sábado, 29 de dezembro de 2012

LAGARDE evolui....

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional afirmou ao jornal alemão “Die Zeit” (edição de 27 de dezembro) que a consolidação orçamental “não deve acontecer ao mesmo ritmo em todo o lado” na zona euro e que a organização passou a dar mais atenção às “consequências potenciais de reduções de défice excessivamente rápidas”.
“Continuamos a achar que a consolidação orçamental [na zona euro] é uma necessidade. Onde nota uma evolução ligeira na nossa abordagem é que estamos a dar mais ênfase a que [a consolidação] não deve acontecer ao mesmo ritmo em todo o lado e que deve ser adequada especificamente a cada país”, afirmou Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao jornal alemão “Die Zeit”. A entrevista foi publicada, em inglês, esta semana, no site do FMI e pode ser consultada aqui .
Lagarde estendeu esta reflexão sobre os processos de ajustamento na zona euro – que não se limitam aos planos de resgate nos três países “periféricos” com memorandos de entendimento com a troika – a uma avaliação mais geral sobre a atuação do FMI em todo o mundo. “Não estou aqui há muito tempo, mas penso que houve uma evolução no pensamento”, diz. A diretora-geral refere que houve épocas em que os programas de ajustamento preconizados e aplicados pelo FMI eram muito focados em exigir uma quantidade de resultados logo no início. E que isso conduziu “talvez” a descurar “as consequências potenciais de reduções do défice [orçamental] excessivamente rápidas”.
A atenção dada a esta entrevista focou-se, na Europa, numa parte das duas últimas perguntas em que a diretora-geral do FMI refere que a organização “não tem de estar envolvida financeiramente em cada caso”, depois de ter recusado a ideia, exposta numa pergunta, de que o Fundo estaria “farto” de agir em conjunto com as instituições europeias nos planos de resgate, procurando consensos. O jornal alemão, por seu lado, intitulou a entrevista com a afirmação de Lagarde de que o ministro das Finanças alemão Wolfgang Schauble “é um amigo”.
Três pontos essenciais da posição do FMI
Nesta entrevista, Lagarde insistiu em três pontos que têm sido constantes, ultimamente, nas intervenções do Fundo.
Primeiro: as metas estruturais de ajustamento são mais importantes do que as nominais. A razão desta recomendação é dada de seguida: “para evitar que os governos respondam a défices orçamentais crescentes – que são causados por circunstâncias económicas que pioram – com cortes que deprimem ainda mais o crescimento”.
Segundo: o efeito multiplicador da austeridade foi reavaliado. “Temos um melhor entendimento do que no passado como as restrições orçamentais afetam o crescimento. Os nossos especialistas apresentaram conclusões de investigação importantes sobre este assunto”. Recorde-se a célebre “caixa” técnica assinada pelo economista principal do Fundo, Olivier Blanchard, no último “World Economic Outlook”.
Terceiro: os países com folga orçamental e/ou com excedente externo devem ser cautelosos no ajustamento. Perguntada se era o caso da Alemanha, Lagarde respondeu: “A Alemanha, sem dúvida, mas posso pensar em mais alguns poucos candidatos. Podem permitir-se prosseguir um curso de consolidação mais lento do que outros. Isso permite contra-atacar os efeitos depressivos sobre o crescimento que emanam dos cortes nos países em crise”.
Num documento publicado em dezembro, intitulado “Current Account Surpluses in the EU”, da Comissão Europeia (a consultar aqui ), refere-se, na zona euro, uma lista que abrange Alemanha, Holanda, Bélgica (previsto a partir de 2012), Finlândia, Áustria e Luxemburgo. O documento refere como média no período de 2008 a 2011, os seguintes valores para o excedente externo: Luxemburgo com 6,7% do PIB, Alemanha e Holanda com 6%, Áustria com 3,1% e Finlândia com 1,2%. Com relevância, para o período de 2012 a 2024, apenas sobrarão a Holanda com uma média que é estimada atingir os 9,6% (um verdadeiro disparo), a Alemanha com 5,1% e o Luxemburgo com 4,7%.

FISCAL CLIFF

“Come together” é uma campanha lançada nos EUA a que a Starbucks decidiu aderir. O presidente-executivo da cadeia de cafés, Howard Schultz, pediu aos seus funcionários na área metropolitana de Washington DC que durante esta semana escrevam nos copos em que servem as bebidas as duas palavras “come together” (juntem-se).
A campanha, na sua mensagem mais extensa, apela a que “vamos dizer ao Congresso para trabalhar em conjunto para resolver a questão da dívida e evitar o precipício orçamental”. A plataforma Patch Network difunde a campanha. Outra campanha de pressão é levada a cabo pela CNBC sob a bandeira de “Rise Above”. Schultz chamou à sua iniciativa “um pequeno gesto”, que foi criticada por alguns analistas como “vedetismo”.
A campanha em toda a área metropolitana onde ficam a Casa Branca e o Congresso dos EUA ocorre na semana em que o “precipício orçamental” (fiscal cliff, em inglês) está a poucos dias de poder ocorrer, automaticamente, a partir de 1 de janeiro de 2013. Ele envolve 600 mil milhões de dólares (€453 mil milhões) em cortes da despesa pública federal (incluindo a área da defesa) e em aumentos de impostos.
O termo foi popularizado pelo presidente da Reserva Federal (banco central), Ben Bernanke, em fevereiro, numa audição junto do Comité de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes, alertando para “um precipício orçamental massivo de grandes cortes da despesa e aumentos de impostos” a 1 de janeiro de 2013.
Recorde-se que o problema surgiu em virtude de, em agosto de 2011, aquando da crise sobre o aumento do teto de endividamento (que havia sido ultrapassado em maio e que, com medidas extraordinárias Tim Geithner estendeu até 2 de agosto), o Congresso decidiu criar um comité bi-partidário para encontrar uma estratégia para definir um teto para o endividamento federal num horizonte de dez anos implicando uma poupança no gasto federal de 1,2 biliões de dólares. Se o comité não chegasse a acordo até 31 de dezembro de 2012, um conjunto de cortes de gastos e de aumentos de impostos seriam desencadeados automaticamente. Esta decisão de dar mais de um ano para se chegar a um acordo entre os dois partidos foi uma das formas de obter o consenso em agosto de 2011 e evitar um incumprimento parcial ou seletivo pelo Tesouro norte-americano.
Os EUA mergulharam, mais tarde, em pré-campanha e campanha eleitoral de que só saíram nas eleições de 6 de novembro e o assunto foi adiado sucessivamente. Obama foi reeleito, mas as maiorias contraditórias no Senado (dominado pelos Democratas) e na Câmara de Representantes (dominada pelos Republicanos) permanecem, o que dificulta um entendimento.
Rondas de negociações até ao limite
O presidente Obama regressou de férias no Havai e vai reunir hoje (28 de dezembro) pelas 20h (hora de Portugal) na Casa Branca com os líderes das maiorias e minorias do Congresso (Senado e Câmara dos Representantes), a que estará presente, também, o vice-presidente Biden. Por seu lado, a Câmara dos Representantes reabre em sessão no domingo, a partir das 23h30 (hora de Portugal), até 2 de janeiro para discutir um acordo que evite o “precipício fiscal”. A 2 de janeiro termina a atual legislatura e no dia seguinte inicia-se o 113º Congresso.
A situação complicou-se ainda mais com o anúncio, esta semana, pelo secretário do Tesouro, Tim Geithner, que o teto de endividamento federal autorizado, de 16,4 biliões de dólares (cerca de €12,4 biliões) será ultrapassado no último dia do ano. Geithner garantiu que o Tesouro tomará todas as medidas extraordinárias permitidas por lei para evitar que o governo federal entre em incumprimento seletivo ou parcial em janeiro de 2013. Essa margem de manobra de que o secretário do Tesouro dispõe não deverá ultrapassar os 200 mil milhões de dólares, o que aguentará a situação “aproximadamente mais dois meses”. Geithner não será reconduzido na próxima Administração depois de Obama tomar posse a 21 de janeiro.
O folhetim ocorrido em julho e agosto de 2011 poderá repetir-se agora com a agravante de se conjugarem em cima da mesa dois problemas críticos – o “precipício orçamental” e a necessária autorização de aumento do teto de endividamento federal. No ano passado, a Câmara de Representantes e o Senado, a 1 e 2 de agosto, acabaram por aprovar o aumento do teto de endividamento que foi promulgado por Obama no dia limite. A 11 de agosto, a agência de notação Standard & Poor’s cortou o rating dos EUA, retirando-lhe o triplo A (o máximo), e baixando-o para AA+, o nível imediatamente abaixo. Foi a primeira vez que isso aconteceu na história dos EUA. As outras duas agências – Moody’s e Fitch – mantêm a classificação máxima, mas colocaram a sua apreciação da economia em “perspetiva negativa” (ou seja, admite-se a possibilidade de corte da notação).

domingo, 23 de dezembro de 2012

A ARMA SECRETA

será que esta é a arma secreta americana e que correm rumores?http://inteligenciaeconomica.com.pt/?p=15173

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

DIFERENÇAS

O pecado original: “ir além da troika

• Pedro Silva Pereira Também não somos a Irlanda:
    ‘Cada caso é um caso, já se sabe. E também é verdade que, lamentavelmente, a igualdade de tratamento já não é o que era.

    Seja como for, vale a pena prestar atenção aos recentes resultados da oitava avaliação do programa de ajustamento da Irlanda, em particular no que se refere às metas traçadas e à estratégia definida para responder a eventuais desvios na execução do Programa. Tudo visto e ponderado, não pode deixar de impressionar a enorme diferença entre o caminho definido para a Irlanda e o caminho definido para Portugal.

    Comecemos por recordar um facto importante: na 5ª revisão do nosso Programa de ajustamento, negociada com a "troika" em Setembro passado, o Governo de Passos Coelho e Vítor Gaspar, indiferente ao desvio nas contas públicas provocado pela má execução orçamental de 2012, comprometeu-se com metas muito exigentes para o défice orçamental dos próximos anos: 4,5% em 2013 e 2,5% em 2014. O custo brutal desta opção é conhecido: um "enorme aumento de impostos" no próximo ano e um violento corte no Estado social no ano seguinte - com todas as suas devastadoras consequências económicas e sociais. Já para a Irlanda a trajectória é bem diferente: a meta do défice ficou fixada em 7,5% para 2013 (uma redução relativamente suave, de apenas 0,8 p.p. face aos 8,3% deste ano), passando para 5% em 2014. A Irlanda terá assim de alcançar daqui a dois anos o mesmo défice que Portugal tem de atingir já este mês! Mais: a Irlanda só prevê baixar dos 3% de défice em 2015 e, de acordo com o previsto, não chegará aos 2,5% antes de 2016 - dois anos depois de Portugal!

    Em face disto, e não obstante todas as diferenças entre as situações de partida e a estrutura económica de Portugal e da Irlanda, é incontestável que a Irlanda dispõe de um quadro de ajustamento muito mais favorável e mais compatível com o crescimento da sua economia. E os resultados aí estão: prevê-se que a economia irlandesa cresça 1,1% em 2013 e 2,2% em 2014, enquanto a estratégia de austeridade "além da troika", promovida desastradamente pelo Governo português e acentuada a cada revisão do Memorando inicial, nos conduziu a uma recessão de pelo menos 3% este ano e provocará o prolongamento da recessão em 2013, sendo que, mesmo a fazer fé nas previsões optimistas do Governo, só teremos um crescimento ligeiro da economia (de 0,8% do PIB) lá para 2014.

    A preocupação de conciliar o crescimento económico com a consolidação orçamental está igualmente patente no modo como se tenciona gerir os eventuais desvios na execução do Programa irlandês, num período que é de muitos riscos e incertezas. No caso português, como é sabido, perante um Orçamento em cujo cenário macroeconómico ninguém acredita, o Governo anunciou a preparação de medidas adicionais de austeridade para 2013 (cerca de 850 milhões de euros de cortes adicionais na despesa) para o caso de a recessão superar o valor previsto pelo Governo (de 1%), com novo prejuízo para as receitas fiscais e, consequentemente, para as metas do défice. Até parece razoável, não é? Veja-se então o que disse o FMI no seu comunicado de 17 de Dezembro sobre a Irlanda, depois das negociações com o Governo irlandês no âmbito da oitava avaliação: "se no próximo ano (de 2013) o crescimento económico for decepcionante, qualquer consolidação orçamental adicional deve ser adiada para 2015 de modo a salvaguardar a recuperação da economia". Podia alguma vez uma frase destas ser dita pelo Governo português? Poder podia, mas não era a mesma coisa.

    Moral da história: é impressionante o que um Governo melhor poderia fazer por Portugal com esta mesma 'troika'.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

E A GUERRA AQUI TÃO PERTO...

Em Agosto passado um estratega militar israelita dizia-me que o inevitável ataque ao solo do Irão a partir de Israel  era muito difícil porque exigiria dezenas de milhar de bombas, ou seja, muitos milhares de bombardeiros - que nem  os USA possuíam.
Pois possuem mesmo através das dezenas de milhares de drones que se encontram em construcção e , sabemos agora, podem operar a partir dos doze porta-aviões americanos para além de dezenas de bases aéres.<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/bdY-V0uqaHQ" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

E PORTUGAL, PORRA ?

“Bruxelas estaria aberta a dar um pouco mais de oxigénio ao executivo de Mariano Rajoy”, diz hoje o jornal eletrónico “El Confidencial”. Ainda que seja ainda “uma possibilidade”, adverte o jornal, o oxigénio adicional seria alargar até 2015 o prazo para o ajustamento do défice orçamental até 3% (segundo a regra de Maastricht). Ou seja, um ano mais do que o já concedido a Rajoy como prenda de ter ganho as eleições. O objetivo dos 3% estava inicialmente definido para 2013.
A nova “prenda” poderia vir depois do Ano Novo, a seguir às previsões económicas da Primavera da Zona Euro que serão publicadas em fevereiro de 2013.
O jornal adianta que “ajuda a boa sintonia” entre o comissário europeu Olli Rehn e o ministro de Economia Luís de Guindos. Guindos “estaria, além do mais, muito bem cotado no seio do Eurogrupo”.
Como se sabe Espanha não está sequer sob qualquer plano de resgate – mas tão só recorreu a um plano de resgate do seu sector financeiro – e não deverá cumprir o objetivo para 2012 de um défice de 6,3%.
Portugal sujeito a um plano de resgate desde 2011 terá de cumprir uma meta de 2,5% no défice orçamental em 2014, segundo a concessão obtida em outubro na quinta revisão regular do memorando com a troika.

NEM TODA A ESQUERDA É BURRA

O líder do partido grego Syriza, Alexis Tsipras, propôs uma conferência europeia sobre a dívida soberana, organizada nos mesmos moldes que a Conferência de Londres de 1953 que perdoou quase 63% da dívida da Alemanha no pós-guerra.
“A única solução viável é um corte-de-cabelo (hair cut) não só para a Grécia mas para toda a periferia do Sul, pelo que propomos uma conferência nos moldes da que se realizou em Londres em 1953, que perdoou cerca de 60% da dívida alemã”, afirmou, recentemente, Alexis Tsipras, líder do Syriza (Esquerda radical) e da oposição parlamentar grega, ao jornal inglês “The Guardian”. Para o segundo partido mais votado nas eleições antecipadas de julho na Grécia, e que recolhe atualmente o maior número de intenções de voto nas sondagens, não importa onde tal conferência se possa realizar, “mas deve acontecer o mais rápido possível”. Artur Baptista da Silva, coordenador do Observatório Económico e Social para o Sul da Europa criado pelas Nações Unidas, e que lidera uma equipa internacional de sete economistas que apresentaram propostas de resolução das crise da dívida em nome do secretário-geral Ban Ki-moon, vê com bons olhos esta iniciativa.
Por seu lado, Constantin Gurdgiev, um economista russo radicado em Dublin, e um dos blogueiros internacionais mais ativos nos assuntos da atual crise, concorda que esse caminho pode ser o “primeiro passo para uma resolução efetiva desta crise da dívida”. A realidade, diz Gurdgiev, aponta para uma alternativa à condução do problema por Bruxelas (sede da Comissão Europeia) e Frankfurt (sede do Banco Central Europeu). “Depois de 30 cimeiras, é agora claro para qualquer um que as instituições europeias não estão talhadas para resolver este problema. Só um esforço concertado e estruturado por todos os países europeus pode criar uma oportunidade viável para solucionar a crise da dívida da zona euro”.
Conferência de Londres retoma estratégia de Keynes
Na Conferência de Londres de 1953, os credores da Alemanha, liderados pelos Estados Unidos, resolveram inverter a estratégia seguida após a Iª Guerra Mundial que sufocou a Alemanha. O que gerou um efeito em cadeia de incumprimento das dívidas de diversos países europeus no período entre as duas guerras e fases quer de hiperinflação como de austeridade extrema, sobretudo na Alemanha. Os EUA acabariam por seguir no final dos anos 1940, com quase quatro décadas de atraso, as recomendações feitas pelo economista inglês John Maynard Keynes no seu livro “As Consequências Económicas da Paz” publicado em 1919. Keynes tinha participado nas negociações do Tratado de Versalhes em 1919 como membro da delegação do Tesouro britânico e acabaria por se demitir em protesto com as soluções draconianas adotadas face à Alemanha.
No âmbito da estratégia norte-americana que conduziria ao Plano Marshall (entre 1947 e 1951), Washington começou por perdoar parcialmente a dívida francesa e depois belga. Em outubro de 1950, uma troika de países – EUA, Reino Unido e França – concordou num projeto de redução da dívida alemã, que acabaria por ser assinado em Londres a 27 de fevereiro de 1953 implicando um hair cut de 62,6%. O acordo envolveria também outros credores, como a Bélgica, Holanda, Suécia e Suíça. Além desse corte, a conferência decidiu que “a Alemanha deveria pagar a dívida mas sem ficar mais pobre”, refere o professor belga Eric Toussaint, presidente do Comité para a Abolição da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM). A aposta era numa estratégia de crescimento apoiada nas exportações e na substituição de importações, que passou por aceitar que o serviço de dívida não excedesse anualmente 5% das exportações – na realidade, em média, situou-se em 4,2%. Além disso, a Alemanha poderia pagar a maior parte da dívida na sua moeda (o marco, aliás fortemente desvalorizado). Os EUA realizaram, ainda, doações avultadas à Alemanha entre 1948 e 1961 num total de 1,4 mil milhões de dólares. Berlim acabaria por saldar a dívida em 1960. O acordo de Londres permitia, ainda, a possibilidade de suspender e renegociar as condições no caso de alterações substanciais no comportamento da economia, e declarava que, em caso de litígio, os Tribunais alemães eram competentes.
Viabilidade política
“O problema, diz-nos Nick Malkoutzis, diretor-adjunto da edição inglesa do jornal grego “Kathimerini”, é que “os atores chave não concordarão nunca com tal proposta”. E, mesmo da parte dos principais interessados, não se vê a possibilidade de criação de uma frente comum sobre o assunto. Cada um dos resgatados ou em vias de o ser “não quer ser associado com a Grécia”. A tática de cada um deles é o oposto e não se cansam de repetir “não somos como a Grécia”, lamenta o editor grego. O jornal “Kathimerini” tem sido, através da sua edição internacional em inglês na web, a fonte de referência sobre a evolução da crise grega.
Entretanto, refira-se que o “ambiente” global acerca do que se passa na zona euro tem dado sinais de cansaço por parte das outras grandes economias em relação aos resultados da política de austeridade advogada pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu. As próprias Nações Unidas, através da equipa de especialistas do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) teme o agravamento das condições políticas e sociais na periferia da Europa, criando um problema geopolítico grave em toda a zona do Mediterrâneo e dos Balcãs.
A mais recente crítica explícita veio do relatório anual do Tesouro norte-americano acerca de violações nas taxas de câmbio à escala mundial, onde a Alemanha e a Holanda são apontadas como mantendo as suas estratégias mercantilistas, conservando os mais altos excedentes externos do mundo (juntamente com a Suíça, neste caso, por razões específicas da sua posição internacional como refúgio financeiro de eleição), ao contrário da correção de políticas que tem realizado a China. “O regime de austeridade da zona euro aplicado no Sul sem uma compensação com estímulos por parte do Norte está a gerar um enviesamento recessivo, aprisionando a retoma global”, afirma o relatório, o que leva o jornal inglês “Daily Telegraph”, que o divulgou, a concluir que os Estados Unidos passaram a considerar a Alemanha o “vilão” desta fita.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ACORDO PARA A GRÉCIA PODE NÃO SERVIR PORTUGAL

Juros mais baixos, mais tempo para pagar os dois resgates e lançamento de um programa de recompra de dívida – eis o balanço por atacado da maratona do Eurogrupo dia 26 e madrugada de 27 de novembro. Não foi aprovada a ideia de uma segunda reestruturação de dívida grega defendida pelo FMI. Foi aceite testar a “possibilidade” de uma recompra de dívida. “Um acordo muito difícil”, disse Jean-Claude Juncker. Resta saber o que Portugal poderá aproveitar. A Irlanda já disse que tem a sua agenda própria. Fica a sensação de que o FMI aceitou uma trajetória de descida de dívida a partir de 2020, que transpira irrealismo, apenas para que a organização internacional se mantenha dentro do processo.
Depois da terceira maratona em Bruxelas, os 17 ministros e banqueiros centrais do Eurogrupo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) conseguiram “um acordo muito difícil”, disse Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro do Luxemburgo.
Alemanha, Finlândia e Holanda opuseram-se e ganharam a batalha de impedir uma segunda reestruturação de dívida grega, agora com um “corte-de-cabelo” na dívida detida pelo “sector oficial” europeu – a dívida na mão do FMI é, por definição, não reestruturável. O FMI cedeu nesse ponto da reestruturação e aceitou, também, uma reengenharia do plano de descida das projeções do rácio da dívida grega em relação ao PIB até 2022. Depois de um pico de 190% do PIB em 2014, a dívida grega, segundo o novo plano, deverá descer para 175% em 2016 (final formal do plano de ajustamento do défice), para 124% em 2020 e “significativamente abaixo de 110% em 2022”.
O “substancialmente abaixo” permitirá flexibilidade para a definição da meta no futuro e eventuais medidas adicionais. O comunicado do Eurogrupo admite, se necessário, novos cortes nos juros dos empréstimos bilaterais do primeiro programa de resgate, e/ou níveis ainda mais baixos de comparticipação da Grécia nos projectos financiados pelos fundos estruturais.
Segundo a Reuters, o próprio Jens Weidemann, o presidente do Banco central alemão, sugeriu que a Grécia poderá receber de presente uma reestruturação da dívida do sector oficial europeu se “implementar diligentemente as reformas acordadas”. A Comissão Europeia apoiaria esta posição.
Recorde-se que tudo isto são projeções e que dependem, naturalmente, da trajetória de crescimento do PIB. O FMI admitiu como dívida “sustentável” uma meta de 124% daqui a oito anos, muito acima dos 90 a 100% recomendados por académicos.
O que deu a Grécia em troca? Para além dos pacotes de austeridade já aprovados, Atenas aceitou transferir todos os rendimentos do plano de privatizações, os excedentes primários definidos e 30% do excesso que se obtiver no alcança dessa meta para a conta especial ligada ao plano de pagamentos trimestrais do serviço de dívida.
As mais recentes sondagens dão o principal partido de oposição, o Syriza (esquerda radical), com quatro pontos percentuais de avanço sobre a Nova Democracia, que lidera a atual coligação governamental desde as últimas eleições em junho.
O pacote aprovado
O Eurogrupo, depois de 13 horas de negociação, aprovou os seguintes pontos:
# Corte nos juros do primeiro pacote de resgate (de 2010), constituído por empréstimos bilaterais, que baixam dos atuais 1,5% acima da Libor para 0,9% e, posteriormente, para 0,5%, quando o orçamento grego conseguir um excedente de 4,5% do PIB, um objetivo para 2016; os outros países sob resgate (Irlanda e Portugal) estão dispensados de participar neste corte de juros;
# Corte de 10 pontos base nas comissões pagas pela Grécia ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) ao abrigo do segundo pacote de resgate;
# Período de carência de dez anos no pagamento ao FEEF dos juros relativos ao segundo pacote de resgate (de 2012);
# Extensão do prazo de pagamento de 15 para 30 anos quer dos empréstimos bilaterais do primeiro pacote de resgate como do segundo plano de resgate ao abrigo do FEEF;
# “Possível” plano de recompra de “diversas categorias” da dívida grega (presumivelmente na mão de credores privados) a preços “não superiores aos do fecho de 23 de novembro”, não sendo conhecidos os detalhes desta operação, que será a primeira do género a ser integrada em planos de resgate da troika, e que tem sido defendida como medida complementar por muitos académicos; o FMI só acordará em desembolsar a sua parte na próxima tranche do segundo plano de resgate se este plano “possível” de recompra tiver sido definido e implementado; a expressão “possível” é de assinalar;
# Os lucros do sistema de bancos centrais da zona euro obtidos nas operações de compra de dívida grega no mercado secundário ao abrigo do programa anterior SMP (criado pelo anterior presidente do Banco Central Europeu Jean-Claude Trichet) reverterão para a já referida conta especial do Tesouro grego ligada aos resgates; os bancos centrais de Portugal e Irlanda estarão isentos de aplicar esta decisão;
# Luz verde para a próxima reunião do Eurogrupo a 13 de dezembro desbloquear o pagamento a Atenas de tranches em atraso num montante de 34,4 mil milhões de euros (23,8 mil milhões para a recapitalização dos bancos gregos e €10.6 mil milhões de assistência financeira ao orçamento) e possibilidade de pagamento de uma segunda parte em atraso de 9,3 mil milhões de euros em três tranches ao longo do primeiro trimestre de 2013, após exame pela troika da realização da reforma fiscal que deverá ficar concluída em janeiro do próximo ano;
# Reafirmação da concessão à Grécia de uma extensão do plano de ajustamento do défice orçamental de 2014 para 2016, o que exigirá a procura de financiamento adicional oficial ou nos mercados de 32,6 mil milhões de euros;
# O BCE voltará a aceitar colateral em dívida pública grega na posse dos bancos gregos.
Jean-Claude Juncker deu a entender que as novas regras acordadas com a Grécia em relação ao segundo plano de resgate já ao abrigo do FEEF, que ainda não estejam em aplicação nos casos dos resgates à Irlanda e Portugal, possam ser estendidas a estes dois países. No entanto, a Irlanda já rejeitou a ideia.
Irlanda diz que não são “transponíveis” as decisões sobre a Grécia
Este pacote em princípio não é “transponível” para a Irlanda, afirmou Michael Noonan, o ministro das Finanças de Dublin. “O pacote que está a ser discutido não será aplicável à Irlanda. Trata-se de um caso especial e particular. Não há cruzamento com os assuntos irlandeses. Nós temos as nossas próprias negociações em curso ou que continuarão nom próximo ano”.

FUNDOS ABUTRES AFUNDAM ARGENTINA

O juiz federal Thomas Griesa do Tribunal Federal de Nova Iorque publicou uma sentença condenatória da Argentina exigindo que o país pague aos demandantes, a NML Capital Limited, um “fundo abutre” ligado à Elliot Management Corp do multimilionário Paul Singer, o que lhes é devido como credores da dívida soberana argentina. Está envolvido um montante de 1,3 mil milhões de dólares (mais de mil milhões de euros em capital e juros). Os “fundos abutre” detêm títulos de dívida que não foram trocados na operação de reestruturação da dívida argentina, considerados “resistentes” (holdouts), reclamando, por isso, o pagamento integral do seu valor nominal.
Paul Singer, o personagem agora na ribalta, é considerado o “inventor” dos fundos abutre (vulture funds, em inglês) desde que ganhou um litígio sobre dívida com o governo peruano em 1996 e conseguiu um lucro de 400% na operação. A Elliot Management possui, também, títulos de uma pequena parte da dívida grega (pouco mais de 4 mil milhões de euros) que não foi reestruturada em março deste ano.
A 15 de dezembro vencem títulos pelo que o Tesouro argentino só poderá pagar aos detentores de títulos trocados aquando da reestruturação de dívida depois de se comprometer que “fará o pagamento apropriado a favor dos demandantes, antecipadamente ou em simultâneo ao pagamento aos detentores dos títulos trocados”. Esse pagamento deverá ser depositado numa conta especial.
Deste modo, o juiz rejeitou quer a petição do governo da presidente Cristina Fernández de Kirchner de suspensão do pagamento desses títulos aos fundos até que se resolvesse um processo em tribunal superior, quer o argumento de “tratamento desigual” alegado pelos investidores na dívida argentina que aceitaram o processo de reestruturação. Esses investidores tiveram de aceitar um “corte-de-cabelo” (hair cut) de 75% durante a reestruturação e, agora, vêem os designados “fundos abutres” ganharem a reclamação de serem pagos em função de 100% do valor nominal da dívida de então.
Recorde-se que a Argentina desde há uma década que tem recorrido aos tribunais federais de Nova Iorque, “consentindo submeter-se a essa jurisdição”, como recorda o juiz norte-americano.
Hernán Lorenzino, o ministro da Economia argentino, afirmou, entretanto, que irá recorrer da decisão do juiz, que subiu para o Tribunal de Apelação, que deverá ratificar ou não a decisão de Thomas Griesa.
Os “fundos abutre” são fundos de alto risco que investem em dívida que está em risco de bancarrota ou que não foi reestruturada por oposição dos detentores de títulos, que são designados por “resistentes” (holdouts). Compram-na por uma fracção muito pequena do valor nomimal e perseguem, por vias legais, as entidades emissoras (neste caso, o estado soberano). Em Maio deste ano, outro “fundo abutre”, o Dart Management, conseguiu um cheque de 400 milhões de euros do governo grego, com base em títulos que ficaram de fora da reestruturação de dívida concluída em março.
No entanto, alguns analistas de Wall Street, citados pelo jornal “El Clarín”, consideram que o juiz se excedeu e inclusive entrou em contradição. “Coloca em risco toda a reestruturação da dívida argentina e também, no futuro, outras reestruturações”, afirmou, por exemplo, Alberto Bernal, da Bulltick Capital Markets, que sublinha, que, paradoxalmente, este juiz endossou as duas reestruturações ocorridas em 2005 e 2010, que foram realizadas com base na legislação de Nova Iorque.
Risco de evento de crédito
Esta situação coloca a Argentina, de novo, numa situação que pode implicar um evento de crédito, um novo default. O país está atualmente com um risco de incumprimento num horizonte de cinco anos de 77,52%, um nível inclusive mais elevado do que o atingido por Portugal a 30 de janeiro, quando chegou aos 73,32% no fecho, segundo dados da CMA DataVision. O custo atual dos credit default swaps (derivados financeiros que funcionam como seguros contra o risco de incumprimento, cds no acrónimo) relativos à dívida argentina está acima de 2450 pontos base muito superior aos 1554,69 pontos base que atingira no caso português no início do ano.
A agitação no mercado dos cds levou a Argentina, no dia 26 de outubro, a subir à segunda posição no “clube” dos 10 países com maior risco de default.
Na altura deveu-se aos rumores de que o país poderia não pagar em dólares (mas sim em pesos, a moeda local) os títulos soberanos (denominados em dólares) que vencem até ao final do ano, o que poderia desencadear um evento de crédito. A presidente argentina Cristina Fernández veio desmentir depois os rumores.
O ambiente aqueceu ainda mais com o litígio na barra dos Tribunais norte-americanos dos “fundos abutre” contra a República Argentina. Estes fundos, nomeadamente o NML Capital Limited, da Eliot Management, não aceitaram as trocas de dívida realizadas em 2005 e 2010 no âmbito da reestruturação da dívida argentina derivada do default de finais de 2001. Em virtude desse litígio, uma fragata da marinha de guerra argentina está inclusive aprisionada no Gana desde 2 de outubro.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

PROTAGONISTAS DA GUERRA QUE AÍ VEM

Como Atacar o Irão: Duas Leituras Diferentes

A cada dia que passa mais se fala de ataque preventivo de Israel ao Irão. As especulações sobre as possibilidades de o fazer, as suas dificuldades e os modos de as superar são o tema favorito de especialistas e outros analistas. John Robb (ex-operações especiais e tech-guru) tem uma ‘leitura’ duplamente original e inovadora. Muito mais tradicional é a ‘leitura’ do ‘correspondente diplomático’ da BBC. Nem podia ser de outro modo, dadas as diferenças de experiências e de ‘olhares’ entre um e o outro. 

John Robb: Israel, Iran and the Poor Man’s Cruise Missile

Posted: 29 Feb 2012 12:10 PM PST
It’s hard not to spend time thinking about Iran and Israel given all of the current build up on this.  Here’s another installment: One of the Stratfor research “findings” (culled from the Wikileaks stockpile) is that Israel claimed its upcoming strike on Iran would be “catastrophic enough” to cause a regime change.  This claim was made both to dissuade Iran from going forward with its program, physically eliminating their ability to move forward with the program, and persuade the US to act instead of Israel.
Running through all of the potential scenarios, only one emerges that makes sense.
A strike on Iranian oil facilities.  A strike so devastating that it disrupts all of its oil production, currently at 4 million barrels a day.
The logic of this is pretty clear:  any strike on facilities wouldn’t have a high likelihood of failure.  At most, it would only delay the program by months.   Further, politically, there may not be a possibility for the second, third and fourth strikes necessary to keep kicking the ball down the road.
The strike that can do it one go is one that causes a massive economic failure that both a) creates the chance of regime change, or b) at a minimum starves the program of the copious amounts of funding it needs to keep going (it’s very expensive to move forward) for many years into the future.
The only way to do that, given Israel’s capabilities, is a strike on Iranian oil facilities.  To knock them out of production for a year or more.  The loss of its 4 m barrels of production.
How to do that?  Drones.
My thinking:  lots and lots of ship and air launched drones.  Drones that you can make in secret, easy to transport/launch, are inexpensive enough build in bulk, and extremely accurate.  Likely, stripped down Harops.
Why are drones siginficant here?  Israeli aircraft can’t reach Iran w/o dangerous overflights, tankers, and light payloads.  Once there, they wouldn’t be able to do much.  Cyberwarfare? Perhaps a little.  That’s overhyped.
The reality is that the Iranian oil operation is big.  It’s target rich.  To hit everything you would need to hit, from offshore to onshore, would require hundreds and hundreds of strikes.  The only way to do that is to use drones as a poor man’s cruise missile fired from offshore transports (from just outside Persian Gulf).
If this actually occurs, we are going to see drone development go into afterburner.

How Israel might strike at Iran

 27 February 2012 Last updated at 08:15 GMT

Jonathan Marcus By Jonathan Marcus BBC Diplomatic Correspondent
Israeli Air Force F-16
An Israeli attack would have to cope with a variety of problems
For all the myriad challenges facing Israel over the past decade it is the potential threat from a nuclear-armed Iran that has preoccupied the country’s military planners.
It is this that in large part has guided the development of the Israeli Air Force (IAF) over recent years.
The IAF has purchased 125 advanced F-15I and F-16I warplanes, equipped with Israeli avionics and additional fuel tanks – tailor-made for long-range strike missions.
In addition, Israel has bought specialised bunker-busting munitions; developed large, long-endurance, unmanned aircraft; and much of its training has focused on long-range missions.
Israel has a track-record of pre-emptive strikes against nuclear targets in the region.
Remains of the Osirak nuclear site outside Baghdad (2002)
Israel has a track-record of pre-emptive strikes against nuclear targets
In June 1981, Israeli jets bombed the Osirak reactor near the Iraqi capital, Baghdad.
More recently, in September 2007, Israeli warplanes attacked a facility in Syria that Israel, the US and many experts believed was a nuclear reactor under construction.
However, a potential strike against Iran would be nothing like the attacks in Iraq and Syria. These were both against single targets, located above ground, and came literally out of the blue.
An Israeli attempt to severely damage Iran’s nuclear programme would have to cope with a variety of problems, including range, the multiplicity of targets, and the nature of those targets.
Many of these problems are daunting in themselves, but when put together, they only compound the difficulties facing Israeli military planners.
How to get there?For a start it is a very long way from Israel to Iran. As a rough estimate many of the potential targets are some 1,500km (930 miles) to 1,800km (1,120 miles) from Israeli bases. Israeli warplanes have to get to Iran and, equally important, get back.
At least three routes are possible.
  • There is the northern one where Israeli jets would fly north and then east along the borders between Turkey and Syria, and then Turkey and Iraq
  • The central, more likely route would take Israeli warplanes over Iraq. With the US military gone, the Iraqi authorities are far less able to monitor and control their air space, effectively opening a door to an Israeli incursion
  • The third, southern route would take Israeli jets over Saudi air space. Would the Saudis turn a blind eye to such a move given their own concerns about Iran’s nuclear programme? Could this route be used by Israeli aircraft on the return leg of their journey? We just do not know
Map showing possible routes Israeli aircraft might take to bomb Iranian nuclear sites
What we do know, given the range, is that Israeli aircraft will have to be topped up with fuel en route.
Douglas Barrie, senior fellow for military aerospace at the International Institute for Strategic Studies (IISS) in London, says that “air-to-air refuelling will be critical”.
Israeli F-15 fighter jets refuel during an air show at the graduation ceremony of Israeli pilots in the Hatzerim air force base in the Negev desert near the southern Israeli city of Beersheva on June 30, 2011
Israel is believed to have between eight and 10 large tankers based on the Boeing 707 airframe
“Israeli aircraft,” he says, “need not just to get in and out of Iranian air space; they need to have enough fuel to provide time over their targets and they need sufficient fuel to cover any contingencies that might arise during the mission.”
The initial tanking, Mr Barrie says, might be done over the Mediterranean or even in Israeli airspace. “One option,” he notes, “would be to take off with a full bomb load and drop tanks containing additional fuel; to climb to cruising altitude and then at this point to replenish their tanks, before setting course for their targets in Iran.”
Israel is believed to have between eight and 10 large tankers based on the commercial Boeing 707 airframe, but experts believe that tanking capacity will prove one of the limiting factors in the scope of any operation.
What targets to hit?The problems of range, the nature of some of the targets, and the availability of tanker aircraft will determine the nature and scope of any Israeli operation.

Iran nuclear sites

A general view of the water facility at Arak on January 15, 2011
Natanz - Uranium enrichment plant
Fordo, near Qom – Uranium enrichment plant
Arak (pictured) - Heavy water plant
Isfahan – Uranium conversion plant
Parchin - Military site
Douglas Barrie, of the IISS, says that “Israeli planners will be looking for where they can do most damage with the limited number of platforms at their disposal”.
“They’ll be asking where the main choke points are in the Iranian programme. Clearly, striking enrichment facilities makes a lot of sense from a military point of view,” he adds.
So the uranium enrichment facilities at Natanz, south of Tehran, and Fordo, near the holy city of Qom, would almost certainly be prominent on the target list.
The heavy-water production plant and heavy-water reactor under construction at Arak, in the west, might also figure, as would the uranium conversion facility at Isfahan.
It is unclear whether Israel would have the capacity to strike a range of other targets associated with Iran’s missile programmes and explosives testing.
But this target list raises another set of problems. The enrichment facilities at Natanz are underground and the new plant at Fordo is buried deeply into the side of a mountain.
Can Israel destroy buried targets?For an attack like this, says Douglas Barrie, you need good intelligence information. “You need to know”, he says, “about the geography of the target site; its geology; the nature of the earth; and the details of the design and construction of any buried reinforced concrete chambers.”
“You can assume,” he asserts, “that the Americans and the Israelis have been watching these sites closely over time.”

“Start Quote

The target would have to be attacked from relatively close range, meaning any attacking force will have to fight its way in and out of heavily-contested airspace”
Robert Hewson IHS Jane’s Air-Launched Weapons
To reach buried targets you need special kinds of munitions. Deeply-buried facilities are not exclusive to the Middle East. There is a kind of race between the diggers and the weapons designers and it is one where the Americans have considerable experience.
The main weapon in Israel’s arsenal is the US-supplied GBU-28. This is a 5,000lb (2,268kg) laser-guided weapon with a special penetrating warhead. For an assessment of its capabilities I turned to Robert Hewson, the editor of IHS Jane’s Air-Launched Weapons.
“The GBU-28,” he told me, “is the largest penetrating weapon available for a tactical aircraft and, since it was first used by the US in 1991, it has been improved with better warheads and more accurate guidance.
“However, Israel’s use of this weapon would be hindered by several key operational factors. Realistically, the F-15I – the only delivery platform – can carry only one bomb, so a sizeable attack force would be required – demanding tanker and other support assets that Israel does not have in large numbers.
“The target would have to be attacked from relatively close range, meaning any attacking force will have to fight its way in and out of heavily-contested airspace.”
Furthermore, he says that “very accurate targeting data is required to use a weapon like GBU-28 to best effect”.
“The potential for success of a GBU-28 attack is not determined by the ‘book’ performance of the weapon alone.”
Of course, the great unknown question is how capable these weapons would be against buried Iranian enrichment facilities at Natanz and Fordo.

Israel’s ‘Bunker Buster’ bomb

Israel's 'bunker buster' bomb
1. The bombs are carried by Israeli F-15Is – but only one per aircraft, which would mean a large attack force for multiple attempts on numerous targets
2. Bomb is released almost vertically over the target, and guided by lasers
3. The bombs can penetrate up to 6m of concrete or about 30.5m of earth before detonating the 4,400lb warhead
Mr Hewson says that the GBU-28 is “effective against any hardened or deeply buried target – up to a point”.
“For a weapon like the GBU-28, velocity and angle of impact determine the penetrating effect, so the ideal drop is made from high altitude at maximum speed and hits the target at a near vertical angle,” he explains.
“This is less easy to do against a cave or mountainside, so the weapon will be less effective – but still more effective than pretty much any other available munitions.”
Indeed, as Douglas Barrie notes, one weapon might be insufficient.
“You could”, he says, “attempt to ‘dig your way in’ using several weapons on the same impact area to try to get through the soil, rock and concrete. Or you could try to block access to the facility by destroying tunnel entrances.
“In addition,” he says, “all of these facilities are power hungry, so you could attempt to destroy power supplies and any buried cabling.
“The aim would be to present the Iranians with a compound problem of blocked entrances, no power and collapsed underground chambers.”
Does Israel have other military options?So far we have discussed only the known elements of Israel’s capabilities, mainly US-supplied aircraft and munitions. But Israel has a hugely advanced aerospace and electronics industry of its own and this may well have produced systems relevant for an attack against Iran.
The Eitan, the Israeli Air Force's latest generation of Unmanned Aerial Vehicle (UAV), flies over a ceremony introducing it into the 210th UAV squadron on February 21, 2010 at the Tel Nof air base in central Israel. The Eitan, or Heron TP, weighs in at 5,000 kgs and has a 26 meter wingspan. It can carry a heavy payload, is equipped with more advanced technological systems than its predecessors and has a 20-hour high-altitude flying time.
The Eitan, the Israeli Air Force’s latest generation of Unmanned Aerial Vehicle
Douglas Barrie says that there is much about Israel’s capabilities, especially its home-grown technology, that we do not know.
“Israel’s long-range Heron or Eitan drone could be used to gather an assessment of the damage done by any strikes, but perhaps could also be put to use helping to spoof air defences,” he adds.
“Indeed, this kind of deception or cyber-operation will likely be an integral part of the mission with the aim of blinding radars or generating a false picture of what was going on.”
What about Iran’s air defences?Iran’s air defences are largely Russian-supplied systems familiar to Israeli pilots, though Iran also deploys the US-built Hawk system dating back to the days of the Shah.

Iran’s defences

Hawk surface-to-air missiles (bottom-C) are seen in Khandab near Arak, 290 kms (180 miles) southwest of the Iranian capital Tehran, during military manoeuvres on November 26, 2009.
Surface-to-air missiles - Hawk system (pictured)
For high altitude targets - SA-5 or S-200
For low level targets - Tor-M1/SA-15 Gauntlet
Long-range systems - S-300
Iranian Air Force - Russian-built Mig-29s, US-built F-14 Tomcats
Some of its most capable defences are Russian SA-5 missiles intended to target high-altitude threats, while it also deploys the mobile Tor-M1/SA-15 Gauntlet system optimised to engage targets at lower level.
Russia has consistently refused to supply Iran with the much more capable S-300 long-range system, though the Iranians claim to have procured some batteries elsewhere.
Iran’s surface-to-air missile force may be old but still represents a threat. Look at how much effort Nato and the US put into taking down Libya’s similar vintage air defences last year.
Israel will not have the time or the resources to embark upon this kind of protracted air campaign and thus the electronic element of any strike to suppress Iranian defences is likely to be as important as the actual dropping of weapons.
Israel’s small submarine force could potentially play a role here too. Douglas Barrie says that “there must be a reasonable assumption that Israel has an operational sea-launched cruise missile capability based upon their German-built Dolphin submarines”.
Escorted by navy missile ships, Israeli submarine 'Dolphin' sails along the Mediterranean Sea near the coastal city of Tel Aviv during special naval maneuvers ahead of Israel?s 60th independence anniversary on May 5, 2008. The 'Dolphin', a German-built submarine, is 56.4m long with a cruising range of 4500 nautical miles. It is armed with ten 21-inch multi-purpose tubes for torpedoes, mines, missiles and decoys.
Israel’s small submarine force could play a role
“These could be used to go after older but capable SA-5 air defence sites and big search and surveillance radars.”
But, he notes: “Adding a naval dimension complicates the co-ordination of any attack.”
Iran’s air force is seen by experts as being totally outclassed by its Israeli counterpart.
It has a small number of US-built F-14 Tomcat fighters and a significant number of relatively more modern Russian-supplied MiG-29s.
But the potential threat from Iranian aircraft again complicates Israeli planning and any air-to-air combat might place additional strains on the limited fuel supplies carried by the attacking aircraft.
Would an Israeli strike succeed?Most experts agree that Israel could hit multiple targets in Iran and do considerable damage to its nuclear programme. They would, however, do much less damage than a full-scale US attack using all of the resources at Washington’s disposal.

“Start Quote

Even if successful, it would only delay Iran’s nuclear programme”
Douglas Barrie International Institute for Strategic Studies
The Israelis would be operating at the very limits of their capabilities. “If they pulled it off,” says Douglas Barrie, “it would be an impressive display of power projection against a difficult and dispersed set of targets.”
Only a small number of air forces in the world, he notes, could mount such an operation. But, Mr Barrie stresses: “Even if successful, it would only delay Iran’s nuclear programme.”
It is a point echoed by IHS Jane’s Robert Hewson.
“Israel does not have the mass of forces and will not be given the operational freedom [by Iran] required to destroy Iran’s nuclear complex,” he says. “If you bury enough stuff deep enough, enough of it will survive. Any Israeli attack can only damage and possibly not even slow the Iranian effort.
“The consequences of such an attack would be dire and global. It is impossible to see any up-side to this venture.”
That’s a view shared for now by Israel’s most important ally.
Only a few days ago, the Chairman of the US Joint Chiefs of staff, Gen Martin Dempsey, said that an Israeli attack would not be prudent.
Such a strike, he said, “would be destabilising and would not achieve their long-term objectives”.
However Israel’s calculus is very different. Knowing all their operational limitations, might they launch such an operation anyway?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

NOVAS DA CHINA

O novo caça furtivo chinês

Continua em fase de testes um novo caça furtivo chinês, o segundo a ser apresentado desde 2011. Pequim espera que o J-31 venha dar um impulso nas capacidades aéreas do país, mais ainda vai ter de esperar bastante, já que o primeiro caça, o J-20, apresentado em 2011, só entrará em acção em 2018.

China ‘makes first test flight’ of new stealth fighter jet

China's second stealth fighter has made its first test flight, state media reported on Thursday, in a boost to the country's air capabilities even though the plane is unlikely to be deployed for years.

China’s J-31, the new stealth fighter prototype developed by AVIC Shenyang Aircraft Corporation (SAC) takes off on its maiden flight Photo: China Defence Mashup  9:11AM GMT 01 Nov 2012
The J-31, the second stealth plane to be unveiled by China in less than two years, flew for 11 minutes on Wednesday morning, the state-run Global Times reported, citing an eyewitness.
Photos posted online by Chinese military enthusiasts appeared to show the black-painted combat plane in mid-flight. Images of the aircraft were first leaked online in September.
China’s first stealth fighter, the J-20, was unveiled in early 2011 but is not expected to enter service until 2018. The country’s first aircraft carrier entered service last month, with others capable of carrying aircraft expected to follow.
The J-31 appears to be more mobile than the J-20, with its landing gear suggesting it is designed to be launched from an aircraft carrier, military expert Andrei Chang told AFP.
He said the J-31 appeared similar to the latest “fifth” generation of US-designed stealth fighters, but with a less powerful engine and a lower proportion of sophisticated radar-blocking composite materials.

NOVAS DO IRÃO

Irão testou novo sistema de defesa aéreo

O Irão anunciou hoje que testou com sucesso um novo sistema de defesa aéreo modelado a partir do  sistema Hawk dos EUA. Um alto funcionário iraniano diz que as manobras são um “estalo” na América e Israel.

Iran says it’s tested new air defense system

Published November 13, 2012  Associated Press
TEHRAN, Iran – State TV broadcast footage Tuesday said to be from the drill, which began Saturday and which has been billed as “massive.” The footage shows a Hawk missile being launched and hitting a mock aircraft.
Earlier reports said the new surface-to-air system is named “Mersad,” or Ambush. It is capable of locking a flying object at a distance of 50 miles and can hit from 30 miles away, state TV said.
According to the reports, the Iranian military is expected to test anti-aircraft batteries and other air defense systems as part of the drill.
“This military exercise is a message and a strong slap to those countries that threaten,” said air defense chief Gen. Farzad Esmaili, referring to the United States and Israel. “And a message of peace and friendship to friendly countries.”
Both Israel and the U.S. have not ruled out a military option against Iran’s suspect nuclear program, which the West fears intends to produce an atomic weapon. Iran denies the charge, saying its nuclear program is for peaceful purposes only.
The test came during a six-day air defense drill under way over almost the entire eastern half of the country. The exercise has been said to include Iranian jet fighters, drones and more than 8,000 troops

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

SEMPRE, SEMPRE A CHINA.

China

O vigésimo oitavo Estado-membro

8 novembro 2012
Presseurop
Die Welt
A UE tem um “membro secreto”: a China. De facto, segundo Die Welt, o “mais importante parceiro comercial da UE a seguir aos Estados Unidos” aposta cada vez mais, para grande frustração de Bruxelas, nas suas relações bilaterais com os Vinte e Sete.
Portanto, no início de setembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês convidou 16 países da Europa central e oriental para uma “Conferência europeia” em Pequim, para celebrar a criação de uma nova associação entre os Estados da Europa central e oriental, denominada “CEE” pelo jornal. Esta, que se atribuiu recentemente um secretariado, é composta por 16 países, entre os quais dez são membros da UE. Mas enquanto os países da Albânia até à Polónia puderam enviar os seus embaixadores, o da UE, nem sequer foi convidado.
Os representantes de Bruxelas estão preocupados: a notícia parece revelar o princípio “dividir para melhor reinar” na política chinesa face à UE.
E enquanto Bruxelas mantiver a mesma posição em questões consideradas importantes para a China, como a aceitação do país na economia de mercado ou o abandono do embargo às vendas de armamento, Pequim continuará a desenvolver de forma subtil relações de dependência com certos Estados europeus, explica ao diário de Berlim o politólogo Jonas Parello-Plesner. Por exemplo, com a Grécia, onde a China alugou uma parte do porto do Pireu, com a Hungria, a quem a China concedeu um “empréstimo especial” de mil milhões de euros.
E embora os diplomatas chineses afirmem querer “reforçar as relações com a UE” através desta cooperação económica, Die Welt adianta que Bruxelas continua cética:
Os seus representantes querem ver se Pequim tenta transformar os países da CEE num lóbi através das suas alavancas económicas.

UMA VERDADADE COMO UM PUNHO

Isabel Jonet acaba de ter uma intervenção que é tão polémica como o são todas as novidades súbitas que mexem , de cima a baixo, com os modelos estabelecidos como definitivos - e por isso se tornaram paradigmas de todos os bons sonhos da generalidade da sociedade - mas que , de repente, deixam de ser definitivos.Pela simples razão de que tudo que nasce morre, tudo que sobe cai, tudo que avança regride.
 Aí, a pôva, numa prova de que  é mesmo pôva, alevanta-se exsudando fel, , insultando e exigindo a morte do mensageiro- Isabel Jonet.
Para que conste, Isabel Jonet, nem sequer é assim tão boa mensageira : tudo aquilo que disse agora, é AGORA óbvio ; mas infelizmente, devia e podia ter sido dito desde , pelo menos, há dez anos : desde 2002 , pelo menos, que fui ensinando aos meus filhos que tudo isto que se abateu sobre nós ia acontecer, e , por isso, lhes  apontei a  austeridade, contenção e lhes ensinei a distinguir o essencial do acessório.
Mas, como tudo o que eu previ e ensinei ia ao arrepio e contradizia a voz corrente, e os comportamentos dos amigos - que os tinham ora com a complacência dos pais ora com a sua activa promoção ( quantos pais ridicularizaram os avós por serem "unhas de fome" ou impulssionaram nos filhos e neles o uso de roupa de marca, ou de outros sinais materialistas exteriores de riqueza, ou os inscreveram em colégios que eram os da moda porque eram simplesmente caros, como os carros a leasing dos pais ?)- a minha mulher era contra.
E, com a minha mulher contra e, sabendo que os filhos estão muito mais com as mães que com os progenitores maasculinos, acabei perdendo o casamento, os filhos e, por essa via , os netos.
Agora a mãe procura desenrrodilhar os afectos confundidos, os filhos olham perplexos um mundo para o qual nunca foram preparados e , aos netos, espera-os o reflexo muito baço dos melancólicos humores dos pais.
 E ao pai, o desencanto do luto. Dói.
"http://www.youtube.com/embed/8JeUnsnvJuA"

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AS ENERGIAS RENOVÁVEIS EM QUE DEIXAMOS DE INVESTIGAR...

Ciência e Ambiente Energia

UE-China

Uma guerra pela energia solar?

2 novembro 2012
 
Frankfurter Rundschau
É uma das tecnologias chave do século XXI: o mercado da energia solar suscita tais cobiças que a União Europeia e a China estão a comportar-se como "guerreiros do sol", diz em título o Frankfurter Rundschau, que prevê "o maior conflito comercial da história".
O litígio gira em torno das subvenções de Pequim à sua indústria solar, que os europeus consideram excessivos e demasiado exclusivos. Os produtores chineses de fotovoltaico beneficiam de créditos de vários milhares de milhões de dólares, sem precisarem de apresentar garantias sérias. Graças a este sistema confortável,
conseguiram, em alguns anos, não apenas chegar ao nível dos europeus mas ultrapassá-los. Hoje, produzem com a mesma qualidade e com um custo de menos 40%. […] Presentemente, mais de 80% dos módulos instalados na Europa vêm da China.
Alarmados pela falência de um dos líderes do setor, a empresa alemã Q-Cells, os europeus ripostam. Levada pela empresa Solarworld, a federação europeia apresentou queixa à Comissão Europeia por "dumping". Bruxelas poderá decidir sanções nos próximos meses. Mas, precisa este diário,
(...) os efeitos serão enormes. Com uma quota de 70%, a Europa é de longe o mercado mais importante do fotovoltaico. Perante isto, a China toma uma posição musculada e esgrime a ameaça de um processo contra os produtores europeus de silício, uma das componentes fundamentais das células solares.
E a disputa não fica por aqui. Segundo alguns rumores, representantes chineses teriam advertido as empresas automóveis europeias de que um boicote na área da energia solar teria consequências extremamente negativas para elas. Uma escalada que preocupa o Frankfurter Rundschau:
Se a China se mostrar conciliatória e convocar os seus grupos, a coisa pode acabar bem. Na pior das hipóteses, paira no ar uma guerra comercial universal.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

E NEM UMA PALAVRA NOS MEDIA PORTUGUESES...

Como Israel destruiu as fábricas de armas iranianas no Sudão

O long-raid de Israel contra uma fábrica de mísseis balísticos iranianos no Sudão, na semana passada, é visto pelo Sunday Times como um ensaio para um ataque iminente contra instalações nucleares do Irão”. Ensaio ou não, a operação foi brilhante. E Israel, claro, nada diz sobre o assunto.
Na origem do raid, pelo que o IE sabe, esteve um documento super-secreto obtido pela Mossad há dois anos durante uma operação no Dubai. O documento era uma cópia assinada de um acordo para a produção de armas, incluindo mísseis balísticos, no Sudão mas sob a supervisão directa dos Pasdarans, a guarda revolucionária iraniana, e destinadas ao Hesbollah e outros aliados do Irão na região.
A expedição integrou 8 caças-bombardeiros F-15I, cada um com duas bombas de uma tonelada, escoltados por quatro caças F-15s para protecção contra intercepções dos Mig sudaneses ou outros, e com o apoio de dois hélis CH-53 “Yasur” carregados de forças especiais para o caso de algo correr mal e ser necessário uma “extracção” em território inimigo. Os aparelhos, que saíram de uma base no deserto do Negev e voaram quatro horas sobre o Mar Vermelho, fazendo 3.900 Kms, foram reabastecidos em voo por um ‘tanker’ Boeing 707 “Re’em” e tiveram o apoio de um Gulfstream 550 “Shavit” adaptadado para a guerra electrónica e com a missão de ‘resolver’ os radares e os sistemas de defesa anti-aérea sudaneses.
Dois enormes desafios se colocavam neste raid aéreo. Escapar à detecção pelo sistema egípcio de radares e, em seguida, pelo sistema de controlo de tráfego aéreo da zona de Djibouti. Tudo indica que ambos foram resolvidos com total sucesso.
Israel, oficialmente, não fala do assunto e tem mantido um mutismo total face à acusação sudanesa de ter bombardeado o sudoeste de Cartum, a capital sudanesa, sem no entanto referir a natureza dos alvos destruídos. O Irão, oficialmente, não tinha conhecimento de qualquer fábrica de armas no Sudão e, portanto, não pode protestar contra a destruição de uma coisa que não existia. E os Pasdarans não têm por hábito falar…
Sunday Times

Israeli jets bomb Sudan missile site in dry run for Iran attack

Uzi Mahmaini, Tel Aviv and Flora Bagenal, Nairobi Published: 28 October 2012

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domingo, 14 de outubro de 2012

CHINA A CAMINHO DA RECESSÃO

Exportações chinesas cresceram apenas 1% em termos anuais
Em julho, o motor de crescimento económico chinês abrandou brutalmente. As exportações haviam crescido 8% em junho em relação ao mesmo mês do ano passado. No mês seguinte cresceram apenas 1% em termos homólogos.
Os economistas chineses esperavam que as exportações – o motor da economia chinesa nas últimas décadas – aumentassem em julho 8,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Hoje, apanharam com um balde de água fria – o crescimento das exportações em julho em relação a período homólogo de 2011 foi apenas de… 1%. Em junho, tal crescimento homólogo havia sido de 8%. As exportações para a União Europeia desceram em julho mais de 16% em termos homólogos.
Este abrandamento das exportações poderá implicar que a previsão oficial cautelosa de 7,5% de crescimento para 2012 é otimista, apesar de ser uma revisão em baixa do objetivo político de nunca deixar descer a taxa de crescimento abaixo do limiar dos 8% anuais. O Fundo Monetário Internacional mantém a previsão de 8% para este ano.
Os analistas especulam, agora, que o Banco Popular da China (BPC, o banco central) poderá avançar com nova revoada de medidas de “alívio do crédito” no âmbito da política monetária e que o governo chinês poderá desenhar mais pacotes orçamentais de estímulos. No primeiro semestre de 2012 já foram referidos estímulos orçamentais na ordem dos 123,7 mil milhões de dólares. Os rumores de que o BPC e o governo chinês poderão atuar em setembro já fez disparar a especulação no mercado do petróleo.
Abrandamento da economia mundial
Aquele abrandamento brutal nas exportações chinesas espelha bem a situação da economia mundial com uma previsão de crescimento em 2012 na ordem dos 3,5%, contra 3,9% no ano passado, segundo as últimas estimativas (World Economic Outlook Update, Julho 2012) do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Recorde-se que em 2009, a economia mundial esteve em recessão, com uma quebra do PIB de 0,7% (a 12ª maior recessão desde o século XIX, similar á de 1876) e que recuperou em 2010 com um crescimento de 5,3%, inclusive superior ao verificado em 2007 (5,2%), ano do início da crise financeira.
Há que ter em conta que a zona euro deverá contrair-se 0,3% (é a primeira região do mundo com recaída na recessão desde 2009, ainda que ligeira), segundo o último relatório do Banco Central Europeu divulgado esta semana, o Reino Unido deverá ter crescimento zero (ou seja, a economia ficará estagnada este ano), segundo ontem admitiu Mervyn King, o governador do Banco de Inglaterra, os EUA deverão crescer 2% e as economias emergentes deverão baixar de 6,2% em 2011 para uma projeção de 5,6% feita pelo FMI. O crescimento anual nos EUA poderá ser inferior ao projetado pelo FMI, pois Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal (Fed), admitiu a 1 de agosto – na última reunião mensal do banco central – que a retoma da economia americana tinha “desacelerado um bocado”. A previsão da Fed é para um intervalo de crescimento entre 1,9% e 2,4%. Nova previsão será revelada em setembro.
Acto II — Balança de pagamentos chinesa com défice no 2º trimestre. Economistas ocidentais alegam que está a ocorrer uma saída massiva de capitais da China. Entidades oficiais negam. Um défice na balança de pagamentos não se observava desde 1998.
Agosto trouxe ainda outra surpresa na divulgação de estatísticas chinesas, para além do abrandamento brutal nas exportações em julho em relação a período homólogo de 2011. Pela primeira vez desde 1998, a balança de pagamentos da China teve défice no 2º trimestre de 2012, fazendo descer em 11,8 mil milhões de dólares o volume de reservas da China, segundo dados oficiais.
A balança de pagamentos regista os saldos da balança de transações correntes e da balança de fluxos de investimento e de capital.
Ainda que a balança de transações correntes continue a ter excedentes (em virtude dos excedentes da balança comercial de importações e exportações de produtos), os movimentos financeiros e de capital revelaram, no segundo trimestre deste ano, um défice recorde de 71,4 mil milhões de dólares, ou seja as entradas em investimento estrangeiro direto e em carteira na China foram inferiores à saída de capitais chineses para o estrangeiro.
Fuga massiva de capitais?
Estas saídas de capital podem ser divididas em três blocos, segundo os analistas: uma parte em investimento direto chinês no estrangeiro (seguindo a estratégia de “go global” definida em 1999 para as empresas e entidades financeiras), outra parte em aplicações por parte de cidadãos e empresas em divisas estrangeiras (esta a razão principal alegada pelas entidades oficiais para o número-surpresa do 2º trimestre), e, segundo muitos economistas, a maior parte em direção a paraísos fiscais ou países com baixa fiscalidade, como Hong Kong, Singapura, Luxemburgo, Ilhas Virgens e Ilhas Caimão.
Tenha-se em consideração que, no primeiro trimestre de 2012, a balanço de movimentos financeiros e de capital tinha tido um excedente de 56,1 mil milhões.
Um porta-voz da entidade oficial chinesa, designada em inglês por SAFE – State Administration of Foreign Exchange -, negou que se tenha observado no 2º trimestre uma “fuga massiva de capitais” para fora da China (“fora da China” pode incluir Hong Kong e Macau, que são Regiões Administrativas Especiais que funcionam como plataformas financeiras e comerciais), admitindo, no entanto, “um certo grau de saída”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

empreendedores, claro!

E felizmente ainda há portugueses que querem trabahar, que não são mandriões, cigarras....muito menos estúpidos...e empreendedores! http://www.youtube.com/watch?v=HUU3Um1PwAY&feature=player_embedded

RETIRADO DE STRATFORT

Turkey: NATO Would Provide Assistance To Ankara If Requested

Oct 9, 2012 | 1901 GMT
NATO has plans in place to defend Turkey against attacks from Syria and would likely react if Turkey...

NOTA PESSOAL: que a NATO não se lembre de contar comigo para lutar contra a Síria e o Irão, mais---o Iraque, o Afeganistão ( a confusão que está a gerar na Rússia a saída dos " aliados" daquele país não pressagia nada de bom...porque a natureza tem horror ao vazio !) , o Paquistão e a ...China !, porque EU NÃO VOU.

retirado do think tank STRATFOR

Wednesday, October 10, 2012