segunda-feira, 28 de novembro de 2011

86.000 euros em vez da vespa.....!

 
 
O momento em que o Vespinha do CDS acompanhado dos colegas que não quiseram deixar de estrear a máquina recebia o seu novo bólide.

sábado, 26 de novembro de 2011

PERDI

perdi as eleições para o RANCHO DA PRAÇA de vila do conde. O mais antigo rancho do do país  - como a Misericordia é a mais antiga do país, com 5002 anos de existência.
Parabéns ao josé carlos lourenço que vai ficar à frente dele por mais três anos. Que lhe multiplique o fervor, que lhe quadriplique o fulgor, que lhe pentaplique o saber estar no povo, com o povo e a favor do povo vilacandense mas sobretudo o das CAxinas. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MERKEL E SARKOZY COMEÇAM A SEPARAR-SE

Euro

Quem teme a Alemanha? / 4

O “Nein” de Merkel está a destruir a UE

24 novembro 2011
Berlim
"!??! Às suas ordens, senhora".
"!??! Às suas ordens, senhora".

Sozinha contra todos, Angela Merkel recusa-se a reforçar o papel do BCE e as obrigações europeias. Mas, mesmo na Alemanha, alguns especialistas alertam contra a sua obsessão pela disciplina, que pode semear o caos em toda a Europa.
A cenoura e o pau, eis em resumo as propostas da Comissão Europeia perante a crise da dívida soberana. A cenoura são obrigações a uma taxa comum a todos os países da zona euro, aquilo a que se tem chamado "eurobonds", visando criar uma forma de responsabilidade partilhada.
O pau é o reforço dos controlos e das sanções contra os endividados. Com um programa destes, era de acreditar que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, marcasse pontos mesmo junto de Angela Merkel.
Voltou a falhar. Apesar de rebatizar as obrigações europeias para "obrigações de estabilidade" e mesmo a cenoura só sendo entregue depois de engolida a pílula amarga do plano de austeridade, Berlim continua a responder com um não rotundo.
Angela Merkel começou por achar “deslocado” discutir-se as obrigações europeias. No entanto, foi ela a própria a encomendar um estudo de viabilidade na matéria. A questão é agora tanto mais oportuna quanto os mercados atacam não apenas os Estados devedores, mas também países como a Áustria e a Holanda. Interessa absolutamente à Alemanha proteger esses importantes parceiros.

Muitos culpam a Alemanha

No entanto, só a regra e a disciplina contam, aos olhos de Angela Merkel. A Chanceler de Ferro faz orelhas moucas aos argumentos de economistas cada vez mais numerosos, para os quais a resolução da crise passa por dois elementos: as obrigações europeias e o apoio do BCE na compra da dívida.
Com a sua atitude, Angela Merkel não se expõe apenas a novos debates acesos com Durão Barroso, que há muito vem lamentando a indecisão da Alemanha face à crise. A Alemanha arrisca-se também a ficar cada vez mais isolada. Angela Merkel já não conta com um punhado de apoiantes em Paris, Haia e Helsínquia.
O Presidente francês já se distanciou na questão do BCE e a Alemanha dá agora o flanco a novos ataques: o orçamento para 2012 está muito aquém de corresponder à política de rigor pregada pela chanceler. Pela primeira vez, na quarta-feira, os mercados começaram a expressar dúvidas sobre a notação da Alemanha e não acorreram a comprar as suas obrigações, habitualmente tão requisitadas.
Além disso, diversos sinais indicam que a crise da dívida continua a agravar-se. Se a zona euro vacilar e Angela Merkel bloquear todas as tentativas de recuperação, muitos dirão que Berlim é culpada – e com razão.

mais um banco - desta na Lituânea

Bancos

O “crash” que faz tremer a Lituânia

25 novembro 2011
 
Veidas, 25 novembro 2011
Jogadores azarentos ou vítimas?” interroga-se em manchete a revista Veidas, relativamente aos acionistas do banco Snoras, o lituano Raimondas Baranauskas e o russo Vladimir Antonov, proprietário, entre outros, do clube de futebol britânico de Portsmouth. Os dois homens foram detidos no dia 24 de novembro em Londres, a pedido das autoridades lituanas, que investigamo crash do Snoras, o quinto banco do país. São acusados de terem desviado 3400 milhões de litas (cerca de mil milhões de euros) do banco e 100 milhões de lats (cerca de 144 milhões de euros) da sua filial letã Latvijas Krajbanka, sexto banco da Letónia. Arriscam-se a dez anos de prisão.

O Snoras foi nacionalizado no passado dia 17 de novembro – um feito inédito na história da Lituânia pós-soviética, frisa a Veidas   – , devido à descoberta de buracos nas suas contas. Iniciou um processo de falência, contestado pelos representantes dos clientes do banco, segundo os quais este não é ”nem transparente, nem justo, nem
racional”, informa a revista. A Letónia abriu, por sua vez, uma investigação sobre o Krajbanka e suspendeu as suas operações, antes de anunciar a sua provável liquidação.
Estes comunicados provocaram uma corrida por parte dos clientes aos balcões do Snoras e do Krajbanka para levantarem as suas poupanças.

vindo de um jornal alemão dá que pensar

Quem teme a Alemanha? / 5

A nossa família terrivelmente linda

25 novembro 2011
Hamburgo
Krauze
Pais severos, ovelhas negras e amor implacável: esta é a família europeia. E, para o jornalista do Die Zeit que lhe traça o retrato, este modelo histórico de solidariedade deverá ser defendido. Excertos.
Todos os cenários parecem possíveis na Europa de hoje: colapso, rutura, decadência ou renascimento. Enquanto uns falam do desaparecimento do euro, outros evocam um reforço da integração. Entretanto, hoje assistimos ao fim da solidariedade ou, pelo contrário, a um aprofundamento impar dos laços europeus através de empréstimos comuns ou da intervenção do BCE?
Nunca estivemos tão próximo de uma política interna europeia. Em Espanha, em Itália e na Grécia os novos líderes terão um papel muito mais importante para a Alemanha do  que a nova Grande Coligação em Berlim. Esta repentina proximidade não está isenta de perigo como o testemunha desajeitada lengalenga chauvinista de Volker Kauder sobre o domínio da Alemanha ou a agressividade das reações de Londres. Toda a gente sente que a Europa chegou a um ponto de viragem. É o momento de nos interrogarmos sobre o sentido das coisas.

Receio pelos vizinhos, não receio dos vizinhos

Para tal, convém distanciarmo-nos alguns milhares de quilómetros. A cena passa-se num café de Lahore, no Paquistão. Depois de ter ouvido as perguntas do visitante alemão, o paquistanês começa a questionar a sua vergonha do seu país. Há um assunto que lhe interessa especialmente. Os alemães não têm fama de serem bons engenheiros? Têm. Não são capazes de construir armas muito boas? Sim, talvez. “Então, porque é que não têm a bomba atómica? Os franceses e os ingleses têm. Como podem aceitar que outros a tenham e vocês não?”.
Para este paquistanês, o facto de a Alemanha não se preocupar minimamente em se apetrechar com armas nucleares é uma aberração. Para ele, o vizinho que tem armamento nuclear é o inimigo hereditário, a Índia. Para nós, é a França e nós não queremos saber do seu arsenal nuclear para nada. Não nos preocupamos com as armas da França mas sim com a sua notação e o que nos aflige não é vê-la subir mas sim descer. Este comportamento é consequência de muitos séculos de história. Para 90% da Humanidade, um tal ambiente político revela-se impensável.

Castigo-te para o teu bem

Na política pós-heroica, pobre em hormonas, desenvolvida pelos europeus nas últimas décadas é muito mais do que a consequência de um passado guerreiro. Trata-se de uma nova maneira de viver em conjunto, de ligar os povos e os Estados. Hoje, a crise atira esta experiência para um novo terreno: a economia e a finança. Para descrever esta forma de vida comum há uma imagem muito sábia, sentimental e Helmutkohlesca, mas perfeitamente adaptada: a Europa é uma família.
Por família entendemos a formação de ligações naturais de solidariedade que não podem ser revogadas pela força, mesmo em caso de má conduta. Dito de outro modo, nenhum erro de gestão pode fazer da Grécia uma estranha.
No entanto, todas as famílias têm as suas próprias formas de pressionarem moralmente as suas ovelhas negras ou os primos alcoólicos para os obrigarem a fazerem uma cura de desintoxicação. Também não é agradável estar dependente dos pais, coisa que pode ser até muito mais desagradável do que estar dependente do banco. A mistura tão característica de bondade e brutalidade com que Nicolas Sarkozy e Angela Merkel trataram os chefes de Estado endividados, durante a cimeira de Cannes, é igual à forma como alguns pais castigam os filhos “para o seu bem”. E não há filho que goste de tal coisa.

Preguiçosos do Sul, britânicos egoístas, alemães dominadores

O modelo familiar acrescenta também um elemento a que podemos chamar o fim da diplomacia. De facto, uma família constitui um espaço relativamente informal: não nos sentimos obrigados a ser polidos. Ora, é forçoso constatar que as relações entre os países europeus são cada vez mais diretas.Por muito infelizes que sejam as várias saídas sobre os preguiçosos do Sul, os britânicos egoístas ou a megalomania dos alemães,  todas elas são sinal de uma crescente intimidade.
Desde há muito tempo que todos se metem nos assuntos uns dos outros, mantendo a mão nos cordões da bolso e o pé no pedal do travão. Tudo isto pode causar danos graves nas relações entre os diversos membros. Não se trata, no entanto, de um regresso aos velhos demónios da guerra mundial mas sim de desentendimentos, ajustamentos e acidentes de um projeto experimental.
O sucesso desta filosofia política não está minimamente garantido. Pelo contrário, o projeto europeu deverá enfrentar as maiores contrariedades de sempre. A Europa é um objeto político inédito, uma exceção histórica. Vista de Lahore, num continente dividido, submerso pelas armas, onde os homens ainda são homens e as bombas ainda são bombas, a Europa é uma inesgotável fonte de surpresas. E também de inveja.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UM DURÃO QUE ESPERNEIA POR TODOS OS LADOS

DELENDA MADEIRA EST !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

“A Madeira não se rendeu nem se rende”¹: plano de ajustamento à moda de Alberto João




Afinal, Alberto João não foi a São Bento “só para apresentar a conta”, como disse fonte governamental. Fez algumas exigências mais (entretanto já aceites), que desautorizam completamente o ministro das Finanças: Madeira tem carta branca para contratar funcionários públicos.

PS — Provavelmente, Alberto João também terá informado Passos Coelho de que os deputados do PSD-M terão mais que fazer do que andar pelo Parlamento Regional, pelo que iria aprovar uma norma através da qual o voto de um só deles valeria por 25. Alguém se lembra da claustrofobia democrática?

Um dia António Guterres, era ele ainda somente chefe da oposição parlamentar ao PSD, contou-me , no bar do Meridian do Porto, que já sabia que as declarações sobre o " deficite democrático" da Madeira que tinha feito duas semanas antes aquando duma sua primeira viagem aquela ilha , lhe iria sair cara aquando das próximas eleições - mas que não se arrependia de ter dito a verdade.
Bebi o meu wiski , fui para casa dormir e nunca mais deixei de pensar como a democracia é impossível em Portugal.

COERÊNCIAS pepedistas.....

Milu, a nova administradora do Turismo de Portugal, explana a sua visão [4]



      “Ele [o Álvaro] diz que gosta muito de trabalhar com mulheres decididas e pragmáticas”.

Continuemos a percorrer o pensamento de Maria de Lurdes Vale, ex-jornalista da secção laranja do DN e, na hora actual, administradora do Turismo de Portugal, após uma meteórica passagem pela assessoria de imprensa do pobre Álvaro. Estávamos em Janeiro do corrente ano e a Milu dava largas ao seu direito à indignação, através de uma prosa tão inflamada quanto ansiosa:
    “Não queremos, nem estamos dispostos a tolerar, gastos inúteis, falta de fiscalização, negociatas, derrapagens e as dívidas que as gerações futuras vão ter de carregar às costas por incúria dos que não quiseram ou souberam controlar despesas, obras sem sentido, e insistiram nas nomeações de amigalhaços, que não têm qualquer preparação para assumir os cargos que lhes foram oferecidos de mão beijada.”

TACHOS e a sua mecânica ( ou o caso fantástico dos deolinda)

Milu, a nova administradora do Turismo de Portugal, explana a sua visão [5]



Estávamos a 30 de Janeiro. Reeleito Cavaco, os estarolas da São Caetano intensificaram os preparativos para o assalto a São Bento. Os valetes da equipa do terrível Ângelo nas redacções dos jornais lançaram uma vasta campanha de agit-prop. A Milu, com as limitações que se notam à vista desarmada, lá passou ao papel as instruções: importemos, sem pautas aduaneiras, a “rua árabe”. É o que escreve a ex-jornalista da secção laranja do DN em Do Coliseu ao Cairo:
    ‘Naquela sala do Coliseu de Lisboa, a vocalista dos Deolinda, do alto dos seus 33 anos, anunciou que a última canção era nova e que era "dura" de ouvir. Chama-se "Que parva que eu sou" e diz assim: "Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição. Que parva que eu sou! Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar. Que parva que eu sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar..." Que parvos que somos nós se não soubermos juntar-nos à revolta!’
Os trabalhadores do Turismo de Portugal já sabem o que devem cantarolar quando forem a despacho (?) com a nova administradora deste instituto público.

PÁ, A CULPA É DO SÓCRATES, PÁ!

Lixo (junk bond)




Ou seja:
    • A saída de Sócrates não resolveu o problema, como sustentava a direita; • A austeridade não resolve o problema, antes o agravará.

CRISE CHEGA À ALEMANHA ( antes de chegar aos USA e Brasil )

O efeito do fiasco do leilão de dívida na Alemanha foi o fator perturbador das bolsas nesta quarta-feira. Segundo o índice MSCI AC World Index, a quebra foi de 2,22%, o que equivaleu a perdas de mais de €800 mil milhões na capitalização bolsista mundial.
Esta semana é o segundo fiasco que provoca uma derrocada bolsista. Na segunda-feira fora a antecipação do fracasso do súper comité do Congresso norte-americano, um facto político que implicou, nesse dia, €840 mil milhões de perdas nas bolsas mundiais.
A quebra acumulada nestes três dias já vai em 4,8%, um valor superior ao que se perdeu em toda a semana de 14 a 18 de novembro, quando se começou a perceber que a crise das dívidas soberanas estava a alastrar para o próprio “centro” da zona euro. Então, as perdas somaram €1,45 biliões (€1450 mil milhões, ou 1,45 triliões na designação americana); agora, em apenas três dias, já vão em €1,75 biliões (€1750 mil milhões, ou 1,75 triliões na designação americana).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

E EU QUE NÃO SOU DE INTRIGAS E CONFABULAÇÕES PERSECUTÓRIAS ESTOU COM MEDO

União Europeia

Goldman Sachs, o banco que nos quer bem

16 novembro 2011
Paris
PE Sanchez
Mario Monti, Lucas Papademos e Mario Draghi têm uma coisa em comum: trabalharam para o banco de investimento norte-americano. Não se trata de um acaso mas de uma estratégia de influência que talvez já tenha atingido os seus limites.
São sérios e competentes, pesam os prós e os contras, estudam cuidadosamente os dossiês antes de se pronunciarem. A economia é o seu pecado de estimação. É raro encontrar-se filhos da Luz como estes, que entram no Templo na sequência de um longo e meticuloso processo de recrutamento. É, ao mesmo tempo, um grupo de pressão, uma espécie de clube de recolha de informação, uma rede de ajuda mútua. São os companheiros, mestres e grão-mestres levados a "difundir no universo a verdade encontrada na loja".
Os seus críticos acusam esta rede de influências europeia tecida pelo banco norte-americano Goldman Sachs (GS) de funcionar como uma loja maçónica. Em graus diferentes, o novo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, o presidente designado do Conselho italiano, Mario Monti, e o novo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, são figuras totémicas das malhas apertadas dessa rede.

Ex-comissários e responsáveis de bancos centrais

O primeiro foi vice-presidente do Goldman Sachs International para a Europa, entre 2002 e 2005. Era o "associado" que tinha a seu cargo o departamento de "empresas e países soberanos", o mesmo que, pouco antes da sua chegada, tinha ajudado a Grécia a camuflar as suas contas, graças ao produto financeiro "swap" sobre a dívida soberana.
O segundo foi conselheiro internacional do Goldman Sachs, de 2005 até à sua nomeação para a chefia do Governo italiano. De acordo com o banco, a sua missão era dar pareceres "sobre os assuntos europeus e os grandes dossiês de políticas públicas mundiais". Mario Monti foi um homem que "abriu portas", um homem cuja tarefa consistia em penetrar no centro do poder europeu para defender os interesses do GS.
O terceiro, Lucas Papademos, foi governador do Banco Central grego entre 1994 e 2002. Nessas funções, desempenhou um papel não esclarecido na operação de camuflagem das contas públicas levada a cabo com a ajuda do Goldman Sachs. Além disso, o responsável pela gestão da dívida grega é Petros Christodoulos, antigo corretor do banco norte-americano em Londres.
Dois outros pesos pesados da rede Goldman na Europa tiveram igualmente um papel na crise do euro: Otmar Issing, antigo membro da comissão executiva do Bundesbank e antigo economista principal do Banco Central Europeu; e o irlandês Peter Sutherland, administrador do Goldman Sachs International, que participou, nos bastidores, no resgate da Irlanda.

Recolher informações de forma legal

Como foi constituída esta rede de fiéis e intermediários? Nos Estados Unidos, este círculo mágico é integrado por antigos responsáveis da instituição que se passaram, com armas e bagagens, para o mais alto nível da função pública. Em contrapartida, na Europa, o Goldman Sachs tornou-se o apóstolo de um capitalismo de relações.
Mas, ao contrário dos seus concorrentes, este banco não está interessado em diplomatas reformados, em altos funcionários nacionais e internacionais e, ainda menos, em antigos primeiros-ministros ou ministros das Finanças. O Goldman tem sobretudo na mira responsáveis de bancos centrais e antigos comissários europeus.
A sua tarefa prioritária consiste em, de forma absolutamente legal, recolher informações sobre operações futuras ou sobre a política de taxas de juro dos bancos centrais. O banco gosta de colocar os seus homens, sem nunca deixar cair a máscara. É por isso que os seus sequazes escondem essa filiação, quando dão uma entrevista ou realizam uma missão oficial.
Bem relacionados, estes "ex-" conversam sobre isto e aquilo com os seus interlocutores. As línguas soltam-se diante de personagens de tamanha monta. Como se diz coloquialmente, os interlocutores percebem de que lado sopra o vento. As informações confidenciais circulam depois nas salas de negociação do banco.
Um antigo associado do Goldman Sachs no BCE, um antigo intermediário à frente do Governo italiano, um próximo no poder na Grécia: segundo os seus críticos, o banco dispõe hoje de uma extraordinária cadeia de agentes em Frankfurt, Roma e Atenas, que poderá vir a revelar-se útil nestes tempos de tormenta.

Antigas cumplicidades revelam-se menos úteis

Acontece que, para lá das aparências, o governo Goldman na Europa, no pico do seu poder antes e durante a tempestade financeira de 2008, talvez já tenha esgotado o seu estado de graça.
De facto, as antigas cumplicidades mantidas por antigos responsáveis de bancos centrais experientes, mobilizados para mexer os cordelinhos, revelam-se agora menos úteis perante políticos sensíveis à impopularidade dos profissionais do mundo das finanças, considerados culpados pela crise. Onde o Goldman Sachs podia utilizar facilmente os seus talentos, uma série de casos colocou contra ele o poder público. Num planeta financeiro complexo e técnico, a lista de endereços já não basta, face a uma nova geração de industriais menos tolhidos pelo respeito pelo establishment.
Os patrões europeus que partiram à conquista do mundo libertaram-se dos cruzados da alta finança ao estilo SG. A exigência de valorização do acionista, os requisitos de transparência e o ativismo dos contrapoderes (órgãos de comunicação, ONG, investidores institucionais) tendem a enfraquecer o "efeito rede".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

BELGICA , ITÁLIA E ESPANHA SOB ATAQUE

Itália, Bélgica e Espanha surgem neste final do mês e começo de semana com sinais de stresse quer no mercado secundário da dívida soberana como no mercado dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento).
A situação mais grave é a de Itália. O leilão de dívida pública realizado na semana passada em que o Departamento do Tesouro italiano mobilizou €2,98 mil milhões no mercado primário pagando uma taxa de 6,06% aos tomadores de títulos a 10 anos, a mais alta desde a criação do euro, colocou a nu que os investidores internacionais não estão dispostos a emprestar dinheiro ao governo de Roma abaixo daquele patamar que já é considerado de alerta laranja nos títulos a 10 anos.
Juros italianos acima de 6%
As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos do Tesouro italiano abriram segunda-feira (31 de outubro) a negociar precisamente em 6,13% no mercado secundário, segundo dados da Bloomberg. Este nível é já mais elevado do que o alcançado a 20/10 (6,02%) antes das cimeiras europeias de 23 e 26 de outubro. Acabaria por fechar o dia em 6,09%.
O mesmo stresse se revela nos casos da Bélgica e de Espanha. As yields das obrigações espanholas a 10 anos estão em 5,64% e das obrigações belgas com a mesma maturidade em 4,42%. Fechariam o mês, respetivamente, em 5,54% e 4,38%. O caso belga acabaria por se destacar, pois os juros das obrigações a 2 e 3 anos tiveram uma variação diária superior a 5%.
Quebra acentuada nos juros dos Bunds
Como referência, os juros para os títulos alemães, os Bunds, abriram em baixa acentuada, estando em 2,12% para os prazos a 10 anos, e fechando ainda mais abaixo, em 2,02%. As quebras diárias nas yields dos Bunds foram muito elevadas, superiores a 10% nos casos das maturidades a 2, a 3 e a 5 anos. O papel dos Bunds como refúgio de investimento seguro é cada vez mais evidente na zona euro.
As yields das obrigações do Tesouro português abriram em alta, depois de um período de quebra a seguir à cimeira de 26 de outubro (4ª feira da semana passada). Os juros relativos às OT a 10 anos estão em 11,81%, abaixo do valor atingido a 24/10 (12,38%), depois da primeira cimeira europeia da maratona recente. Fecharam o mês em 11,79%.
No mercado dos cds, a probabilidade de incumprimento da dívida soberana (risco de default), segundo o monitor da CMA DataVision, a meio da manhã, aponta para um disparo nos casos de Itália e Bélgica, seguindo-se, com subidas mais moderadas, Espanha, Irlanda, França e Áustria. O risco português abriu em baixa, ao contrário dos restantes países “periféricos”, mas, à tarde, voltou à tendência de subida.
Agenda pesada: duas reuniões de banqueiros centrais e cimeira do G20
Segundo os analistas, algumas das decisões da cimeira europeia de 26 de outubro não estão ainda concretizadas nos detalhes, particularmente a forma de alavancagem do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e a sua margem de manobra para intervir no mercado da dívida soberana. Uma injunção do Tribunal Constitucional alemão na sexta-feira passada reafirma a obrigatoriedade dos movimentos do FEEF com impacto no orçamento federal alemão deverem ser discutidos e aprovados pela Comissão do Orçamento do Bundestag (parlamento alemão). No entanto, a decisão final do Tribunal só será conhecida no final do mês.
A forma de intervenção das grandes potências emergentes através de um veículo financeiro especial talvez venha a ficar aclarada na cimeira do G20 que se realizará em Cannes, em França, no final desta semana. O diretor-geral do FEEF esteve na semana passada em Beijing. Klaus Regling ouviu os chineses repetirem que a intervenção deles exigirá contrapartidas por parte dos europeus, nomeadamente na Organização Mundial do Comércio, e que “não são fonte de dinheiro fácil”. Ao mesmo tempo, os populistas europeus atacaram o recurso à liquidez chinesa como peditório de “dinheiro sujo”, referindo-se a um país que é o principal parceiro comercial da União Europeia. Segundo Regling, 40% das emissões internacionais realizadas até hoje pelo FEEF tiveram “asiáticos” como subscritores.