quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

couching ( empresarial )

Está na moda mais um processo de motivar os que trabalham,,,, a trabalhar mais - dizem, a "motivar " mais - para lucro da empresa empregadora e dos que para ela trabalham ; parece que dirigir é sacar mais dos dirigidos. A semântica também aqui é cara : os trabalhadores passaram a empregados e agora a colaboradores; e os gerentes, passaram a gestores, depois a administradores e agora dão pelo nome de governadores...
Por isso não espanta que os capatazes ou chefias das empresas ( agora organizações empresariais ) que utilizavam métodos de "motivação " dos trabalhadores que começaram  na ponta do chicote e chegaram , com o Taylorismo, ào punho da mão que assina o cheque , por isso não espanta, dizia eu, que os novos "capatazes" continuem na senda de novas " motivações ".
Acontece que o " target " é o mesmo de sempre: mais lucro para o dono da empresa, um bocadinho mais para o motivador, e o suficiente para o trabalhador continuar a trabalhar para os anteriores.
Tenho ódio ao comunismo, mas desagrada-me que gente inteligente, de empresários a quadros de empresas, não pense mais na função social das empresas.
Porque, entre o taylarismo e o coaching vai, apenas...., uma questão de grau. A essência da coisa é a mesma.


Recentemente vários "estudos científicos" da psicologia social, vieram "demonstrar" outra tautologia: as pessoas mais simpáticas vão mais longe na sua profissão do que as simpáticas assim-assim, e muito mais que as antipáticas!. Como o mundo anda sempre às voltas, o mesmo já  tinha sido dito...pelo filósofo/economista do séc. VIII ... Adam Smith!


Mas os mesmos "estudos" ( por exemplo da escola da Universidade de Berkley, na Califórnia ) disseram         que as criancinhas já nascem com os genes da simpatia e, por isso mesmo, são boas, ficando más  quando o meio ambiente da infância as põe más. Ora, meus caros, aqui o vosso amigo autor deste post, já em 1986 tinha escrito ( Bases Psicoterapêuticas Na Prática Clínica - edição Laboratórios BIAL ) que todos nascemos com três sentimentos básicos, a saber: a afeição, a cólera e o medo. Claro que com o tempo vamos misturando estes sentimentos entre si, e acabamos com um " portefólio" de dezenas de sentimentos. Todavia , se virmos bem, todos eles derivam sobretudo de um deles. Assim, da afeição resultam os sentimentos / base de prazer, idoneidade,amor, felicidade e esperança: e cada um destes rebenta ( como no crescimento duma árvore), em numerosos outros, que por sua vez se complexificam em muitos mais : daí a complexidade da Vida.


E com os sentimentos básicos de cólera e de medo ocorre o mesmo.


De modo que, quando nascemos,  apetrechados por capacidades genéticas básicas de afeição, medo e cólera, rapidamente vamos elaborando o que virá a ser a nossa propensão básica na vida de relação - e portanto também no Emprego!-.  E, a MOTIVAÇÃO,  ocorre preferencialmente quando o galho da Afeição e sentimentos dele derivados, crescem na árvore da Vida mais depressa que os de Medo ou Cólera....


O medo tende a ocorrer quando a criança, ainda bebé e depois disso se defronta com obstáculos e não tem "poder" para os ultrapassar e assim  releva os sentimentos ligados ao medo;
Se a crança se  defronta com obstáculos que quer remover de qualquer modo e tem "poder" desenvolve a cólera;
na ausência destas duas situações, é claro que tende a desenvolver ainda mais a afeição e sentimentos afins, como o amor.


É assim tão difícil de entender que "motivar" é sempre cultivar no outro mais amores e afins?.

Proximamente irei escrever aqui sobre o amor, coisa importante, por exemplo, para o desenvolvimento das empresas. Fica prometido.

ADESTE FIDELIS

Hoje, véspera de Natal, vamos ouvir um pouco por todo o Mundo o hino natalício Adeste Fidelis.
Aconselho todos os que não reconheçam esta música, a clicarem o seu nome, e a ouvirem  no Google as interpretações que dela fizeram josé Carreras, Pavaroti, André Boceli, ou...Ennya!
Porque, seria bom que da mesma forma que neste ano em que estamos a assistir à substituição da pacoviçe dos enfeites do Natal  pelo presépio e pelo estandarte do Menino Jesus - verdadeiros símbolos do que se festeja e da cosmovisão cristã -, também substituíssemos o jinglesbelessssssssss anglo-saxónicos consumistas, pelo Adeste Fidelis que é música clásica, sacra, e escrita em 1647 pelo maior português de sempre: o Rei D. João IV de Bragança, o Restaurador da nossa independência.
D. João foi um rei com um sentido estratégico incomum, aproveitando a guerra dos trinta anos para reganhar forças para um Portugal independente; mas foi também um enorme vulto da cultura nacional, construindo, em Vila Viçosa,  uma  das maiores bibliotecas do mundo e uma escola de música que exportou compositores para toda a Europa.
A sua filha Catarina casou com Carlos II de Inglaterra, aí introduzindo o chá das cinco.

Pois ingleses, franceses alemães e espanhois fazem questão de se apropriar do Adeste....sendo que ele é uma peça que os portugueses esqueceram  e que é... portuguesa.

Ah!..., o brio de se ser português!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

FUMOS DE GUERRA 2

A Cimeira que decorre em Copenhaga sobre as alterações climáticas, com os excessos de todos os extremismos, veio todavia dar visibilidade ao fenómeno da falta de terras para alimentar as gentes todas do planeta. Os radicais do cepticismo dirão já " lá está mais outro!".
Todavia eles não sabem que desde que há menos de dois anos o mundo se defrontou com uma enorme subida dos preços das matérias primas, e dos alimentos em especial, que os países grandes em população para alimentar e ricos em dinheiro a transbordar,  desataram a comprar as terras aráveis e  ricas dos países mais pobres:
A Arábia Saudita comprou 500 mil hectares para produzir arroz e trigo à Tanzânia ( área equivalente ao nosso Algarve ) ;
a África do Sul comprou já dez milhões de hectares na República do Congo;
Americanos e Ingleses compraram milhões a Angola, Mali, Malawi, Nigéria e Sudão;
a China comprou milhões de hectares também, nos dois Congos, na Tanzânia e Zâmbia;
a Coreia do Sul, 700.000 hectares no Sudão;
o Quatar 600.000 no Quénia;
a Índia, comprou mais de 4 milhões de hectares à Etiópia, Quénia, Indonésia, Uruguai e Paraguai;
e até o Brasil já vendeu, sobretudo à China, mais de 12 milhões de hectares .

Em termos comparativos, basta dizer que Portuagal mede pouco mais de dez milhões.

E, os sul-coreanos que compraram mais de milhão e meio de áreas de millho em Madagáscar, já sentiram na pele que isto de invadir os outros, sem tiros, mas com dinheiro, dá, na mesma, mau resultado: o povo saiu às ruas, e o presidente fugiu, para ser substituído por outro ( Andry Rajoelina ) que se apressou a anular a venda!...

Mais importante: a China que já comprou à Russia 80.400 hectares na Sibéria do sul , viu as portas fecharem-se-lhe, e virou-se para a Mongólia onde compra tudo o que pode...

( estes dados são da FAO, da ONG OXFAM,  e da norte-americana  International Food Policy Research Institute ).

Nada disto espanta para quem leu o livrinho " ENSAIO  SOBRE  O  PRINCÍPIO  DA  POPULAÇÃO", DE THOMAS MALTHUS. Está lá tudo, é só ir vêr. ( Edições Europa-América  )

É só relembrar que em 1900 eramos mil milhões à face da Terra; quando eu nasci em 1950 eramos menos de três mil milhões e em 2000 eramos seis mil milhões, estando em 2010 à porta dos sete mil milhões!