sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O MELHOR

A história do aluno que ( com o 9º ano somente ), com média de vinte a uma só disciplina, foi o aluno português com melhor média a entrar ( e poder escolher em primeiro lugar ) num curso duma universidade portuguesa, é chocante.
Pasmo como não se falou mais nisso.
A não ser que o chico-espertismo nacional - de tão batido - já não desperte interesse.

Agora que o Ministro da Educação Isabel Alçada se mantenha calado sem assinalar uma mudança na Lei que permite esta aberração, é realmente grave ( como infelizmente me vou habituando na governação deste Ministro ).

HABEMOS BENTO !

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

MAIS DE BANCOS PORTUGUESES A VIVEREM DA COISA PÚBLICA

“Bancos portugueses ajudam Estado.” A notícia é muito pertinente, mas o título do Público é equivocado, como um comentador logo alertou. O título bem que podia ter sido “Estado ajuda bancos portugueses”. Os bancos portugueses financiam-se junto do Banco Central Europeu a taxas de juro de 1% e emprestam ao Estado a taxas que oscilam entre os 3%  e os 6%, dependendo dos prazos, e assim consolidam os seus balanços. Porreiro, pá: estão a ver a transferência de recursos devido às aberrantes regras europeias, que, ao contrario do que se passa nos EUA ou no Japão, por exemplo, separaram a política orçamental da política monetária, impediram que o BCE financie, de forma directa e parcial, os Estados e ajudaram a alimentar esta crise da dívida nas periferias e toda a conveniente especulação no seguimento de uma crise financeira brutal? Seja como for, é o capitalismo financeirizado em todo o seu esplendor: os bancos ganham sempre. Leiam Nuno Aguiar e Luís Ribeiro no i. O Nuno Teles adiciona dados para o entendimento da questão bancária em Portugal.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

FOR RESPECTABLE PEAOPLE, THE ANGLICAN CHURCH WILL DO

Crónicas da Renascença: O Bispo de Roma em terras de Sua Majestade*



Com a beatificação do Cardeal Newman, Bento XVI terminou anteontem a sua visita ao Reino Unido. Uma visita difícil, não apenas pelo momento (os escândalos de pedofilia, a que o Papa se referiu duramente na viagem de avião, e os protestos vários), mas sobretudo pela história. A Inglaterra visitada pelo Papa construiu a sua identidade moderna, talvez mais do que qualquer outra nação da Europa, no conflito com os "papistas". Henrique VIII cortou com o passado católico do reino, pôs-se à cabeça da Igreja inglesa e, por fim, cortou a cabeça ao ex-chanceler Thomas More (sim, o da Utopia) e aos poucos que se opuseram a essa peculiar forma de união entre a Igreja e o Estado desde então conhecida por anglicanismo - união que ainda se mantém, apesar da secularização da sociedade inglesa. No tempo em que Shakespeare escrevia, Isabel I resistiu à invasão espanhola da Invencível Armada, campeã da ortodoxia papal. A Gloriosa Revolução de 1688 foi, no fundo, uma guerra civil em que o Parlamento derrubou um rei, Jaime II, suspeito de querer restaurar o catolicismo. Até ao século XIX, os católicos estavam legalmente impedidos de ser eleitos para a Câmara dos Comuns e, portanto, para o Governo. Mesmo a Home Rule, o estatuto de autonomia da Irlanda anterior à independência do século XX, foi apodada por muitos de Rome Rule - a lei de Roma. A emigração de hordas de irlandeses miseráveis para as cidades industriais de Inglaterra e da Escócia também não ajudou a melhorar a imagem do catolicismo, associado às classes baixas e incultas. E, antes dos atentados da Al Qaeda, o único terrorismo que a ilha conheceu, o do IRA, proclamava à bomba a identidade católica. Em suma, compreende-se que haja entre os súbditos de Sua Majestade um ódio histórico ao Papa, símbolo de quase tudo o que combateram nos últimos quinhentos anos.

Bento XVI fez algumas alusões subtis a este passado, homenageando tanto a resistência britânica ao nazismo como a raiz cristã da Magna Carta, que garantiu as liberdades da Igreja face à coroa, ou visitando a Rainha em Edimburgo antes do Arcebispo de Cantuária, forma airosa de dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus, ou discursando no local do martírio de Thomas More em Londres perante alguns dos seus sucessores no cargo, entre os quais Margaret Thatcher e Tony Blair (by the way, um recente convertido ao catolicismo). Mas a maior dificuldade da visita não estava na história turbulenta da ilha: estava nas actuais relações entre as Igrejas católica e anglicana, aspecto que escapou por completo aos jornalistas.

Convém recordar que o anglicanismo vive hoje uma crise gravíssima. A decisão de ordenar mulheres e homossexuais e de aceitar o casamento gay, tomada pelas igrejas de Inglaterra, Canadá, Estados Unidos e Austrália, provocou uma ameaça de cisma por parte dos asiáticos e dos africanos e a virtual cisão da fé anglicana em dois blocos étnicos. Mais do que isso, milhares de fiéis ingleses e muitos pastores, descontentes com mudanças tão radicais, pediram a admissão na Igreja de Roma, criando um problema canónico sem precedentes. Os bispos do Reino Unido e o Cardeal Walter Kaspert, responsável pelo diálogo ecuménico no Vaticano, temiam que esta vaga de conversões causasse algum incómodo entre os protestantes, além de naturais problemas de integração na comunidade católica. Há um ano, porém, o Papa surpreendeu tudo e todos ao criar uma estrutura autónoma, semelhante aos ordinariatos castrenses, exclusivamente para acolher os convertidos do anglicanismo, permitindo-lhes manter o seu próprio clero e a sua própria liturgia.

Foi uma verdadeira revolução e ninguém sabe o que vai acontecer agora. A transferência de fiéis continuará? O êxodo dos conservadores, em regra mais praticantes e comprometidos, reduzirá o anglicanismo à irrelevância? (Uma pergunta que paradoxalmente levou Bento XVI a defender, por várias vezes, a presença da religião no espaço público.) Do ponto de vista político, justifica-se que um país cada vez mais secularizado e multicultural mantenha a confessionalidade do Estado? Se isso mudar, muda também o papel da rainha como chefe da Igreja anglicana? E nos casos em que paróquias inteiras mudam de obediência, as igrejas (bens públicos, note-se) voltarão a ser propriedade da Igreja católica cinco séculos depois?

É curioso que o último acto da visita papal, a beatificação de Newman em Birmingham, possa ser visto como uma resposta a estas questões. John Henry Newman foi capelão universitário, fellow do Oriel College e fundador do Movimento de Oxford, antes de se converter ao catolicismo em 1845. A conversão, um choque para os amigos e conhecidos, provocou o fim da promissora carreira nos establishment anglicano e o início da eterna desconfiança da hierarquia católica, antes de ser nomeado cardeal por Leão XIII (também aqui um visionário) em reconhecimento pela sua obra teológica e pelo seu trabalho pastoral. Com efeito, os textos de Newman sobre historicidade da Igreja, razão e fé, autoridade eclesiástica e liberdade de consciência, escritos a propósito de algumas das mais acesas polémicas doutrinais da época, influenciariam profundamente Chesterton, Tolkien, C. S. Lewis, o Vaticano II e um jovem teólogo presente no concílio chamado Joseph Ratzinger. Ao deslocar-se a solo inglês para beatificar Newman, quebrando mais uma vez o protocolo, esse jovem teólogo, hoje Papa, confirmou a definição irónica de Oscar Wilde: a Igreja católica é só para santos e pecadores. "For respectable people, the Anglican Church will do".
NOTA  de  csp : este post sobre a visita papal ao reino unido  retirado com a devida liçença do blog  " O Cachimbo de Magritte "   e  da autoria do jornalista da Renascença Pedro Picoito,    DISPENSA-ME  de escrever sobre o assunto como eu tinha decidido. Primeiro porque está completo e segundo porque está muitíssimo bem escrito. Num país onde há jornalistas especializados para tudo até motorizadas, não entendia porque é que não havia outros especializados na coisa mais nobre que pode haver na nossa vida: a nossa religião. Pelos vistos estava enganado: já há.

A COISA ESTÁ NEGRA PARA O ANO

Risco de trapalhada em 2011
 Quando “se governa por analogia”, como diz Jean-Pisani-Ferry, diretor do Bruegel, um think tank europeu, o resultado desemboca “numa trapalhada”. As projecções da OCDE apontam, agora, para uma desaceleração em 2011 tanto no PIB mundial como no comércio internacional. A assimetria gritante de ritmos de crescimento entre, por um lado, uma boa parte dos países desenvolvidos e, por outro, os emergentes e mesmo outros desenvolvidos é crescente, o que fez regressar do baú da história económica o medo de uma recaída na recessão (double-dip, na designação em inglês) em muitas economias desenvolvidas com potencial de contágio global.
O “Livro Bege” da FED falou, recentemente, de “uma profusão de sinais de abrandamento em relação aos períodos anteriores” e a sondagem da semana passada do instituto alemão ZEW revela um índice negativo de expectativa dos investidores em relação ao andamento da economia alemã, o motor da União Europeia e da zona euro.
Alguns mais pessimistas admitem que os Estados Unidos e a Zona Euro imitem a síndrome japonesa, com uma anemia de 1% de crescimento médio decenal. Com um problema adicional no que toca a União Europeia, levantado por um manifesto de economistas franceses de inspiração Keynesiana este mês: o facto de, no conjunto, a União estar pouco aberta sobre o exterior. Os países membros da EU têm por principais clientes e concorrentes os “colegas”. Uma redução massiva de despesas públicas simultânea em conjugação com políticas mercantilistas dos mais abertos ao exterior pode gerar um efeito bola de neve, avisam esses economistas. Outra particularidade é o facto de a economia real europeia depender para o seu financiamento em 80% do sistema bancário – e não do mercado de capitais, como é o caso da americana.
Ao desenho optimista em “V” da crise mundial substitui-se o “W”. Os mais pessimistas agitam mesmo um cenário em “L”, ou seja uma longa cauda de depressão, apesar dos sábios do NBER acharem que já se procedeu à inversão de dinâmica, que já se ultrapassou o que, tecnicamente, se designa por trough (vala, em que se passa de um período de depressão para uma retoma económica).
O medo não largou o edifício
Revelando que a economia real não está “convicta” da luz ao fundo do túnel para breve, e que o mundo da finança continua mergulhado na especulação, os sinais estão à mostra.
“O medo não largou o edifício”, diz Peter Cohan. O sinal mais óbvio é o do preço da onça de ouro, que subiu 33% desde Janeiro de 2008 e se aproxima do recorde nominal de 1300 dólares, indicando o papel de refúgio deste metal precioso. A especulação nas outras commodities continua ao rubro provocando oscilações “selvagens” dos preços com impactos dramáticos de um sobe e desce que inflaciona, por vezes, o dia-a-dia dos consumidores (gerando inclusive revoltas contra a carestia de vida), e deflaciona, outras vezes, os rendimentos dos países produtores e exportadores. Como exemplo, o Banco Mundial referiu que a América Latina é um dos continentes vulneráveis a esta volatilidade: Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela recebem entre 10% e 49% dos seus rendimentos da venda de commodities agrícolas, metais e petróleo e gás.
No mercado dos derivados financeiros ligados à dívida soberana rebentou uma onda de especulação em torno do disparo das probabilidades de default (incumprimento) num horizonte de cinco anos, com particular destaque para cinco países da zona euro (os humoristicamente chamados de PIIGS) e outros três membros da União Europeia, a Hungria, Roménia e Letónia.
Terapia europeia falha
A intervenção do Fundo Monetário Internacional na Grécia à beira de default no fim de semana de 7 a 9 de maio, a criação do Fundo de Estabilização do euro, a divulgação dos testes de stresse dos 91 bancos europeus e o papel de “bombeiro” financeiro do Banco Central Europeu (BCE) deveriam ter “acalmado” a situação – mas isso não está a acontecer. As próprias formas do BCE actuar como financiador de último recurso são cada vez mais “criativas”, referia esta semana o Eurointelligence.
O problema de endividamento público excessivo em diversos países regressou, assim, à ribalta, bem como a tomada de consciência da diminuição drástica do “espaço orçamental”, ou seja da margem de manobra das políticas Keynesianas por via governamental, e da armadilha da taxa de juro de referência manipulada pelos Bancos Centrais, já na “cave” (em muitos casos com juros reais negativos), como referem, com ironia, alguns analistas.
Os longos períodos de adaptação do sistema financeiro permitidos pela legislação aprovada pelo Congresso americano e sugeridos também pelas orientações de Basileia III trazem um risco acrescido. “Caso o sistema bancário não seja regulado adequadamente, o capital financeiro move-se em ciclos de expansão e de contracção de 8 a 10 anos e um novo pode estar em gestação agora. Se as exigências de aplicação de diversos rácios de capital dos bancos se arrastarem entre 2015 e 2023, como se ouviu referir nas conclusões em Basileia, deveremos esperar um processo de expansão e colapso económico entre hoje a aquela data mais afastada”, diz-nos Peter Cohan, subindo o tom de preocupação.
Só, na semana passada, os ministros das Finanças discutiram um documento confidencial de 10 páginas apresentado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e se decidiram por instituir um trio de agências de regulação e iniciar uma “coordenação das políticas orçamentais e económicas”.

A QUESTÃO DO RACISMO VISTA A FRIO.

Quero deixar aqui claro que não sou racista. Não me deixo é calar pela hipocrisia do politicamente correcto. E quem pode negar que os ciganos roubam, vivem à conta do Estado, não cumprem as leis e não querem trabalhar? Que batem em médicos e professores, andam armados e traficam droga? Que casam as filhas com 12 anos e só as metem na escola para receber o rendimento mínimo?
Não sou racista. Mas como pode o politicamente correcto dizer que os muçulmanos em geral e os árabes em particular não professam uma religião violenta, não são intolerantes e não desrespeitam os direitos das mulheres? Que não simpatizam com o terrorismo? Que não querem destruir a forma de viver do Ocidente? Que não abusam da nossa tolerância?
Não sou racista. Mas há alguém que não veja que são quase sempre os africanos que nos assaltam nas ruas, que entram aos magotes nos comboios da linha de Sintra e palmam tudo o que encontram? Que querem andar com bons ténis e para isso não hesitam em ficar com o que não lhes pertence? Que não sabem governar os seus próprios países e é por isso que emigram aos milhões?
Não sou racista. Mas não reparam que os chineses nos enchem o mercado de produtos baratos, destroem a nossa economia e o comércio tradicional e nunca se integram na sociedade nem têm qualquer contacto com os portugueses? Que eles sim, é que são racistas?
Eu não sou racista. Mas ao ler os parágrafos anteriores, que repetem as certezas populares que por aí se ouvem, misturando generalizações, mentiras e verdades, sempre na ânsia de encontrar o Inferno nos outros, não serei obrigado a concluir que, com excepção dos brancos, o mundo é composto por criminosos e parasitas?
Publicado no Expresso Online ( excerto do artigo completo ).
NOTA DE CSP: o texto que acabaram de ler é da autoria do bloquista mais conhecido da intelectualidade mediática bloquística. Por isso me surpreende, por isso me dá alento: Não é todos os dias que se vê tamanha lucidez e tanta coragem. Está publicado no blog ARRASTÃO.
 Como a do actor americano que foi a tribunal responder por racismo com os argumentos que estão no post que segue.

SEM PREONCEITOS DEVE LÊR-SE

Mas os (biliões de) hipócritas deste mundo recusam-se a vê-las e/ou ouvi-las

Michael Richards conhecido como Kramer da série televisiva Seinfeld, levantou um bom problema. O que se segue é o seu discurso de defesa em tribunal depois de ter feito alguns comentários raciais na sua peça de comédia. Ele levanta alguns pontos muito interessantes.

Orgulho em ser Branco

Finalmente alguém diz isto.
Quantas pessoas estão actualmente a prestar atenção a isto? Existem Afro-Americanos, Americanos Hispânicos, Americanos Asiáticos, Americanos Árabes, etc.

E depois há os apenas Americanos.

Vocês passam por mim na rua e mostram arrogância. Chamam-me 'White boy,' 'Cracker,' 'Honkey,' 'Whitey,' 'Caveman' ...e está tudo bem. Mas quando eu vos chamo Nigger, Kike, Towel head, Sand-nigger, Camel Jockey, Beaner, Gook, or Chink, vocês chamam-me racista. Quando vocês dizem que os Brancos cometem muita violência contra vocês, então por que razão os ghettos são os sítios mais perigosos para se viver?

Vocês têm o United Negro College Fund.
Vocês têm o Martin Luther King Day.
Vocês têm Black History Month.
Vocês têm o Cesar Chavez Day.
Vocês têm o Yom Hashoah.
Vocês têm o Ma'uled Al-Nabi.
Vocês têm o NAACP.
Vocês têm o BET [Black Entertainment Television] (tradução: Televisão de Entretenimento para pretos)

Se nós tivéssemos o WET [White Entertainment Television] seriamos racistas.
Se nós tivéssemos o Dia do Orgulho Branco, vocês chamar-nos-iam racistas. Se tivéssemos o mês da História Branca, éramos logo taxados de racistas.
Se tivéssemos alguma organização para ajudar apenas Brancos a andarem com a sua vida para frente, éramos logo racistas.
Existem actualmente a Hispanic Chamber of Commerce, a Black Chamber of Commerce e nós apenas temos a Chamber of Commerce.

Quem paga por isto?

Uma mulher Branca não pode ser a Miss Black American, mas qualquer mulher de outra cor pode ser a Miss America. Se nós tivéssemos bolsas direccionadas apenas para estudantes Brancos, éramos logo chamados de racistas.
Existem por todos os EUA cerca de 60 colégios para Negros. Se nós tivéssemos colégios para Brancos seria considerado um colégio racista.
Os pretos têm marchas pela sua raça e pelos seus direitos civis, como a Million Man March.. Se nós fizéssemos uma marcha pela nossa Raça e pelos nossos direitos seriamos logo apelidados de racistas.
Vocês têm orgulho em ser pretos, castanhos, amarelos ou laranja, e não têm medo de o demonstrar publicamente. Mas se nós dissermos que temos "Orgulho Branco", vocês chamam-nos racistas.
Vocês roubam-nos, fazem-nos carjack, disparam sobre nós. Mas, quando um oficial da policia Branco dispara contra um preto de um gang ou pára um traficante de droga preto que era um fora-da-lei e um perigo para a sociedade, vocês chamam-no racista.
Eu tenho orgulho.
Mas vocês chamam-me racista.
Por que razão só os Brancos podem ser chamados de racistas?

JÁ NÃO VEJO O MEU NETO HÁ UM MÊS... E É ISTO QUE EU PENSO SOBRE AMINHA VIDA

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A DANÇA NUPCIAL DO PSD COM O PS NO HABITAT PORTUGUÊS DESTES DIAS

GEOPOLÍTICA DAS FINANÇAS

Aqui deixo publicado o texto fabulosamente lúcido de Paul Krugman, cada vez mais um holofote de consciencia mundial nos tempos que correm. Sublinho apenas que o que fica dito sobre o horror japonês a propósito da sobrevalorização propositada da moeda chinesa contra o yen , do medo americano em relação ao dólar , são identicos aos que há na europa pelo seu euro. Mas, mais importante, o medo de japoneses e americanos se sentirem nas mãos dos chineses, que os compram comprando a sua dívida ( obrigações japonesas e americanas), é o mesmo que ontem aqui assinalei falando da compra pelos alemães das obrigações portuguesas ( via BCE ) o que não preocupa políticos portugueses.
 
"Na semana passada, o ministro japonês das Finanças declarou que ele e os seus colaboradores queriam debater com a República Popular da China a compra, por este país, de títulos do Tesouro japonês, e assim "examinarem a intenção subjacente", expressão diplomática que significa: "Parem com isso imediatamente." A notícia deu-me vontade de bater com a cabeça na parede, de frustração.

É que os altos responsáveis políticos dos EUA têm repetidamente evitado fazer seja o que for relativamente à manipulação cambial chinesa, pelo menos em parte, com medo de que a China deixe de comprar os nossos títulos de dívida pública. Contudo, na actual conjuntura, o facto de os chineses comprarem os nossos títulos não nos está a ajudar; antes pelo contrário. Os japoneses percebem isso. Nós não, porquê?

Antecedentes: se o debate sobre a política cambial chinesa parece confuso, isso deve-se ao facto de as pessoas não quererem enfrentar a realidade nua e crua, isto é, que a República Popular da China está a manter a sua divisa artificialmente baixa. As consequências dessa política são também nuas e cruas: em termos práticos, a China está a tributar as importações e a subsidiar as exportações, alimentando um gigantesco superavit da balança comercial. Podem dizer que o superavit na balança de transacções não tem nada que ver com a política cambial. A ser verdade, seria um facto inédito na história da economia mundial. Uma divisa desvalorizada promove sempre superavits - e o caso chinês não é diferente.

Numa situação de depressão económica mundial, qualquer país que alimente um superavit artificial da balança comercial está a privar outros países de vendas e empregos vitais. Mais uma vez, quem afirme que isso não é verdade está a defender que a República Popular da China está, por qualquer razão, isenta da lógica económica que se aplica a todos os outros países.

Assim sendo, o que deveríamos fazer? Os responsáveis dos EUA têm tentado convencer os seus congéneres chineses de que uma divisa mais forte seria do interesse da própria China. E têm razão: uma moeda desvalorizada promove a inflação e a redução do poder de compra dos trabalhadores chineses, além de delapidar os recursos do país. Mas embora a manipulação cambial seja má para a República Popular da China no seu todo, é boa para algumas empresas chinesas, muitas delas estatais, dotadas de grande influência política. E por isso a manipulação da divisa continua.

Os responsáveis dos EUA já várias vezes anunciaram progressos na questão da divisa; de cada vez foram levados à certa. Em Junho, Timothy Geithner, secretário do Tesouro, louvava o anúncio da República Popular de que iria adoptar uma taxa cambial mais flexível. Desde então, o yuan renminbi subiu um estonteante 1% (sim, um por cento) contra o dólar, sendo que boa parte dessa subida se deu nos últimos dias, antes da projectada audiência, no Congresso, sobre a questão da divisa. E como o dólar tem caído em relação a outras moedas de referência, a vantagem chinesa tem de facto aumentado.

É manifesto que nada irá acontecer até que os EUA decidam mostrar que estão dispostos a fazer o que fazem normalmente sempre que outro país subsidia as respectivas exportações: impor uma tarifa temporária que compense esse subsídio. Mas porque não foi considerada tal acção no caso da China? Uma resposta possível, como já adiantei, é o medo do que aconteceria se a China deixasse de comprar títulos dos EUA. Mas esse medo é completamente injustificado: num mundo a abarrotar de excesso de poupanças, não precisaríamos do dinheiro chinês, sobretudo porque a Reserva Federal poderia e deveria comprar quaisquer títulos que os chineses vendessem.

É verdade que o dólar cairia se a China decidisse alienar alguns activos dos EUA. Mas isso iria ajudar a nossa economia, tornando as nossas exportações mais competitivas. Perguntem aos japoneses, que querem que a República Popular da China deixe de comprar títulos japoneses porque essas compras estão a fazer subir o iene.

Além dos receios financeiros injustificados, há uma causa mais sinistra para a passividade dos EUA: o medo que o sector empresarial tem de possíveis retaliações chinesas. Veja-se uma questão correlativa: os subsídios claramente ilegais que a China aplica às suas indústrias limpas. Esses subsídios deviam ter provocado um protesto formal das empresas dos EUA, mas a única organização disposta a apresentar um protesto foi o sindicato dos siderúrgicos. Porquê? Como noticiou o "The Times", "as multinacionais e as associações comerciais do sector das renováveis, como as de muitos outros sectores industriais, têm evitado apresentar protestos formais, receosas de que os responsáveis chineses, que têm fama de retaliar contra joint-ventures operando na China, neguem, a qualquer empresa que tome partido contra a China, o acesso ao mercado chinês".

Uma intimidação do mesmo tipo tem seguramente ajudado a desencorajar medidas quanto à questão da divisa chinesa. Por isso, é boa altura para relembrar que o que é bom para as multinacionais é muitas vezes mau para os EUA, especialmente para os trabalhadores. Portanto, é aqui que bate o ponto: irão os responsáveis pelas políticas dos EUA deixar-se assustar por fantasmas financeiros e intimidações às empresas? Continuarão a nada fazer perante políticas que beneficiam os interesses específicos da China, a expensas tanto dos trabalhadores chineses como dos dos EUA? Ou irão, finalmente, agir? A não perder...

Economista Nobel 2008


Exclusivo i/The New York Times


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

ISTO DEVE QUERER DIZER ALGUMA COISA

O ouro, considerado um valor de refúgio em tempo de recessões e incerteza, atingiu terça feira (14/09) novo máximo histórico, fechando nos 1269,70 dólares dólares por onça no COMEX e 1269,34 dólares no mercado spot.

7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 3

Aqui há uns tempos, a maior empregadora do concelho que agora também é o meu  - Vila do Conde - e que dá pelo nome de Misericórdia, entendeu fazer boa gestão e para concentrar o pagamento dos ordenados no banco BES, conseguiu deste boas condições. Os trabalhadores da Misericórdia passaram a poder contar com um determinado cartão sem custos. A determinada altura algumas trabalhadoras ( Ah!....as mulheres e os seus cuidados...) descobriram que lhes tinha sido subtraído da sua conta dinheiro que no caso duma auxiliar que ganha os quinhentos euros da praxe, ultrapassava os quarenta . Vai daí , queixa-se a lesada. Que não, que estava tudo nos conformes - dizia o Banco. Chamado a intervir a Mesa da Misericórdia explica ao banco que o acordo não era aquele. Finalmente o banco diz que sim, que foi engano. As funcionárias lá se dirigem e o funcionário confirma o erro mas pede para repor repartido por  meses o devido. Comentário da auxiliar para mim: mas então agora sou eu que empresto dinheiro ao banco?

Na verdade é. À falta de depósitos que em grande parte voaram dos bancos por obvia falta de confiança neles, estas coisas acontecem. E outras.
Por exemplo o ministro das finanças veio da China há oito dias ,onde se deslocou para convencer os chineses a emprestarem-nos dinheiro. É que o dinheiro que nos emprestam atingiu os críticos 6% de juros que teremos de pagar e mesmo assim é através de títulos e obrigações do Tesouro Português comprados pelos bancos que o vão depois usar como aval para os empréstimos que fazem ao banco central europeu (BCE ).
O financiamento do BCE aos  bancos portugueses  disparou nos últimos doze meses de 6 mil milhões para 50 mil milhões. Ou seja, os bancos portugueses estão gravemente endividados ao estrangeiro, ao BCE, que como explico no post seguinte é uma emanação da política alemã. Por outras palavras estamos a vender-mo-nos aos alemães. Há alternativas? Provavelmente há, mas são piores, a começar pelo regresso ao FMI com todas as consequencias.
Agora, como é inconcebível que o governo não saiba disto, bem como a oposição, fico com um suspeita apodítica: O pessoal da política ao falar de tudo menos disto, ao jogar jogos florais , ao ameaçar que vai ameaçar, ao gritar agarrem-me senão eu faço....mais não está que a fazer os possíveis para não ter de governar. Se tivesse de apostar, apostava em que todos vão fazer os possíveis para que o FMI venha e fique com o ónus do peso draconiano das medidas necessárias.
Outra maneira de conseguir o mesmo, governar alijando responsabilidades, é governar por duodécimos, porque não houve acordo entre os partidos para o Orçamento do próximo ano....estão a vêr?
 Ah como é bom ser político, ter influência , ganhar dinheiro ,muito dinheiro de muitos modos....mas não governar!

7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 2

Aqui há uma semana declarei-me farto dos pequenos truques do governo. Ainda dou apoio a Sócrates mas desconfiado e , mesmo assim, só a ele.
Na verdade, dos cinco ministros que faziam um governo de luxo pouco já resta.
Na educação Maria de Lurdes Rodrigues foi substituída por Isabel Alçada que fala dos nossos meninos com uma maternage demodé e que , além de não trazer nada de novo ( a anterior ministra introduziu o inglês na primária, estendeu os infantários a todo o país, colocou professores a tapar furos, relançou as escolas profissionais, endureceu a política dos currícula num sentido mais de ciências exactas, e deu mais poder aos professores face aos alunos - coisa que os professores desbarataram em comunhão com alunos crianças -, concentrou em grandes escolas com excepcionais condições micro-escolas que EU SEI que só dão mau resultado,etc, e recusou o óbvio: permitir o prémio igualitário de haver uma carreira em que se trepava com a naturalidade com que se desce uma vereda!
E o que fez a actual, nomeada quando a PÔVA , essa turba inorgânica, desconhecedora, às vezes estúpida e viciada em telejornais histriónicos saiu às ruas? Deu razão aos professores no acesso a carreiras sem nenhum, repito nenhum, tipo efectivo de reconhecimento do mérito! E qual foi o resultado? Como tinha aqui avisado e alguns outros também, 225 milhões de euros nos primeiros seis meses a mais em ordenados, comparativamente com o mesmo período do ano passado!

Na saúde a coisa foi igual. Não gasto muito tempo. Ana Jorge substitui Correia de Campos ( agora reconhecidamente o melhor ministro da Saúde que Portugal teve), que sendo o único doutorado em direito e economia de saúde toda a sua vida estudou as várias vias para o manter - atesto pessoalmente o que estou a escrever.
As maternidades concentradas onde os partos tinham mais segurança, mudanças orgânicas nas gestões que impusessem coisas como lavar as mãos que diminuiram em um terço das infecções nosocomiais, ou seja apanhadas nos hospitais - lembram-se da galhofa quando o ministro pediu aos médicos que o fizessem? -.a guerra com as farmácias pela baixa do preço dos medicamentos ( afinal nenhuma foi à falência ), os serviços médicos prestados em rede entre os hospitais e os centros de saúde, a implementação das unidades de saúde em substituição dos centros de saúde para que mais doentes fossem atendidos com mais qualidade por menos médicos, etc. Tudo da lavra de Correia de Campos para salvar o SNS. Ana Jorge chegou e - sem dinheiro, como o seu antecessor - decretou comparticipação a 100% de numerosos medicamentos ( que até servem para tratar cães e gatos ). Conclusão: aumento de 60 milhões em medicamentos em seis meses! E, depois, a mentira de que o SNS está bem porque houve aumento de despesa mas...não foi muito grande!

Na economia o ministro dos corninhos que deu o litro e sabia o que fazia em época de crise mundial sem precedentes, Manuel Pinho, foi substituído basicamente por ter pedido aos chineses que investissem cá porque os vencimentos dos trabalhadores tornavam o investimento competitivo - como se houvesse alternativa, para ser alvo de homenagens de comissões de trabalhadores e empresários.

Resta Vieira da Silva, deslocado para uma área que não domina e Mariano Gago um verdadeiro génio estratégico. E Teixeira dos Santos cujo silêncio me faz desconfiar.

É pouco, muito pouco no momento de crise, repito, sem precedentes , que o mundo atravessa.


7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 1

Andava eu muito distraído na semana passada , e comigo o povo todo, senão eu tinha dado por ela.
Foi quando ocorreu a definitiva perda da soberania nacional.
Realmente foi o dia da reunião, em Bruxelas, do ECOFIN , a reunião dos ministros europeus da economia e finanças onde foi assinado um real tratado: o da da referida perda.
Que ficou então decidido e aprovado por unanimidade ? Aprovada a proposta alemã. E que dizia ela? Que os Estados membros desistiam de ter um Orçamento de Estado antes da aprovação pela Comissâo Europeia ( de Durão ) lhe dar o OK, sendo que essa aprovação é condição prévia para a apresentação da mesmíssima proposta de orçamento aos parlamentos nacionais que daqui em diante se escrevem em letra pequena.

Discutir , como o fizeram todos os partidos portugueses uma nova constituição passou a ser uma cretinice, uma vez que o que os governos, os parlamentos e os presidentes/reizinhos podem decidir , é nada de importante. A revisão das constituições nacionais acabou de ser feita em Bruxelas. E com ela ficamos a saber que "os valores alemães " estão aí: os déficites orçamentais anuais não podem ultrapassar 3% e os déficites dos Estados ( ainda não se meteram com os privados e suas dívidas que em Portugal são maiores ) não podem ultrapassar 60%; os bancos terão de ter reservas próprias 300% superiores às actuais e o BCE ( dominado pela alemanha ) aceita comprar enormidades das emissões de obrigações e títulos dos tesouros dos países quando estes fizerem emissões embora comprados nos mercados secundários ( este ano o BCE já comprou aos bancos portugueses 50 biliões de dívida ...que tinha por estes sido comprada em obrigações do tesouro português ). Para mim, é melhor que sou reformado e fiz o meu pé de meia que fica mais seguro quanto ao combate à inflação e à segurança se tiver dinheiro para depositar. Mas, para o meu neto, é uma desgraça porque ele vai ter que trabalhar com dinheiro emprestado que será mais raro e muito mais caro. Por isso não gosto.

Para mim até é bom, porque o Adamastor da Inflação fica eleito como o primeiro inimigo e ele é o maior inimigo dos reformados como eu; se tivermos dinheiro , a partir de 2013 vamos poder metê-lo nos bancos sem riscos grandes. Mas é tudo. Daqui em diante as economias europeias vão disparar em isolacionismos possíveis e jogar cada uma por si porque os ingleses não deixam arrancar com um programa industrial comum e os franceses com uma política agrícola comum. E quem manda não é Barroso e o seu plano de lançar investimentos por toda a Europa pagos por emissão de Obrigações Europeias. Não. Manda a Alemanha, a França e a Inglaterra e por esta ordem.

Vamos, em qualquer caso, ser chamados à constituição do esforço comum de forças armadas comuns.
Apesar de pessoalmente eu lucrar, não gosto.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

QUANDO GOSTO DE SER PORTUGUÊS

É de arrepiar.
Veio há dez anos para passar férias e gostou tanto que por cá ficou.
Apaixonou-se pelo fado e canta-o com o seu violino que aprendeu a tocar
num dos melhores conservatórios polacos...ouçam...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A QUESTÃO BÁSICA DA EUROPA

Este texto de Paulo Pinto Mascarenhas no Correio da Manhã sublinha uma questão que já tinha levantado: o facto de haver um visto do Ecofin ao orçamento português implica que as dramatizações em torno da sua elaboração são um tanto artificiais. Se não houver cortes na despesa, o orçamento não passa em Bruxelas. A negociação terá de estar facilitada e qualquer discussão entre partidos que pareça tremendista serve apenas para deitar poeira aos olhos da opinião pública.

Dito isto, discordo da interpretação sobre a actualidade da União Europeia. O autor cita ideias adiantadas por Durão Barroso e Diogo Feio e Paulo Rangel. Mas essas ideias não são novas e não têm pernas para andar. A ideia de um governo económico está na base do visto do Ecofin aos orçamentos. É um velho sonho da França, que os alemães aceitaram exclusivamente para fins limitados, dar maior rigor ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC). Tentando abreviar: a autonomia orçamental dos países não desaparece e não haverá governo económico. O que desaparece é a flexibilidade em relação às metas do PEC. No futuro, cumprir os 3% de défice será mesmo obrigatório, ao contrário do que aconteceu na primeira década do euro. O tecto de dívida também é para cumprir. Acabaram as facilidades.

O rigor no controlo das contas públicas dos países foi a grande mudança que ocorreu na UE nos últimos seis meses. Mas daí ao federalismo vai uma enorme distância. Acho mesmo que esse federalismo está cada vez mais longe.
A ideia de Durão Barroso de introduzir um imposto europeu é um velho sonho dos federalistas, mas não vejo a mínima hipótese da coisa poder sair do papel. Para aparecer um imposto europeu, teriam de desaparecer impostos nacionais ou teriam de subir os impostos globais. Haveria uma transferência de poder (inaceitável para qualquer governo) do Conselho Europeu para a comissão, ou seja, de pessoas eleitas para pessoas não eleitas. Um absurdo.

De onde vinha o dinheiro? Que tipo de imposto seria cobrado? Igual para todos os países ou consoante o PIB de cada país? Imaginem-se as tremendas discussões que isto iria criar. Acham que os alemães aceitavam um imposto em que eles pagavam a uma instituição fora do seu controlo (onde só têm um comissário) para esta instituição gastar em subsídios a países que não cumprem as regras mínimas? Dinheiro tirado, por exemplo, à construção de escolas na Baviera? Mencionei os alemães, porque são os que pagam mais, mas podia ter falado dos britânicos. Isto jamais passaria no eleitorado britânico.

A União Europeia tem um problema orçamental, pois financia-se com 1% do PIB conjunto, o que parece pouco, mas ascende a mais de 120 mil milhões de euros por ano. A verba vem de um sistema muito complexo, que leva em conta as receitas de IVA de cada país e o rendimento per capita, além de mais uns tostões das alfândegas. Em termos líquidos, a Alemanha é o maior contribuinte da UE e Portugal tem sido um dos maiores beneficiários, à razão de 3% do PIB, anualmente, durante mais de 20 anos. (Imaginem o
que seria o nosso crescimento nos últimos dez anos sem este dinheiro).
Esta situação vai mudar na negociação que se aproxima em 2011 e 2012, para o próximo pacote comunitário, a entrar em vigor a partir de 2014. Em vez dos países do sul, a generosidade europeia irá a partir de então para países de leste. Será difícil impedir a mudança.
E existe alguma hipótese do dinheiro do bolo poder crescer? É evidente que não. Os países europeus que mais contribuem para os cofres comunitários tentarão diminuir a quantia que pagam.
Uma nota final. Em muitos comentários que leio sobre questões comunitárias, as pessoas esquecem um facto simples e decisivo: Quem verdadeiramente manda na UE é o Conselho Europeu e aí manda quem tem mais votos e quem paga mais, a Alemanha, a França, o Reino Unido. E nada se faz sem dois destes três grandes estarem de acordo.

TEXTO COM DELÍRIO PARANOICO , SEGUNDO KRAEPLIN

Luís Filipe Vieira e Rui Costa e Jorge Jesus bem podem tentar desviar as atenções, mas o principal culpado deste aterrorizante início de época do Benfica não é Olegário Bequerença. Não duvidemos de que ele bem se esforçou para disfarçar no jogo com o Guimarães, desviar as atenções da direcção e de Jorge Jesus, mas os seus esforços foram, lamentavelmente, em vão. O que são dois foras-de-jogo inexistentes mais dois penalties por assinalar, mais alguns amarelos absurdos mostrados a jogadores do Benfica, perante a ineficácia do ataque, somada à incompetência da defesa? E à insegurança (uma vez mais) de Roberto? Pode ser muito – e é -, mas sabemos, desde a época passada, que para o Benfica ser campeão tem de convencer toda a gente, incluindo o árbitro adversário, da justiça de cada vitória, a cada jornada. Já se desconfiava: desde o início da época, teria de provar que mereceu o título da época passada e contornar um sistema que há décadas foi erigido para que um clube, apenas um, seja campeão: o FCP. Houve interregnos, porque o Padrinho também erra e convidou alguns treinadores de eficácia mais que duvidosa para conduzir a equipa ao seu lugar natural. O Sporting aproveitou, o Benfica também, e até o Boavista conseguiu alguma coisa. O Braga, lamentavelmente, não irá lá chegar. Primeiro, porque Domingos é um homem da casa que atraiçoou a sua origem (e talvez por isso não marcaram o penalty no jogo desta jornada) e, segundo, porque esta é a época de regresso, dê por onde der. Em quatro jornadas, quatro penalties por marcar contra o FCP, mais alguns por marcar a favor do adversário destes, mais o jogo de sexta-feira, um clássico demonstrativo de como funciona o futebol em Portugal. Mas, repito, a culpa é dos dirigentes do Benfica, que deviam saber que, para ganhar o campeonato, a equipa tem de vencer mais do que os adversários que lhe calham em sorteio, e esqueceram-se de preparar esta época tendo isso em mente. Foi assim o ano passado, e nada mudou desde então. É a vida. O Roberto é uma desculpa para a impotência perante hábitos de décadas. Agora, é lamber as feridas, mas não se conte com abertas. Depois de um campeonato mais do que justo e da suspeição que foi levantada, tudo será feito para que seja impossível a repetição da história. Habituem-se.

( este fabuloso, literalmente falando, texto, foi escrito por um tal Sérgio Lavos do blog " O Arrastão" a quem, como psiquiatra , aconselho consulta urgente de especialidade.).

domingo, 12 de setembro de 2010

Da SÉRIE : NOTÍCIAS QUE OSMEDIA PORTUGUESES NUNCA PUBLICARIAM

‘Segundo os números oficiais, haveria mais de 77 mil japoneses com mais de 120 anos e 884 com mais de 150! Já percebemos, os centenários japoneses ganharam fama graças a um sistema deficiente de dar baixa dos cidadãos. Nada como notícias destas para dar cabo de uma frase típica lusa: "Isto, só neste país..."’

DA SÉRIE: FRASES QUE IMPÕE RESPEITO

Francisco Lopes candidato à Presidência da República e putativo secretário-geral dos comunistas daqui a um ano, EM ENTREVISTA PRESIDENCIAL, por escrito, ao Expresso:

      " Portugal tem três décadas e meia de agravamento dos problemas ."
Ora, do desemprego, da luta dos trabalhadores, da luta contra o capital, das questões essenciais para uma vida mais fácil para o povo - sabe ele, sem dúvida. Fico é perplexo por SABER QUE ANTES, NO ESTADO NOVO, PORTUGAL ESTAVA MELHOR !!!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

I Have a dream , Ó CARLOS QUEIRÓS!

Como é deveras consabido sou amigo muito íntimo de Petula Clark. Até tivemos um caso, que só não foi tornado público porque naquele tempo ainda não havia a HOLA.
Foi então, certamente  por isso, que a minha querida PETUSINHA, como ela carinhosamente gostava que eu a tratasse,   me enviou uma  missiva  urgente, preocupada, naturalmente, com aquele tipo que tinha um sonho,  I have a Dream!, dizia ele....com ela,   e com certas coisas redondas.... e outras verdes.
Vai dai a rapariga anda chorada e na missiva, no telegrama, pelo telefone, via e-mail, by sms, e por satélite, que ela tem em casa, disse-me: - " Ó Zé!, ajuda o gajo!, diz-lhe que não páro de lhe ligar para lhe dizer o óbvio, VAI-TE EMBORA,JÁ!; ou seja DownTown, DownTown ,now, immidiately, at once. suddenes , nearly by next door! Que até me mandou um vídeo para o convencer mais depressa.




Downtown

When you're alone and life is making you lonely
You can always go downtown
When you've got worries all the noise and the hurry
Seems to help, I know - downtown

Just listen to the music of the traffic in the city
Linger on the sidewalk where the neon signs are pretty
How can you lose?

The lights are much brighter there
You can forget all your troubles, forget all your cares

So go Downtown
Things 'll be great when you're Downtown
No finer place for sure, Downtown
Everything's waiting for you
Downtown

Don't hang around and let your problems surround you
There are movies shows, Downtown
Maybe you know some little places to go
to where they never close, Downtown

Just listen to the rhythm of a gentle bossa nova
You'll be dancing with them too before the night is over
Happy again

The lights are much brighter there
You can forget all your troubles, forget all your cares

So go Downtown
Where all the lights are bright, Downtown
Waiting for you tonight, Downtown
You're gonna be all right now, Downtown
Downtown
Downtown

And you may find somebody kind to help and understand you
Someone who is just like you and needs a gentle hand
to guide them along

So maybe I'll see you there
We can forget all our troubles, forget all our cares

So go Downtown
Things 'll be great when you're, Downtown
Don't wait a minute more, Downtown
Everything is waiting for you
Downtown
Downtown
Downtown
Downtown

Downtown

Quando estás sozinho e a vida te está deixando solitário
Podes  sempre ir embora – “downtown”.
Quando  estás preocupado todo o barulho e a pressa parecem ajudar
Eu sei – “downtown”.
Ouve sòmente a música do tráfego na cidade
Fica na calçada onde as placas de néon são bonitas
Como  podes perder?

As luzes são bem mais brilhantes lá
 Podes esquecer todos os seus problemas
Esquecer todas as tuas preocupações
Então vai – “downtown”
Tudo estará óptimo quando  estiveres fora – “downtown”
Com certeza não há lugar melhor – “downtown”
Tudo estará à tua espera – “downtown”

Não fiques estático com os teus problemas a  cercarem-te
Há shows cinéfilos– “downtown”
Talvez  saibas de alguns lugares para ir que nunca acabam – “downtown”
Ouve apenas o ritmo de uma gentil bossa nova
 Estarás  dançando com eles antes da noite acabar feliz novamente.

As luzes são bem mais brilhantes lá
 Podes esquecer todos os teus problemas
Esquecer todas as  preocupações
Então vai – “downtown”
Onde todas as luzes são brilhantes – “downtown”
Esperando por ti hoje à noite - “downtown”
Estarás bem, agora.

E  podes encontrar alguém simpático que te ajude e te entenda 
Alguém que é assim como tu
E precisa de uma mão simpática para o orientar por aí
Então talvez eu te  veja lá

Nós podemos esquecer todos os nossos problemas
Esquecer todas as nossas preocupações
Então vai – “downtown”
Tudo estará óptimo quando tu lá estiveres – “downtown”
Não esperes nem mais um minuto – “downtown”
O mundo espera  por ti –
downtown
dow town
downtown
downtown

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O CASO DREYFUS


1- Em 1881 uma empregada de limpeza da embaixada alemã encontrou uma carta que aparentemente mostrava que o judeu françês Alfred Dreyfus era um traidor à frança na anterior guerra com a prússia. Preso, Dreyfus foi condenado a prisão perpétua na ilha do Diabo na Guiana Francesa. E metade da França diz que ele foi condenado porque era o judeu que estava mais à mão do bico da caneta do juíz. Entretanto acumulavam-se provas de que o capitão Dreyfus era inocente e teria sido outro oficial ,um major, o autor da traição.

2 -A França divide-se.Os jornais não falam doutra coisa.  A esquerda defende Dreyfus , a direita monárquica e de temperamento sanguíneo ( mesmo a dos san-colottes) a sua condenação. Mas as provas são refutadas uma a uma e os maiores intelectuais franceses e do mundo defendem novo julgamento. Emile Zola escreve no L'AURORE o famosíssimo texto J'ACCUSE !. Anatole Françe vai-lhe na peugada. Ninguém fala noutra coisa. Repete-se o julgamento e prova-se a sua inocência e a culpa do major. Dreyfus é libertado mas recusa pedir uma indeminização à França por patriotismo. Morre em 1935.

3 -A importância deste erro judicial  foi tremendo em França. Este país era o mais anti-sionista da Europa de então, e segundo muitos estudiosos, deve-se ao caso Dreyfus a mudança de atitude para com os judeus praticamente não perseguidos em França daí em diante - mesmo os Rostchild e companhia, os mais odiados. Deve-se aida a este caso a maioria solidária do povo françês para com os judeus durante a tirania nazi. É que a culpa pode ser como um purgante que limpa o que andava muito sujo.

4-Trago aqui à colação o caso Dreyfus, o maior erro judiciário de sempre, porque foi dele que me lembrei quando vi os vídeos que estão publicados na net por Carlos Cruz que me impressionaram realmente pela ambiguidade das descrições , das afirmações , das infirmações , bem como das contradições que lá são explícitas.

5 -Posto isto , rezo para que não tenhamos pela frente um erro judiciário - sobretudo depois de lêr o excelente post de Daniel Oliveira que pode ser consultado no semanário Expresso. Os comentários aí  publicados às dezenas sobre o seu texto e ele próprio , e só porque ele, como eu, tem dúvidas depois de ver o que eu vi , são de tal modo fanáticas e grosseiras e insultuosas e de mentes intelectualmente muito débeis e sugestionáveis, que imagino a frustração que nelas irá, se se vier a demonstrar que há inocentes entre os culpados. Imagino a frustração e a derivada revolta da  Pôva contra a Justiça. E um povo que não sente que há justiça, quando se revolta, é muito mais violento. Transforma-se na Pôva. O 25 de Abril mostrou-o. Nessa altura Portugal crescia há vinte anos a 5% ao ano, o Estado Novo tinha começado com Salazar a habitaçaõ social, os serviços médicos gratuitos e em sistema de rede, as Caixas dos serviços médico-sociais eram para todos, a segurança social universal ( com excepção dos comerciantes ) para aposentação, reforma por doença, subsídios de desemprego, abono de família etc, a inflação não existia...e mesmo assim e porque falhava clamorosamente a Justiça, a Pôva saíu à rua ! Que predizer agora em que é tudo o mesmo ....mas em constrição e  em restrição!

6 -Outra conclusão a que chego é que do modo como tudo se foi passando, o tempo que demorou  o processo a transitar, a habituação ao termo pedóflilo!, a sua relação directa, que a maioria dos portugueses faz e bem, com homossexualidade que agora é legal, quase moral e sobretudo um sinal de upgrade social que até já se utiliza  para dar lustro às festas, serve para esvaziar o peso do crime que a pedofilia é.
É que, como tem declarado, a jogar cada vez mais à defesa, o meu colega e amigo Álvaro de Carvalho, (psiquiatra das crianças da Casa Pia ) a pederastia é em 95% ( ele diz que não sabe porquê, mas eu julgo saber ) entre homens ( para ou homossexuais) , e crianças ou adolescentes ( principalmente estes ) masculinos ( como dizia há tempos o Núncio Apostólico no Chile para ex-comunhão geral dos ateus deste mundo e do outro ). E , como o hábito é inimigo da atenção, parece óbvio que um caso de abuso sexual de menores seja cada vez mais "captado" pelo vulgo como uma razoável "libertação" da líbido.

7 -Por tudo isto estou receoso, mas a haver erro judicial seria ainda pior que ele não fosse corrigido. Da mesma forma que o Caso Dreyfus "catalizou" em França uma tolerância aos judeus ( aqui uma boa causa ) por reacção ao seu injustiçamento, também por cá o caso Casa Pia pode levar à tolerância social  para com os pedófilos ( aqui uma má causa ), tanto mais que a discussão social sobre o que é uma criança, o que sabe ou não sabe sobre o sexo a que vai, o nível de apetência pelo prazer que daí retira, e por aí fora, já se instalou na sociedade.

 Aí acabava-se a justiça. E, se calhar, os juízes.

butterfly


catherinedeneuve_belledejour.O bater das asas de uma borboleta num albergue espanhol pode provocar um tornado no Correio da Manha .

Passou pelo blogue de Nogueira Leite (ministro-sombra do PSD para as Finanças), de jornalistas do DN e de assessores de Passos Coelho (e de mais um ou outro figurante). Chama-se Elizabeth Butterfly e, no seu círculo próximo, tratam-na simplesmente por Beth.

Hoje, esclareceu-se o enigma: Beth foi “acompanhante de luxo” até há um ano, quando descobriu que poderia dar uma volta à sua vida, tendo então ingressado no Albergue Espanhol, embora garanta ao imperdível PPM que esteve sempre “ao lado do PSD, desde o professor Cavaco”. Já não digo nada.

domingo, 5 de setembro de 2010

FALSAS LICENCIATURAS

Domingo, Setembro 05, 2010
Blog dos leitores (Falsos Diplomas = Falsa Modernização)

Texto traduzido e enviado pelo leitor António Campos:

"O jornalista Michael Bohm, editor da coluna de opinião do Moscow Times, acaba de publicar uma peça extremamente interessante sobre a corrupção no sistema educacional russo, o seu impacto no processo de modernização do país e, sobretudo, sobre a vontade das autoridades para resolver o problema. Aqui vai:

Falsos Diplomas = Falsa Modernização

Há três semanas, a cadeia de televisão NTV relatou que mais de 70 engenheiros a exercer actividade numa fábrica de aeronaves em Komsomolsk-no-Amur, na região de Khabarovsk, tinham obtido falsas licenciaturas em engenharia de uma universidade técnica local. Esta fábrica militar de alta segurança, pertencente ao grupo Sukhoi, detido pelo estado, realiza a montagem dos caças Su-27, Su-30 e Su-35, bem como do aguardado avião comercial Superjet 100. É claro que o comércio de diplomas falsos não é novidade nenhuma. No entanto, o número de funcionários envolvidos neste caso é desconcertante.
Os gestores da Sukhoi mostraram uma atitude desinteressada em relação ao escândalo e recusaram-se a despedir os funcionários, referindo-se a uma regra da empresa que indica que os mesmos só podem ser despedidos caso tenham cometido "crimes graves" (de acordo com o Código Criminal, a compra de um diploma falso está sujeita a uma sentença máxima de 80.000 rublos e dois anos de "trabalhos correccionais"). A mesma equipa de gestão explicou também que os diplomas constituíam uma mera formalidade, uma vez que os engenheiros eram funcionários da empresa há vários anos, tendo garantido que nenhum dos visados estava envolvido na produção de aeronaves.

Este é um caso clássico de negação da realidade. A Shukhoi fingiu ter "aumentado as qualificações dos trabalhadores", transformando instantaneamente dezenas de empregados com curso secundário em engenheiros com graus universitários. Até terem sido apanhados, todos parecem ter ganho com o esquema. A fábrica reportou à sede da Sukhoi em Moscovo que cumpriu o plano relativamente ao número de engenheiros universitários no seu pessoal, os trabalhadores receberam um pequeno bónus pelo seu novo nível de competências e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores.
O escândalo dos diplomas falsos na fábrica da Sukhoi foi também único na medida em que foi dado início a uma investigação. Estes esquemas quase sempre passam despercebidos (com a excepção de casos deliberadamente mediáticos, tal como quando as autoridades quiseram desacreditar o então presidente da câmara de Archangelsk, Alexander Donskoi em 2006, revelando que este tinha comprado o seu diploma). Existem também muitos casos ridículos que obtêm notoriedade pública; por exemplo, em Outubro, quando um grupo de falsificadores tentou vender diplomas de Harvard a russos por 40.000 dólares cada, ou quando foi tornado público que Marina Petrova, vencedora do prémio de "Melhor Professora na Rússia - 2007", tinha comprado um diploma universitário falso.

De acordo com uma peça do Izvestia de 20 de Julho, os diplomas falsos mais populares são em direito, seguindo-se-lhes os de medicina.
Embora o problema seja enorme, as entidades empregadoras raramente verificam a validade dos diplomas dos seus candidatos. O FSB, o Ministério do Interior e outras organizações governamentais na área da segurança e da defesa, têm o dever de verificar todos os diplomas, sendo porém negligentes na matéria, tal como o escândalo da Sukhoi demonstra. Sensivelmente um em três polícias tem um diploma falso, diz Alexander Yudin, antigo director de pessoal do Ministério do interior, nessa mesma peça do Izvestia.
No sector privado, a maioria das empresas russas não se dá ao trabalho de verificar os diplomas dos candidatos, e as poucas que o fazem dão com o nariz na porta das universidades, que alegam que a informação é "confidencial" (é interessante notar que são aplicadas regras totalmente diferentes aos estrangeiros candidatos a autorizações de trabalho russas. Estes devem apresentar às autoridades apostilhas provando a validade dos seus diplomas estrangeiros).
Durante anos, o governo prometeu criar uma base de dados centralizada para que as entidades empregadoras possam verificar os diplomas apenas com um clique do rato. Contudo, tem vindo a haver falta de vontade política para iniciar o projecto. No entanto, mesmo que essa base de dados fosse criada, seria inútil contra os que pagam para que os seus diplomas falsos sejam registados oficialmente numa universidade, com a aprovação do reitor.
Os estudantes que se esforçam honestamente levam por tabela. Independentemente dos seus esforços, os seus diplomas serão inevitavelmente desvalorizados pela corrupção generalizada no sistema de educação superior do país. No meio desta desvalorização a nível nacional, demasiadas pessoas passam a encarar um grau académico como uma mera formalidade, tal como o caso Sukhoi demonstra.

Para os que se arrepiam um pouco face à pura e simples compra de um canudo, existe uma forma mais "respeitável" de conseguir essencialmente a mesma coisa: pagar a alguém para escrever a tese de doutoramento ou de candidato (que é um grau entre um mestrado e um doutoramento).

O número de pós-graduações disparou desde o colapso da União Soviética. Mikhail Kirpichnikov, director do Comité de Certificação Superior, órgão governamental que regula a concessão de pós-graduações, relatou ao News.ru em 2006 que cerca de 30% dos seus detentores compraram as teses. Em 2008, Oleg Kutafin, antigo reitor da Academia Estatal de Direito de Moscovo, colocou a fasquia nos 50%.
Os graus académicos avançados obtidos através de teses compradas são especialmente populares entre os gestores de topo e o exército inchado da burocracia intermédia e superior. São também populares entre os presidentes da câmara, governadores e seus auxiliares, bem como entre os deputados da Duma, para quem um novo grau académico é um símbolo de status respeitável que combina bem com a dacha, o Mercedes, o chauffeur e a luzinha azul na capota do carro.

Para este segmento, aparência barata conta tanto como substância. No início da década de 90, a elite considerava prestigioso comprar certificados falsos demonstrando ascendência nobre. Agora tornou-se fino poder escrever nos cartões de visita "Candidato em Ciências" ou "Doutor em Ciências".

De acordo com a edição russa da Newsweek, cerca de metade dos deputados da Duma possui pós-graduações. Os restantes são activamente perseguidos por produtores de teses com espírito empreendedor, que tentam vender os seus serviços por 25.000 dólares o canudo.
Entre os deputados com pós-graduações, temos o líder do partido liberal democrático, Vladimir Zhirinovsky. Em 1998, aos 52 anos, recebeu o seu grau de doutor em filosofia pela Universidade de Moscovo, com a tese "O Passado, o Presente e o Futuro da nação Russa", curiosamente enquanto servia como deputado, e passando totalmente por cima do grau de candidato. O líder do partido comunista, Gennady Zyuganov, obteve o seu grau de doutor em filosofia em 1995, com 51 anos, ao mesmo tempo que exercia as funções de deputado. De entre os ministros do governo, poderá constituir uma surpresa saber que Sergei Shoigu tem um grau de candidato em economia, atribuído em 1996, aos 41 anos, obtido enquanto exercia as funções de ministro para as situações de emergência.

Têm surgido questões sobre o grau de candidato em ciências de Vladimir Putin, atribuído em Junho de 1997 pelo Instituto das Minas de São Petersburgo, enquanto o mesmo exercia em Moscovo as funções de adjunto do chefe da administração presidencial durante o mandato de Yeltsin. Em 2006, Clifford Gaddy, membro sénior da Brookings Institution, comparou a tese de Putin com um estudo de gestão publicado por dois professores da Universidade de Pittsburgh, tendo chegado à conclusão de que 16 páginas do trabalho daquele, incluindo tabelas, eram exactamente idênticas às desse mesmo estudo, apenas com uma ou outra pequena modificação. Putin nunca comentou as descobertas de Gaddy.
Infelizmente, o Kremlin não se parece preocupar muito com a forma com o plágio académico tem vindo a corroer o sistema educacional. Durante a reunião de quarta-feira do conselho de estado, o presidente Medvedev e o ministro da educação Andrei Fursenko produziram relatórios detalhados sobre os problemas mais graves que afectam o sistema, e como os mesmos bloqueiam a modernização do país. Curiosamente, nem uma palavra foi pronunciada sobre diplomas falsos ou plágio académico.

É óbvio que não existem soluções fáceis. A fraude académica, da mesma forma que a corrupção em geral, é um problema sistémico na Rússia. No entanto um bom ponto de partida seria forçar as universidades mais prestigiadas a adoptarem um código de honra que todos os estudantes (e também os docentes) deverão cumprir, sob o risco de expulsão.
Ao final do dia, a verdadeira questão é saber como a Rússia vai resolver os seus problemas mais prementes, com tantos falsos gestores, engenheiros, economistas, médicos, advogados, burocratas e políticos.

( texto retirado do blog pessoal de josé Milhazes, Moscowa )
___Nota de C.S.P: Não é novidade para mim que múltiplas teses de mestrado e doutoramento são, em Portugal, viciadas , uma vez que são retiradas parcial ou totalmente da Net, ou então são encomendadas a algum professor que a faça ( tive dois doentes que fizeram isto ).
Também não é novidade que teses de doutoramento sejam viciadas pela forma mais simples : arranja-se uma ideia um tanto bizarra mas não muito e inventam-se dados ( no chamado trabalho de campo ) que a suportem. A este respeito a minha experiência enquanto psiquiatra permitiu-me conhecer por dentro a extenção deste fenómeno. Mas lembro aqui um caso anedótico: havia um professor duma das melhores universidades públicas portuguesas que decidiu fazer as suas provas de agregação. A tese era a de que as mulheres tem maior "inteligencia " verbal" porque tem mais hemisfério direito ( o mais ligado aos afectos, emoções e capacidade de verbalização. Como era ele próprio, o professor candidato, que fazia os exames orais aos alunos, lembrou-se de fazer a média das notas obtidas por alunos e alunas ...e chegou à conclusão de que as raparigas tinham ( nos seus exames orais ) mais dois valores que os rapazes. Logo : eram mais inteligentes verbalmente, por serem raparigas, e tinham vantagem nos exames orais! Claro que passsou por uma unha negra o seu exame ( teve muitas bolas pretas ) porque toda a gente sabia que o homem era tolinho por um palminho de cara e aí sim as alunas eram melhores.

Não tenho todavia nenhuma prova de licenciaturas compradas, embora toda a gente conheça alguém na sua família com licenciaturas facilitadas, duma ou doutra forma, no ensino privado. Coisa que dificilmente conseguiria no público.

OS AVISOS SUCEDEM-SE

PRIMEIRO PLANO
O monstro continua imparável ( retirado do jornal i )

por Ricardo Reis, Publicado em 04 de Setembro de 2010 .Enquanto a despesa caiu 14% na Grécia, 2,9% na Irlanda e 2,5% em Espanha, em Portugal subiu 4%. Quando é que se controla o monstro?

Na sua curta existência, este jornal tem lutado por algumas causas. Como é obrigatório num órgão de informação isento e rigoroso, por trás das causas está, acima de tudo, a busca da verdade e o confronto da propaganda com os factos.

No final do ano passado, o recém--eleito governo insistia que os impostos não iriam subir. Vários editoriais deste jornal, muitos assinados pelo então director Martim Avillez Figueiredo, insistiam que os impostos iriam muito provavelmente subir. Afinal, na história portuguesa das últimas décadas, os défices públicos tinham sido quase sempre corrigidos através de um aumento dos impostos.
Menos de um ano depois, é claro quem tinha razão. Em 2010, o IVA subiu para todos os portugueses e o IRS para muitos. Este foi só o começo, pois no orçamento para 2011, entre novos escalões para os mais ricos, redução de deduções fiscais que atingem a classe média, e cortes em vários apoios sociais aos mais pobres, a carga fiscal efectiva aumenta para todos. Talvez tenha sido apenas sorte, mas a verdade é que o i previu aquilo que o governo acabou por fazer, e que o próprio governo na altura achava ser improvável.

Na cobertura das medidas de combate do défice, o i também se distinguiu pelo seu cepticismo. Olhando para cada uma das medidas, os jornalistas e colunistas do i tiveram sempre grandes dúvidas que elas surtissem efeito. Pessoalmente, confesso que ao ler esses artigos, pensei que o jornal estava a ser pessimista. Praticamente todos os economistas com dois palmos de testa em Portugal já escreveram que a solução para a situação fiscal do Estado português tem de passar pelo corte da despesa. Alguns afirmaram isto mais vezes do que outros, alguns mais cedo do que outros, mas apesar das enormes discordâncias acerca dos problemas da economia portuguesa e das soluções a seguir, neste ponto há quase unanimidade. O Ministério das Finanças tem hoje muitos excelentes economistas, a começar pelo ministro, pelo que havia algumas razões para optimismo acerca do controlo da despesa pública.

Na quarta-feira, uma nova peça do i olhou para os dados da despesa pública portuguesa nos primeiros sete meses do ano e comparou-os com os da Irlanda, Grécia e Espanha. O que têm feito estes países sob a intensa pressão dos mercados internacionais e de Bruxelas? Na Grécia, até Julho, a despesa tinha caído 14%; na Irlanda 2,9%; em Espanha 2,5%. Então e em Portugal? A despesa subiu 4%.
Este número é demolidor. Se mesmo nestas circunstâncias, com todos os especialistas a concordarem na receita, com pessoas competentes nas finanças, e com intensa pressão do exterior, não se consegue controlar o monstro que é a despesa pública portuguesa, então quando é que isso acontecerá? Uma coisa é certa: a economia portuguesa não aguenta esperar muito mais tempo.

Nota de C.S.P. :o autor deste artigo publicado no jornal i é professor em duas universidades americanas , não tem grandes interesses económicos em Portugal, seu país, e tem mantido desde que o leio, um tom que foge aos radicalismos facciosos a que os economistas dos partidos nos habituaram.

sábado, 4 de setembro de 2010

A BANCARROTA É POSSÍVEL

Greece, Italy, Japan and Portugal are the advanced economies hovering closest to unsustainable levels of government debt, International Monetary Fund staff said in a research note today.


The four nations are most at risk of needing drastic budget cuts to avoiding facing uncontrollable increases in public debt because traditional budget cuts won’t suffice, IMF staff said in the paper. The U.S. and Spain are also constrained, the report said. Still, a separate IMF report said indicators of default risk by a wealthy economy reflect “some market overreaction.”

“Since behavior can change, a finding that a country has little or no fiscal space is not a prediction that public debt will explode or that the government will default -- history is not destiny -- but rather that something must change and fiscal policy cannot proceed on a ‘business as usual’ basis,” the economists wrote. “Specifically, fiscal policy will need to react more strongly to debt than past behavior would suggest.”

A história não é destino? Tem dias. Mais uma, e será a sexta bancarrota desde 1800. Esta será, porém, radicalmente diferente das anteriores: não só a dívida é integralmente denominada numa moeda que não é moeda própria, como não há... moeda própria. Este será o verdadeiro cabo das tormentas.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ANDAM , DE FACTO, TODOS DOIDOS ?

Quarta-feira, 1 de Setembro de 2010


Retoma

[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]

"Um dos traços mais marcantes da recessão económica foi a contracção do comércio internacional, de cerca de 12% em 2009, muito superior à redução média do PIB. O fcato de entretanto o comércio internacional estar em franca recuperação no corrente ano mostra que a crise económica é coisa do passado. Felizmente!"
 
Nota de Couto Soares Pacheco: tenho muita consideração por Vital Moreira cujas opiniões retiradas do seu blog _ como esta _ aqui publico.
Agora, todavia, as coisa no inner circle de Sócrates ( a mulher de Vital é a excelente Secretária de Estado para a reforma administrativa e a autora da empresa na hora, das simplificações burocráticas todas qque tem ocorrido, designdamente as lojas do cidadão ainda com Guterres até agora  às certificações à posteriori das pequenas empresas ) estão a ir longe de mais.
Porque a verdade é que o mundo está tão mal que não tem conserto durante os próximos anos, e Portugal , o meu país , ainda pior.
Continuar - agora que isto é evidente - a negar o óbvio, não ajuda os cidadãos, não faz crescer a economia, impede que a sociedade civil despegue da sua letargia e se erga, e torna impossível qualquer recuperação.
Já chega !
 

RENOVAVEIS, MESMO MAIS CARAS, VALEM A PENA

Cada português paga cerca de 90 euros para "subsidiar" as energias limpas


Cada português paga cerca de 90 euros para "subsidiar" as energias limpas (essencialmente energia eólica) segundo contas deste jornal. É muito? É. Coisa que parece dar razão aos que defendem a aposta noutras fontes de energia para não sobrecarregar famílias e empresas. Mas o sacrifício vale a pena. Primeiro porque qualquer forma de energia é, nos primeiros estágios de desenvolvimento da tecnologia, cara. Seja porque a investigação não permitiu ainda obter mais eficiência, seja porque não atingiu a escala suficiente para fazer baixar o preço dos equipamentos. Em segundo lugar porque não há alternativa: o País tem de chegar a 2020 respeitando metas de emissões de CO2 impostas por Bruxelas (não há tempo útil para recorrer a outras formas de energia, como a nuclear). Mas há outra razão, ainda mais importante, para "subsidiar" energia limpa: a eficiência na utilização, questão quase nunca falada quando se debate o preço da energia. O que é que ela significa? Que a economia tem de aprender a produzir mais com menos energia. E aqui a história diz-nos que os grandes momentos em que se fez um esforço sério para melhorar a eficiência na utilização de energia foi quando o preço aumentou drasticamente: depois dos choques petrolíferos de 1973 e 1980. É doloroso? É: não há empresa portuguesa que não se queixe que é menos competitiva que as congéneres espanholas porque paga a electricidade mais cara. A esses convém recordar que os dinamarqueses pagam a energia cinco vezes mais cara que a nossa… mas são mais competitivos.
 
(post de Camilo Mendonça director do Jornal de Negócios , em on-line )

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

E A IRLANDA ESTÁ A IR AO FUNDO

Crise económica

Banco "zombie" leva a Irlanda à falência

01 setembro 2010 The Irish Times Dublin



The Irish Times, 01 setembro 2010

“Anglo estipula custo total em 25 mil milhões de euros”, destaca The Irish Times, um dia depois de o banco ter divulgado prejuízos de 8 mil milhões e 200 mil euros para o primeiro semestre de 2010 – “o pior resultado na história financeira irlandesa”. A operação de salvamento do banco zombie, cuja prodigalidade passou a simbolizar o estado de desgraça da economia do país, custou ao Estado irlandês, até à data, através do dinheiro dos contribuintes, 22 mil milhões e 880 mil euros. No Irish Independent, o economista David McWilliams afirma que “as indemnizações do banco irlandês são uma loucura financeira e politicamente inaceitáveis… Como é possível preservar a coesão e a paz social quando se pede a um trabalhador normal – sem culpa nenhuma – que desembolse 26.315 euros para subsidiar o credor estrangeiro (em grande parte) culpado?”

O GINI INDEX. As desigualdades que nos podem matar a todos. ( atenção que é mesmo para lêr )

O Gini Index é um índice que me pôs hoje muito mal disposto.
Pretende medir as desigualdades de riqueza entre classes sociais, em países pobres e ricos,  numa escala de 0 ( onde não haveria qualquer desigualdade de rendimentos ) até 100 ( em que uma pessoa receberia tudo e as restantes nada ).

A posição de Portugal é confrangedora. Situamo-nos no último lugar ( excepção da turquia ) em que há mais desigualdades sociais.
Ressalvo que estou consciente de que estes índices e outros estudos são pouco rigorosos quanto mais não seja dado que aquilo que se pretende medir é um "target" difícil de definir. Mas mesmo assim ....

Não tenho dúvidas de que o meu país necessita duma terapia com cortisona - choque da cortisona que se dá aos moribundos e ou lhes traz a vida de volta ou os entrega de vez à morte .
 Mas também não tenho dúvidas que , quando ocorrer essa terapia, vai ser necessário que os muito ricos e os muitíssimo ricos paguem mesmo o grosso da factura. E Ai dos políticos que pensam que podem ficar de fora do aperto! Por que , o que agora já está em jogo até já não é a integração europeia que , de qualquer forma vai fazer-se na primeira divisão sem nós portugueses. O que já está em causa agora, é mesmo a nossa sobrevivência como país soberano,  E SIMULTANEAMENTE,  com um Estado minimamente organizado.
Dito de outra forma mais perceptível: está em causa a fuga à moçambiquização do nosso modo de vida.

P.S. para consulta deste escalonamento de países europeus , nesta e noutras áreas em que a situação é dum susto que faz tremer o medo, cliquem em EUROFAUND ou EUROSTAT, e por exemplo usem palavras como income inequality ou, wager average by european countries. Ah, e tomem antes três Xanax.