terça-feira, 30 de novembro de 2010

E NÓS é´´E QUE SOMOS RACISTAS....

África-UE

Kadhafi repete a sua chantagem à imigração

30 novembro 2010 The Times of Malta La Valette
The Times of Malta, 30 novembro 2010
"Kadhafi: parem a imigração ou a Europa torna-se negra”: é assim que o Times of Malta resume a advertência feita pelo líder líbio aos dirigentes europeus durante a abertura da terceira cimeira África-UE, a 29 de novembro, em Tripoli. Retomando as palavras proferidas em Roma, em agosto passado, “Muammar Kadhafi avisou que o seu país não continuará a ser o guarda costeiro da Europa” e “reiterou o seu pedido à UE de cinco mil milhões de euros por ano para impedir os imigrantes ‘negros’ de invadirem a Europa”, explica o diário maltês. O jornal lembra, sobre este assunto, que “a UE rejeitou a ideia de pagar aquilo que poderá parecer um contrato sobre imigração”, reconhecendo, no entanto, que “o discurso de Kadhafi vai ao cerne da questão que os líderes convidados deverão enfrentar”.

ENTRE VERSAILLES E MARSHALL


A seguir à Primeira Grande Guerra, os vencedores assinaram com os vencidos o Tratado de Versailles.
A seguir à segunda grande guerra os vencedores americanos propuseram à Europa destrúída um plano de ajuda com o nome do seu autor - um tal de Marshall.

O primeiro espezinhava até ao tutano os ossos osteoporóticos da Alemanha e restantes potências vergadas ao peso da derrota, obrigando-os a pesadas indeminizações de guerra. Daí uma hiper-inflação e um ressentimento tal que desaguou na segunda grande guerra.

O segundo, foi um acto de inteligência americana de dádiva de centenas de biliões de dólares de auxílio à reconstrucção da europa destruída, incluindo a Alemanha perdedora. Era dinheiro mas também muito óleo, arroz, batatas, massas, manteiga, leite , feijão, grão e manteiga e um fantástico queijo amarelo em barra que as Cáritas dos vários países distribuiam pelos pobres.Todos os europeus aceitaram, menos Portugal, que por motivos político/diplomáticos apenas aceitou os géneros mas não o dinheiro. Se bem se lembram , desta vez, a seguir à segunda não houve nenhuma terceira grande guerra na europa.

Vem isto a propósito do auxílio da Europa ( Alemanha )à grécia, `a islândia e à irlanda o qual mais se parece com o tratado de verssailles do que com o plano Marshall.
Temo que na Alemanha de leste comunista da chancelarina Merkel não se tivesse estudado História!

FIEL A SI PRÓPRIO

Itália
A última cena dramática de Monicelli
30 novembro 2010 La Stampa Turim

La Stampa, 30 novembro 2010
“Adeus ao mestre da comédia italiana”, titula La Stampa. Mario Monicelli, diretor de La Grande Guerra (A Grande Guerra - 1958) e de I Soliti Ignoti (Gangsters Falhados - 1959), suicidou-se saltando de uma janela do quinto andar do hospital onde estava internado, em Roma. Tinha 95 anos e sofria de um cancro terminal. “Nos seus últimos meses de vida protestou contra os cortes no orçamento da cultura, incentivou os jovens a revoltarem-se por um futuro melhor, lamentou que o cinema atual não possa retratar Itália tal como ela é, mas não conseguiu vislumbrar um futuro para si próprio”, escreve La Stampa. Num país onde a eutanásia ainda é tabu, a sua morte é uma proclamação final de liberdade numa vida anárquica. “Quis decidir tudo por si próprio até ao fim, tal como nos seus filmes”, disse o crítico Paolo Mereghetti ao Corriere della Sera.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

E se pedissemos ajuda já ( também ) não poupávamos nos juros ?

Pacote de apoio externo à Irlanda no valor de €67,5 mil milhões a uma taxa de juro anual composta de 5,8%. O Fundo de Reserva de Pensões irlandês mete €10 mil milhões. Dois aspetos com forte oposição interna.

A Irlanda viu aprovado, este domingo, em Bruxelas, um pacote global de €85 mil milhões para colocar em ordem as contas públicas e re-estruturar o setor financeiro nos próximos três anos, segundo o comunicado do governo em Dublin.

Dois bónus

E conseguiu dois “bónus” adicionais. O primeiro a possibilidade de fazer a gestão do emagrecimento do défice público até 2015 – ou seja, tem cinco anos para poder cortá-lo dos 32% atuais para 3% do produto interno bruto, o famoso “limite” legal imposto pelas regras do Pacto de Crescimento e Estabilidade europeu. O segundo, a concessão europeia de que não haverá mexida no equivalente ao nosso IRC (taxa de imposto sobre os rendimentos das empresas), que se manterá nos 12,5%, o que tem sido atrativo para entidades estrangeiras se localizarem na Irlanda. Calcula-se inclusive que 20% do produto interno bruto irlandês advém de “empresas fantasma” que não têm sequer qualquer atividade no Tigre Celta e que, apenas, utilizam essa facilidade fiscal.

Os ministros das Finanças da União Europeia aprovaram um plano de financiamento externo de Dublin que soma €67,5 milhões a que poderá ocorrer até 2013, a que acrescem as contribuições “internas” irlandesas de €10 mil milhões por parte do Fundo Nacional de Reserva de Pensões e 7,5 mil milhões de reservas de caixa da Agência de Gestão do Tesouro (equivalente ao nosso IGCP).

Decisão polémica

Esta decisão do governo irlandês de contribuir com um esforço próprio de 20,5% já provocou a ira dos principais partidos de Oposição – o Fine Gael, os Trabalhistas e o Sinn Féin – que anunciaram a inclinação para votar contra o orçamento de estado para 2011 que irá ao Parlamento no próximo dia 7 de dezembro. Apesar do voto favorável do Partido dos Verdes, parceiros na atual coligação, há, ainda, dúvidas sobre o sentido de votos de independentes. Em quaisquer circunstâncias, a coligação atual será desfeita logo a seguir à aprovação ou não do orçamento e já foram convocadas eleições legislativas antecipadas para janeiro de 2011.

O responsável da Missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Dublin, Ajai Chopra, já declarou que o Fundo trabalhará com qualquer governo saído de novas eleições.

O juro anual composto do pacote “externo” deverá rondar os 5,8%, segundo o comunicado do governo de Dublin. No entanto, a parte relativa ao empréstimo por parte do FMI, que deverá rondar os €22,1 mil milhões, ou seja 1/3 do apoio externo, terá um juro de 3,12%, segundo o comunicado do diretor-geral do fundo, Dominique Strauss-Kahn. O que significa que a taxa de juros aplicada à parte que virá do veículo financeiro do Luxemburgo e dos amigos ingleses e nórdicos é muito mais elevada do que 6%, o que já provocou uma onda de protestos.

A linha de financiamento para a Grécia em que se envolveu Bruxelas e o FMI ronda os 5,2% de taxa de juro composta para um montante superior de €110 mil milhões

PLANO DE CORTES NA IRLANDA

Plano de austeridade adicional até 2014

O acordo de financiamento foi concedido no pressuposto da execução do plano apresentado pelo atual governo de Dublin para 2011 e 2014, que acarreta um plano adicional de austeridade. O que subentende que o novo governo saído das eleições de janeiro próximo aceitará estas coordenadas, o que não é líquido.

As principais traves mestras desse novo plano de austeridade divulgado na semana passada são as seguintes:
a) O ajustamento orçamental entre 2011 e 2014 totalizará €15 mil milhões, com uma primeira etapa de €6 mil milhões já no próximo ano, ou seja 40% do esforço de emagrecimento;
b) A composição deste ajustamento é de €10 mil milhões em cortes da despesa pública e €5 mil milhões provenientes de aumentos da carga fiscal;
c) O limite de idade de reforma subirá para 66 anos em 2014;
d) Ocorrerá uma redução progressiva do valor das pensões numa média de 4%;
e) As novas admissões na Função Pública sofrerão um corte de 10% no ordenado;
f) O salário mínimo será reduzido de 1 euro por hora (o atual salário mínimo em vigor desde 2007 é de €8,65 por hora para trabalhadores com experiência e entre €6 e €8 para outros casos, o que significa um corte de mais de 15% para os precários e jovens e de 11,5% nos outros casos).

ELA FOI COMPRADA....ELE FOI ELEITO !

PODEMOS CONFIAR NESTE TIPO ?

OS MEUS AMIGOS TAMBÉM NÂO ME OUVIRAM

Europeu da Semana
Como sobrevivi ao “boom” irlandês
24 novembro 2010 The Times Londres

"Home thoughts from abroad".

O escritor irlandês Julian Gough passou os anos do Tigre Celta com pouco mais do que amor e uma cabana. Agora a residir em Berlim, aqui fica a sua história sobre manter-se cético (e sem chavo), enquanto o resto do país enlouquecia (e rebentava) com a febre do imobiliário.

Julian Gough
Durante os anos de grande crescimento económico da Irlanda, dava imenso trabalho evitar ganhar dinheiro. Consegui controlar-me, transformando-me num escritor de ficção impopular. A minha namorada conseguiu-o tornando-se artista. Os nossos amigos faziam dinheiro; nós fazíamos arte. Tudo bem. Perfeito. Afinal, o dever sagrado do escritor irlandês é manter-se completamente dessincronizado da Irlanda.

Mas a seguir ao ano 2000, o crescimento genuíno transformou-se na bolha do imobiliário que tirou os pés das pessoas da terra. Em breve, The Irish Times tinha um suplemento sobre imobiliário mais grosso do que o jornal. Os meus amigos começaram a comprar casas cada vez mais caras. O endividamento alastrava e a Comunicação Social chamava-lhe prosperidade. David McWilliams, isolado entre os jornalistas financeiros irlandeses, analisou a situação com clareza. O economista Morgan Kelly escreveu um artigo espantoso, dissecando cada bolha de imobiliário da história. A Irlanda percorria cada passo, no vermelho. O país estava lixado. Disse-o a todos os meus amigos. Eu continuava a viver em Galway, no oeste, mas eles tinham-se mudado todos para o coração do Tigre Celta, Dublin.

Não quiseram dar-me ouvidos. Eu estava errado. Afinal, estavam cada vez mais ricos e eu mais pobre. Com a nação inteira embriagada, se se falava de uma bolha, a reação podia ser agressiva. Bertie Ahern, o primeiro-ministro irlandês daquele tempo, fez um discurso na televisão em que atacava pessoas como Kelly e McWilliams, por ficarem “sentados na linha lateral, resmungando e lamentando-se… Não percebo como as pessoas que entram nessa não cometem suicídio”. O público riu e aplaudiu.

Bancos irlandeses recomendavam duas hipotecas
Entretanto, os nossos amigos começaram a ter filhos e a mudar para casas maiores. Mas mantinham a anterior. Eu ficava abismado. Não existem duas regras de ouro em matéria de investimento: diversifique a sua carteira e não contraia empréstimos para especular? Mas os bancos irlandeses recomendavam agora ao comum dos trabalhadores que dobrassem as suas apostas, com duas enormes hipotecas.

Nesta altura, as conversas na Irlanda iam dar sempre às propriedades. As pessoas tiravam fins de semana para irem comprar apartamentos na Bulgária. Na montra do nosso vendedor local tinha apartamentos portugueses. Contudo, comigo, os meus amigos não falavam acerca de imobiliário e da bolha; ficavam irritados quando eu puxava o assunto. E deixámos de nos ver com frequência.

Uma pessoa começa a sentir-se como um passageiro das cabinas do porão do Titanic, que viu o icebergue rasgar o navio a todo o comprimento e entrou no salão de baile para avisar as pessoas… e todos continuaram a dançar, sendo gentilmente acompanhado à porta. Porque nesta altura, na Irlanda, se não se possuísse propriedades e não se estivesse a ganhar bom dinheiro, era-se gentinha do porão. Rendas, preços, consumo de cocaína… tudo andava numa efervescência. A minha namorada e eu ficámos esclarecidos, certa noite, no hotel do Bono, quando demos pelos nossos amigos a comprar garrafas de champanhe medíocre por 90 euros, como dantes compravam cervejas. Alguém disse: “Ah, no fim dividimos a conta”. Olhámos um para o outro. Com 10 euros nos bolsos, planeávamos fazer durar a nossa água tónica até ao fim da noite. Tínhamos a renda em atraso. Pedimos desculpa, demos-lhes os nossos 10 euros e saímos. A Irlanda tinha-se transformado numa nação de proprietários sem dar por isso. E nós éramos inquilinos.

Preços das casas triplicaram numa década
Entretanto, acabei o meu estranho romance sobre a Irlanda moderna. Os bandidos eram um pato-bravo e um ex-primeiro-ministro. Compreensivelmente, ninguém quis publicá-lo. O livro não fazia sentido nenhum! Os preços das casas irlandesas tinham triplicado numa década. Éramos ricos. A história era essa, a Irlanda era vencedora, fique lá caladinho.

Pouco depois da rejeição do livro, ficámos sem dinheiro. A nossa filha tinha acabado de nascer e fomos postos na rua no dia de Ano Novo de 2006. A nossa proprietária Tigre Celta era uma pessoa muito simpática, mas tinha re-hipotecado a casa para comprar mais propriedades. Não podia baixar a renda, que já não cobria, nem por sombras, o pagamento da hipoteca. Mas isso não tinha importância nenhuma, porque os preços do imobiliário iriam crescer eternamente.

Continuávamos a ter bons amigos, apesar de nunca os vermos. Um casal de bancários arranjou-nos uma casa em Dublin por metade da renda. Mas o crescimento económico foi… crescendo e, em pouco tempo, não conseguíamos pagar nem metade de um aluguer irlandês. Uma amiga de um amigo de Los Angeles ofereceu-nos a sua casa, numa aldeia em França, sem pagarmos renda. Emigrámos pela Ryanair, por 50 centavos cada um. Levámos duas mochilas, em que os artigos mais valiosos eram uma panela e um portátil. Aguentámo-nos na Irlanda nos anos de pobreza e desemprego – mas não conseguimos sobreviver ao grande crescimento económico.

A casa era minúscula, encantadora, a quatro quilómetros da loja mais próxima. Andávamos com o carrinho para trás e para diante, através de campos de alfazema e de milho. Enquanto a Irlanda crescia incessantemente, nós estávamos tesos, sentados debaixo de um sobreiro, a fazer um piquenique e a cantar. Então, houve um editor que comprou o livro. Arranjámos casa, no meio de muitos outros artistas tesos, na barata e falida Berlim. Um agente inspecionou os nossos impostos irlandeses nos anos do grande crescimento económico. Os nossos rendimentos eram muito, muito abaixo do salário mínimo; abaixo mesmo do subsídio de integração. Assobiou e disse: “Sie leben auf Liebe und Luft”. Vocês vivem de amor e ar.

Irlanda, o mais rico dos pequenos países da Europa
Um ano mais tarde, ganhei o BBC National Short Story Award, o prémio da BBC para contistas, com uma história que cruzava o Fianna Fail, o partido regente da Irlanda, com o Feiticeiro de Oz. As pessoas pensaram que era uma brincadeira. Fui convidado para ir ao maior programa de debates da Irlanda. Uma grande limusina foi-nos buscar ao aeroporto e levou-nos para um hotel de cinco estrelas acabado de inaugurar, construído com as reduções de impostos dadas pelo Fianna Fail aos construtores apoiantes das suas campanhas. Nessa noite, quando me perguntaram porque saí da Irlanda, o mais rico dos pequenos países da Europa, contei-lhes a história acima. E disse que o crescimento do imobiliário não era real. Que era como assistir a uma estranha religião que se espalhava por toda a nação, com as pessoas a apontarem para as casas e a dizer: “Vês esta casa? Vale cinco milhões de euros”. E não vale.

No meio do silêncio, no frio que se gerou na sala, percebi que todos ali tinham comprado uma propriedade e estavam a planear comprar outra. Tinham hipotecado a sua casa para comprarem aos filhos outra casa que, em breve, não ia valer quase nada. Estavam condenados, sem saberem. Um quarto da população olhava fixamente para mim. Acho que nunca me senti tão sozinho.

Volto à minha terra algumas vezes por ano e encontro-me com os amigos, cada vez num restaurante mais barato. Continuo teso, mas agora já posso pagar a minha parte da conta. Continuamos sem falar de imobiliário.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

LEI DE MURPHY

É aquela Lei que proclama que quando algo pode correr mal, seguramente vai correr mal.
Anda toda a gente para aí a questionar-se se as coisas vão correr assim tão mal que, depois da Irlanda ( depois da Islândia, Estónia, Letónia, Hungria , República Checa, Bulgária, Roménia, Ucrânia, Grécia, só para falar dos mais conhecidos ) chegou a vez de Portugal vergar às ordens dos parvos dirigentes europeus actuais e descer do cavalo da União para o burro do FMI.
Pois segundo consta , como a lei de murphy ainda está em vigôr, vamos mesmo assistir a um desenvolvimento tão funesto, na sociedade portuguesa, que os meus melhores amigos ainda não conseguiram "captar ". Mas também na União!

sinais acumulam-se II

UE-Rússia

Putin defende zona de comércio livre

26 novembro 2010 Rzeczpospolita Varsóvia
“A Rússia quer a integração com a UE", escreve o Rzeczpospolita, comentando um artigo de Vladimir Putin, publicado na véspera, no Süddeutsche Zeitung. Nele, o primeiro-ministro russo explica a sua ambiciosa visão de uma “comunidade económica harmoniosa que irá de Lisboa a Vladivostok”, e fala na criação de uma zona de comércio livre e de laços económicos mais estreitos entre a UE e a Rússia. Para isso, escreveu Putin, é necessário que se reúnam várias condições: primeiro, a Rússia tem de aderir à OMC; depois, o regime de vistos entre a UE e a Rússia deve ser revisto cuidadosamente e deve ser posta em prática uma vasta cooperação nos domínios científico, tecnológico e energético. “O plano marca uma reviravolta no pensamento de Putin”, sublinha, no jornal, um especialista da Fundação Bertelsmann, segundo o qual o líder russo costumava ser mais favorável a uma aproximação económica com o Extremo Oriente e o espaço ex-soviético. Um membro do Instituto Finlandês dos Assuntos Internacionais arrefece o entusiasmo afirmando que “Putin espera que a UE vá adaptar a sua legislação em nome da cooperação com a Rússia, mas isso não é realista”, apesar de ser “um sinal encorajante de que, pela primeira vez, a Rússia começa a tratar seriamente a UE como um parceiro”.

Nota de csp : é notável esta explicitação da posição russa sobre a sua relação com o Ocidente. Ela, todavia já era  por um lado de esperar depois da cimeira da NATO em Lisboa há oito dias, e , por outro lado está em linha com as traves mestras da política externa desde os Czares: entre o Oriente ( leia-se China ) e o Ocidente a aliança é com o mais fraco para conseguir a independência da ideossincrasia russa.
Por isso, este reconhecimento explícito de Putin significa que os russos entendem que o Ocidente ( lei-se União Europeia)  está fraca, e a China começa a ser "o problema ".
Porque agora, é obvio que depois da ocupação económico e ideológico que Pequim fez na vastíssima e rica Mongólia ....resta o seu hiberland natural: a Sibéria.
Mais achas para a próxima confusão militar inevitável a acontecer sem haver milagre - como aqui venho afirmando desde há quase dois anos. Só que desta vez vai começar no Extremo-Oriente.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

UM QUE TEM INTELIGÊNCIA PARA ... NÃO FAZER GREVE

AINDA DIZIAM QUE A RITA NÃO ERA PATRIOTA. ATÉ GANHOU UM EMMY !

A CRISE QUE ANTES DE SER ECONÓMICA É FISCAL

Merkel acordará tarde?
Teresa de Sousa escreve hoje no Público sobre a crise do Euro. Um excerto:

‘O que esta crise também revela é quanto pode ser frágil uma união monetária sem uma união económica. A Irlanda baseou o seu miraculoso crescimento económico da última década em impostos muito baixos para as empresas. Portugal no consumo interno. Madrid no boom imobiliário. A Alemanha na competitividade da sua indústria. A "harmonização" limitava-se às regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, aliás várias vezes violadas por todos os países. A crise mundial e o seu impacte brutal fez explodir um modelo que sobrevivia graças à prosperidade mundial e ao dinheiro barato. Diz de novo Fabio Liberti: "[para a Europa voltar a encontrar uma convergência de interesses] é preciso aumentar o peso da União Europeia na gestão dos orçamentos nacionais (...). Porque hoje temos uma moeda única mas não temos uma política económica convergente. A zona euro tem de se dotar dos instrumentos para relançar o crescimento interno (...). A criação de um fundo de socorro europeu é um primeiro passo. Mas podia também encarar-se a transformação de uma parte das dívidas nacionais em dívida europeia, cujas taxas de juro seriam menores".

Impossível? É esta precisamente a questão. Não se pode continuar nesta espiral de loucura, exigindo aos países endividados que aprovem programas de austeridade sobre programas de austeridade para acalmar os mercados, porque não é isso, ou pelo menos não é só isso, que os acalmará. A decisão é política.

Se não, de crise em crise, de pânico em pânico, de intervenção in extremis em intervenção in extremis, a Europa não sobreviverá.

Os países do Sul podem ficar à deriva na tempestade, como o quadro que inspira a capa da revista britânica (Le Radeau de la Méduse), e Merkel pode ser salva do naufrágio pelo helicóptero do BCE. Para quê? A Alemanha será uma média potência económica com meia dúzia de países na sua órbita e as regras do jogo serão ditadas noutros sítios. Em Washington e em Pequim.’

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SOLIDÁRIO COM A IRLANDA AQUI TÃO PERTO....ENYA!

NÓS POR CÁ TODOS BEM

Ontem a Espanha foi ao mercado para lá colocar mais de três mil milhões de euros em obrigações (empréstimos dos mercados à espanha ). Só conseguiu compradores para 1,9 mil milhões a um juro que foi  superior a 5% e com um aumento para o dobro do último spread ( diferença entre juros pedidos à espanha  e à Alemanha ) que ultrapassou os 210 pontos. Foi com estes números que a Grécia pediu apoio....

Ontem a Irlanda teve de declarar à União (?) Europeia mais austeridade para obter até 100 mil milhões de empréstimo. Entre as medidas a vigorar a partir de Janeiro, esta: corte de 12 % do SALÁRIO MÍNIMO.

Amanhã em Portugal não se trabalha. Vai ser feriado (?! ) ou vai ser ferido (?!).

O CAPITALISMO

Os dois rostos do capitalismo europeu

23 novembro 2010 Dilema Veche Bucareste
Bucareste, a gala de caridade de Halloween no palácio do Parlamento, antiga "Casa do Povo".
Bucareste, a gala de caridade de Halloween no palácio do Parlamento, antiga "Casa do Povo".
                                                                                     
A economia de mercado reina presentemente em todo o continente. Mas será a mesma em todo o lado? De facto, a Leste, os capitalistas prosperaram sobre o feudalismo pós-comunista e criaram um sistema com características particulares.
"Estamos encurralados algures, na transição da economia planificada para a economia de mercado. Criámos um híbrido dos dois sistemas", declarou, há alguns anos o antigo Presidente russo Boris Ieltsine. Que espécie de capitalismo estamos nós a construir na Roménia e, de um modo mais geral, na Europa de Leste, e em que se distingue ele do capitalismo ocidental?
Em primeiro lugar, na Roménia, como em toda a região, estamos perante um "capitalismo sem capitalistas", como observaram Gil Eyal, Ivan Szelenyi e Eleanor R. Townsley numa obra coletiva.
No seguimento da queda dos regimes comunistas, fomos forçados a construir um capitalismo sem uma classe dos proprietários e detentores de capital, que pudesse desempenhar o papel que a burguesia desempenhou no nascimento do capitalismo.
Claro que os nossos capitalistas cresceram como cogumelos e os novos-ricos apareceram de um dia para o outro. Mas entre os nossos capitalistas surgidos do nada e os capitalistas ocidentais há uma diferença como entre a noite e o dia.

O dinheiro tornou-se fonte de posição social, privilégios e poder

A conjuntura que permitiu o aparecimento e o desenvolvimento do capitalismo foi a vitória obtida pela burguesia na legitimação do seu capital económico-financeiro, face ao capital social detido exclusivamente pela aristocracia. No feudalismo, os privilégios e a posição social atraíam o capital económico; no capitalismo, a equação inverteu-se e o dinheiro tornou-se fonte de posição social, de privilégios e de poder.
Na Europa oriental, e na Roménia em particular, os capitalistas usaram o seu capital social para obter capital económico. Os tecnocratas do antigo regime, de uma maneira ou de outra próximos das estruturas estatais de poder, utilizaram a sua rede social para obter fábricas, contratos e outros bens, que rapidamente contribuíram para o aparecimento dos capitalistas nacionais.
A predominância do capital social é uma característica específica do feudalismo e, também, do comunismo europeu de leste, no qual o capital político era apenas uma variante do capital social. Deste ponto de vista, o nosso capitalismo é pré-moderno, uma vez que obedece a regras feudais. A lógica institucional esteve e continua a estar subordinada à lógica das relações e as instituições tornaram-se organismos kafkianos ao serviço de favoritismos.

O capitalismo europeu de leste lembra o comunismo

Outra especificidade do capitalismo europeu de leste é o facto de este não ser o resultado de uma evolução orgânica e sim o produto de um projeto. Deste ponto de vista, assemelha-se ao comunismo: contém todos os elementos de engenharia social, entre os quais as tentações utópicas e a justificação do presente pela invocação do futuro. O nosso capitalismo foi forjado na re-estruturação fundamental das instituições económicas do topo para a base, precisamente o inverso do seu equivalente europeu ocidental.
Nos últimos 10 anos, a utopia que tarda a concretizar-se e os males sociais engendrados pelos esforços para a construção do capitalismo contribuíram para fazer baixar consideravelmente a confiança da população local na economia de mercado.
Na Hungria, por exemplo, a confiança no capitalismo passou de 80%, em 1991, para 46%, em 2009; na Bulgária, de 73% para 53%; na Lituânia, de 76% para 50%. Esta queda vertiginosa transformou a Europa oriental numa das regiões onde o grau de simpatia relativamente à economia de mercado é mais baixo: em 2007, antes da crise económica, este era de 56%, apenas 1% mais do que na América Latina (55%), e ficava muito atrás de África (75%), da Ásia (72%), da América do Norte (70%) e da Europa Ocidental (69%).

"A extorsão legítima organizada pela classe dominante"

De facto, a questão a colocar é se o capitalismo europeu de leste é, na realidade, uma forma degenerada do capitalismo "autêntico" ou se se trata simplesmente de outro tipo de capitalismo. Sociólogos como Karl Marx e Max Weber pensavam que o capitalismo tinha uma única finalidade. Contudo, as suas teorias foram elaboradas antes de o capitalismo se ter desenvolvido a nível mundial.
A história recente mostra-nos que há uma infinidade de capitalismos: do modelo chinês, que coexiste muito bem com um regime autoritário, ao capitalismo norte-americano, passando pelo modelo europeu de leste. Este último é, em si mesmo, um conceito que não é capaz de dar conta da complexidade dos fenómenos que pretende descrever. Poder-se-á confundir o capitalismo russo com o romeno ou com o checo?
Talvez a hipótese segundo a qual o capitalismo é incompatível com a ausência de liberdade (caso da China) ou com o domínio do capital social relativamente ao capital económico (como na Roménia) seja falsa. O capitalismo poderá não conduzir necessariamente à democracia, nem gerar necessariamente a prosperidade, podendo até coexistir muito bem com sistemas de clientelismo ou mafiosos.
Afinal, o capitalismo ocidental talvez possa ser apenas uma forma particular de um sistema económico a que chamamos genericamente capitalismo e cuja característica principal não é nem a supremacia do dinheiro, nem o triunfo do institucional sobre o favoritismo mas, simplesmente, como dizia Al Capone, "a extorsão legítima organizada pela classe dominante".

DELENDA MADEIRA EST !

Gostaria de ter dito isto 

«A mim, o que me choca, é que representa da parte da Assembleia da República uma grande irresponsabilidade, na perspectiva da solidariedade nacional”, disse o constitucionalista, referindo-se ao facto de as alterações à lei que regula o financiamento partidário incluírem uma norma interpretativa e com efeitos retroactivos. Devido à existência dessa norma, os cerca de 24 milhões de euros que a Assembleia Legislativa madeirense deveria devolver ao Estado português serão esquecidos.»

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A crise do capitalismo

Já aqui, neste blog, por várias vezes escrevi que esta não era mais uma crise do capitalismo. Mas A CRISE DO CAPITALISMO.
As crises do capitalismo existiram onde exitiu capitalismo mas sempre se foram resolvendo. Umas vezes à custa de colónias em posse de países capitalistas , através das suas riquezas ou através da sua venda para pagar as dívidas ( foi o que fez  o kzar russo ao vender aos americanos o enorme território do Alasca em finais do séc.XIX ), outras com acordos que beneficiassem credores ( foi o que fez o Marquês de Pombal  ao entregar as vinhas do Douro aos ingleses isentando-os de impostos e taxas na produção e comércio do vinho do porto ).
Curiosamente o plano que os irlandeses puseram em prática para crescerem atraindo investimento externo foi o mesmo do nosso Marquês: quem se quiser aqui instalar não paga mais de umas migalhas de IRC , menos de 7% ! Ou o que fazem os holandeses , país que isenta de tributação empresas estrangeiras como a nossa (?) PT que lá tem a sua sede fiscal.!

SegundoKenneth Rogoff o economista do FMI que tem como ódio de estimação o nobel Stiglitz, durante o capitalismo que foi nascendo com as revoluções industriais nos vários países, sucederam-se falências soberanas em Portugal ( apenas 6 ), muito menos que na Espanha ( 13 ), França (8 ) ou Alemanha (8 ) !
E Rogoff mostra que estas crises sempre foram resolvidas com uma renegociação dos prazos de pagamento (escalonamento da dívida ) e revisão dos juros a pagar ( para baixo ), assim se chegando a números mais justos para o devedor.  Isto porque estas crises de falências de Estados ocorreram sempre no fio da dinâmica do capitalismo, isto é, a busca gananciosa do lucro fácil e especulativo.

Aquilo que a senhora Merkel disse a propósito de os credores da dívida soberana irlandesa também ajudarem a resolver a situação irlandesa prescindindo de receber parte da dívida, foi pois, nem mais nem menos, o óbvio , o historicamente óbvio. Quem arrisca emprestar dinheiro, sabe que pode ficar sem ele, sobretudo se andou a "expremer" o devedor. O que vai sendo o caso nosso, português.

Porque é assim o capitalismo : espremer tudo até ao tutano, numa vertigem de ganâncias múltiplas que não têm perdão aos meus olhos.

Infelizmente também em Portugal essa imensa ganância ocorreu por parte de quem nos empresta . Mas também , e igualmente, por parte dos nossos que andaram a pedir, a exigir ( como dizia há dias uma sindicalista que ainda não caiu na real, na televisão :-" sim porque nós queremos sempre ganhar mais, estamos aqui para exigir ganhar mais, isto não anda para trás !"). Por isso aos algozes capitalistas que nos andam a comer a carne, temos em boa verdade das coisas, de acrescentar os portugueses furiosos da propriedade da casa, dos turismos  compulsivos, dos fângios suicidas das nossas SCUTS, dos ladrões de colarinho branco dos nossos banqueiros e assim...

Como amostra do que digo, alavanco-me ( para usar também um dos erros típicos da gestão gulosa ) no jornalista irlandês do Irish Times que escreveu um fino livro sobre as desventuras do seu país intitulado " Ship of Fools: How stupidity and Corruption Sank the Celtic Tiger". E a estupidez e a corrupção que afundaram a barca dos loucos tigres celtas,  foram ao ponto do patético ex-primeiro-ministro que mais culpas teve no cartório, Bernie Ahern, que ainda há meses se fazia pagar principescamente pelo mundo fora a fazer conferêncas sobre o "tigre celta" , ter tentado subir o seu ordenado para 310 mil euros anuais - o que faria dele o mais bem pago primeiro-ministro do mundo democrático ! A ganância andava aqui de braço dado com o despudor e este com a corrupção. E estas três formas de ser são o cerne do capitalismo.
 Que nesta crise se observa de modo óbvio, mas uma crise cuja correcção vai durar tantos anos que havemos de ter tempo de inventar outra forma da economia SER ( em vez de se guiar só pelo TER ). 

domingo, 21 de novembro de 2010

ENTRE ÁGUIAS REAIS E ABUTRES

1-Ao longo da minha vida profissional fui sempre tendo tempo para variadas actividades cívicas, a primeira das quais a política em sentido lacto.
Foi assim que em finais da última década do século passado ( 1998 ? 1996 ? ) tive oportunidade de conhecer duas das personagens que estiveram sempre presentes na primeira linha das (in)decisões que nos levaram aonde estamos agora: o eng. João Cravinho actualmente administrador colocado pelo Estado português no BEI ( Banco Europeu dde Investimentos ) , e de Ferraz da Costa o "patrãodos patrões ". Ambos sempre próximos da(s) mesa(s) do(s) Orçamento(s), o primeiro famoso por ao deixar a pasta das obras públicas declarar (cito de lembrança ) que a obra ( à base de parcerias público-privadas ) que deixava iriam lustrar o ministro que o substituisse; e o segundo deixando alimentar sonhos de grandeza tais como o de ser secretário -geral do então CDS ou eventual primeiro - ministro.

2-Almoçei com eles no Meridian do Porto, à Boavista, e, ouvi a conversa que os dois travaram. Discutiam os efeitos para Portugal ( ambos diziam "este país " ) com a entrada anunciada dos países de leste na união europeia.
Para resumir , e espremida a retórica venal e de unhas sujas ( literalmente ) de um Cravinho seborreico na cutis e nas ideias, e a de uma vaidade vácua e energicamente petulante do pequeno homem da CIP, esprmido tudo o que dissereram à minha frente  foi isto: Portugal ( "este país" ) estava feito ao bife quando os de leste entrassem na união com os seus baixos preços de mão-de-obra, com a qualificação superior que ela tinha e com os hábitos de trabalho árduo e de horário flexível próprio de gente habituada no comunismo. E diziam, e previam, seguramente, sem margem para dúvidas, que , "este país" se iria afundar em poucos anos: um deles apostava (não recordo qual ), apostava em seis anos, o outro , mais pessimista, em quatro!
Para meu espanto, nenhum deles referiu o peso da China que , tudo apontava, entraria na OMC Organização Mundial do Comércio) em 2000 ou por aí ! A conversa entre dois dos mais conhecedores políticos de Portugal ( um de direita, outro de esquerda), ficava-se por clichés pensados por muita gente e por um arrazoado de lugares comuns que podiam ouvir-se à noite no Café Piolho entre universitários caloiros. Nenhuma ideia, nenhuma preocupação genuína, nenhum sentido de anúncio público do problema - como se isso lhes não competisse - nenhum sentimento , mesmo que vago, de mudar a situação : apenas uma constatação ignorante da China , e um discurso de quem lê o Diário de Notícias na diagonal e desconhece, mesmo de nome , o Le Monde Diplomatique, muito mais o The Economist !
À noite, na conferência para que vinham à província e ao Norte a expensas do Forum Portucalense a cuja direcção eu pertencia, a mesma displicência calma e afagada, a mesma anestesia do verbo que carreava nos ouvintes uma total analgesia : o dinheiro de Bruxelas no dia seguinte ia continuar a chegar. E a chegar bastava para dar descanso aos seus neurónios. E o público satisfeito, meio dormente com a dolência dos palestrantes!...

3- Eu assisti a isto tudo . Assisti com uns duzentos e vinte wolts a percorrerem-me a alma desidratada de todo!

4-Recordo que nessa noite , e em muitas outras pensei com os meus botões ( e bastas vezes comentei para quem tinha a pachorra de me ouvir ) que estas duas luminárias do regime não passavam  de formigas à beira de ex-ministros de Salazar com quem eu privara de muito perto a seguir ao 25 de Abril:  os embaixadores Henrique Martins de Carvalho (ministro da saúde) e Franco Nogueira ( dos Estrangeiros ) ambos nas férias que todos fazíamos em Cinfães nos meses de Setembro, e o professor Silva cunha ( da Defesa e do Ultramar ) nos três dias semanais que durante anos o trouxeram a dar aulas numa universidade do Porto permanecendo num hotel da cidade onde eu ia todos os dias e passavamos horas a conversar. Da forma de falar, da elegância contida da educação mas, sobretudo, da craveira intelectual e da visão histórica e estratégica das coisas que interessavam à Pátria...era como do vinho para a água.

5-Até que ontem vi escrito num jornal uma muito parva (porque de sibilina insinuação ) declaração de Cravinho (espero que agora de unhas limpas ) sobre as culpas de altas personalidades na pré-bancarrota em que estamos. Então porque é que não ouvi na conferência, nem em declarações públicas, nenhum aviso de tão avisadas criaturas, de tão doutos crâneos ?
Seguramente, mistério.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

TU NUNCA ME ENGANASTE

Passatempo (*)
Quem é o Grande Exemplo da tua vida?
São só 2 ou 3 continhas e será revelada uma Grande Surpresa, algo de que ainda não te tinhas consciencializado!
Mas não faz mal... Mais vale tarde do que nunca...

Vê o número que corresponde ao teu exemplo de vida :




1) Escolhe o teu número preferido de 1 a 9
2) Multiplica por 3
3) Soma 3 ao resultado
4) Multiplica o resultado por 3
5) Soma os dígitos do resultado

Pára de escolher outros números, este é o teu ídolo, ADMITE-O!!!!!!!!!
Dizes mal do homem, mas depois descobre-se que é o teu modelo de vida...
TU NUNCA ME ENGANASTE.

1. Albert Einstein
2. Nelson Mandela
3. Ayrton Senna
4. Helen Keller
5. Bill Gates
6. Gandhi
7. George Clooney
8. Thomas Edison
9 . José Sócrates
10. Abraham Lincoln

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

pergunta incómoda

Alguém sabe qual foi o resultado dos testes de stress realizados pelo CEBS aos bancos irlandeses? E a diferença para com os bancos portugueses?

paul krugman

no seu blog - A Consciência de um Liberal- , este Nobel que tem acertado sempre ( até na antevisão a anos de distância da actual crise mundial ), escreve hoje que os irlandeses começaram a levantar as suas contas bancárias por perspectivarem a sua saída do euro. E que a partir de agora põe-se mesmo a questão do fim da moeda única.

NA NATUREZA NADA SE CRIA , NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA

Vi ontem no telejornal o conjunto de pequenas prendas/lembranças, que o governo do nosso país vai oferecer aos representantes dos países da NATO que reunem a partir de amanhã em Portugal, na que deverá ser a reunião de refundação da NATO, agora dirigida para a segurança ocidental nos planos da energia ( pipe-lines e rotas marítimas de petroleiros como no golfo da guiné e no corno de áfrica), alterações climáticas ( tipo Katrina que fechou todos os poços de petróleo do golfo do México e provocou danos ambientais que se projectam na segurança alimentar do mesmo mundo ocidental ), ou guerra cibernética ( como a que os russos usaram há dois anos para paralizar a Letónia, mas que pode ser usada para paralizar centrais nucleares ou as fazer explodir ).
E , dessas prendas feitas em produtos portugueses , sobressai o conjunto de peças de adereço, tipo gravatas ou malas de senhora, feitas em cortiça prensada , colada e queimada com tecnologia portuguesa.

Isto fez-me pensar na profunda reestruturação do tecido empresarial português ocorrido na última década e sobretudo desde 2005 com o governo Sócrates a as novas tecnologias ( o chamado choque tecnológico ).

Na verdade dá que pensar que o encerramento de milhares e milhares de empresas de texteis e vestuário, móveis, e calçado, que empregavam centenas de milhares de trabalhadores e entretanto faliram, não tivesse afundado o nosso PIB para o inferno de Dante. Simplesmente só isso não aconteceu, como o PIB vem crescendo. E a pergunta é: como é que fechando tanta empresa o PIB ainda cresce e as exportações não param de aumentar ?

A resposta é simples: houve uma enorme e extraordinária transformação do tecido empresarial português que de mão de obra intensiva foi dando lugar a outro de escassa maõ de obra mas de capital intensivo. O resultado é que centenas de pequenas empresas de uma dúzia de empregados licenciados ( no softwere, nas energias, nas biotecnologias,etc ) conseguem hoje facturar muito mais e ter muito mais lucro que milhares das antigas empresas com milhares de empregados. Daí um grande e crescente desemprego mas um crescimento do PIB e da facturação.

Parece impossível ,mas é verdade: nos próximos anos com o aumento exponencial de licenciados e doutorados em engenharias várias, vamos continuar a crescer aumentando todavia o desemprego. Mas se, as áreas tradicionais dos texteis, sapatos,mobiliário ou cortiça continuarem a modernização que já perseguem com a correcção de mais baixos preços de mão-de-obra ( os tais dez por cento de que se fala)então poderemos ainda aumentar mais o PIB (e pagar as dívidas e manter parte do estado social ) diminuindo o desemprego.

Realmente quando um governo tem Mariano Gago, há mesmo ( ao contrário do que a POVA jornalística diz ) boa mudança, porque é só pôr em prática o que aprendi na física: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Neste caso transforma em coisa melhor.

DELENDA MADEIRA EST !

Estão a mangar connosco
[Publicado por Vital Moreira] [Permanent Link]
«Madeira reclama mais 44 milhões de euros do OE 2011)».
Tendo já um rendimento per capita superior à média nacional, a Madeira deveria ser contribuinte líquido do orçamento nacional. Pelo contrário, além de nem sequer contribuir para as despesas gerais da República -- que correm exclusivamente à conta dos contribuintes do Continente -, ainda beneficia de chorudas transferências do orçamento do Estado, a vários títulos. Agora, apesar das dificuldades orçamentais do País, continua a querer mais e mais dinheiro.
Uma verdadeira provocação!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

COMEÇOU A MITIFICAÇÃO DE P.P.P.

COISAS DA SÁBADO: A HAGIOGRAFIA DE PEDRO PASSOS COELHO NO SOL

Pode ser que, quanto ao resto, alguma coisa seja verdadeira, mas desconfio muito pela amostra. No que me diz respeito directamente, ou a factos, reuniões e acontecimentos de que fui testemunha directa, em particular nos anos de Cavaco Silva (de cuja Comissão Política fui membro), tudo o que lá está são reconstruções a posteriori de eventos, com o objectivo explícito de gerar uma determinada imagem biográfica, mas muito longe da verdade. No que mais directamente se me refere, por exemplo quanto às eleições na Distrital de Lisboa, não há um único facto que seja verdadeiro: os números estão errados, as descrições são falsas, o que se passou grosseiramente deturpado. E é que não é um problema de interpretação, se fosse isso deixaria passar com caridade, mas são factos, números, eventos, testemunhos. Portanto a autora Felícia Cabrita confiou nas suas fontes, que a enganaram, e deveria tirar daí as suas ilações, mas também não verificou o que lhe disseram, o que devia ter feito. Até porque vem tudo nos jornais da época, ou quase tudo. E, felizmente, para a história futura, eu guardo os papéis todos e tenho uma excelente memória.

NOTA DE CSP : este post retirado do blog de Pacheco Pereira, está perfeito.
Do que conheço do passado de PPC (Pedro Passos Coelho ), o artigo laudatório a PPC publicado no ppdista SOL, é o início duma campanha revisionista e branqueadora da personagem que, de facto, é politicamente, humanamente ,socialmente e culturalmente muito fraca.
Mas tenho esperança que esta"mensagem" deturpada de PPC e da sua vida não cole no povo , até porque o plástico é dificil de colar.
Quanto à autora, a jornalista Felícia Cabrita, bom ... é o seu habitual , ou como se dizia na minha segunda terra, Cinfães, é o seu cotio ( a língua portuguesa é muito....traiçoeira, mas cotio vem até no dicionário como sinónimo de habitual ou quotidiano), e sendo assim comum nela deitar uns espichos para o ar e fugir logo para que lhe não caia nada na cabeça , não era expectável melhor. Foi assim com a Casa Pia, o caso Freeport, o caso da licenciatura de Sócrates, o caso dos mamarrachos que o mesmo Sócrates assinou e são como todos os daquela época, etc. Sempre de modo isento a dar pancada a quem tem ódio e a agraciar quem pode cobrar-se desse ódio...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

NINGUEM COM BOM SENSO PENSA QUE A ACTUAL DEMOCRACIA É O MODELO ÚLTIMO DOS REGIMES POLÍTICOS E MUITO MENOS O FIM DA HISTÓRIA E DA DINÂMICA DA GOVERNANÇA DAS SOCIEDADES

Cuidado com o desnível de rendimentos

15 novembro 2010 The Times Londres

AFP

À esquerda e à direita, alarga-se o consenso de que o fosso crescente entre os salários dos executivos e os salários comuns está a asfixiar a classe média e a minar as nossas democracias, escreve o colunista do Times Anatole Kaletsky.
Qual será, nos próximos anos, a maior ameaça ao nosso estilo de vida e à democracia? Uma recessão de dois dígitos, o peso da dívida pública ou a guerra no Afeganistão? Nenhum deles, segundo dois dos pensadores mais perspicazes à esquerda e à direita, que estão decididamente de acordo quanto a um ponto: a desigualdade, em especial o fosso cada vez maior entre os muito ricos e todas as outras pessoas ameaçam hoje o consenso social e a estabilidade política, não apenas no Reino Unido mas também na América e na Europa, a um ponto nunca visto desde o período terrível que antecedeu as duas guerras mundiais.
Há pouco tempo, ouvi o antigo ministro conservador Michael Portillo descrever, de forma preocupante, a democracia como "uma experiência não testada", que poderá não sobreviver ao "desastre em curso" da desigualdade. Também li o novo e convincente livro de Will Hutton, «Them and Us» [eles e nós], que defende que a principal causa da crise financeira foi o abandono da "justiça" como princípio orientador da regulação financeira, da gestão económica e da política social.
Portillo admitiu a sua amarga desilusão face ao comportamento ganancioso e irresponsável da elite financeira e administrativa do Reino Unido. Os principais executivos de empresas financeiras de média dimensão recebem salários médios de dois milhões de libras [2,3 milhões de euros] e continuam a aprovar aumentos para si próprios, numa altura em que os trabalhadores comuns enfrentam cortes salariais e nas pensões. Segundo Portillo, estas disparidades podem vir a revelar-se incompatíveis com a democracia. Poderão as pessoas aceitar a democracia como um "acordo justo", quando só têm direito a eleger um novo governo de cinco em cinco anos, enquanto os seus patrões, que ganham 100 vezes mais, têm direito a aprovar aumentos salariais para si próprios, todos os anos?

A política virou à direita, na última década

Will Hutton defende que, além de ser moralmente repugnante, a desigualdade extrema impõe à sociedade enormes perdas económicas. Argumenta que, longe de incentivar a criação de riqueza e a inovação, a desigualdade enfraquece o espírito de iniciativa, por oferecer enormes compensações para situações em que o que alguns ganham resulta em prejuízo para os outros e que, simplesmente, redistribuem os recursos existentes. Quando o setor financeiro é absurdamente lucrativo, como acontece na América e no Reino Unido de hoje, o espírito de iniciativa e o talento são inevitavelmente desviados da verdadeira criação de riqueza.
E, para aqueles que afirmam que as enormes disparidades de rendimentos são uma consequência natural da necessidade de estimular o desempenho administrativo, em especial no setor financeiro, Hutton tem uma resposta notável: J. P. Morgan, possivelmente o maior banqueiro da História, "decretou que os seus principais executivos não podiam receber mais do que 20 vezes o salário dos trabalhadores do escalão mais baixo da sua empresa". Por conseguinte, não aceitaria pagar a alguém 81 vezes o ordenado dos trabalhadores comuns – a diferença média entre executivos de topo e trabalhadores vulgares, no Reino Unido, para já não falar num múltiplo de 300, que é hoje trivial nos EUA.
Só Deus sabe o que Morgan diria de outro dado chocante citado por Portillo: a desigualdade tornou-se tão extrema que os 74 cidadãos mais ricos da América recebem mais rendimentos do que o conjunto dos 19 milhões de americanos que se situam no fundo da escala. Mas aqui chegamos a um paradoxo tão espantoso como o aumento da própria desigualdade. Por todo o mundo, em vez de avançar no sentido de uma maior igualdade e de mais redistribuição, a política virou à direita, na última década.
Em vez de introduzir uma nova era de "justiça", a crise financeira e o Governo de coligação parecem estar a empurrar o Reino Unido na direção oposta, como indica a forte recuperação dos prémios e a natureza regressiva dos cortes. Por que está a política a agir contra as políticas de redistribuição, num momento em que a inquietação do público em relação à desigualdade regista uma escalada?

Desigualdade gera ressentimento contra políticas de redistribuição

Talvez a solução para esta situação esteja nas classes sociais que mais são afetadas pela desigualdade. Quando os rendimentos dos pobres diminuem, a desigualdade pode efetivamente ameaçar a estabilidade social e empurrar a política para a esquerda. Quando a florescente riqueza dos ricos é a principal causa da desigualdade, o impacto é sentido não pelos pobres mas pelas classes médias. São expulsas dos bairros agradáveis e não podem gozar do bem-estar que os seus pais consideravam como dado adquirido, desde as boas escolas a comer nos melhores restaurantes.
Este tipo de desigualdade gera o ressentimento contra as políticas de redistribuição, que favorecem sobretudo os pobres, à custa da classe média. É esta a situação hoje, no Reino Unido e nos EUA. A oposição popular às políticas de redistribuição no Reino Unido deverá intensificar-se, quando as reformas do Governo de coligação – fim do abono de família, aumento para o triplo das propinas universitárias, cortes nos salários e nas pensões do setor público – começarem a afetar fortemente os padrões de vida da classe média.
Mas, se a indignação da classe média do Reino Unido em relação à redistribuição tende a aumentar, qual é a resposta para a sempre crescente desigualdade no seio da sociedade britânica? Não sei fazer melhor senão voltar aos comentários de Portillo em Espanha: "Esta desigualdade é um desastre em curso. Mas nem sempre temos resposta para os desastres em curso”.

AI MEU DEUS QUE ME VOU A MORRER !

um poema de Lobo Antunes...

Poema aos homens constipados
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)

domingo, 14 de novembro de 2010

É NOjENTO, CHEIRA MAL, METE NOJO e É EXECRÁVEL ! (II)

O Presidente de Timor Ramos Horta mostrou-se hoje disponível para ajudar Portugal , comprando dívida pública portuguesa ( ou seja emprestando-nos dinheiro para pagar aos funcionários públicos, pagar  as pensões, o SNS , etc ).

Ainda se lembram de quando Sócrates decidiu ajudar Timor , o que disse o presidente da Madeira ?
Há três dias o Alberto, sim o  João, sim, o da Madeira ( de vime, sim senhor que aquilo não bota mais ), exigiu a revogação à Lei que determina que os pensionistas do Estado que acumulam com outros empregos do mesmo Estado deixassem de acumular a 30% a partir de Janeiro. E chamou-nos ladrões!, e gatunos e "filhos da puta "(sic )!.
Acontece que em todo o território nacional incluindo Açores já só se podia acumular pensões a um terço, ou seja, o funcionário aposentado e a trabalhar para o Estado  sempre que voltava já aposentado a trabalhar para o mesmo Estado tinha de admitir receber apenas um terço das pensões (que já tinha) ou , ao invés, do ordenado do seu novo cargo no Estado.
 Em todo o território nacional?. Não!. Numa pequena pérolasinha oceânica que dá pelo nome da Madeira ( de vime que não bota para mais ) os aposentados do Estado recebiam ( desde a autonomia ) tudo por inteiro : pensões e novo trabalho para o Estado !
E o Alberto, esse bosta de boi , esse pila de arame (farpado!), esse demiurgo da Betesga, esse oráculo do pústulo bilioso, esse parvo incontinente ( que me disse um chaufer amigo doutro, que era turista inglês !), essa abécula carregada de metano e enxofre, esse alcoolatra intratável, esse merdinhas enfim....sempre acumulou por inteiro a sua pensão de quase mil contos de presidente regional com o ordenado ainda maior ( e as benesses que a gente sabe, mais o resto que não posso dizer porque não tenho provas ) de...presidente do governo regional. E o filho da puta chama-me a mim isso ?
Ele é um litargírico, é o que ele é!. E especialista escatológico!

É por estas e outras afins que : " DELENDA MADEIRA EST!

É NOjENTO, CHEIRA MAL, METE NOJO e É EXECRÁVEL !

A PT ( portugal  telecom ) é uma empresa monopolista na sua área ( como a edp ou a galp ) e, só por isso, consegue lucros que mais nenhuma telefónica europeia consegue ( estou a medir o que digo ). Em 2003 quando manuela Ferreira Leite era ministro das Finanças e andava à nora para compôr o Orçamento do Estado ,a PT, por força da fraqueza do Estado que lhe dá o monopólio ,  conseguiu comprar por 360 milhões a rede fixa, então avaliada em mais de dois biliões ; como se isto não bastasse, este ano, e graças exclusivamente aos esforços do primeiro ministro José Sócrates ( que eu segui por dentro ), a PT conseguiu aumentar em mais de 26% o valor que a Telefónica espanhola lhe pagou pela rede brasileira Vivo.
Pois agora , a PT resolve mesmo distribuir a maioria dos lucros da venda da Vivo aos seus acionistas este ano porque para o ano estes já teriam de pagar 26% de impostos sobre este fantástico lucro!
Tese da administração da PT do bilionário Zeinal Bava : - Se não pagassemos, os mercados deixavam-nos!. Pois bem: QUE DEIXEM! . Na verdade 70% do capital da PT ( 70% do que agora está a ser distribuído ) vai para investidores estrangeiros que não largam empresas monopolistas em qualquer parte do mundo; e um terço é do tecnicamente falido BES e outros que tais que , obviamente só apostam na PT porque esta continua a viver dependurada no nosso ( sim NOSSO ) Estado.
Mete nojo , é execrável. Se perder o monopólio ( como prevejo , conhecendo psiquicamente José  Sócrates) será bom para Portugal.

sábado, 13 de novembro de 2010

O MEDO JÁ É QUE A BANCA ROTA CHEGUE A TODOS




Euro

Crise económica

Pânico na zona euro

12 novembro 2010 Presseurop

Schrank (The Economist)
Nunca, desde a crise grega da última primavera, um país pareceu tão vulnerável face aos mercados. Enquanto se perfila um plano de salvamento da Irlanda, a imprensa europeia preocupa-se com as consequências para os outros membros da UE.
“Irlanda a caminho de uma nova crise financeira”, anuncia o Frankfurter Runsdschau. E, todos os dias, a sorte da economia irlandesa, enfraquecida pela dívida e pelas taxas de juro cada vez mais altas, parece mais alarmante para o conjunto da zona euro.  “O desolador coro do II ato da crise do euro foi entoado por Wolfgang Schäuble”, escreve o Berliner Zeitung.
O ministro das Finanças alemão pede que, no futuro, os detentores de obrigações as assumam quando um Estado membro da zona euro tiver de ser salvo pelos outros. “Para os investidores, é uma melodia nova”, comenta o diário. “Até agora, supunha-se que a zona euro resgataria os seus membros. [...] Agora que pensam ter de assumir um risco, exigem juros mais elevados.” O jornal cita um membro da direção do Banco Central Europeu (BCE), que afirma que “os planos alemães levaram, inevitavelmente, a ataques especulativos que reforçaram a crise”.
“A subida das taxas de juro podem conduzir a Irlanda e Portugal a pedirem a ajuda europeia”, constata o Diário de Notícias, de Lisboa. “A UE prepara-se para ajudar a Irlanda cujos juros da dívida ultrapassaram os 9%. Portugal pode ser o próximo a precisar de ajuda, a não ser que os mercados se acalmem.” Para Portugal, “a possibilidade de escapar a um tal pedido diminui todos os dias”, a menos que a perceção do risco, pelos mercados, mude, prevê o economista António Nogueira Leite, citado pelo diário. “A UE diz-se pronta para salvar a Irlanda”, garante, por seu lado, La Vanguardia, que acrescenta que “a Espanha atingiu o seu risco máximo”.
Em Seul, durante a reunião do G20, Durão Barroso declarou que está tudo pronto para o salvamento da Irlanda “em caso de necessidade”, mas as declarações do presidente da Comissão Europeia, que pretendiam acalmar os mercados, “desencadearam novas especulações”. O diário sublinha que a inquietação foi reforçada “pelo ‘blackout’ de informação instalado em Bruxelas, que lembra os dias que precederam o salvamento grego” em maio passado. A diferença, hoje, é que a zona euro dispõe de um mecanismo europeu de estabilidade financeira, acrescenta La Vanguardia.
Para conter a crise, a opção mais credível seria “a França e a Alemanha voltarem a dar confiança aos investidores”, afirma Virginia Romero, da sociedade de investimentos Ahorro Capital, que sublinha, assim, que em caso de salvamento da Irlanda, a situação seria pior do que a criada pelo salvamento grego, em maio, porque “passávamos da exceção à generalização”. O grande temor seria, por isso, “uma contaminação generalizada, mesmo para além dos países periféricos”, conclui La Vanguardia.
“Tudo isto é um grande mal entendido”, garante o Financial Times Deutschland. O diário económico considera que “a política e os investidores agem segundo os seus hábitos – não gerem bem”. Porque se a política, sobretudo europeia, rasteja ao sabor dos compromissos e das maiorias, a finança, por seu lado, quer rapidez e bases sólidas para tomar decisões. “Na última primavera, a Europa experimentou dolorosamente aquilo a que nos pode levar quando esses dois princípios incompatíveis se encontram”. A crise grega foi, então, transformada em crise do euro por erro de uma política demasiado lenta. Daí o apelo da primeira página do FTD: “Agora, despachem-se!”
Em Dublin, o tempo parece estar ainda mais contado. “O Estado irlandês é insolvente: as suas dívidas ultrapassam de longe todos os meios realistas de pagamento”, escrevia no início da semana o economista Morgan Kelly, num artigo publicado no Irish Times, que continua a provocar muitas reações na Irlanda. É uma tragédia em dois atos, explicou. O primeiro foi o plano de salvamento dos bancos tóxicos, com 70 mil milhões de euros, para o qual “irá cada cêntimo dos vossos impostos durante os próximos dois ou três anos”. O próximo será uma crise do crédito imobiliário, cujos sintomas já são visíveis. “As pessoas vão mais longe; não pagam as suas contas e pedem emprestado aos pais para poderem pagar os seus empréstimos.”
E durante esse tempo, ironiza Morgan Kelly, “os mercados prestam homenagem à gestão calma e resoluta da crise pelo Governo e pelo Banco Central, colocando a dívida irlandesa no mesmo grupo de países em risco como a Ucrânia e o Paquistão, dois pontos acima do ‘lixo’ da Argentina, da Grécia e da Venezuela”. “Desde setembro, uma equipa permanente de ‘observadores’ do BCE instalou-se no Ministério das Finanças”, revela ainda o economista. “Apesar de ser composta por altos funcionários de várias nacionalidades, chamamos-lhes ‘os alemães’.” Reagindo a esta espécie de tutelagem, o diário checo Lidové noviny preocupa-se com a redefinição da expressão “solidariedade europeia”, em que “os contribuintes irlandeses são condenados a trabalhar duramente e sacrificados à visão única, franco-alemã, da política monetária europeia”.

A REUNIÃO DOS G 20 AFASTA AS POTÊNCIAS

A cimeira de Seul remeteu o tema quente das divisas e dos desequilíbrios externos para um grupo de trabalho que vai ser apoiado pelo FMI. Obama parece ter saído de mãos a abanar.
A 5ª cimeira de Chefes de Estado do G20 (o actual grupo líder da política mundial) em Seul acabou com um recuo dos Estados Unidos que fizeram da guerra de divisas a sua bandeira de combate, acabando por gerar uma ampla frente de oposição por parte da China, Alemanha, Rússia e Brasil. A má estrela de Washington DC nesta cimeira levou o Presidente Obama a vir de mãos vazias em relação inclusive a um acordo de comércio livre com a Coreia do Sul, o país anfitrião, que foi tratado à margem deste fórum.
Muitos analistas criticaram a retórica do comunicado final desta reunião de dois dias na capital da Coreia do Sul e até a primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, se manifestou enfadada com a diplomatease, o estilo diplomático gongórico das conclusões preparadas ao milímetro pelos sherpas diplomáticos que trabalham nos bastidores. O consenso entre os analistas é que Seul obteve um “acordo minimalista”.
Sinais de um declínio
Contudo, o declínio americano voltou a manifestar os seus sinais. A capacidade de manobra da superpotência no quadro do antigo G7 (o antigo grupo das sete potências industrializadas) ou mesmo do G8 (juntando a Rússia) não se “transferiu” para o novo terreno do G20. O presidente coreano, o anfitrião, bem colocou junto do presidente Obama os presidentes da China, a chanceler da Alemanha, o presidente russo e o brasileiro, mas da “intimidade” à mesa do jantar de trabalho aparentemente nada brotou.
A proposta do governo americano para lidar com o fosso entre países com défices e países com excedentes, fixando tetos de 4%, acabou por ficar fragilizada politicamente em virtude da recente decisão da Reserva Federal (FED) americana – que, sublinhe-se, é um organismo independente do Presidente e do governo – de avançar com uma segunda vaga de estímulos monetários à economia americana, o que é designado por quantitative easing (alívio quantitativo), na ordem de 420 mil milhões de euros, o que foi interpretado pelo mercado como uma manobra contra os concorrentes.
Orientações indicativas
A cimeira acabou por remeter o assunto para a criação de um Processo de Avaliação Mútua (MAP, no acrónimo em inglês) que terá o apoio técnico do Fundo Monetário Internacional e que elaborará umas “orientações indicativas”, cujo progresso de definição será apreciado pelos ministros das Finanças dos 20 e pelos banqueiros centrais ainda no primeiro semestre de 2011. O Canadá liderará este grupo de trabalho. Caberá, depois, à presidência francesa do G20 durante 2011 operacionalizar o primeiro processo de avaliação.
Este processo pretende funcionar como um sistema de alerta precoce identificando desequilíbrios que requeiram acções preventivas e de correcção. Para essa identificação utilizar-se-á uma bateria de indicadores, não tendo sido dados mais detalhes. De qualquer modo, na linguagem típica destes comunicados, sublinha-se a necessidade de “tomar em linha de conta circunstâncias regionais ou nacionais, incluindo grandes produtores de matérias-primas”. O comunicado reconhece a existência de assimetrias no mundo que mantém em cima da mesa “riscos”, como a “tentação de divergir de soluções globais para acções não-coordenadas”. A cimeira reconhece que esse caminho “apenas conduzirá a piores resultados para todos”, o que a história abundantemente ilustra.
O Plano de Acção de Seul fala ainda da necessidade de estabilização na área dos câmbios insistindo em que deverão basear-se no mercado (uma indirecta para a China e a sua política de valorização muito lenta do renminbi) e facilitar a flexibilidade, fugindo às “desvalorizações competitivas das divisas” e prevenindo a “volatilidade excessiva nos fluxos de capital em direcção a alguns países emergentes”.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O DIA EM QUE A 9ª ECONOMIA DO MUNDO ENTROU EM RISCO DE FALÊNCIA

A probabilidade de default (incumprimento da dívida soberana) de Espanha subiu para 21,48% ao meio da tarde de dia 10 de Novembro, segundo o monitor de risco da CMA DataVision, confirmando o movimento de subida que se estava a observar desde o início da semana.
Em virtude deste disparo da probabilidade de default, a 9ª economia do mundo (cerca de 1,5 biliões de dólares de Produto Interno Bruto) acabou por entrar para o TOP 10 mundial deste risco, directamente para o 9º lugar. Faz, agora, companhia à Grécia, que conserva o primeiro lugar, à Irlanda que continua na 3ª posição, e a Portugal, que se mantém em 6º lugar,
Fruto da entrada do nosso vizinho para este “clube”, a zona euro já conta com quatro dos seus membros – os 4 “PIGS” (na designação humorística) – neste ranking indicativo das situações de crédito com maior deterioração.
Sintoma desta situação, os juros implícitos da dívida pública espanhola (no mercado secundário) estão, agora, próximos dos 4,5%, segundo a Bloomberg.
Assistiu-se esta tarde a um movimento sincronizado de aumento do risco de default dos quatro países, bem como dos juros implícitos da dívida a 10 anos.
O “clube” das 10 economias com maior risco de incumprimento da sua dívida são, por ordem decrescente, Grécia (27ª economia do mundo em PIB), Venezuela (29ª), Irlanda (38ª), Argentina (31ª), Paquistão (45ª), Portugal (36ª), Ucrânia (53ª), Dubai (pertence aos Emirados Árabes Unidos que é a 37ª), Espanha (9ª) e estado norte-americano do Illinois.
No fecho da sessão, a Espanha trocou de posição com o Illinois, e desceu para 10º lugar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UMA ESTRANHA FORMA DE SER ! (não socialista )

O governo anunciou que este ano vai poupar nos subsídios que ultrapassam 250 milhões de euros/ ano, e são dados anualmente aos colégios privados a um x por aluno.
E explicou que esses subsídios foram criados há  anos, quando a escola pública não era suficientemente grande para acolher todos os alunos que a ela acorriam, o que não sucede agora.
Resposta dos professores , gestores e empresários dos colégios privados : que não, ai jesus!, que era uma medida socialista para levar ao fim do ensino privado que sempre advogaram!.

Moral da história: quando o governo engorda o Estado é socialista. E quando emagrece o Estado ( retirando subsídios - até aos ricos ) é socialista ! ( e não sou eu quem está esquizofrénico ).
Ou seja, quando o Estado intervem na sociedade é socialista; quando o Estado se retira da sociedade é socialista!

O DRAMA DA CRISE

A colocação hoje de dívida pública a quase 7%, para que houve compradores em dobrado , esconde várias coisas:
1- a este juro, o espantoso é que ninguém quisesse comprar.
2- a maioria dos fundos internacionais desinteressaram-se da compra depois de na passada semana o Fundo Soberano da Noruega ( da sua Segurança Social ) e o Fundo Soberano Russo que são os dois dos maiores do mundo (fora da China ), anunciaram com pompa e circunstancia que não mais estariam interessados em comprar dívidas aos cinco PIIGS ( Portugal,Irlanda, Itália, Grécia e Espanha ) mais república checa, hungria e países bálticos.
3- Este anúncio ocorreu no dia seguinte àquele em que a chancelarina Merkel anunciou que os credores das dívidas dos PIIGS teriam de arcar com parte do incomprimento de qualquer destas dívidas !
4- Nos últimos leilões da nossa dívida, e sobretudo no de ontem, só o BCE apareceu a comprar por 7% para vender a seguir ( no mercado secundário ) essa mesma dívida a vários bancos portugueses, sobretudo BES e BCP a cerca de 2%.
5- Aqui está portanto a explicação para o BES oferecer juros de 8% aos depositantes tal a carência de depósitos. Haverá alguém que acredite que é seguro, quando o BCE ( banco central europeu) já anunciou que vai deixar progressivamente de financiar bancos privados por esta via acima descrita? O BPP começou assim, também.
6- POR MAIS VOLTAS QUE DÊ À MINHA CABEÇA NÃO VEJO ALTERNATIVA A CURTO PRAZO QUE NÃO SEJA A SUSPENSÃO BEM NEGOCIADA (se fôr possível ) DA NOSSA ADESÃO AO  EURO POR ALGUNS ANOS para permitir uma séria desvalorização cambial que permita aumentar em muito as exportações, e diminuir ( por ficarem muito mais caras ) as importações, e assim se reerguer a indústria, a pesca e a agricultura residual que ainda há.

D. MANUELA E D. ALBERTO JÕAO PREOCUPADOS COM AS ACUMULAÇÕES DAS REFORMAS

MadeiRA  Ferreira Leite descreve um "espírito de PREC"
                                                                                                RETIRADO DO   " DN - ECONOMIA
Ontem
A deputada foi ao Funchal dizer que é contra o ataque à  acumulação de pensões, mas escusou-se a falar da região. Alberto João Jardim estava na assistência
Manuela Ferreira Leite defendeu ontem, no Funchal, a acumulação de pensões de reforma com salários no sector público e diz que Portugal vive, neste momento, "um espírito de PREC", numa referência ao gonçalvismo e ao Processo Revolucionário em Curso. A deputada social-democrata discursou numa conferência-debate promovida pela JSD/Madeira sobre questões autonómicas, perante uma plateia que contou com a presença de Alberto João Jardim, um dos políticos-exemplo da acumulação total da pensão de reforma com a remuneração como presidente do Governo Regional.
Jardim já apelidou o Estado português de "ladrão", ameaçando processá-lo em tribunal, uma decisão "inconstitucional" porque alegadamente colide com o disposto no Estatuto Político-Administrativo da Madeira que nesta matéria blindou qualquer alteração. A verdade é que ontem a ex-ministra das Finanças esquivou-se a falar de economia regional. Preferiu colocar todos os focos na actuação do Governo de José Sócrates, criticando veementemente as medidas de austeridade, nomeadamente o aumento de impostos sobre o trabalho e a redução dos salários da função pública, com implicações na privada, bem como os "ataques àqueles de acumulam vencimentos" porque, sublinhou, "se os recebem é porque trabalharam", fazendo, neste contexto, uma analogia ao "espírito do PREC", vivido no País em 1975.
Marcelo Rebelo de Sousa atacou Jardim lembrando que este "já tem um regime único na Madeira que é receber por inteiro a pensão e o vencimento, quando no Continente e nos Açores se recebe um terço da pensão", portanto, "é pobre e mal agradecido", afirmou na TVI. Voltando à intervenção de ontem, Manuela Ferreira Leite, fez questão de separar os modelo económico socialista do Continente, do modelo da Madeira da responsabilidade de Jardim desde 1978. Contudo, já ninguém se lembra de que foi Manuela Ferreira Leite, enquanto ministra das Finanças, que obrigou as regiões autónomas em sede de OE a cumprirem a imposição de endividamento zero contestado por Jardim. Ontem, o discurso foi outro. "As políticas seguidas no Continente estão erradas". Na Madeira nem por isso, pareceu querer dizer.

É POR ESTAS E OUTRAS ASSIM QUE : DELENDA MADEIRA EST !

JESUS!!!...., ESQUECI-ME DE VER ESTE FILME ANTES DO JOGO!!!!...."COMO TREINARES O TEU DRAGÃO A TRES DIMENSÕES !!!!

aos meus dois leitores e meio: quem é a pessoa que está dentro do robot HULK ???

QUEM SERÁ A PESSOA QUE ESTÁ DENTRO DO ROBOT HULK ?

FOI LANÇADA UMA BOLSA DE APOSTAS PARA SABER QUEM É AQUELA PESSOA QUE CONDUZ O ROBOT HULK

cristiano ronaldo até passa com as costas para golo!

JÁ NINGUÉM ESCONDE A GUERRA DE DIVISAS

Nas vésperas da cimeira do G20, o organismo internacional deixa avisos para as probabilidades de guerra de divisas e de manutenção de programas nacionais de subsidiação do sector financeiro e do tecido empresarial para além do período de emergência.
O investimento directo internacional continua muito baixo em relação aos níveis de 2007, apesar da recessão mundial ter terminado. Os fluxos deste investimento no segundo trimestre de 2010 atingiram, apenas, os 200 mil milhões de dólares face a quase 400 mil milhões no mesmo trimestre de 2007, segundo um relatório conjunto da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) e da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento) agora divulgado.
“Um boom do investimento directo estrangeiro (IDE) continua a ser uma perspectiva distante”, diz o relatório “Quarto relatório sobre as medidas de investimento no G20”. “Os fluxos para o conjunto de 2010 apontam para uma estimativa de estagnação. Continuam 25% abaixo da média dos últimos três anos anteriores à crise (2005-2007)”, sublinha. Os dados referem-se a 67 países que representam 90% do IDE mundial.
Elaborado na preparação da cimeira do G20 que decorre na Coreia do Sul na próxima quinta-feira, o relatório realiza um balanço das medidas positivas e negativas face ao investimento internacional tomadas entre meados de Maio e meados de Outubro pelos membros do G20.
Ainda que o relatório não tenha encontrado casos de medidas “abertamente discriminatórias face a investidores estrangeiros”, alerta que o proteccionismo poderá observar-se na execução delas. O relatório lista medidas positivas tomadas, durante este período, no Canadá, China, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Arábia Saudita, mas também negativas, de restrições adicionais, na Austrália, Brasil, Indonésia e Coreia do Sul.
O risco da guerra de divisas
A OCDE e a UNCTAD alertam para dois riscos: uma espiral proteccionista se os desequilíbrios actuais entre balanças comerciais não forem resolvidos de “um modo credível” e se assistirmos a uma “fragmentação dos mercados de capitais internacionais”.
As desvalorizações competitivas de divisas directa ou indirectamente (como o está a fazer a Reserva Federal americana através do anúncio da continuação do seu programa de “quantitative easing”) vão ser um dos temas quentes da cimeira, pairando o risco de uma guerra de divisas, ainda que o relatório não mencione a expressão explicitamente.
O relatório alerta, ainda, para as políticas de subsidiação de apoio aos tecidos financeiro e não financeiro nacionais através dos programas anticrise postos em prática, a título de emergência, desde 2008. Em 15 de Outubro passado, tais programas ainda em vigor somavam 2 biliões de dólares (3,2% do PIB mundial estimado para este ano) no conjunto do G20. Sublinhava que, no caso das entidades financeiras apoiadas a título de evitar o risco sistémico, apenas 15% re-embolsaram completamente os empréstimos. No conjunto do G20, segundo o relatório, cerca de 30 mil empresas beneficiaram ou continuam a beneficiar de apoio governamental. No final, estima-se que terão sido 40 mil.