sexta-feira, 28 de outubro de 2011

NA CHINA NA CIDADE DE WENZHOU A ECONOMIA FOI À FALENCIA

http://mobile.br.msn.com/device/nyt/article.aspx?cp-documentid=1207281

Este caso está a servir de pretexto para o nacionalismo fascista chinês se recusar a uma ajuda ( com juros ) à Europa, apelando à hostilidade ao ocidente.

domingo, 23 de outubro de 2011

E PORTUGAL - THE FIRST MINISTER - NÃO QUER PERDÃO DE DÍVIDA !

A dívida pública grega que fechou em 2010 no nível de 142,8% do produto interno bruto (PIB) e que poderá atingir os 157,7% no final deste ano deverá chegar aos 181%, em 2012, caso a dinâmica atual se mantenha, segundo uma análise “estritamente confidencial” para o relatório da troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) que superintende o plano de resgate ao país.
O documento, ainda não publicado, foi produzido depois da análise das contas gregas no âmbito da autorização para a transferência da uma nova tranche de 8 mil milhões. Uma transferência que continua por fazer em virtude de uma postura de “falcão” do Banco Central Europeu, exigindo vagas sucessivas de medidas de austeridade num contexto de agravamento recessivo e de crise política e social. Entretanto, o Eurogrupo, reunido hoje à tarde em Bruxelas, deu luz verde à parte europeia (de €5,8 mil milhões) da transferência para Atenas.
O relatório, citado hoje pelo jornal Financial Times, refere que esta nova previsão do nível de dívida soberana no final do próximo ano está quase 15 pontos percentuais acima dos cálculos feitos em julho, que apontavam para 166,1% do PIB, e que constam nas previsões do Banco Central Europeu, no recente Occasional Paper nº 132, publicado na semana passada.
Envolvimento privado “mais ambicioso”
O documento refere que este agravamento das previsões se deve a três atrasos e uma bomba mais recente: o atraso na retoma (a Grécia deverá continuar em recessão em 2012, com uma previsão da queda do PIB em 2%, depois de uma queda provável de 5% em 2011), na consolidação orçamental (deverá haver este ano um desvio das metas no défice na ordem de €1,4 a 2 mil milhões) e no plano de privatizações (que estaria atrasado pelo menos 3 meses), bem como o impacto que vai ter a recapitalização da banca.
Com este disparo, a dívida pública grega distanciar-se-ia ainda mais, em 2012, dos níveis que serão atingidos pela Itália (previsão de 119,9% do PIB), Irlanda (117,9%) e Portugal (107,4%).
Face a este disparo, a troika recomendaria, por isso, a necessidade de inverter essa dinâmica, propondo uma reestruturação da dívida aos credores privados (o que tem sido designado de “envolvimento do sector privado”, conhecido pelo acrónimo PSI do inglês) “mais ambiciosa”.
Segundo um gráfico que está a correr a blogosfera, alegadamente extraído do referido relatório ainda confidencial, uma reestruturação parcial da dívida aos privados na ordem de 50% permitiria diminuir a dívida pública para 120% em 2020 e ligeiramente acima de 100% em 2030. Se o “corte de cabelo” (hair cut, na gíria técnica) for de 60%, esse nível poderá descer para 110% em 2020 e menos de 100% uma década depois.
Ainda segundo o Financial Times, um “corte de cabelo” de 60% permitiria manter o segundo pacote de resgate à Grécia – já aprovado na cimeira europeia de 21 de julho – no montante inicialmente previsto de €109 mil milhões. Mas se o corte for apenas de 50%, o pacote de resgate terá de subir para €114 mil milhões. Segundo o jornal britânico, o Banco Central Europeu opõe-se à divulgação destes cenários.
Refira-se que os credores privados detêm 65,4% da dívida soberana – 21% dos títulos de dívida nas mãos dos bancos gregos e cipriotas, 8% em mãos de instituições gregas não bancárias e fundos de pensões locais, e 36,4% em credores privados estrangeiros. Ao todo €226,5 mil milhões. A troika detém 34% da dívida soberana. Mas não admite reestruturar a dívida de que é credora. Até à data, apenas mexeu na taxa de juros e nos prazos

terça-feira, 18 de outubro de 2011

up-to-date

por Sérgio Lavos


Depois de ler este post de José Manuel Fernandes, pensei em ir à procura de textos do ex-director do Público e maoista na reserva que denunciassem outras situações gritantes de parasitagem da Segurança Social. Qualquer coisa que ele tivesse escrito sobre as reformas acumuladas de Cavaco Silva, que ultrapassam os 10000 euros, ou a mísera pensão de 18000 euros que Mira Amaral recebe depois de ter passado uns meses pela administração da Caixa Geral de Depósitos após um convite do Governo PSD/CDS da altura. Ou até uma criticazinha ao facto dos deputados à Assembleia da República terem direito a reforma ao fim de esforçados 8 anos de serviço prestado à nação, com mais ou menos sonecas à mistura. Depois achei que seria melhor ir ler um livro ou ver um filme, nem que fosse do Steven Seagal (é mais fácil encontrar aí massa crítica do que na maioria dos textos do Blasfémias). Pois, não vale a pena. José Manuel Fernandes nunca terá escrito uma linha que fosse contra o roubo institucionalizado que é praticado pelos políticos que gravitam o poder, e não preciso de pesquisar para ter a certeza desta intuição. Mas incomoda-o que uma médica com 30 anos de serviço se reforme aos 55 anos e receba 1120 euros por mês. Por sinal, uma manifestante do 15 de Outubro. Quem serve o regime não precisa de legitimidade para escrever barbaridades, e a cara-de-pau é serenamente aceite pela maioria da população. É preciso ter lata, muita lata... 

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As bolsas da Ásia haviam fechado hoje (17 de outubro) no positivo com as 50 principais empresas cotadas a subir a capitalização em 2%. Mas eis que a Europa acordou e algumas frases do ministro das Finanças alemão e do porta-voz da chanceler Ângela Merkel foram suficientes para matar o “otimismo” que permeou os investidores internacionais convencidos que a 23 de outubro – no próximo domingo – sairá fumo branco da cimeira europeia.
Wolfgang Schauble fez baixar drasticamente as expectativas sobre a cimeira de domingo falando de “irrealismo” na resolução da crise em 8 dias. Já Ângela Merkel havia dito, na semana passada, que “não há milagres”. O seu porta-voz, Steffen Seibert, disse hoje que a cimeira de domingo “permitirá aos europeus progredir de maneira sensível em direção a uma resolução da crise da dívida, mas não a resolverá de um golpe”.
Face ao ultimato da reunião de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G20, estas frases podem ser um sinal de que os alemães ou estão a fazer pressão pública sobre os franceses (o seu parceiro no G2 que governa a zona euro) com vista às reuniões do Eurogrupo de 21 de outubro e do Ecofin do dia seguinte, ou estão a sinalizar o interesse por uma solução “mínima”, sem grandes rasgos.
Frases alemãs valem 1% de quebra nas bolsas
O resultado das frases alemãs foi um movimento de quebra generalizada nas bolsas europeias com o EuroStoxx 50 a cair 1,68% e o Bloomberg European 500 a descer 1,05%. Em Wall Street o balde de água frio germânico foi ainda mais pernicioso – com os principais índices a serem atacados pelo “urso”: o índice Dow Jones quebrou 2,13%, o S&P 500 caiu 1,94% e o Nasdaq teve uma queda de 1,98%.
O saldo diário final das palavras alemãs foi uma quebra bolsista mundial de 1%. A nível do sector financeiro, a quebra de capitalização nas bolsas mundiais foi superior, de 1,2%.
No mercado secundário da dívida soberana, o efeito foi sentido em quatro países da zona euro que têm estado mais “sensíveis” ultimamente às frases, aos rumores e aos adiamentos: Irlanda, Itália, Espanha e Bélgica. As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos soberanos destes 4 países prosseguiram com a tendência de subida. No caso dos títulos italianos a 10 anos, fecharam com uma yield de 5,8% e as obrigações espanholas com a mesma maturidade atingiram uma yield de 5,32%. Os dois países continuam com as yields destes títulos a subir no patamar dos 5% – e não a descer, como deveria ser o resultado das intervenções do Banco Central Europeu no mercado secundário. Os títulos belgas a 10 anos, por seu lado, viram a yield fechar em 4,45%, já próximo do máximo de 4,5% de agosto.
Bancos americanos de novo na berlinda
No mercado dos credit default swaps (cds), os mais penalizados foram, hoje, de novo, 5 bancos norte-americanos.
O maior aumento de preço dos cds (ou seja o encarecimento dos seguros contra o risco de incumprimento) ocorreu com o Morgan Stanley e o Wells Fargo, com subidas superiores a 8%. Seguiram-se a Goldman Sachs, a JPMorgan e o Bank of America, com subidas entre 5,9% e 7,7%.

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Apesar dos esforços públicos dos líderes europeus no marketing político internacional, apontando para um pacote de resoluções da crise das dívidas soberanas na zona euro até às próximas cimeiras de 23 de outubro (europeia) e do G20, a perceção negativa por parte dos investidores nos mercados financeiros da dívida continuou a aumentar para o grupo dos 5 “periféricos” (agora batizados com o acrónimo, em inglês, de GIIPS – para Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha).
Pacote de austeridade em Lisboa não desce risco
No que toca a Portugal, o risco de incumprimento agravou-se de 61,83% a 3 de outubro para 62,39% no fecho desta semana. Tendo havido uma melhoria entre 3 e 10 de outubro, o risco voltou às subidas, de 61,19% para 62,39%, entre 10 e 14 de outubro.
A perceção dos investidores no mercado dos credit default swaps (seguros contra o risco de incumprimento) ligados à dívida soberana sobre Portugal continua em plano inclinado. O pacote de austeridade anunciado em Lisboa para o Orçamento de 2012 não teve qualquer efeito positivo nem na probabilidade de incumprimento, nem nas yields das obrigações do Tesouro no mercado secundário.
À tendência negativa sobre os GIIPS juntou-se uma “novidade” – a entrada, em força, na geografia do stresse da zona euro da Bélgica, França e Áustria. À indefinição política na Bélgica, com a continuação da negociação de formação do governo (a mais longa atualmente no mundo), juntou-se o caso do banco Dexia que chamuscou, também, a França, um país com notação de crédito de triplo A e tido como o segundo pilar do G2 que hoje governa a zona euro. A Áustria, outro país da moeda única ainda com notação de triplo A, foi abalada pela crise do banco Erste, a que alguns designaram de “segundo Dexia”.
A Bélgica subiu para o patamar de risco de incumprimento acima de 23%, a França aproximou-se dos 15% e a Áustria dos 14%. Estão, ainda, longe do bilhete de entrada no “clube da bancarrota” (os 10 países do mundo com maior risco de incumprimento) que exige mais de 29% de risco, o atual nível da Croácia. Apesar do agravamento do risco para Espanha, o nível de probabilidade de incumprimento ainda está abaixo dos 29%.
Irlanda e Espanha pioram
O agravamento da perceção do risco nos “periféricos” acarretou duas “más” notícias – o bom comportamento da Irlanda como “aluno exemplar” da troika arrisca-se a ir por água abaixo, e os esforços de Espanha para sair da ribalta do stresse (tendo entrado no mês de Outubro sem regressar ao “clube da bancarrota”) foram estragados pelas agências de notação Standard & Poor’s e Fitch nos últimos dias. A Irlanda subiu do 7º para o 6º lugar no “clube da bancarrota” e a Espanha viu o seu risco de incumprimento regressar às subidas a partir de 10 de outubro, segundo dados da CMA DataVision.
Curiosamente, apenas a Itália, em virtude da capacidade de sobrevivência do governo chefiado por Sílvio Berlusconi, conseguiu “descer” no risco de default, entre 3 e 14 de outubro, tendo baixado do 9º para o 8º lugar no “clube da bancarrota”.
Juros não param de subir
O movimento das yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos soberanos no mercado secundário da dívida em sete dos países referidos – Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, Bélgica e França) – reflete, também, um padrão similar ao que tem sucedido na probabilidade de incumprimento.
Olhando para os títulos soberanos a 10 anos, verificamos um agravamento generalizado, comparando com o início do mês, segundo dados da Bloomberg. Os juros para os títulos gregos estão perto de 24%, e para as obrigações do Tesouro português subiram para 11,64%. A Irlanda deixou de negociar títulos a 10 anos no dia 11 de outubro – as yields subiram de 7,76% a 3 de outubro para 8,21% a 11 de outubro.
No caso de Itália e Espanha, onde os analistas têm referido uma intervenção do Banco Central Europeu, as yields dos títulos do Tesouro italiano (BTP) e das obrigações espanholas (OE) a 10 anos têm prosseguido a sua subida no patamar dos 5% – passaram de 5,54% a 3 de outubro para 5,80% a 14 de outubro no caso dos BTP, e de 5,12% para 5,24% no mesmo período para o caso das OE.
As yields dos títulos belgas a 10 anos subiram de 4,07% para 4,40% esta semana, estando a aproximar-se do máximo de 4,5% em agosto. No caso de França, os juros subiram de 2,87% para 3,13% no mesmo período.

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Quatro dos principais bancos norte-americanos estão sob ataque no mercado da dívida – Citigroup, Goldman Sachs, JP Morgan Chase e Wells Fargo têm hoje o preço dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) a subir mais de 10%.
No caso do Citigroup, a variação diária é, até ao momento, de 12%. Neste grupo, o nível de cds mais elevado é o da Goldman Sachs, com 338,07 pontos base.
Com uma variação menor de aumento diário do preço dos cds, no patamar dos 8%, estão o Bank of América e o Morgan Stanley, que têm um nível de cds superior a 350 pontos base.
Refira-se que, em termos do preço dos cds para a dívida soberana dos EUA, o nível é apenas de 46 pontos base. O que contrasta com a deterioração da situação de crédito dos grandes bancos norte-americanos.
Goldman Sachs com o maior crescimento do risco
No fecho do mercado, o disparo abrandou e o ranking alterou-se . Com crescimento de dois dígitos do custo dos cds restou, apenas, a Goldman Sachs, que terminaria o dia com uma variação de 10,97% e um custo de cds na ordem dos 335,07 pontos base.
Os analistas prevêm que os resultados do 3º trimestre de 2011 da Goldman Sachs – que serão divulgados na próxima semana – deverão ser os piores desde a crise de 2008.
Seguiram-se, na evolução diária, o J.P. Morgan Chase com uma variação de 7,66% e um custo dos cds a fixar-se em 380,77 pontos base (o mais elevado deste grupo), o Morgan Stanley com 6,22% e um custo de cds de 359,64 pontos base e o Wells Fargo com 5,92% e um custo de cds de apenas 140,17 pontos base.

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Sete países da zona euro estiveram hoje em foco no mercado da dívida. A probabilidade de incumprimento subiu mais de 1 ponto percentual nos casos da Irlanda, a variação mais elevada (de cerca de 1,7%), Espanha (com uma variação próxima à do ex-Tigre Celta), Itália e Portugal, segundo dados da CMA DataVision. A que se seguiram, depois, os aumentos do risco de default para a Áustria, Bélgica e França.
Ao anterior grupo dos GIIPS (acrónimo que substituiu os PIIGS) juntou-se a Bélgica e mais recentemente a Áustria e a França. As próximas semanas dirão se o grupo com variações sincronizadas do risco de default, ainda que em patamares distintos, se alargou efetivamente, recolhendo no seu seio novos residentes.
Em virtude do agravamento da situação irlandesa e italiana, o ex-Tigre Celta subiu, hoje, para o 6º lugar no “clube da bancarrota” e a Itália passou ontem para o 8º lugar do mesmo “clube”, liderado pela Grécia, e onde Portugal ocupa a 2ª posição.
A situação da Grécia é excecional. A sua probabilidade de default é superior a 91%, mas as variações diárias deste risco têm sido pequenas, oscilando em torno deste patamar. Os investidores nos credit default swaps (cds, seguros contra risco de incumprimento) já têm em linha de conta a probabilidade de um elevado “corte de cabelo” da dívida deste país, com uma provável situação de default seletivo da dívida em mãos de credores privados. O mês crítico é apontado como sendo o de dezembro, mas ainda está por entregar a Atenas a tranche do plano de resgate que deveria ter sido creditada em setembro.
Juros penalizam Itália, Espanha e Bélgica
O mercado secundário da dívida refletiu, também, este agravamento da perceção de risco, sobretudo nos casos de Itália, Espanha e Bélgica.
Com a queda muito acentuada das yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) relativas aos títulos alemães – os Bunds -, o fosso colossal entre os juros da dívida da Alemanha e do grupo dos GIIPS+Bélgica alargou-se, ainda, mais hoje.
Referindo, a título de exemplo, as yields para os títulos soberanos a 10 anos, a sequência era a seguinte hoje no fecho do mercado: 23,97% para os títulos helénicos (abaixo do valor de fecho de quarta-feira); 11,59% para as obrigações do Tesouro português (acima do valor de fecho de quarta-feira); 5,21% para as obrigações espanholas (acima do valor de fecho de quarta-feira); 5,82% para os títulos do Tesouro italiano (acima do valor de fecho de quarta-feira); 4,33% para os títulos belgas (acima do valor de fecho de quarta-feira; o máximo, neste caso, foi atingido em agosto com um nível de 4,5%); e 2,11% para os Bunds (uma descida em relação ao fecho de quarta-feira).
O íman alemão
As yields dos Bunds servem de referência na zona euro. O seu nível muito baixo indica um risco de default da dívida fraco e uma atração dos investidores por essas aplicações ainda consideradas “seguras”.
Segundo um estudo do Greenberg Center for Geoeconomic Studies, hoje divulgado pelo Council on Foreign Relations, a banca alemã tornou-se, também, um íman para depósitos oriundos do grupo formando pela Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha nos últimos dois anos. “Depósitos estão a fugir dos PIGS e a voar para a Alemanha”, diz o estudo aqui publicado .

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

É preciso destruir a china ( DELENDA CHINA EST!)

UE-China

“Não quero morrer chinês”

13 outubro 2011
Turim


Para o escritor italiano Antonio Scurati, a multiplicação dos investimentos chineses na Europa e da influência do capitalismo à moda chinesa na economia europeia, constituem uma ameaça à liberdade e à soberania dos europeus e ao seu modelo sociocultural.
Não sei qual a vossa opinião, mas, quanto a mim, não tenho vontade alguma de morrer chinês. No entanto, pelo caminho que as coisas levam, isso é altamente provável.
Em meados de setembro, no momento exato em que o sul da Europa se precipitava em direção ao desastre, durante o congresso anual do World Economic Forum – que decorre na China desde 2007 (será por acaso?) e este ano se intitula “Novos Campeões 2011” – o Primeiro-ministro Wen Jiabao anunciou que o seu país irá investir cada vez mais no “velho” continente.

Os chineses estão a salvar-nos ou a invadir-nos?

Com um sentido de oportunidade bastante aterrador, tinham circulado vozes insistentes nos dias anteriores sobre as intenções da China de fazer aquisições em massa de títulos do tesouro italiano, corroborados pela viagem a Roma do Presidente da China Investments Corp, um dos fundos de investimento mais ricos do mundo, que veio discutir a compra de posições firmes no capital de empresas estratégicas para a nossa economia nacional. Desde então, não passa um dia sem que nos perguntemos se os chineses estão a salvar-nos ou a invadir-nos?
No meu caso, a pergunta é um pouco mais preocupante pois quis o acaso que o meu mais recente romance – La seconda mezzanotte [“A segunda meia-noite” ou “A segunda metade da noite”] – tenha sido lançado a 14 de setembro, por coincidência exatamente o dia em que as agências noticiosas repercutiam os anúncios de Wen Jiabao. No romance, imaginei que, em 2029, a Itália tinha-se tornado um país satélite da China depois de lhe ter cedido a totalidade da sua dívida externa e que, após uma terrível inundação, Veneza tinha sido comprada por uma empresa multinacional de Pequim. Renascida com o estatuto de Zona Politicamente Autónoma, o seu destino era, a partir dali, o de um parque de diversões dedicado ao luxo e aos vícios desenfreados dos novos-ricos orientais. Portanto, a essa questão perturbadora só posso dar uma resposta igualmente perturbadora.

Conflito civilizacional entre Europe e China

Catastrofismos literários à parte, parece-me absolutamente evidente que o aparecimento de uma soberania político financeira chinesa no nosso velho continente precipitaria o declínio da civilização europeia tal como a conhecemos, sonhámos e amámos (pelo menos na nossa visão ideal). Temo que seja uma grave ameaça aos fundamentos culturais da civilização ocidental europeia moderna: soberania política do povo, liberdade de pensamento e de expressão, direitos dos trabalhadores e do cidadão, autonomia individual, solidariedade entre os indivíduos reunidos em sociedade, valorização pessoal, segurança alimentar, respeito pelo caráter sagrado da vida.
Sim, temo tudo isso, não só porque ainda tenho nos olhos a imagem desse jovem que defrontou um tanque na praça Tian'anmen, armado apenas com os seus dois sacos de compras (não esqueçamos que este jovem era, também ele, chinês), ou porque prevejo um conflito civilizacional entre a Europa e a China, mas também porque estou assustado com o descaminho de um capitalismo financeiro cuja espinha dorsal passou a ser representada por fundos soberanos chineses, com uma utilização do capitalismo concebido para financiar o trabalho e o projeto empreendedor mas que acabou por os enterrar.
Se num futuro próximo a política não conseguisse percorrer em sentido inverso o caminho que a conduziu da soberania à obscenidade, o risco seria, efetivamente, que dentro de pouco tempo surgiria um conflito gigantesco entre os juros especulativos da finança apátrida – pouco importa se é chinesa, americana ou nossa – e as necessidades, as expectativas legítimas, as esperanças de cada um de nós.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

banca europeia na bancarrota

Áustria | República Checa

Bancos preparam-se para o pior

11 outubro 2011
Die Presse, 11 outubro 2011
Perante a crise do euro um primeiro banco austríaco decidiu reagir: o “Erste Bank prepara-se para a crise do euro”, titula o Die Presse, que explica que, o presidente do conselho de administração do banco duvida que o fim da crise esteja próximo, uma vez que é possível que 50% da dívida grega seja perdoada. Assim, o banco, muito exposto à Europa de Leste, diminuiu os seus investimentos na Hungria e na Roménia. Aliás, os 800 milhões de euros de lucro anunciados tornaram-se 800 milhões de euros de prejuízo. As suas ações desceram 9% a 10 de outubro, e o banco anunciou que o reembolso da ajudada estatal concedida em 2008, após a falência do Lehman Brothers terá de esperar, pelo menos, mais um ano. O diário de Viena sublinha que não é a Grécia mas a má situação do crédito na Europa de Leste “onde dormem créditos cujo montante é igual ao do PIB austríaco” que levanta problemas. Do lado checo, “a bolsa de Praga foi novamente atingida pela crise”, titula o Hospodářské noviny. O diário económico de Praga explica que a queda do Erste Bank, o maior grupo financeiro  da Europa central e oriental, arrastou vários títulos checos para o vermelho, apesar dos bons resultados do início do ano

banca europeia na bancarrota 2

Manhã: As bolsas asiáticas abriram hoje claramente no positivo e assim se mantiveram. O índice global das 50 principais cotadas na Ásia – MSCI Asia Apex 50 – valorizou-se hoje 2,33%%, quando ontem subira timidamente 0,39%, ainda que a negociação tenha sido afetada ontem pelos feriados no Japão e em Taiwan.
O efeito da cimeira de domingo da chanceler alemã Ângela Merkel e do presidente francês Nicolas Sarkozy continuou a animar os investidores internacionais, apesar do adiamento da cimeira europeia para dia 23 de outubro e de manifestas divergências, no seio da Europa, sobre os mais diversos dossiês críticos, como o grego, o papel do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o plano de recapitalização da banca europeia e as mexidas nos tratados europeus.
Balde de agua fria pela manhã
Particularmente sobre o que os alemães já designam por “drama da banca”, os investidores financeiros querem acreditar que a dupla Merkel/Sarkozy tem uma solução para tirar da cartola até à data limite da cimeira do G20.
Mas, hoje, quando as bolsas europeias e o mercado secundário da dívida abriu os investidores apanharam um balde de água fria – estão a aguardar a decisão no Parlamento Eslovaco em Bratislava sobre a estratégia de resgate na zona euro, havendo o risco de não ser aprovada. A Eslováquia é o último dos 17 membros da zona euro a votar as decisões da última cimeira europeia de 21 de julho, e é membro da moeda única há menos de três anos.
Por isso, as bolsas europeias abriram no vermelho e permanecem em terreno negativo. As mais penalizadas continuam a ser as da Áustria e da Grécia. Os futuros relativos aos índices Dow Jones e S&P 500 estavam em baixa sinalizando uma abertura no negativo em Wall Street, que acabou por se confirmar.
Juros da dívida em alta
No mercado secundário da dívida soberana, as yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) estão em alta em todos os GIIPS (Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha) e também na Bélgica.
No caso da Grécia bateram um novo recorde nas yields a 12 meses que atingiram os 153%, segundo dados da Bloomberg. Estas rendibilidades estratosféricas apontam para um “corte de cabelo” (hair cut) no valor destes títulos na ordem dos 45 a 55%.
As yields da dívida portuguesa estão, também, a subir em todas as maturidades. O comportamento das yields relativas à dívida irlandesaé, também, altista, com os juros dos títulos a 10 anos a regressarem acima dos 8%.
As yields das obrigações espanholas e dos títulos do Tesouro italiano (BTP) a 10 anos estão acima dos 5%. No caso dos BTP estão em 5,63%.
Para fechar o ramalhete de “más notícias”, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, que está de partida no final do mês, disse hoje, preto no branco, aos deputados europeus em Bruxelas que “a crise atingiu uma dimensão sistémica”. “A crise da dívida soberana deslocou-se das pequenas economias para algumas das grandes”, concluiu.

domingo, 9 de outubro de 2011