quinta-feira, 28 de outubro de 2010

QUEM É CATROGA

O que Catroga diz, o que Catroga fez
Ontem, na SIC, Eduardo Catroga disse o que faria se fosse ministro das Finanças. Esqueceu-se o que deixou fazer quando foi ministro das Finanças. É que começa a ser cansativo ouvir tanto frei Tomás.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
8:00 Quinta feira, 28 de Outubro de 2010


Ontem, no telejornal da SIC, Eduardo Catroga disse o que teria feito se fosse ministro das Finanças, esquecendo-se momentaneamente que já foi ministro das Finanças. Não teria esbanjado dinheiro e, sobretudo, não empurraria para o futuro investimentos do presente. E deu o exemplo como a SCUT. Concordo. Já escrevi aqui que as Parecerias Público-Privadas são um dos cancros do Estado. Além de saírem mais caras apenas para difarçarem o défice e limitarem por décadas as grandes opções do Estado, criam um ambiente de promiscuidade entre o poder político e as empresas.

Depois comecei a pensar: mas uma das primeiras grandes obras que se socrreu deste tipo de financiamento - e uma das mais ruinosas -, foi feita quando? A concessão foi dada em Abril de 1994 e a construção começou em Fevereiro de 1995. Tratava-se da segunda travessia do Tejo. Deu e continua a dar muito a ganhar à Lusoponte e muito a perder aos cofres do Estado. Era então o ministro das Obras Públicas Joaquim Ferreira do Amaral. As condições foram as que se conhecem. O mesmo Ferreira do Amaral acabou à frente da empresa que ganhou com o negócio.

Quem era então o ministro das Finanças? Nada mais nada menos do que Eduardo Catroga (entre Dezembro de 1993 e Outubro de 1995). É por isso que as suas declarações sobre o Estado gordo e a irresponsabilidade de quem governa valem o que valem. Se ele fosse ministro das Finanças faria provavelmente coisas muito acertadas. Incluindo travar este género de negócios que deixaram o Estado empenhado por décadas. Mas a única coisa que interessa não é o que faria se fosse ministro das Finanças, mas o que fez quando foi ministro das Finanças. E a verdade é que deixou fazer o que agora lhe parece inaceitável.

DE PROFUNDIS CHINA

A AMEAÇA DA CHINA

I -O  QUE  É  A  CHINA

1- A China  vive hoje num regime político original: é um compositum do que de pior há no comunismo - a ditadura- , e o que de pior há no capitalismo selvagem - a ausência de providência do Estado e a transformação do trabalhador em proletário ( segundo Marx : o que é pago para se alimentar exclusivamente para poder continuar a trabalhar para o patrão ).

2- Esta situação que existe desde há trinta anos, permitiu um crescimento da economia chinesa à taxa média incrível de dez por cento ao ano durante os últimos trinta anos.

3- A China é um imenso território habitado por mais de cem povos com etnias diferentes, religiões diferentes, culturas e hábitos diferentes, e ódios de estimação entre eles diferentes. Por isso nunca constituiram um país senão depois do comunismo de Mao, que se seguiu à segunda guerra mundial, o ter imposto. Ou seja, a unidade do Estado chinês é artificial e não natural dependendo da existência duma ditadura ( comunista ) para se manter.

4- Há, de facto, duas chinas: a litoral ( que abrange todas as regiões do litoral, altamente desenvolvidas como Macau, Hong-kong, Cantão, Xangai, Pequim, etc. ) com 400 milhões de habitantes divididos entre proletários e capitalistas com Ferraris, e o interior camponês com 900 milhões onde o vencimento médio não é o dos 90 euros do litoral mas dois ou três euros por mês!. Por espantoso que pareça é esta a realidade.

5- O medo do politburo do partido comunista chinês é que as espectativas de continuação deste brutal crescimento económico , no caso de abrandamento  da economia ( espectativa que já se estendeu aos camponeses do interior que aguardam o melhor momento para partirem para o litoral rico em busca de emprego ), provoque o desmoronamento da China /Estado com o seu cortejo de desespero , desemprego e fome bem como o subsequente e  habitual corte de cabeças dos chefes.

6-  O  último sinal de que isto é assim mesmo ocorreu nos últimos três anos : não tendo a China petróleo suficiente para a energia de que necessita, procurou a sua compra no estrangeiro e basicamente havia duas hipóteses. A primeira era o abastecimento por mar de petróleo que rapidamente chegaria aos portos do litoral onde é necessário e que era barato ; outra hipótese era a da construção de pipe-lines para trazer através de toda a china continental e interior petróleo e gáz do uzbquistão e outras ex-repúblicas soviéticas e que era mais caro. Pois a opção do politburo foi a segunda ( a mais cara ) por obrigar a china rica do litoral a depender ( para os seus abastecimentos ) da china pobre do interior.

II- CHINA É  CAUSA  DO  DECLÍNEO  OCIDENTAL

1- No meio da crise mais dramática - desde que há contas públicas criadas em 1850 em Portugal - importa não esquecer que só nos encontramos nesta circunstância porque desde 1910 ( data da sua fatídica entrada, com apoio dos USA, da China para a Organização Mundial do Comércio) a China ficou livre para  a troca comercial com todos os outos países.

2- Esse facto, sem garantias suficientes , levou à ruína da Europa directa e indirectamente.

3- Indirectamente porque os nosssos parceiros da União Europeia começaram a vêr as suas exportações definhar e a ter menos dinheiro para comprar as nossas exportações para eles.

4- Directamente, porque a competição conosco se fez logo não em produtos mais sofisticados ( como os ships da Quimonda ) que tinha afectado França, Inglaterra, Holanda; Alemanha etc ) mas produtos produzidos com mão de obra intensiva como os texteis, os sapatos e os hortículas, dentre muitos outros . O resultado foi o encerramento de dezenas de milhares de empresas , o desemprego de dezenas de milhares de pessoas e o desaparecimento de biliões de facturação que pagava impostos , e, se ainda existisse, daria para prosseguir com o saneamento das contas públicas que inicamos em 2005.

5- Mas, em 2008 caíu-nos em cima a maior crise financeira e económica do Ocidente de sempre ( maior que a Grande Depressão só com menos desempregados porque desta vez os países salvaram os bancos ).

6- Exactamente porque os Estados ocidentais abriram os cofres para salvar bancos ( o coração das economias ) e suportar encargos sociais com subsídeos e mais subsídeos sem grande controlo porque a situação era de emergência, ficamos neste ano da desgraça de 2010, com os cofres exauridos, mais dívidas, e sem tecido industrial , mineiro e agrícola - que já nos tinha sido liquidado pela China.

III- O  EMPRÉSTIMO  CHINÊS

7- E sai hoje a notícia de que a China está disposta a empresta-nos dinheiro para sobrevivermos ( não para pagar as dívidas ).

8 - Não é por acaso e tem consequências gravíssimas.
Há anos que o Ocidente vem pedindo à China que sobrevalorize a sua moeda , o Yuan.
Na verdade a moeda chinesa está sub-valorizada em mais de vinte por cento em relação ao dólar americano e mais de trinta em relação ao euro. O que significa que as exportações chinesas saem muito mais baratas que as americanas ou europeias. Assim a China exporta sem parar e acumula dinheiro ( excedentes da balança comercial ) e os ocidentais não param de pedir empréstimos para manter os seus bancos e empresas a funcionar ( já sem falar dos estados/providência que ainda existem no ocidente ).

9- Perante estes pedidos a China adia e diz que sim mas nunca sobrevaloriza o yuan - como é tipico dos chineses. E não o faz porque o mercado interno não lhe absorve a produção e isso levaria a desemprego intestino em massa que o politburgo chinês não quer tolerar com medo da explosão social e implosão do Estado à moda soviética.

10- Por isso promete, promete sempre - a semana passada prometeu ao presidente Obama que iria finalmente sobrevalorizar o yuan face ao dólar mas somente em deslizamentos muito suaves e sem se comprometer com datas....

11- Pode perguntar-se: mas se eles não valorizam a sua moeda porque é que América e Europa não desvalorizam o dólar e o euro admnistrativamente? Por muitas razões que vão desde a cotação  relativa com outras moedas como o real brasileiro ou a moeda indiana, até ( e isto é o mais importante ) ao facto de uma desvalorização assim trazer de volta uma hiper-inflação ao Ocidente que anularia os ganhos eventuais e tornaria a pobreza dos cidadãos ocidentais insustentável.

12- Mas a paciência chinesa é real e eles não perdem a oportunidade de enfraqueçer ainda mais as economias do ocidente: E como é que o fazem? Bom, através desta guerra cambial. Quando a América precisa de crédito emite obrigações e quem a compra é a china com os seus excedentes, ficando assim com um condicionamento da política americana; mas agora com a crise da zona euro também se viraram para cá.

13- Na medida em que "os mercados" não emprestam dinheiro aos aflitos PIIGS aparecem os chineses " a ajudar " comprando dívida ( emprestando dinheiro ) . Mas a que preço?. Monetáriamente ( porque há outros preços ...) ao preço de mercado que para Portugal é superior a 6% limpos ao ano....

14 - Alguem hoje conhece maneira de aplicar dinheiro com melhores juros do que estes chineses querem obter?

15 - Mas pior: há uns meses , quando a Grécia embarcou neste negócio ( é por os chineses estarem a comprar a sua dívida que os gregos ainda não se decidiram a recorrer ao Fundo Europeu nem ao FMI ) os chineses quiseram ir mais longe e propuseram comprar o porto do Pireu aos gregos o que foi aceite. A ideia é clara: o Pireu fica muito perto do Suez e fica muito mais barato exportar ou importar para a Europa pelo Pireu que passado o Suez está no Oceano Índico, do que importar ou exportar mercadorias por Roterdão (o porto que escoa a Europa industrial e rica do norte europeu e por onde passam as importações chinesas para esses países ). Assim , duma penada, os chineses conseguiram pôr na Europa as suas exportações mais baratas ( custos de transpotes menores ) , conseguiram ficar com as taxas portuárias para eles ( são os exploradores do porto ), e a prazo , arrumar com os portos do norte europeu, e ainda criar uma brutalmente grande plataforma logística na Grécia para invadir a Europa .

16- Mas como é que o ferro alemão sai mais barato se exportado para a china pelo Pireu que por Roterdão? Porque a União Europeia não é solidária. Na verdade, há alguns anos que uma enorme auto-estrada fluvial está a ser construída tendo como coluna vertebral o rio Danúbio. Entre ele, o Reno e numerosos afuentes, vai sendo construída uma rede de canais navegáveis por barcos de grande porte , rede que termina na costa romena do Mar Negro e na costa grega do Pireu!

17- Assim, duma cajadada só, a china consegue:
i. emprestar dinheiro a juros líquidos anuais superiores a 6% ao ano.
ii. dominar o porto de mar mais barato para as suas exportações para a Europa.
iii comprando dívida em euros manter a pressão de compra sobre o euro e assim manter o euro com uma altíssima cotação.
iiiii- com o euro tão alto ( caro ) impedir que a europa exporte mais e " obrigando-a" a importar ainda mais produtos chineses por serem mais baratos do que os europeus.
iiiii- mantendo os mais pequenos países do euro dependentes dos seus empréstimos a China consegue  influenciar as políticas europeias.
iiiiii- deste modo garante a china o círculo vicioso: exporta mais porque vende a mais baixo preço; vende a mais baixo preço porque a moeda europeia é cara demais ; porque as empresas europeias não exportam, fecham; porque fecham é preciso importar mais da China...e assim sucessivamente.

18- Há três semanas o ministro Teixeira dos Santos foi a Pequim, numa correria, pedir aos chineses que nos emprestassem dinheiro. Hoje a resposta foi sim. Dias 6 e7 de Novembro o presidente da china faz uma visita a Portugal com muitos ministros. Só espero que não seja para vender Sines

ESTÁ  AGORA  MELHOR  EXPLICADO  PORQUE é QUE  EU DIGO  SEMPRE  : DELENDA  CHINA  EST !!! ( é preciso destruir a china !).

PORTUGAL SEMPRE !

“EU CONHEÇO UM PAÍS..."

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar"

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.

Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.

Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.

Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.

Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os de toda a EU.

Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.

Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.

Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.

Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.

Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.

Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo.

- Eu conheço um País que produz os adereços utilizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.

- Eu conheço um País que tem a maior variedade gastronómica do mundo.

- Eu conheço um País que produz os melhores caiaques do mundo (campeões olímpicos).

- Eu conheço um País que criou a única palete de cores para leitura de daltónicos.

- Eu conheço um País pequeno que tem duas línguas oficiais e uma cultura distinta entre as diferentes regiões.

Etc…

O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...

P O R T U G A L !!!!

Mas é verdade.Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe,como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo ) .

É este o País de sucesso em que também vivemos, mas nós só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.

Vamos mudar a nossa mentalidade para ajudarmos o nosso país que tanto precisa de nós, vamos dar o primeiro passo e falar coisas positivas e optimistas.



"O valor do Ser humano não é medido segundo aquilo que tem, e sim segundo aquilo que ele é."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O FUTURO QUE AÍ VEM:

25.10.10

15:36 (JPP)


FRASES PARA OS TEMPOS DE HOJE



…post duos annos vidit Pharao somnium putabat se stare super fluvium de quo ascendebant septem boves pulchrae et crassae nimis et pascebantur in locis palustribus aliae quoque septem emergebant de flumine foedae confectaeque macie et pascebantur in ipsa amnis ripa in locis virentibus devoraveruntque eas quarum mira species et habitudo corporum erat expergefactus…


1. A crise económica, social e política não vai durar um ou dois anos, vai durar pelo menos uma década. Na melhor das hipóteses.

2. O político que disser que as coisas vão melhorar na volta da esquina, está a mentir.

3. O político que diz aos portugueses que vão conhecer tempos maus e que é preciso persistir nas medidas de contenção e austeridade durante um período considerável de tempo, fala verdade. As suas propostas são as únicas que vale a pena ouvir e só ele poderá falar da luz ao fundo do túnel.

4. Um bom político não falará de nenhuma luz ao fundo do túnel tão cedo.

5. O mercado da esperança vai conhecer muitos feirantes, mas nenhum vende a não ser contrafacções que se rasgam à primeira.

6. Deixar um destes feirantes da esperança chegar ao poder pode significar deitar por água abaixo o que foi adquirido nos anos de austeridade anteriores. Será uma tentação fatal a meio do percurso.

7. Primeiro serão os salários, depois serão as reformas. O custo de vida será sempre caro.

8. Nenhum imposto que subiu descerá tão cedo, se descer..

9. Nenhum salário que foi cortado, voltará ser inteiro.

10, Os mais pobres serão as vítimas principais, como sempre.

11. A classe média é que conhecerá a maior queda de qualidade de vida.

12. Algumas pessoas enriquecerão com a crise.

13. A corrupção continuará florescente, mas também conhecerá cortes. Nem para corromper muito caro há dinheiro, mas a corrupção mais barata florescerá ainda mais.

14. A crise matará milhares de pequenas empresas.


15. O TGV, o novo aeroporto de Lisboa, novas estradas está tudo póstumo. Os governantes podem falar deles, desperdiçar dinheiro para simular que os vão fazer, mas não tem dinheiro para os fazer.

16. As escolas tornar-se-ão mais caóticas. O clima de crise social é propício à indisciplina grave.

17. As escolas ficarão mais ou menos em autogestão pelos professores.

18. A saúde ficará bastante mais cara para todos.

19. A TAP pode não sobreviver à crise, a RTP sobreviverá.

20. A diplomacia portuguesa será reduzida ao mínimo, na maioria do mundo não haverá embaixadas portuguesas.

21. A cultura continuar a ter gente habilidosa capaz de vender uma banheira gigante e chamar-lhe arte pública.

22. AS forças armadas portuguesas não verão cumprida a Lei de Programação Militar

23. As autarquias continuarão algum tempo em contra-ciclo, mas chegará o tempo em que também aí haverá austeridade.

24. No final da década os portugueses podem vão estar pobres e a caminho de ficarem ainda mais obres. Se nessa altura a nossa situação da dívida e do défice estiver controlada, ganhamos a década. Se não, perdemos ainda mais.

25. O estado dos portugueses será de irritação política, na melhor das hipóteses. Na pior poderá haver violência.

26. A irritação política é o terreno ideal para a demagogia e para o populismo.

27. A violência política chamará ainda mais violência.

28. Liberais e estatistas todos cortarão no estado. Só não cortarão nas mesmas coisas.


29. Os nossos direitos face ao estado tornar-se-ão quase inexistentes. Face ao fisco quase nenhum direito sobreviverá.

30. A nossa privacidade desaparecerá. O estado vai conhecer por onde andamos, o que compramos, o nosso dinheiro, as nossas prendas, tudo o que sirva para taxar. O Google conhecerá o resto.

31. O fisco será a face do estado mais próxima dos cidadãos e a mais odiada.

32. Existirão suicídios por causa do fisco.

33. O desespero será um sentimento muito comum. Os ricos terão depressões, os pobres desespero.

34. Esta década conhecerá na prática o fim dos direitos adquiridos

35. O pouco dinheiro que chegará aos pobres terá como via as instituições de solidariedade social, em particular da Igreja Católica.

36. O pouco dinheiro que o estado dará aos pobres perder-se-á em grande parte pelo caminho e não será dado aos pobres, mas aos “pobres oficiais”.

37. Vai haver quem queira estar no governo por múltiplas razões, nenhuma das quais é governar.

38. A única política que se pode considerar patriótica não é a que se afasta da austeridade para dar “folga” aos portugueses, mas a que escolhe as melhores medidas de austeridade e evita as más medidas de austeridade

39. As maiorias das medidas de austeridade que qualquer governo vai aplicar nos próximos anos, são escolhidas e decididas no exterior, pela Alemanha, pela EU, pelas agências de rating, pelo FMI, e pelos credores.

40. Poucos políticos actuais sobreviverão à década, mas isso não significa renovação.

41. A maioria dos políticos das novas gerações será profissional da política. Os seus verdadeiros cursos são nos partidos e fora terão apenas cursos de plástico para colocar o dr. e o eng, antes do nome.

42. Os partidos serão substituídos pelos aparelhos partidários, fechados sobre si próprios, tornar-se-ão comunidades de poder e com poder.

43. Haverá cada vez mais familiares de políticos actuais nos lugares políticos.

44. A crise de lugares, empregos, salários, benesses tornará a competição dentro dos partidos cada vez mais dura, visto que os partidos serão uma das saídas rápidas para aceder a um lugar remunerado, para que menos qualificações se exigem.

45. Todas as grandes organizações partidárias de base que tiverem um muito elevado número de membros, sem correspondência com a força eleitoral do partido numa determinada zona, são cacicadas

46. As eleições partidárias internas serão cada vez mais competitivas, duras e agressivas. Os lugares são poucos e a fome muita.

47. Os grandes interesses organizados terão na prática um direito de veto sobre as principais medidas politicas.


48. Comparado com o que aí vem nenhuma destas previsões é especialmente pessimista.

(Versão do Público de 16 de Outubro de 2010.)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os Estados Bálticos e a crise (3)
Lituânia, modelo de austeridade
22 abril 2010 The New York Times Nova Iorque



Com o país gravemente afectado pela crise económica, o Governo lituano impôs - como nenhum outro Governo à excepção do irlandês - cortes severos nos gastos públicos. Apesar de a austeridade ainda não ter provocado o mesmo nível de protestos da Grécia ou de Espanha, os custos individuais e sociais são tremendos.

Landon Thomas
Se os dirigentes de muitos países endividados do mundo querem ver o que é austeridade, devem visitar esta nação do Báltico, com 3,3 milhões de pessoas. Confrontada com défices crescentes, que ameaçavam levar o país à falência, a Lituânia cortou 30% na despesa pública – incluindo a redução de 20 a 30% nos salários do sector público e de quase 11% nas pensões. O próprio primeiro-ministro, Andrius Kubilius, teve um corte de 45% no seu ordenado.

Mas o Governo não se ficou por aqui. Subiu impostos sobre uma grande variedade de bens, como produtos farmacêuticos e bebidas alcoólicas. Os impostos sobre o rendimento de pessoas colectivas subiram de 15 para 20%. O IVA subiu de 18 para 21%. O efeito líquido nas finanças do país foi uma poupança equivalente a 9% do Produto Interno Bruto, o segundo maior numa economia desenvolvida, depois da Letónia, desde que a crise do crédito começou.

A austeridade tem, no entanto, um preço alto em termos de dificuldades sociais e individuais. Os pensionistas, devido aos cortes provocados nos seus rendimentos, acorrem em massa às cantinas dos pobres. O desemprego subiu para os 14% e a já trémula economia registou uma contracção de 15% no ano passado. O que é notável é que a austeridade foi imposta com o apoio contrariado dos sindicatos da Lituânia e dos partidos da oposição, e ainda não provocou o tipo de protestos expressos pelas greves e manifestações de rua a que se assiste na Grécia, em Espanha e no Reino Unido.

A pensar em 2014

Claro que Kubilius tem muitos críticos, dentro e fora do país. A austeridade do Governo, no meio de uma recessão, contraria a abordagem keynesiana de aumento da despesa pública para lutar contra o afundamento económico. Seria o caminho que a maioria dos países escolheriam. Kubilius e a sua equipa dizem, porém, que, com um défice orçamental de 9% do PIB, uma moeda ajustada ao euro e mercados internacionais pouco dispostos a conceder empréstimos à Lituânia, o Governo não teve outra hipótese senão mostrar ao mundo que conseguiria superar a sua própria desvalorização interna, cortando na despesa pública, restaurando a competitividade e recuperando a boa vontade dos mercados financeiros. Outra motivação é cumprir as regras de integração na união monetária do euro, a que a Lituânia espera aderir em 2014.

Na verdade, além da Irlanda, nenhum país europeu se aproximou de cortes tão severos como os da Lituânia sem o auxílio do Fundo Monetário Internacional. A Irlanda aprovou o orçamento mais austero da sua história, em que os cortes salariais do sector público representam uma peça central do esforço reformador do Governo. Enquanto as nações europeias avaliam os custos sociais e políticos das medidas que tomam para cortar a despesa do sector público, a Lituânia torna-se um caso para estudo dos compromissos sociais em tempo real.

Tal como a Letónia e a Estónia, a Lituânia conheceu, no início do século, um enorme crescimento económico, centrado nos sectores da banca e do imobiliário. A construção civil acabou por dominar a economia e as baixas taxas de juro levaram a um crescimento espectacular da aquisição de habitações. Muitos lituanos contraíram hipotecas a juros baixos em divisas estrangeiras. Com o início da crise, os preços das casas desceram a pique, a construção civil parou e, de repente, milhares de pessoas perderam os empregos e começaram a falhar nos pagamentos das dívidas. Monika Midveryte, estudante universitária, e a sua mãe sustentam a família depois de o pai ter perdido o trabalho na construção civil. Segundo ela, ele passa os dias sentado diante da televisão, a beber para esquecer os problemas: “Perdeu completamente a esperança”.

Suicídio em vez de revolta

Os custos psicológicos são enormes. Os suicídios aumentaram, atingindo uma taxa de 35 por 100 mil, que é já uma das mais altas do mundo, dizem peritos locais. Algirdas Malakauskis, padre da confraria de São Francisco e São Bernardino, conhece os custos da recessão em primeira mão. Tem vindo a celebrar um número crescente de funerais de pessoas que acabaram com as próprias vidas. Os paroquianos vêm agora pedir-lhe trabalho e os seus próprios pais, idosos cujas pensões foram cortadas, estão muito zangados. Tal como um número surpreendente de pessoas, contudo, não se volta contra o Governo. “Percebe-se que estão a fazer tudo o que podem para manter a estabilidade da situação”, diz o padre.

“A estratégia de recuperação interna parece ter conseguido uma estabilização a curto prazo, mas a que preço?”, pergunta Charles Woolfson, professor de Ciências do Trabalho na Universidade de Glasgow, especialista sobre os Estados Bálticos. Segundo ele, o aprofundamento da alienação social na Lituânia conduziu ao maior crescimento da emigração desde que o país aderiu à União Europeia, em 2004: “Dantes era uma migração de gente esperançosa. Agora é a migração dos desesperados.”

Não há maior ícone dos excessos do frenesim financeiro que deu à Lituânia uma das mais altas taxas de crescimento da Europa em 2007 do que o reluzente edifício da sede do Swedbank. Terminado no ano passado, tem 16 andares e monopoliza a modesta linha de horizonte de Vilnius. O Swedbank é o banco dominante na Lituânia e os seus empréstimos agressivos a compradores de primeira casa continuam a ser um marco para muitos. Na área de recepção da sede do banco, os banqueiros riem e bebem cerveja num bar bem fornecido, com música rock ao fundo. Um quadro bem distante do da cozinha económica da igreja de São Pedro e São Paulo, em Vilnius, onde 500 pessoas formam fila, todos os dias, para obterem uma refeição gratuita de sopa e panquecas lituanas.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DA SÉRIE : FRASES QUE IMPÕE RESPEITO !

Quinta-feira, 21 de Outubro de 2010
Clima de negociação

Quando se pensa que o ambiente é de negociação, abertura, boa-vontade, etc, o PSD chama os jornalistas aos Passos Perdidos para uma declaração em nome da direcção do partido : "Era bom que o ministro da presidência deixasse de ser o megafone do Partido Socialista e se precupasse bastante mais com o governo. O sr. ministro da presidência tem de perceber de uma vez por todas que neste tempo o ruído é mau conselheiro", diz o deputado Luis Campos Ferreira. Desculpe ?!!! "Com esta declaração não está a alimentar esse ruído ?", perguntam-lhe. "Não, estamos apenas a aconselhar o ministro da presidência a deixar de ser o megafone do Partido Socialista e a preocupar-se mais com os problemas reais do país".

CHINA - SUPERPOTÊNCIA PÁRIA

China, uma superpotência económica pária
por Paul Krugman, Publicado em 22 de Outubro de 2010.
.Em violação das leis internacionais, a China tem usado politicamente o monopólio das terras raras, numa demonstração de que não está preparada para as responsabilidades de superpotência
.O mês passado, uma traineira chinesa colidiu com duas embarcações da guarda costeira do Japão em águas territoriais japonesas. O Japão deteve o capitão da traineira e a China respondeu cortando-lhe o acesso a matérias-primas cruciais. Não havia outro modo de as obter: a China domina 97% da produção de terras raras, minérios com um papel essencial em muitos produtos de alta tecnologia, incluindo equipamento militar. Como é bom de ver, o Japão depressa libertou o capitão.

Não sei o que pensa o leitor, mas esta história parece-me profundamente perturbadora, tanto pelo que mostra da China como pelo que mostra de nós. Por um lado, o caso mostra a uma luz crua a inaptidão da política externa norte-americana, que nada fez enquanto um regime que não oferece confiança se apropriava de matérias-primas fundamentais. Por outro lado, o incidente revela uma China perigosamente disposta a recorrer à força e a desencadear uma guerra económica ao menor pretexto.

Façamos um parêntesis para uma informação importante. As terras raras são elementos com propriedades únicas, fundamentais em aplicações que vão dos motores híbridos às fibras ópticas. Até meados dos anos 80, os Estados Unidos dominaram a sua produção, mas depois a China avançou e ocupou o lugar. "No Médio Oriente há petróleo, na China há terras raras", declarou Deng Xiaoping, o arquitecto da transformação económica da China, em 1992. E de facto situam-se na China cerca de um terço dos depósitos de terras raras do planeta. Esta abundância relativa, somada aos baixos custos de extracção e processamento - um reflexo tanto dos baixos salários como do baixo nível de respeito pelo ambiente -, permitiram que os produtores chineses torpedeassem a indústria norte-americana rival.

É impossível não ficarmos intrigados com as razões por que ninguém fez soar o alarme, quanto mais não fosse com base em questões de segurança nacional. A verdade é que os responsáveis políticos ficaram simplesmente a ver enquanto a indústria americana de terras raras fechava. Pelo menos num caso, em 2003 - portanto numa altura em que, a acreditar na administração Bush, a segurança nacional dominava a política externa americana -, os chineses empacotaram literalmente todo o equipamento de uma fábrica e meteram-no num barco para a China.

O resultado de tudo isto foi um monopólio que excede de longe as mais desvairadas expectativas dos maiores tiranos do petróleo do Médio Oriente. Mesmo antes do episódio da traineira, a China sempre mostrou predisposição para explorar ao máximo esta vantagem. A United Steelworkers apresentou recentemente uma queixa contra as práticas comerciais chinesas, uma matéria em que as empresas americanas têm receio das retaliações da China. À cabeça da lista o sindicato pôs as restrições às exportações e os impostos sobre terras raras - que dão à produção do país numa série de indústrias uma importante vantagem competitiva.

Depois veio o caso da traineira. As restrições da China às exportações de terras raras já violavam os acordos assinados antes da entrada do país na Organização Mundial do Comércio, mas o embargo ao Japão foi uma violação ainda mais flagrante da lei internacional.

Ah, e os responsáveis chineses não melhoraram as coisas ao insultar a nossa inteligência dizendo que não havia nenhum embargo. O que aconteceu foi apenas que todas as fábricas de terras raras da China - algumas pertença de outros países - decidiram ao mesmo tempo suspender as exportações para o Japão devido à sua indignação com o país.

Quais são então as conclusões a tirar deste caso? A primeira e mais óbvia é que o mundo precisa de fontes não chinesas destes produtos. Há depósitos consideráveis de terras raras nos Estados Unidos e noutros países, embora para os explorar e tratar seja preciso tempo e apoio financeiro. O mesmo se passa com uma importante alternativa, a mineração urbana, isto é, a reciclagem de aparelhos electrónicos usados.

Em segundo lugar, a resposta da China ao incidente, lamento dizê-lo, é mais uma prova de que a nova superpotência económica não está preparada para assumir a responsabilidade associada ao estatuto.

As grandes potências económicas, apercebendo-se do seu peso no sistema internacional, costumam hesitar em recorrer à guerra económica, mesmo quando seriamente provocadas - basta ver a indecisão dos responsáveis políticos americanos sobre as medidas contra a política cambial grosseiramente proteccionista da China. Não foi essa a atitude da China no caso. Junte-se isto ao comportamento do país noutras frentes, acima de tudo na política cambial, e desenha-se o retrato de uma superpotência económica pária, que se nega a obedecer às regras. A questão que se levanta é que medidas vamos tomar em relação a isso.

Economista Nobel 2008

Exclusivo i/The New York Times

CHINA DELENDA EST !!!

FAÇAM O FAVOR DE FAZER FILHOS, PORRA !-3

FAÇAM O FAVOR DE FAZER FILHOS, PORRA !-2

FAÇAM O FAVOR DE FAZER FILHOS, PORRA !-1

1 -Andava eu mergulhado no amarfanhamento de sermos a França traduzida em calão com vinte anos de atraso , quando a nossa inprensa, globosfera e afins me chagaram a alma com a novidade de irmos à frente dos asterixes na reforma da reforma. Então pensei para mim mesmo: isto só pode ser assim porque a questão é de retrait mesmo!.


Mas eis senão quando, fiz uma pesquisa na Net e no EUROSTAT. e descubro...que os gauleses não andam à pancada com a polícia por hoje ser votada (e ir passar) a lei que aumenta a idade da reforma ( retrait, dizem eles ) de 60 para os 62 anos. Não senhor! Mais uma vez andava a ser intrujado a só a minha preocupação com a tradição ( de andarmos sempre atrás da frança... ) me levou a descobrir o que votam hoje. É assim: até agora os franceses reformavam-se aos sessenta ( e agora passam para os sessenta e dois anos) sempre que quisessem mas com cortes enormes na pensão; sendo que a reforma por inteiro é hoje já aos sessenta e cinco anos e vai agora passarpara os... 67!
Ha....pois é!

2- todavia a mesma EUROSTAT ( espécie de INSTITUTO EUROPEU DE ESTATÍSTICAS) exibe as taxas da natalidade em toda a Europa e só a França consegue a paridade: ou seja dois filhos por cada mulher.
Todos os outros países europeus estão abaixo disto até às mais baixas : a portuguesa com 1.4 filhos por mulher, e a Itália com 1.3.

3- Mas o mais engraçado ( mas que não tem piada nenhuma ) é que em todos os países europeus católicos o número de casamentos caiu a pique, enquanto nos países do centro e norte da Europa caíu , mas muito menos. A minha conclusão é séria - e agora não brinco!- as portuguesinhas , as outras latinas e as polacas (também católicas) já são pouco católicas para poderem ter o sentido da obrigação familiar de ter filhos, mas são demasiado católicas para terem filhos fora do casamento !

3- Todavia isto não tem só implicações para a sustentabilidade finançeira dos sistemas de reformas. Tem em muitos outros aspectos da nossa vida. Impede a integração dos imigrantes e isso impede a vinda de outros. Porquê? Porque só há integração quando o número dos recém-nascidos filhos de imigrantes com outras culturas é substancialmente mais baixo que o número de nascimentos de naturais do país ( autóctones); senão do que falaríamos seria não de imigração mas de substituição da população!.

4- Em França dos 850 mil nascimentos o anos passado ( contra 600 mil dos muito mais numerosos alemães ), só quinhentos mil foram de franceses, sendo trezentos e cinquenta mil de imigrantes.  Isto explica muita coisa e muitas imagens que passam nas televisões, porque quando numa aula de um bairro deixa de haver crianças naturais do país a integração deixa de se fazer.

campos de amor

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

COMO ERA BOM...



Como seria bom se todas as mães portuguesas se tivessem comportado assim.
Como seria bom que todas as mães entendessem por uma vez que educar era, há trinta anos, contrariar em 80% os legítimos desejos dos seus filhos.
Mas que agora, educar é em 95% dos casos contrariar esses desejos.
Porque as crianças, agora mais que nunca nos últimos setenta anos, devem ser levadas a compreender que querer é ser capaz de não querer o que se quer.

Se isto tivesse sido assim nos últimos trinta e cinco anos, o hodierno sofrimento e o que já podemos prever para os nossos filhos e netos, seria muito menor, porque - sem se ser espartano - é altura de dar a entender a quem tem de aprender conosco ( os filhos conosco e nunca o contrário ) que elevadas expectativas conduzem a grandes frustrações; que grandes paixões materiais impõe grandes tormentos; que só provamos gozo e bem-estar, para não falar de momentos felizes, quando - como numa relação figura/fundo - já gustamos o sabor das dificuldades.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DA SÉRIE : FRASES QUE IMPÕE RESPEITO !

O Público de hoje titula uma peça da seguinte maneira: agravamento do IVA vai eliminar 20 mil empregos na distribuição de gás de garrafa. Assim, sem aspas nem nada. Lida a notícia, verifica-se que essa ideia não passa de opinião de uma associaçao do sector interessado.

DA SÉRIE TEXTOS QUE DÃO QUE PENSAR

Mas julgavam que Mário Crespo corria por sua conta e risco?
O Prof. Marcelo já tinha, em devido tempo, avisado o Governo de que iria sofrer represálias por ter tido a ousadia de criar o 5.º canal de televisão: “A ano e meio das eleições, se querem abrir uma guerra com Balsemão…”

Hoje, Proença de Carvalho volta ao assunto, em entrevista ao Jornal de Negócios [em passagem só disponível no Jugular]:
“Sócrates pagou uma factura muito pesada por ter tido a ousadia de abrir a possibilidade de mais um canal", diz Proença de Carvalho, afirmando que "os canais que estão no mercado não ficaram nada satisfeitos com essa possibilidade e tudo fizeram para a impedir". (...) "Creio que alguma hostilidade em relação ao engº José Sócrates tenha sido exacerbada por essas estações terem entendido que seria uma grande ousadia haver mais concorrência no sector". Futuramente, "há decisões que o chefe do Governo vai hesitar em tomar, sabendo do poder que os meios de comunicação social têm”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SINAIS ACUMULAM-SE

Moedas, as novas armas de destruição maciça?

11 outubro 2010 Dziennik Gazeta Prawna Varsóvia
Dziennik Gazeta Prawna, 11 outubro 2010
“As moedas tornaram-se as novas armas”, titula o Dziennik Gazeta Prawna, depois do tempestuoso encontro de ministros das Finanças do Fundo Monetário Internacional (FMI), no passado sábado, em Washington. Comentando o desacordo entre os Estados Unidos e a China sobre a desvalorização do yuan chinês, Dominique Strauss-Kahn, diretor do FMI, avisou que “se não se chegar rapidamente a um acordo, o crescimento económico pode tornar-se duas vezes mais lento e os países arriscam-se a enfrentar uma recessão”. Os Estados Unidos acusaram a China de “destruir postos de trabalho na América” e exigiu uma valorização de um terço do yuan. Mas Pequim respondeu insistindo que os mercados financeiros continuam instáveis por causa do hábito norte-americano de “imprimir dinheiro vazio”. O diário de Varsóvia argumenta que “o crescimento em espiral de uma guerra monetária, que Bruxelas ainda observa do lado de fora, pode aniquilar o anémico crescimento registado nos Estados Unidos e na União Europeia”.

domingo, 10 de outubro de 2010

GUERRA DAS DIVISAS PRENUNCIA GUERRA MILITAR

Ben Davies, especialista financeiro em Londres, adverte que há o risco das grandes potências usarem as divisas como arma de política. E avisa, essa atitude pode desaguar no campo militar.
[Artigo longo] NOTA : respigado de jnr - a questão dos impériosA longa cauda desta Grande Recessão não para de surpreender. Mesmo depois de decretado o fim da recessão económica propriamente dita, o mundo foi sacudido por um novo tipo de crise, o da dívida soberana de várias economias desenvolvidas. E, ainda esta última crise vai no adro, já espreita uma outra, mais perigosa, pois coloca potencialmente em confronto direto grandes potências num jogo de soma nula no comércio mundial e no sistema monetário internacional: a guerra de divisas.

O primeiro a deixar o aviso público de que “ela rebentou” foi Guido Mantega, o ministro das Finanças do Brasil, secundado, esta semana, por Dominique Strauss-Kahn, o chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), que a classificou de “uma perigosa dinâmica”. Por seu lado, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que se deveria evitar “repetir os mesmos erros dos anos 1930”.

O tema esteve na agenda da reunião ao pequeno-almoço de sexta-feira dos ministros das Finanças do grupo mais alargado do G20 e no jantar mais restrito dos do G7, nesse mesmo dia, na embaixada do Canadá, por ocasião do encontro semestral do FMI e do Banco Mundial em Washington DC.

O comunicado desta 22ª reunião do Comité Monetário e Financeiro Internacional e do Conselho de governadores do Fundo Monetário Internacional reafirmou a “rejeição do protecionismo sob todas as formas” e a necessidade de “uma resposta coordenada à crise”, o que foi interpretado por alguns analistas internacionais como um incentivo ao armistício na guerra das divisas até à próxima reunião em abril de 2011. A reunião insistiu, também, na necessidade de “concluir a ronda de negociações de Doha” promovida pela Organização Mundial do Comércio, tendo em conta a aproximação de 2013, ano limite para a eliminação dos subsídios às exportações agrícolas.

Risco geopolítico

“Se as nações deixarem de comunicar nos assuntos de comércio internacional, os ressentimentos podem facilmente terminar em ações militares”, diz Ben Davies, diretor geral e cofundador da financeira londrina Hinde Capital, numa entrevista que pode ser lida na íntegra em inglês.

Davies considera os recentes movimentos de manipulação de divisas – com destaque para a desvalorização abrupta do dólar americano em 13% em relação a um cabaz de moedas desde meados de junho, para a operação no mês passado em relação ao iene japonês, algo que o governo nipónico não fazia há seis anos, e para as novas decisões do Brasil no campo do controlo de capitais e de compra de milhares de milhões de dólares no mercado – como “um verdadeiro tremor de terra”.

Como justificação para a intervenção, as autoridades americanas e de algumas instituições internacionais alegam que a China não valoriza mais diligentemente a sua moeda, o renminbi, que, apenas, se apreciou em 2,3% desde junho em relação ao dólar. Curiosamente, na sexta-feira, o câmbio do renminbi foi fixado em 6,683 por dólar, um máximo desde 2005. Desde essa data, a moeda chinesa valorizou-se em 22%.

O problema agrava-se, refere Davies, porque a Reserva Federal (FED) e o Banco do Japão estão a adicionar um plano de agressiva injeção de massa monetária – que dá pelo nome técnico de quantitative easing (QE) – a que também se associa o Banco de Inglaterra (que manteve inclusive o montante deste tipo de intervenção em 200 mil milhões de libras, cerca de €230 mil milhões). O Banco do Japão anunciou um programa de QE de 60 mil milhões de dólares (mais de 43 mil milhões de euros) – 70% dos quais em dívida pública.

O Banco Central Europeu tem, até à data, resistido a uma tal política, ainda que o esteja a fazer “indiretamente”, diz Davies, através de uma política “de quase-subsídios aos orçamentos dos governos”. O BCE tem, também recusado “alinhar” neste clima de guerra de divisas.

O fim de Bretton-Woods II

A questão de fundo, no entanto, é a aproximação do fim de um era, que alguns alcunharam de “Bretton Woods II”, um sistema específico de relação umbilical entre o dólar e o renminbi em vigor desde 1995. “Sim, os chineses querem sair desta relação, mas querem fazê-lo nos seus termos e dentro da sua agenda. A China, sejamos claro, acabará por enveredar por um processo de liberalização da sua divisa. Ela sabe que para consolidar a sua dominância como superpotência terá de ter um sistema flexível”, refere o financeiro, que acrescenta: “A China tem de diversificar e de criar relações bilaterais fortes com outras nações, particularmente as que dispõem de recursos em matérias-primas e mercadorias. A China não se pode dar ao luxo de ser uma potência isolacionista”.

Entretanto, Beijing tem vindo a dar passos no sentido de internacionalizar a sua divisa criando acordos de swap com a Rússia e o Brasil e estabelecendo um primeiro centro offshore para a sua divisa em Hong Kong, recorda o nosso entrevistado. Em 19 de junho decidiu, também, criar um novo quadro político que permitirá a maior flexibilização da política cambial apontando para uma valorização gradual da divisa, recordou, esta semana, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet.

No entanto, os passos da China serão, sempre, cautelosos. Como referia um editorial do Global Times, um jornal oficioso chinês em inglês: “Na valorização do yuan (renminbi), os Estados Unidos têm pouco a ganhar e a China tem a sua estabilidade social e económica em jogo”.

O governador do Banco Popular da China, banco central, Zhou Xiaochuan, reafirmou, aliás, em Washington DC, que a política cambial de Beijing será sempre “gradualista” e não uma “terapia de choque”.

O presidente do grupo dos ministros das Finanças da zona Euro, Jean-Claude Juncker, acenou à China com o isco de um areópago diferente para a discussão do problema das divisas, um novo G8 ou G9 (se se considerar a Rússia no lote), com a China associada ao G7. Uma sugestão pouco provável de aceitar por Beijing interessada no papel de pressão que as restantes potências emergentes desempenham no G20.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O PROTECIONISMO EUROPEU ESTÁ DE VOLTA

No próximo ano vamos assistir a uma desaceleração do crescimento económico em várias zonas do globo. O comércio mundial vai desacelerar ainda mais do que o produto. A Europa vai concentrar o foco das atenções. São conclusões do relatório do FMI.
Em 2011, a economia mundial vai desacelerar o crescimento de 4,8% para 4,2%, um abrandamento de 12,5%, segundo o World Economic Outlook (WEO), divulgado, ontem, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI coloca de lado a possibilidade de um double-dip, ou seja de uma recaída global na recessão (com um decréscimo do produto mundial, como ocorreu em 2009), mas a leitura das estimativas divulgadas revela que o abrandamento do crescimento vai ser particularmente agudo no Brasil e nos “tigres asiáticos”, com uma desaceleração de 45% e de 42% respetivamente. No caso dos “tigres” (Hong Kong, Coreia do Sul, Taiwan e Singapura), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desce de 7,8% este ano para 4,5% e no caso do Brasil de 7,5% para 4,1%.
Efeito no comércio mundial
Todas as regiões do mundo assistem a uma desaceleração do crescimento do PIB, incluindo os países que puxam hoje em dia pela economia mundial, a China e a Índia, que baixarão um patamar. A China passará de 10,5% este ano para 9,6% e a Índia de 9,7% para 8,4%.
Mas mais grave será o efeito desta desaceleração do crescimento no comércio internacional. Ainda que esteja colocada de lado a possibilidade de uma contração deste (como ocorreu em 2009), o comércio mundial vai desacelerar 39%, baixando de uma taxa de expansão de 11,4% este ano para 7% em 2011. O que gerará um efeito de contágio global nos fluxos de exportação e importação, devidos à elevada integração atual das cadeias de fornecimento e dos hubs logísticos.
Europa no foco de atenção
Com particular acuidade na região em que nos situamos (a União Europeia e a zona Euro), os níveis mais baixos de crescimento mundial vão concentrar-se precisamente na Europa. A zona Euro assistirá a um abrandamento do crescimento de 1,7% este ano para 1,5% em 2011 e com dois países no arco da recessão: precisamente Portugal (-1,4%, se contabilizado o efeito do pacote de austeridade) e Grécia (-2,6%).
A Europa vai concentrar o foco das atenções em virtude de uma conjugação negativa de tendências, que o relatório analisa:
a) o facto de ser a zona do mundo com nível de crescimento mais baixo;
b) a gravidade do problema da dívida soberana com 9 países da União Europeia com probabilidades de default num horizonte de cinco anos superiores hoje a 18%;
c) altos níveis de desemprego no mundo;
d) dependência extrema do sistema bancário dos financiamentos do Banco Central Europeu e com uma larga exposição aos riscos de dívida soberana;
e) necessidades elevadas de refinanciamento das dívidas soberanas que chegam à maturidade entre outubro de 2010 e dezembro de 2011, com cinco países (Grécia, Itália, Bélgica, França e Portugal) com volumes acima dos 20% do PIB e outros três com níveis entre 15% e 20% (Espanha, Holanda e Irlanda); e
f) atraso no sistema de integração europeu de “estabilidade financeira”.
Ramalhete adicional de problemas globais
O WEO foca, em termos globais, a manutenção de um conjunto de problemas que tornam a economia mundial “vulnerável a riscos”, destacando:
- a continuação de um clima de volatilidade nos mercados;
- o risco soberano (com o foco atual na União Europeia);
- problemas no financiamento bancário (vai ser necessário refinanciar nos próximos 24 meses cerca de 4 biliões de dólares);
- uma reforma financeira inacabada e, segundo alguns, muito débil;
- o aumento do desemprego e o impacto na instabilidade social;
- a não descolagem do mercado imobiliário (com um risco inclusive de um agravamento nos Estados Unidos); – a diminuição dos estímulos keynesianos;
- e o canal de contágio das consolidações orçamentais em simultâneo em várias partes do mundo.
Ben Davies, da Hinde Capital, uma firma financeira londrina, em entrevista que publicaremos mais tarde, adiciona, ainda, o risco de, em 2011, assistirmos a uma conjugação da escalada de “guerras de divisas” com o reforço de políticas monetárias de quantitative easing (aumento da massa monetária) por parte da tríade, Reserva Federal, Banco do Japão e Banco de Inglaterra, agravando os desequilíbrios mundiais e aumentando o nível de protecionismo.

DOS COBARDES NÃO REZA A HISTÓRIA

“Não me parece que ela [a atribuição do prémio Nobel a Liu Xiaobo] vá ter impacto na evolução situação na China porque ela, com ou sem o prémio Nobel, está a evoluir positivamente. Que reconheça o heroísmo e a coragem de um indíviduo, é óptimo. Mas não haja ilusões que isso vai alterar a política extremamente prudente das autoridades chinezas de modernizarem a China e de abrirem cada vez mais politicamente, mas sempre com extremo cuidado, sem aceitarem pressões.”
“A China vai mudando de forma controlada e gerida pela liderança chineza que tem preocupações legítimas em relação à paz e à estabilidade”
José Ramos Horta

nota de CSP: ouvi estas declarações do prémio nobel com nome português e corei de vergonha.
Ele pensa que as suas declarações à TSF são de realpolitik, mas engana-se. São mesquinhas e parvas simplesmente. E provam que este Horta jamais ( com lacinho ou sem ele) devia ser nobelzinho da pazinha; e que , quando chegar a hora da verdade - ao contrário do que aconteceu na ii guerra mundial quando os timorenses lutaram ao lado dos portugueses para expulsar o invasor japonês - vamos vêr Timor ( a quem tanto demos ) ao lado do império chines.
DELENDA CHINA EST!!!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O ANO QUE NOS ESPERA

No próximo ano vamos assistir a uma desaceleração do crescimento económico em várias zonas do globo. O comércio mundial vai desacelerar ainda mais do que o produto. A Europa vai concentrar o foco das atenções. São conclusões do relatório do FMI.
Em 2011, a economia mundial vai desacelerar o crescimento de 4,8% para 4,2%, um abrandamento de 12,5%, segundo o World Economic Outlook (WEO), divulgado, ontem, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI coloca de lado a possibilidade de um double-dip, ou seja de uma recaída global na recessão (com um decréscimo do produto mundial, como ocorreu em 2009), mas a leitura das estimativas divulgadas revela que o abrandamento do crescimento vai ser particularmente agudo no Brasil e nos “tigres asiáticos”, com uma desaceleração de 45% e de 42% respetivamente. No caso dos “tigres” (Hong Kong, Coreia do Sul, Taiwan e Singapura), o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desce de 7,8% este ano para 4,5% e no caso do Brasil de 7,5% para 4,1%.
Efeito no comércio mundial
Todas as regiões do mundo assistem a uma desaceleração do crescimento do PIB, incluindo os países que puxam hoje em dia pela economia mundial, a China e a Índia, que baixarão um patamar. A China passará de 10,5% este ano para 9,6% e a Índia de 9,7% para 8,4%.
Mas mais grave será o efeito desta desaceleração do crescimento no comércio internacional. Ainda que esteja colocada de lado a possibilidade de uma contração deste (como ocorreu em 2009), o comércio mundial vai desacelerar 39%, baixando de uma taxa de expansão de 11,4% este ano para 7% em 2011. O que gerará um efeito de contágio global nos fluxos de exportação e importação, devidos à elevada integração atual das cadeias de fornecimento e dos hubs logísticos.
Europa no foco de atenção
Com particular acuidade na região em que nos situamos (a União Europeia e a zona Euro), os níveis mais baixos de crescimento mundial vão concentrar-se precisamente na Europa. A zona Euro assistirá a um abrandamento do crescimento de 1,7% este ano para 1,5% em 2011 e com dois países no arco da recessão: precisamente Portugal (-1,4%, se contabilizado o efeito do pacote de austeridade) e Grécia (-2,6%).
A Europa vai concentrar o foco das atenções em virtude de uma conjugação negativa de tendências, que o relatório analisa:
a) o facto de ser a zona do mundo com nível de crescimento mais baixo;
b) a gravidade do problema da dívida soberana com 9 países da União Europeia com probabilidades de default num horizonte de cinco anos superiores hoje a 18%;
c) altos níveis de desemprego no mundo;
d) dependência extrema do sistema bancário dos financiamentos do Banco Central Europeu e com uma larga exposição aos riscos de dívida soberana;
e) necessidades elevadas de refinanciamento das dívidas soberanas que chegam à maturidade entre outubro de 2010 e dezembro de 2011, com cinco países (Grécia, Itália, Bélgica, França e Portugal) com volumes acima dos 20% do PIB e outros três com níveis entre 15% e 20% (Espanha, Holanda e Irlanda); e
f) atraso no sistema de integração europeu de “estabilidade financeira”.
Ramalhete adicional de problemas globais
O WEO foca, em termos globais, a manutenção de um conjunto de problemas que tornam a economia mundial “vulnerável a riscos”, destacando:
- a continuação de um clima de volatilidade nos mercados;
- o risco soberano (com o foco atual na União Europeia);
- problemas no financiamento bancário (vai ser necessário refinanciar nos próximos 24 meses cerca de 4 biliões de dólares);
- uma reforma financeira inacabada e, segundo alguns, muito débil;
- o aumento do desemprego e o impacto na instabilidade social;
- a não descolagem do mercado imobiliário (com um risco inclusive de um agravamento nos Estados Unidos); – a diminuição dos estímulos keynesianos;
- e o canal de contágio das consolidações orçamentais em simultâneo em várias partes do mundo.
Ben Davies, da Hinde Capital, uma firma financeira londrina, em entrevista que publicaremos mais tarde, adiciona, ainda, o risco de, em 2011, assistirmos a uma conjugação da escalada de “guerras de divisas” com o reforço de políticas monetárias de quantitative easing (aumento da massa monetária) por parte da tríade, Reserva Federal, Banco do Japão e Banco de Inglaterra, agravando os desequilíbrios mundiais e aumentando o nível de protecionismo.

JÁ AQUI ESCREVI HÁ CERCA DE UM ANO UMA FÓRMULA QUE NOS PERMITE ANTEVER O FUTURO. ELA ENTRA EM CONTA COM TRÊS VARIÁVEIS: DEMOCRACIA, GLOBALIZAÇÃO E ESTADO-NAÇÃO:
ASSIM:
 se os países fossem todos democráticos, DEMOCRACIA mais ESTADO NAÇÃO = GOVERNO MUNDIAL ( uma nova ONU com poderes reforçados );
 se juntarmos GLOBALIZAÇÃO com ESTADOS NAÇÃO = DITADURA ( caso da china ou rússia, uzbequistão, cambodja, venezuela, etc );
 se  juntarmos DEMOCRACIA com GLOBALIZAÇÃO = PROTECCIONISMO ( como em todos os países europeus, estados-unidos, brasil, canadá, austrália, japão,etc).
Fica claro que o que temos, é, no OCIDENTE, um futuro de proteccionismo. Mas como o proteccionismo arrasta sempre grandes tensões entre os povos, vamos assistir ao (quase ) inevitável conflito entre quem constrange e quem é mais constrangido. Como na primeira e  na segunda grandes guerras, ou antes, na franco-prussiana ou na guerra da crimeia, e assim por diante. A minha esperança é que desta vez ocorra lá para o extremo-oriente.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

AS DÍVIDAS SÃO 600 % do PIB ???

“A zona Euro está entulhada num passivo horrendo que vai muito para além das dívidas nacionais de que se tem falado” e o mesmo acontece para o Reino Unido e os Estados Unidos, refere, em exclusivo ao Expresso, Ben Davies, CEO e cofundador da Hinde Capital, uma firma de gestão de investimentos, sediada em Londres, a funcionar desde 2007.
O nível de responsabilidades reais dos designados pejorativamente por PIGS (acrónimo para Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) é muito superior ao que se julga – no caso português o valor líquido real negativo do governo é de 600% do PIB, atendendo a um estudo recente da Morgan Stanley Research, uma firma financeira global, na sua primeira edição de ‘Sovereign Subjects’.
Mas a situação portuguesa nem é a pior – a Grécia atinge 1500% do PIB, a Irlanda 1400%, a Espanha mais de 1000%, o Reino Unido 1000% e o Estado federal dos EUA 800%. Portugal e França encontram-se em patamares similares, de 600%, e a Alemanha nos 500%.
Situação insustentável
“Trata-se de uma situação insustentável. Os problemas na Europa estão, apenas, a começar, e este problema não é, apenas, dos PIGS, nem da zona euro – é global, no Ocidente. No caso da zona Euro, os países membros têm a condicionante de não dispor da vantagem imediata da desvalorização da moeda e os países da periferia da zona euro apenas conseguirão um ajustamento através de preços e salários mais baixos, para serem competitivos”, refere Davies. E acrescenta: “Mas até poderão ser os mais felizardos, pois o desejo político de manter o euro é muito forte”, o que poderá levar o Banco Central Europeu (BCE) a enveredar “pela criação de moeda de modo a desvalorizar o valor das dívidas em relação à inflação”.
O BCE resiste à tentação dessa deriva “de monetização plena” da dívida, “mas suspeito que acabará por não ter outra opção”, diz Davies. “Contudo, o BCE está já envolvido efetivamente num esquema de quase subsidiação orçamental dos governos da zona euro”, através da aquisição de títulos do Tesouro junto da banca, ainda que o banco central alegue que “esterilizou” essas compras, o que o leva a alegar que não se trata de política monetária idêntica ao quantitative easing da Reserva Federal americana. O quantitative easing é uma política monetária de último recurso quando as taxas de juro estão já perto de 0%, e os bancos centrais decidem aumentar a oferta de moeda.
No caso português, o financiamento através do BCE subia a 49,1 mil milhões no final de agosto, ou seja 29,5% do PIB estimado para este ano. No caso irlandês e grego era superior em termos absolutos e relativos face ao PIB.
Segundo referia, esta semana, o Financial Times Deutschland, as aquisições de títulos públicos por parte do BCE já representam 14% de toda a dívida soberana desses países, tornando o banco central a força dominante nesse mercado da dívida na zona euro.
Uma avaliação da situação líquida diferente
Ben Davies socorreu-se do estudo recente da Morgan, da autoria de Arnuad Mares (“Ask Not Wheter Governments Will Default, but how”) que aponta para uma avaliação da situação líquida de um dado país que vai para além da contabilização tradicional da dívida em relação ao PIB (seja a dívida pública, seja a dívida externa total, privada e pública), a qual não “captura” um largo espetro de responsabilidades que são, também, dívida. As estimativas da Morgan, agora realizadas, apontam para a inclusão de três indicadores – a dívida bruta face ao PIB, o défice estrutural e as estimativas dos encargos para as contas públicas do envelhecimento populacional.
O estudo da Morgan aconselha, ainda, o uso de um outro indicador, o da dívida pública em relação às receitas estatais. Nesse caso, para 2009, os EUA estão acima de 350%, a Grécia acima de 310%, a Irlanda nos 248%, a Itália nos 187,5%, Portugal nos 184,5%, o Reino Unido nos 169,2% e Espanha nos 153,2%. Ou seja, no caso português, seriam necessários quase dois anos de receitas (idênticas às de 2009) para pagar a dívida pública. Mas há situações manifestamente piores.
A Morgan conclui que a discussão não é tanto se os governos entrarão em situação de incumprimento (de default), mas sim como o farão e avisa os credores das dívidas soberanas, os detentores de títulos do Tesouro, que deverão preparar-se para uma “era de opressão financeira”, uma alternativa ao default puro e simples. O que já aconteceu no passado, recorda a Morgan, que dá exemplos históricos. Tal “opressão” poderá ocorrer pela imposição de taxas de remuneração reais dos títulos negativas ou artificialmente baixas, pelo pagamento da dívida através de divisas desvalorizadas, e pela “distorção dos preços da dívida a favor dos governos”, enumera a Morgan.

NOTA  DE CSP: evidentemente que se estes números retirados do Expresso on-line, forem correctos, podemos começar a contar os meses para o fim do euro quer através de de um duplo euro ( um forte para a alemanha , holanda e mais dois ou três , e outro fraco para os restantes com cotações diversas )  quer pela saída da alemanha, quer pela expulsão de países em grandes dificuldades.
No caso de , por milagre, isso não se verificar, teremos uma enorme desvalorização do preço do trabalho por qualquer das formas possíveis de desvalorização real dos salarios.
Mas mais importante: se isto é verdade, podemos contar com uma enorme pressão de todo o Ocidente contra a China , Índia e Brasil para que revalorizem as suas moedas. E essa pressão irá - é da História - até onde fôr preciso.

É ASSIM...

Outros governantes que se enganaram e enganaram os seus eleitores

Dublin, 04 Out 10:
Banco central da Irlanda diz que será necessário cortar mais na despesa.

Atenas, 04 Out 10:
O governo grego prevê a aplicação de mais medidas de austeridade para cumprir as metas definidas no âmbito da ajuda financeira internacional.

Londres, 03 Out 10:
O Governo, que apresentou, a 22 de Junho, um Orçamento rectificativo para tentar reduzir o défice do Reino Unido, que é de 11% do PIB, prepara-se para apresentar no dia 20 deste mês uma revisão dos cortes na despesa pública. Esperam--se mais medidas difíceis.

Paris, 29 Set 10:
O corte do défice prometido pelo Governo francês para o próximo ano é possível graças a uma «redução histórica» do défice do Orçamento do Estado, que passará de 152 mil milhões de euros este ano para 92 mil milhões em 2011.

Madrid, 30 Set 10:
O corte dos orçamentos dos diferentes ministérios orçará, em média, os 15,6%. A criação de dois escalões novos do IRS para rendimentos acima dos 120.000 euros anuais também é uma das medidas emblemáticas plasmada no Orçamento de Estado espanhol.

Não se poderá descomemorar a I República e celebrar a democracia? - TEXTO DE JOSÉ MANUEL fERNANDES (retirado do albergue espanhol )

A I República não acabou a 28 de Maio de 1926 – terminou a 19 de Outubro de 1921, na “Noite Sangrenta”. Morreu moralmente quando mataram o seu herói fundador, Machado Santos. O marinheiro que, na Rotunda, salvou a revolução republicana ao não desertar – como a generalidade dos oficiais que o acompanhavam – nem se suicidar – como o almirante Cândido dos Reis, o líder formal da revolta – acabaria por morrer às mãos de uma trupe descontrolada que, após mais um golpe de Estado, tomou por uma noite conta de Lisboa. Foi uma noite em que a “fera a fera que todos nós, e eu, açulámos” andou “à solta, matando porque era preciso matar”, como na época disse Cunha Leal, e “os actos revolucionários que visam a conquista do poder tiveram a condenação suprema”, como acrescentou Jaime Cortesão.
Depois do 19 de Outubro ainda houve I República – tal como houvera Monarquia depois do assassinato do Rei D. Carlos. Mas era um regime ferido e irreformável, sucedendo-se os governos e os escândalos sem renovação ou remissão possível. Depois dessa noite de Outubro de 1921 não houve mais ilusões: a República nunca seria como Machado Santos a tinha sonhado – uma “república para todos os portugueses” –, antes continuaria a ser “a república para os republicanos” tal como João Chagas a definira. Sendo que por republicanos se deviam entender os membros do partido radical de Afonso Costa, o Partido Republicano Português (PRP).
Não deixa por isso de ser estranha a forma como, 100 anos depois, se está a comemorar a I República. Primeiro, porque isso está a ser feito de uma forma que reduz a realidade complexa de então a uma falsa dicotomia entre uma Monarquia corrupta e uma República redentora. Depois porque, de forma chocantemente manipulatória, se pretende fazer radicar tudo o que hoje associamos à democracia em que vivemos no espúrio regime de então. Só encontro uma explicação para isso, e não é entusiasmante: a existência de angustiantes paralelos entre o regime que saiu do 5 de Outubro e certas práticas políticas dos dias que correm. Mas já lá irei. Antes vale a pena revisitar algumas mentiras da linha dominante nas actuais comemorações.
Tem-se querido apresentar a implantação da República como um momento redentor para a política e para a democracia. Não foi assim. É falso, por exemplo, que a República tenha oferecido aos portugueses o direito ao sufrágio directo e universal, como ainda esta semana se repetiu numa série que a RTP2 está a passar, Nós Republicanos. Qualquer estudioso da I República sabe que a lei eleitoral de 1911 conservou o sufrágio restrito do “rotativismo” da monarquia liberal. Pior: como partido de Afonso Costa sabia que não tinha apoio no país, e era preciso “proteger e consolidar as instituições”, como se escrevia no seu jornal, O Mundo, tratou de garantir que nada impediria a vitória do PRP. Foi assim que 91 dos 229 deputados eleitos para a Assembleia Constituinte (e que depois se auto-nomeariam para o Parlamento e para o Senado…) foram pura e simplesmente designados, não tende sequer sido votados. Mesmo assim, não fosse o diabo tecê-las, a nova lei eleitoral de 1913 ainda era mais restritiva, ao ponto de António Sérgio ter escrito que estávamos perante um “facto único na História”: “uma República que restringe o voto em relação à Monarquia que deitou abaixo em nome de princípios democráticos!” O número de recenseados desceu para menos de metade e a lei ia ao ponto de negar mesmo expressamente o voto às mulheres – provocando interessantes e reveladores debates parlamentares. Este último dado também contraria o mito de que a I República teria respeitado as reivindicações feministas.
Outra mentira habitual é a de que o regime saído do 5 de Outubro teria feito da Educação uma das suas prioridades – é o mito da “educação republicana”, essa lenda que alimenta a farsa da “inauguração”, pelo centenário, de 100 novas escolas. Ora a primeira preocupação da República não foi a Educação, antes a perseguição dos católicos, em especial dos jesuítas. Menos de cem horas depois de José Relvas ter subido à varanda dos Paços do Concelho de Lisboa, foi proclamada uma lei a renovar a proscrição dos jesuítas, repondo em vigor a legislação do Marquês de Pombal. Todos os membros de associações religiosas foram proibidos de “exercer o ensino ou intervir na educação”, o que teve como consequência imediata o encerramento de muitas escolas. No tempo de Pombal a expulsão dos jesuítas fizera desaparecer a rede de ensino secundário, a qual levaria décadas ser reconstruída; com a República repetia-se o mesmo erro. O fracasso, registado pelas estatísticas oficiais, traduziu-se na teimosa persistência de níveis elevadíssimos de analfabetismo e em taxas muito baixas de frequência da escola primária: entre 1910 e 1926 o número de crianças nesse grau de ensino passou de 271 mil para apenas 367 mil, correspondentes a tão-somente 29,7 por cento do universo de crianças em idade de frequentar esse grau de ensino.
Também se proclama que a República trouxe a liberdade de imprensa, quando a verdade é que a imprensa era mais livre no tempo da monarquia constitucional do que durante os conturbados anos em que, na prática, vigorou em Portugal uma ditadura do partido de Afonso Costa. A diferença não estava nas leis, formalmente mais liberais as da República, mas nas práticas, mais autoritárias. De facto, não tinham sequer passado três meses sobre o 5 de Outubro e já as instalações de jornais como o Correio da Manhã, O Liberal e o Diário Ilustrado estavam a ser assaltados pela nova Guarda Republicana ou pela milícia do PRP conhecida por “formiga branca”. Na mesma altura foi também proibido o jornal de Francisco Homem Christo, sinal de que na República não havia censura prévia, mas havia castigo imediato. Como? Assaltando redacções e tipografias, aí espalhando e misturando os caracteres tipográficos, em acções descritas como de “empastelamento” que tinham como consequência impedir a regular publicação dos títulos desafectos ao novo regime. Os próprios ardinas dos jornais chegaram a ser perseguidos ou até presos sem culpa formada.
Os exemplos poderiam multiplicar-se, mas a conclusão não mudaria: é difícil, senão impossível, ter alguma coisa para comemorar numa República que só uma certa oposição ao Estado Novo venerou, e que os seus descendentes erradamente mitificam.

NOTA de CSP: O meu avô António Pacheco fundou um primeiro jornal em 1902 com o título "O Petardo ". Estava-se em plena monarquia o meu avô era republicano activo e o jornal era cáustico para os monárquicos. Não lhe aconteceu nada.
Em 1908 fundou o " Grito do Povo " também ferozmente republicano e fora umas ameaças da "formiga branca " , ramo armado do Partido Republicano, não lhe aconteceu nada.
Em 1913, fundou "A Ordem" um semanário católico que se guiava pela Rerum Novarum e a doutrina social da Igreja e era anti-.republicano e já monárquico, por via da mudança pessoal do meu avô que perante a perseguição à Igreja - e tendo sido ele sempre católico - tinha mudado de campo. Pois aí, no 630 da rua de Santa Catarina no Porto, casa onde Camilo Castelo Branco tinha passado a "noite de núpcias" com Ana Plácido , o meu avô viu a sua casa, a redação do jornal, e a tipografia assaltadas por hordas da formiga branca, e por três vezes ele e os seus tres tipógrafos monárquicos e católicos defenderam a tiro a casa e o jornal. Isto é verdade e foi assim. Dum modo geral as revoluções " de esquerda" são mil vezes mais violentas que as de direita e não é pela oposição da direita mas pela essencia da esquerda extremista, o seu carácter intolerante, a sua pretensa omnisciência, a sua petulância cabotina feita de cobardias escondidas entre multidões ululantes.Foi o caso da república que nem comemoro nem deixo de comemorar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

QUANDO JÁ AFRONTAM ALEMÃES , QUE NOS ESPERA A NÓS?

Berlim, 04 out (Lusa) - Centenas de trabalhadores da Hochtief protestaram hoje, em Essen, contra os planos da espanhola ACS para obter a maioria das ações da empresa líder de construção civil alemã.
Paralelamente, o conselho de administração da Hochtief esteve reunido na mesma cidade para decidir as medidas a tomar contra a investida da empresa que é propriedadee do presidente do Real Madrid, Florentino Perez.
O presidente da comissão de trabalhadores da Hochtief, Siegfried Mueller, pediu ao governo de Ângela Merkel que ajude a fazer fracassar a operação da ACS, lembrando que a Hochtief é "o último grande consórcio alemão com competência para construir desde túneis até centrais atómicas".

sábado, 2 de outubro de 2010

7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 2

Aqui há tempos escrevi aqui a data da perda da nossa independência: 7 de Setembro ( lêr post desse mês com esse título ).
Para que conste:
As medidas anunciadas no dia 29 não se vão ficar por aqui.
Até ao fim do ano, é minha opinião, e aproveitando a discussão e negociação parlamentares sobre o Orçamento, veremos aprovados:
1- leis de flexibilização laborais, a começar no re-fazer dos contratos colectivos.
2- mexida nas condições de aposentação.
3-cortes em despesas de funcionamento designadamente do parque automóvel do Estado e afins.
4-cortes acentuados nas comparticipações da ADSE.
5-algumas destas medidas só poderão ocorrer num quadro de revisão constitucional o qual, por isso, deverá mudar por negociação entre os dois partidos mais votados.

Mas o curioso desta história é que :
1- Jean Claude Junker presidente do ECOFIN se abraçou de alegria a Teixeira dos Santos, mal este entrou, dia 30, no Palácio de Egmont em Bruxelas.
2- Olli Rehn, comissário europeu da economia, exigiu mais reformas estruturais até meados de Novembro.
3-José Manuel Durão Barroso dois dias antes do dia 29, declarou a situação do seu país grave e instou o governo a " dizer de forma clara, credível e rápida " como tencionava cumprir os objectivos de redução do déficit.
4-Três dias antes de 29, o secretário geral da OCDE vinha a Lisboa, e quatro dias antes Teresa Mienerman do FMI dava uma entrevista , ambos a dizerem que era indispensável fazer o que dia 29 foi anunciado.
Como disse, e independentemente do carácter virtuoso das medidads anunciadas , a soberania nacional foi metida entre-parêntesis.

O MUNDO QUE PERDEMOS

"Hoje é costume desdenhar-se o Estado-providência do século XX como Europeu e “socialista” – geralmente em formulações como: “Creio que a história registará que foi o capitalismo chinês que pôs fim ao socialismo europeu”. (…) “Socialista”? O epíteto mais uma vez revela uma curiosa ignorância do passado recente. Fora da Escandinávia – na Áustria, Alemanha, França, Itália, Holanda e outros países – não foram socialistas mas democratas-cristãos os principais responsáveis pelo estabelecimento e administração das instituições fulcrais do Estado-providência activista. Até na Grã-Bretanha, onde no pós-II Guerra o governo trabalhista de Clement Attlee inaugurou de facto o Estado-providência como então o conhecemos, foi o governo de tempo de guerra de Winston Churchill que encomendou e aprovou o Relatório de William Beveridge (ele próprio um liberal), que estabeleceu os princípios do fornecimento da providência pública: princípios – e práticas – reafirmados e garantidos por todos os governos conservadores que seguiram até 1979.” - Tony Judt, O mundo que perdemos”.

Na verdade, o que me parece sobre as medidas de austeridade que o governo tomou, depois de propositadamente deixar passar uns dias para pensar, é que:
1- O primeiro-ministro, desta vez, teve o cuidado _ é só voltar a ver os vídeos da entrevista com a laranginha judite de sousa - de nunca dizer que não haveria mais medidas; o mais que disse é que estava convencido que estas chegavam....
2- se estas chegarem para remeter o déficit orçamental do próximo ano para os tais 4.6%, ainda fica por conseguir baixar o mesmo para menos de 3% em 2013, e sobretudo, começar lá para 2015 o combate de todos os anos ir ao orçamento anual buscar mais algum para pagar a dívida externa - superior ao PIB (e da ordem  actualmente de 200 mil milhões de euros ).
3 - ou seja , se tudo correr como deve ser, os próximos dez anos serão para pagar dívidas ( aceitando-se como razoável uma permanente dívida soberana de 40 a 50 mil milhões ).
4- tudo isto dando de barato que os americanos não conseguem desvalorizar mais o seu dólar, os chineses também, e a inflação sobe para 2% ou 3% com  um período provável de recessão em toda a zona euro. Porque senão, será pior.
5- dado que vai ser preciso amealhar mais - para pagar a dívida externa que é superior ao que Portugal produz durante um ano - não é difícil adivinhar que serão necessários mais cortes.
6- como o primeiro ministro deixou em aberto, durante este período , já com outro governo ( provávelmente do PSD ou com ele ) virão cortes sobre as reformas para atacar os gastos do Estado; com os cortes à função pública "apenas" são atingidos 450 mil funcionários; com cortes identicos ( acima de rendas de mil e quinhentos euros serão uns 400 mil pensionistas) - se entretanto, como é de prever, o governo não impedir as reformas antecipadas.

Eu cá estive a pensar que, se não fosse doente, emigrava.
Mas depois pensei para onde. Para a Espanha , França, Inglaterra ou Alemanha não, porque lá ou se trabalha até aos setenta ou para lá se vai caminhar; para os outros países da europa também não, porque uns não me deixam ir para lá (os nórdicos ) e outros ameaçam pegar-se à pancada por causa das minorias ( e não me refiro aos ciganos ) e das fronteiras.
A áfrica seduz-me com aquele pôr-do-sol para o retired people (Ah!, África Minha !...com aqueles calções e aquelas botas de caça e aquela blusa caqui que ficam tão bem à Nicole Kidman que nunca lá viveu, num rancho boer que já não há... ), mas depois lembrei-me que um tipo quando vai para velho tem de cuidar dos sobressaltos do coração e isto de governos que começam sempre com revoluções militares e terminam sempre com outras populares, e andam sempre a lutar contra guerrilhas, mais tifo , cólera e ausencia geral de cuidados de saúde não é para mim.
Claro há sempre a áfrica do norte, mais limpinha, e os países árabes ,mas aí não posso ler Fanny Hill de jonh cleland, nem Lady Jane de Jonh Thomas, nem rir com a Gaiola Aberta do vilhena , os seus textos eróticos e os seus desenhos que também metem árabes e mujahedines.
Pensei na américa latina, entre cubas-livres e petróleo a esmo, caipirinhas e matérias-primas a esmo, rum das caraíbas e bananas a esmo, mas depois lembrei-me do coração: não aguenta o rítmo das revoluções dos coronéis, das grandes expectativas ( olhem para o Brasil e daqui a tres anos falamos ) e maiores frustrações - embora a coca e outros opiáceos locais ajudem, mas a gente tem de estar sempre à cuca de saber se o nosso produtor ainda está vivo.
E, helás! um insight deeply overcoming to myself : a china e a Índia, as potências do futuro! Mas porra, na china não se fala inglês nem português e lá se me vai a leitura substituída por doze horas de trabalho por dia para a educação de turistas mesmo reformados porque senão são quatorze, e na índia até posso lêr ,mas como sou alérgico aos tufos de pó que se levantam das estradas de macadame como pequenos tornados, e a até a água do ganges anda poluída quando devia ser pura....também não dá para a minha asma e o meu colon.
Sobrava a rússia mas como o primeiro-ministro Putin começou a andar zangado com o seu primeiro-ministro Medvedev ( do que os jornais portugueses ainda não falaram ) e estas coisas por lá terminam sempre à porrada.... preferi ficar cá e ir ao Porto-Benfica que aí vem onde ainda tenho hipóteses de mesmo pobre saír de lá vivo e, se , combalido, recorrer a um hospital  embora pagando, pagar pouco e ser bem tratado.
E na minha língua!, que é para eu ter o prazer de protestar, insultar  o governo que me anda a roubar e não ir preso, e declarar com a omnisciência que deus me deu, que isto só se passa neste país!, carago!