico da pequena trabalheira de , por turnos, manter abertos e guardados os locais de culto, quer para propiciar o descanço da alma de cristãos, quer para permitir fruir a beleza aos ateus.

E já agora Delenda China e Madeira est!

BOOMERANG III

Nos três "posts" que antecedem este, mas que tendo sido publicados antes aparecem no seu computador depois deste, eu tentava demonstrar que para além dos 60% de portugueses que segundo Medina Carreira vivem à custa do Estado, há um sem número de outros que podendo trabalhar por conta própria têm, sempre que podem - e nos últimos vinte e cinco anos puderam quase sempre -  lançar um gancho ao Estado.
Eu não falei dos meus numerosos amigos e familiares do Porto mas o que disse para os que nesta fase da minha vida em Vila do Conde convivem mais próximos de mim também se aplica aos que deixei no Porto.
Isto quer dizer que não são só os beneficiários do rendimento mínimo ( a maior parte da qual é cigana - os romani, para parecer que não sou racista ), nem os que recebem rendimentos de desemprego´( agora muito esticado ), nem os de sobrevivência, nem que são pagos a pseudo-amas, nem os que são pagos a pseudo-cuidadores de velhos incapazes de cuidar deles mesmos, etc,etc, quer dizer a classe teoricamente pobre, a única que se dependura no Estado. Não. Dependurar-se no Estado em Portugal é mas é um estado de espírito que pode demorar a passar. É por isso que os advogados meus amigos aqui referidos e muitos outros, se queixam da vida, porque são demasiado pequenos para também fazerem parte dos que vivem do Estado ( não criaram sociedades para auditar, projectar, negociar, atestar, representar os interesses do Estado ).

Vem isto a propósito de ser uma evidência que o Estado deve servir para cobrar impostos com os quais se criam as condições de soberania nacional e se homogeniza a geografia humana e e material do território: construir estradas, portos e aeroportos, pagar ao governo e sua máquina, organizar finanças, assegurar polícia, montar regras de sociabilidade através do aparelho judicial, preparar exército e desenhar uma política diplomática que defenda os interesses próprios, é função natural dos impostos. Se fôr possível dar ajuda noutras áreas muito bem, mas se não fôr, ao Estado compete o recato de, para homogeneizar território e pessoas, establecer mecanismos muito simples de homogenenização da riqueza que diminua o fosso entre classes ... e entre, sobretudo pessoas, sem nunca pretender o impossível: a igualdade ( isto faz-se através dum única taxa de IRS para todos a partir de um determinado valor de vencimentos, por exemplo).
É que meus amigos aquilo que o Estado nos mete nos bolsos, dos nossos bolsos também sai, via impostos dos mesmos bolsos mas com mais peso. Daí os títulos dos "posts": BOOMERANG. E isto é verdade como um pêro.

Hoje de manhã, dei a minha volta de bicicleta e com uma baixa-mar mais violenta que o normal por força do esvaziamento das areias das praias que este ano o mar levou, observei dois ucranianos que vieram de bicicleta até à praia vestiram fatos de mergulho e, mesmo com mar revolto por força dos ventos em redemoínho, se fizeram ao mar para apanhar percebes, mexilhão e talvez lapas. E assim ganharem a vida. Não vi portugueses a fazer o mesmo.
Dá que pensar.

Talvez tenha associado tudo isto porque o que ouço à generalidade dos portugueses é que a vida é miserável porque não há (bons ) empregos. Como se no Ocidente não tivesse terminado a noção de emprego ou carreira para toda a vida, e como se já não estivessemos com os ouvidos atulhados de avisos que durante trinta e seis anos andamos todos a gastar o que não era nosso... E não são só, nem especialmente, os pobres de bens e de espírito que mais protestam. Só que estes o fazem com mais histrionismo, (às vezes histerismo, sobretudo se houver televisão por perto) é a diferença. Os que se acham ricos de espírito protestam, afavelmente, mas de modo muito mais destrutivo, até porque era deles que se esperaria um maior discernimento.

Aqui há uns dez anos estava eu a discutir jé este tema numa festa com vários amigos. Não creio que fosse na Quaresma, mas às tantas o meu amigo Hernani que é director duma grande cadeia ( agora chama-se Establecimento Prisional ) e que tem mordomias que chegam a carro com motorista, pergunta:- Olhem lá, então porque é que há tantos funcionários públicos que são ateus?. Ao que o meu outro amigo Pedro Lopes dos Santos ( que é psicólogo) respondeu com o seu habitual sentido cáustico de humor:-" Porque não acreditam que possa haver uma vida melhor!"

  

terça-feira, 30 de março de 2010

BOOMERANG II

Há muitos anos, andava eu a escrever um diário a que chamei " Fazer Com Que Os Dias Contem", escrevi um texto sobre o chico-espertismo português que todos os dias via no consultório, com o  espanto por ninguém parecer perceber que o sufixo ismo significa o absoluto da coisa ( por exemplo, "economicismo", expressão tão em voga, significa que a econonia é vista como um valor absoluto que se justifica e auto-justifica ; ou que os ismos do salazarismo, franquismo, fascismo, estalinismo, comunismo, capitalismo,ou nazismo, são auto-justificáveis por terem sido entendidos como valores absolutos, apesar de darem no que deram).
E, resultou, das experiências dos meus doentes, o meu entendimento de que não compreendiam que um simples gesto seu junto do conjuge era um ab início e nunca um finis terra do que quer que fosse; ou seja, tudo o que fazíamos tinha consequências que, sem excepção, regressavam para, como uma onda ou um tsunami que ganhara força com o tempo, nos destruir.

Do que na altura escrevi, lembro-me da história de um paciente que era mais ou menos assim:

O senhor Ferreira, meu doente, chefe de vendas, é chamado ao director comercial da sua empresa para lhe dar um balanço das contas e respectivas expectativas de vendas.
O senhor Romero, seu director, fica feliz pela perspectiva de mostrar ao seu admininistrador directo a sua capacidade, a sua perspicácia, a sua autoridade no trabalho, e após uma semana de noites perdidas  a trabalhar nele, entrega ao seu superior um relatório a cores, muito bem batido em computador, e com gráficos de barras coloridos. O administrador diz-lhe que o deixe ficar que depois o analiza, e o senhor Romero sai a ruminar com um futuro aumento e uma promoção, feliz como um cuco. Mas, no dia seguinte, o administrador reporta ao presidente da administração os dados recolhidos, e este, com um gesto brusco e agreste, atira-lhe o relatório para as mãos dizendo:
- "Refaça-me tudo de novo. Isto é uma merda que não vale nada!".
O senhor Romero, em consequência, recebe de volta, na  secretária do chefe, o documento, e com ele na mão sai polidamente mas prestes a explodir interiormente. Se ele tivesse uma secretária teria descarregado nela a sua raiva dizendo-lhe:-" dormiu mal?, já reparou no seu ar e como se apresenta nesta empresa?, quando é que se apresenta como deve ser?". Mas sem secretária, o senhor Romero guarda consigo a raiva que vai crescendo com as horas de trabalho, de modo que quando chega a casa e dá de caras com a mulher que lhe prepara, cheia de cuidados e ternura o  seu petisco preferido, esperando-o com um sorriso largo e alma aberta, ELE ROSNA:
-"Outra vez perdiz de caça com paté!?".
A senhora Romero, lágrimas a soltarem-se-lhe dos olhos, o coração apertado e um terrível nó na garganta serve o jantar num silêncio de chumbo. O pequeno Romero júnior abre a boca para fazer uma pergunta inocente que é recebida com um CALA-TE, gritado pela mãe. A refilar por tudo e por nada, a criança acaba mais cedo o seu jantar sem comer a banana já descascada. Se ele pudesse agarraria a cauda do gato até que o bicho esperneasse. Mas como não tem gato, mete-se na cama a rogar pragas e a magicar que o tempo corre lento para ele poder abandonar aquela casa de doidos. Na manhã seguinte acorda tão furioso que só faz tropelias na escola.Tais tropelias, que a sua professora se passa dos carretos contra ele, numa fúria que cresce com o tempo em que decorre a aula.
E, quando chega a casa, a professora, mal o marido entra para almoçar, invectiva-o com os mais ignominiosos insultos porque não secara completamente os sapatos no tapete que ela mesmo nesse dia não pusera à porta.
O marido não era outro que o administrador da empresa do senhor Romero!

Vem tudo isto a propósito do que antes escrevi sobre o chico-espertismo lusitano, pecado mortal que me atrevo a acrescentar aos cinco já aqui descritos em outros "posts".
Os portugueses mostram ter um tropismo pelo abismo , assim como se o risco de estar próximo do abismo nos desse o prazer dum orgasmo ( como diria o maior avançado de sempre do futebol portugês, o portista Fernando Gomes ). E, se para sentir tal prazer, tiverem de ganhar a qualquer preço, roubar, escravizar os subordinados ou "furar" as leis cívicas por um lado, independentemente de saberem que o céu lhes vai cair na cabeça e vão ter de pagar por isso mais tarde, mesmo muito mais  caro..., estão geralmente prontos!. É isto o chico-espertismo - esse ismo que tudo absolutisa -, esse bicho verde e viscoso, que nos mata!

E a propósito Delenda China e Madeira est!


segunda-feira, 29 de março de 2010

BOOMERANG I

Acabei de ler a página que Miguel  Sousa  Tavares escreve no semanário " Expresso" e como quase sempre subscrevo a crítica que desta vez é sobretudo à indiferença e à ignorância ( já aqui por mim referida como um dos Pecados Mortais da Condição Lusitana)  da maioria dos portugueses, tipo, não sei nem quero saber e tenho ódio a quem sabe.
Só que desta vez, ele refere-se a este modo de ser - que é o da generalidade dos países europeus mediterrânicos, a propósito da ineficiencia do Estado, da incompetencia da maioria dos políticos, da obtusa exigencia dos "direitos adquiridos" dos beneficiários do Estado Providência (para  as duas últimas gerações, ou seja as pós-guerra ) ou da ignoância sobre as contas públicas. E nem querem ouvir as conquistas ao conhecimento feitos por Malthus ( no crescimento da riqueza e alimentação dos povos ), por Freud ( sobre o comportamento humano ), por Marx ( sobre a importância  dos movimentos económicos para determinar a História provável das nações ), ou de Darwin (sobre as constantes da teleologia ou finalidade do comportamento de qualquer espécie animal). O que é trágico, porque o somatório destes conhecimentos aplicado a Portugal dá como resultado um desastre que se não fosse denegado pelos portugueses podia ser combatido com vantagens inúmeras.
Neste artigo, o Miguel conta até o caso de uma manifestante grega contra o PEC grego que dizia que jamais aceitaria trabalhar além dos cinquenta anos porque tinha uma das duzentas e tal profissões que a demagogia grega resolveu classificar de "desgaste rápido". Era cabeleireira.

A questão é que à custa de slogans tipo " menos Estado, melhor Estado ", foram sendo criados  institutos, fundações, reguladores, e subsídios de todo o tipo para todo o tipo de gente da classe baixa, média-baixa, média ou média-alta, e da classe rica.

E eu, a ler o Miguel, pus-me a olhar para o lado e vi como nos domesticamos ao dono: ao Estado.
 Pus-me a fazer um balanço sobre a gente que me é mais próxima e "vi" isto: eu sou funcionário público reformado por doença e tenho pensão do Estado, a  minha mulher é aposentada do Estado, a minha ex-mulher é funcionária pública ( médica em exclusividade ), os meus sogros actuais com noventa anos são pensionistas , e o mesmo se passa com os meus ex-sogros que estão a caminho dos cem ( em ambos os casos as mulheres eram domésticas e nunca descontaram ), o meu melhor amigo é um rico industrial que ainda o ano passado recebeu ( dados ) um milhão de euros para auxílio à exportação, outro amigo íntimo é professor catedrático bem como a mulher em exclusividade para a Universidade do Porto, dois dos meus mais próximos jovens amigos de Vila do Conde são médicos e dependem directamente um e indirectamente outro do Estado, uma das mais próximas jovens amigas faz cursos tipo "Novas Oportunidades". Resta-me o meu advogado daqui de Vila do Conde e outro do Porto que são os únicos que não dependem do Estado Mafarrico, bem como um outro amigo que é jurista mas se dedica aos negócios. Até os restaurantes e cafés que frequento já se habilitaram aos célebres "cursos de formação" pagos pelo Estado.
Mas conclui ainda mais: nenhum destes amigos chegados, com excepção do jurista e do industrial produzem bens materiais; todos os restantes,incluindo eu, produzem ou produziram serviços. E os "serviços" não tiram a fome, não agasalham, não dão casa, não nos movem....

É pois isto que está em causa: há muito tempo que somos avisados que devíamos poupar e...trabalhar, fazer aquilo que alemães, holandeses,belgas e austríacos, fazem com gosto...e por isso são sempre super-avitários e não passam pela humilhação de  curvarem a espinhela à caridade alheia. Mas por cá, reina o chico-espertismo que me faz lembrar uma história:

Um antiquário do Porto, costumava calcorrear locais e lugarejos do Douro à procura de peças raras que pudessem existir nas casas agrícolas velhas ou nas casas solarengas mais ou menos abandonadas ( esta anedota foi-me contada por uma jovem velha senhora de Cinfães que volta e meia tinha que aturar estes senhores). Um dia, um destes antiquários deu de caras com a casa dum vetusto lavrador onde repousava, à porta, um vasilhame valioso da Idade Média que servia para dar de comer ao gato. Espedito, o antiquário propõe ao lavrador comprar-lhe o gato para oferecer à filha que gostava muito de animais. Acordado o preço, obteve, de imediato, o acordo do velho agricultor, mas  acrescentou:
-Já agora levo-lhe também essa tigela porque o coitado do gato está habituado a comer por ela.
- Ah! Não, recusa o lavrador. Esta tigela, como lhe chama, não a leva. Ela já me vendeu doze gatos de há um mês para cá.

E a propósito Delenda Madeira e China est!

  

sábado, 27 de março de 2010

QUARESMA II

Eu sou um admirador de José Sócrates.
Entendo que foi , nos primeiros três anos do seu mandato, o melhor primeiro- ministro de Portugal da terceira República.
Primeiro porque resolveu o problema das contas públicas ,condição sine qua non para haver Vida. E desenvolvimento.
Segundo porque fez reformas ( como a da´Segurança Social ) e só não terminou outras ( como as da Saúde, Educação ou Administração Pública ) porque partidos oposicionistas e corporações de interesses não deixaram.
Terceiro porque, pela primeira vez em quase quarenta anos, indicou um rumo para a economia de Portugal: as novas tecnologias, a instrucção tecnológica nas universidades, a disseminação dos "Magalhães" pelos pequeninos de Portugal, a inversão das exportações que passaram a ser de alto-valor acrescentado, o patriotismo na luta pela sediação das maiores multinacionais portuguesas ( Cimpor, Galp, PT, etc) em Portugal. Só pena que não tivesse tempo de explorar o "cluster" marítimo que sei que está nos seus planos.
Mas acontece que não pode governar muito mais. Por variadas razões que o transcendem.
 A impressão que colho, todos os dias, é que a sua única força é já ser fraco de forças ( os portugueses têm sempre carinho pelos que estão "por baixo", ou a apanhar pancada, porrada, indevidamente).

( independentemente de ser óbvio que mentiu no caso PT, negócio que nem chegou a efectivar-se, e que mesmo que se tivesse efectivado não alterava nada de substancial na liberdade de expressão , a verdade é que para manter uma mentira virtuosa optou por, por arrastamento, ter continuado a mentir - coisa que  estupidamente a oposição não lhe perdoou e a que passou a chamar " deficit de carácter ").

Por isto, melhor era, agora que o PSD tem Presidente eleito, provocasse eleições em que surgisse com tudo claro, mentiras aclaradas.
É que, como dizia, a sua força só está agora em ser fraco e isso é pouco para Portugal ( que não este país !), e passou a ser patético ouvir José Sócrates a continuar a falar grosso enquanto parece gritar: "agarrem-me, senão vou-me embora!", porque sabe que, cobardemente, nenhum Passos Coelho quer que ele vá embora até 2013 tal o sofrimento que quem quer que seja que nos governe vai ter que cumprir.
É a hora.

À aproximação da Páscoa, nos tais tres dias em que não se passa nada, é preciso que Sócrates morra, para  ter depois a sua ressurreição política.

Na política como na vida, também há burocracias a ultrapassar como escolhos que injustamente nos colocam à frente. Compreendo que a burocracia de dizer ao país : não posso mais assim!, não é burocracia fácil, mas lembra-me uma história do meu bispo do Porto nos jantares pascais em minha casa:
Um português a peregrinar pela Terra Santa vai dar a Jerusalém para vêr o Muro da Lamentações . Meio perdido, vê-se obrigado a pedir ajuda a um judeu que passa: -"Desculpe-me, mas sabe dizer-me onde fica aquele lugar onde se vai chorar e onde escrevemos os pedidos das necessidades que temos em folhas de papel?
-Ah, os requerimentos ao governo ..., tem de seguir por ali."

 E a propósito, Delenda Madeira e China est!

OH, O LUTO!

Ontem , como hábito, vi televisão à noite. E mais uma vez me apareceram no ecran solctitações para aquele peditório da Madeira que não tem fim à vista.
Matutei no caso. Mas por que seria? Então naquele célebre sábado de tempestade de há um mês atrás que varreu o continente e destruiu a generalidade das culturas  de estufa  da Póvoa do Varzim a Esposende, ninguem fala em ressarcir os agricultores dos danos, e a Madeira...?
Enfim, concluÍ que sobre a Madeira os políticos todos, que não o povo português, decidiu-se a um "acto deslocado" ( como se diz em etologia ): como não eram capazes de fazer um luto por Portugal, resolveram-se, uma vez tristes, a fazê-lo pela Madeira.
E eu pensei : que aborrecimento é o luto!. Permanentemente, a cada momento, é preciso mostrar que se está triste! Custa muito.

COMO SOMOS

Segundo dados publicados pelo Eurofound no European Company Survey, Portugal é , a seguir à ( quase ) insolvente Grécia e à (quase ) desnorteada França , o terceiro país - entre trinta países da Europa - com mais greves .

Segundo dados do Eurostat, Portugalé dos países com mais segurança do mundo. Vejam: crimes por mil habitantes em 2007 e 2008:
Suécia ( sim, não há engano !) - 120,6
bel-96
R.U.-91,4
DIN-88,4
HOL-74,5
ALE-74,4
AST-71,1
UE-15-69,1
IRL-67,5
FIN-65,7
LUX-62
FRA-57,5
ITA-57
ESP-45,8
GRE-38,2
PORTUGAL-37,7

Que pena termos tantos jornalistas maus, incompetentes ou perversos.

E a propósito, Delenda Madeira e China est!

terça-feira, 23 de março de 2010

QUARESMA I

Agora que estamos na aproximação à Quaresma, recordo com nostalgia os tempos em que a minha mãe organizava o jantar Pascal para mais de dez "cruzes" que saíam às ruas da freguesia da Sé, no Porto.
Recordo o cheiro cortante dos limões e o acre dos alhos e o doce do loureiro que temperavam durante dois dias o anho, melhor os numerosos anhos, para o repasto do senhor abade, mais o padre-coadjuctor, mais os seminaristas que davam as cruzes aos nossos lábios ( sedentos das amendoas de licôr da confeitaria Cunha), mais umas dezenas de pessoas importantes como o presidente da junta e às vezes - não poucas - o senhor arcebispo-bispo do meu Porto.

Recordo a chegada das ovelhas e dos cabritos que trazidos nos barcos rabelos que atracavam num cais mesmo por baixo do tabuleiro inferior da ponte D.Luís que já não existe, vindos do Douro que tudo produzia e tudo fazia desaguar na cidade para a sua sobrevivência.

E como não havia matadouros e nenhum visionário sonhava com a ASAE, lembro-me bem da festa da degola dos animais como uma atitude quase sagrada e que acontecia em muitos pontos da cidade, designadamente nos terrenos da minha casa mesmo sobre o rio, onde eram mortos às dezenas. A sacralidade daquele ritual não era do conhecimento comum, mas o meu pai cedo me explicou que era projectada naquela expressão comum " o bode expiatório disto ou daquilo... ". Porque esta expressão, e deixem que diga que já havia governos ( era o tempo do Salazar ) que expiavam culpas alheias, refletia a fuga dos judeus do Egipto a caminho de Israel e o hábito de durante a fuga os judeus matarem bodes, assim ofertados a Deus, pela expiação das suas culpas .

Nessa altura, o primeiro-ministro chamava-se Presidente de Conselho de Ministros, e o bode era mesmo EXPIATÓRIO, e não como agora, caso ainda se oferendassem bodes, seria ESPIATÓRIO a olhar às escutas que fazem ao Sócrates.

Mas enfim, em qualquer caso, sempre regado o cabrito em bom branco do Douro antes do forno, regalavam-se os supra-citados manducantes do mesmo, com tinto escolhido pelo meu pai, numa sala bem amesoada que a minha mãe povoava de flores da primavera a que ela chamava flores do jardim, senhor Bispo, não acha lindas ?. E o senhor Bispo achava, pois claro!

Era uma Páscoa que durava um tempo eterno, todo o tempo do mundo cristão, exactamente aqueles três dias, de sexta-feira santa ao domingo de páscoa em que não se passa nada ( Cristo é morto sexta e só ressuscita domingo ) mas para nós cristãos se passa tudo.

E contavam-se anedotas, e o senhor Bispo, sem largar dos lábios o sacrifício do anho, lá arranjava tempo para ir contando algumas.Um exemplo:
" Um filho pergunta ao pai judeu: 
-Pai, o que é a ética?
O pai, repito comerciante judeu, responde:
- A ética é o seguinte: imagina que entra uma cliente na loja, compra um saia pelissada que custa cento e dez escudos, engana-se e dá-me uma de cem e uma de vinte e vai-se embora. A ética é: conto ao meu sócio ou não ?".

E a propósito, delenda Madeira e China  est!

segunda-feira, 22 de março de 2010

890.000 EUROS

Fiquei a ouvir mais umas notícias sobre as enxurradas na Madeira.
A reportagem ia como a brisa:leve e cálida para com o governo regional.
Ás tantas, o repórter todo catita  pára. Helás! . Eis um grande motivo de reportagem!. E a gente fica suspensa. É em directo. E no telejornal da televisão pública. Nossa.
" E agora temos mesmo aqui , à minha beira - declama, é o termo, com orgulho mal disfarçado, o reporter continental - uma das vítimas deste desastre! O senhor..., dono desta sapataria, a mais conhecida desta baixa do Funchal que tenho aqui ao meu lado..., pode dizer-me em quanto montam os prejuízos na sua sapataria ?.
_ " Em oitocentos e noventa mil euros!, disse o elegante cavalheiro - e não se riu.

Seria uma sapataria ?-perguntei-me com os meus botões.
ERA!
E eu a pensar que que era uma multinacional de sapatos.

E a propósito: Delenda Madeira est! Mais l'a China que nos arroubam!

domingo, 14 de março de 2010

COMO É QUE ELES JÁ SABEM.....?

O texto do Parlamento Europeu que aprovou as " ajudas à reconstrução da Madeira", termina assim:

." Nota que os prejuízos causados pelos desastres naturais (...) poderiam ter sido evitados."
."Insta a Comissão (Europeia ) a controlar o uso apropriado, eficiente e eficaz, de todos os fundos de emergência postos à disposição da Madeira (...) e insta os Estados Membros a assegurar o reembolsso das ajudas comunitárias impropriamente usadas" (sic).

Noto que estes dois últimos parágrafos são incomuns em textos deste género. E quando esta nota me veio parar às mãos, só me perguntei a mim mesmo: " mas como é que eles já sabem....?".

Delenda  Madeira e China est!

sexta-feira, 12 de março de 2010

PORQUE NAO SE COMPORTAM ?

Soube hoje que israelitas e palestinianos, aqueles que têem por hábito avant-la-lettre  matarem-se com requintes quase litúrgicos  entre si,  fizeram nas últimas semanas um up-grade no conflito que os opõe. Com a ajuda da senhora Hilary Clinton, claro.
Estava ela reunida com o primeiro ministro de Israel, depois de ter ouvido as queixas do presidente do Hamas, quando pensa um bocadinho e se lembra duma teoria do evangelista Obama. E pergunta subitamente:
-"Este conflito aqui na palestina..., sempre estes muçulmanos e vocês, judeus...., Porque é que não resolvem as coisas como bons cristãos?"

E a propósito Madeira e China delenda est!

quinta-feira, 11 de março de 2010

ET POUR CAUSE

A propósito da China e da inevitabilidade duma guerra que vem aí, vieram a lume alguns números da Agencia Europeia de Defesa ( EDA).
Entre 1999 e 2008 os orçamentos da Defesa ( militares ) evoluiram assim ( por favor é sentar, já! ):
A China aumentou o orçamento em 194%.
A Rússia aumentou o orçamento em 173%
A Índia aumentou o orçamento em 44%
Os U.S.A. ( que já anunciaram a sua redução este ano ) aumentaram 66%
A G. Bretanha ( por causa das guerras americanas do Iraque e seguintes ) foi "obrigada a aumentar em 20%
A França aumentou uns gloriosos 3%
A Itália , a não haver batota nas contas, aumentou 0,4%
A Alemanha diminuiu 11% !
E Portugal vai à frente: já anunciou uma redução ( no PEC para Bruxelas ) de 40% até 2013.

Mas, mais importante, é ver a eficiencia destas tropas e deste dinheiro.
O orçamento dos europeus a 27, é metade do dos U.S.A..
O orçamento para pesquisa e investigação nos U.S.A. é de 166 mil milhões/ano ( em 2008 )
O orçamento para os mesmos fins na europa a 27 em 2008 foi de...42 mil milhões !

Pior:
Os U. S. A. gastam apenas 106 mil milhões em pessoal, e a europa a 27....gasta 93 mil milhões - o que quer dizer que além de escasso o dinheiro para a defesa europeu é muito mal aproveitado.Até na tropa!
E é por isso que estou esperançado. É que em período de fortes apertos orçamentais, talvez os europeus se lembrem que cada um por si não vai lá mas que se puserem em prática o projecto de Defesa Comum que há seis anos não passa dos papéis, então é possível.

Mas, pelo sim pelo não, já meti uma cunha a um capitão que andou comigo do liceu , que tem um tio coronel, amigo do oficial às ordens do brigadeiro- chefe da messe, que é quem trata dessas coisas, para me arranjar um bom lugar - um lugar seguro - para a tal vernissage de que fala o texto abaixo!

Ceteru Cenceo Madeira delendam esse! ( e continuo a pensar que é preciso destruir a Madeira! )

E A CHINA SEMPRE AQUI

Há três anos o governo Zapatero teve mais uma brilhante ideia. Como tinha vinte por cento de desempregados numa região que tinha sido carbonífera da estremadura que dá pelo nome de Puertollano, e porque já ninguém usa carvão e só restavam desempregados, resolveu instalar no local a maior central foto-voltaica da Europa. Como a produção eléctrica desta fonte é 10 vezes mais cara que a nuclear, decidiu subsidiar os 2.500 MW de Puertocello em 15 vezes o custo normal da electricidade. E, explicou que não se importava de perder aqui porque ia ganhar na nova indústria de paineis fotovoltaicos a construir por toda a Espanha e na investigação de melhorias nos que a Espanha então produzia.
Acontece que as fábricas foram construídas, a central também, e quando estava tudo a andar e se começava a vender para toda a Espanha e a exportar, eis que que chegam paineis chineses, copiados dos espanhóis e cinco vezes mais baratos.

Os alemães - que têm tanto sentido de humor que dois ministros germânicos lembraram à Grécia, há duas semanas, que lhes emprestavam o dinheiro para cumprirem mais rapidamente o PEC em Bruxelas, mas que tinham de pagar o empréstimo, e como os gregos têm 1800 ilhas, mas só oitenta  habitadas, aceitavam o pagamento grego em ilhas - os alemães sorriram porque tinham lançado um programa igual ao espanhol mas com outra tecnologia nos paineis...e sempre era um concorrente a menos. O espanhol, claro. Até que três meses depois começaram a aparecer no mercado paineis de contrafacção chineses a um quinto do preço.

E estamos nisto : em 2000 a China entrou na Organização Mundial do Comércio, e a partir daí é só desgraças para a Europa. Como é que acham que isto vai acabar?
Certamente com uma vernissage castrense!

E a propósito, Madeira delenda est!






quinta-feira, 4 de março de 2010

A DIFERENÇA DO DILEMA

Sabem qual é a diferença entre toda a oposição e o partido socialista, sobre Sócrates?

Para os socialistas Sócrates é BOM -  e por isso deve ser primeiro ministro!
Para toda a oposição dum extremo ao outro, Sócrates é MAU - e por isso, deve continuar a ser primeiro ministro!

Notáveis estes jornalistas portugueses! Portugueses?

Ilhas e ILHAS

Em Agosto de 1999, num histórico referendum, Timor decidiu-se massivamente pela independência da Indonésia, mas logo a seguir, milícias armadas pelos muçulmanos indonésisos procederam a um genocídio de timorences que só o apoio da ONU, do mundo em geral e de Portugal Continental e Açores impediu que se transformassse em nova anexação.
 Nessa altura, Alberto João Jardim gritou, muito a sério, que " nem um tostão madeirense rumaria para atenuar a miséria em que caíra Timor" e desafiou António Guterres primeiro-ministro à data, a não retirar nem um tostão do orçamento madeirense para acudir aos timorenses. E assim aconteceu! Agora, para além de ficar com todo o IVA, IRS, IRC e outros impostos cobrados na Madeira, a que acrescenta cerca de seiscentos milhões de euros de dádivas do resto do país ( incluindo Açores, Trás-os-Montes, Beiras e Alentejo ) por ano, mais o pagamento pelo resto de Portugal das despesas de soberania ( Justiça, Estrangeiros, Polícias, Exército, etc ), exige mais um bilião e quinhentos milhões de euros só do Continente para apoio à reconstrucção do desastre das cheias que à sua obra se ficou a dever como demonstra a VISÃO de há oito dias!

Por isso, porque há anos que o Alberto, aquela lontra lelé do cerebelo, na colossal definição de Marcelo Rebelo de Sousa sobre um imbecil qualquer, chegou a altura de Portugal o obrigar à independência. É mais que justo e mais que merecido. Viva a Madeira LIVRE!

Daqui em diante sempre que aqui publique um "post" sobre o que quer que seja, terminarei como Catão : "Delenda est Madeira!"( É preciso destruir a Madeira!).