sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

SÓCRATES TINHA MAIS UMA VEZ RAZÃO QUANDO ESPREMEU O SOBA DA MADEIRA , E VOLTOU A TER QUANDO NÃO DEIXOU NENHUM DEFICIT COLOSSAL.

Os dados revelados pelo INE sobre as Contas Nacionais relativas ao 3.º trimestre põem definitivamente por terra as teses do Governo sobre o suposto desvio colossal.

Não consta qualquer derrapagem na despesa e em lado algum há indícios da despesa com o pessoal ou dos consumos intermédios estarem acima do previsto. Antes pelo contrário, o INE confirma que a despesa com remunerações das administrações públicas cai 6,9% nos primeiros 9 meses do ano e o consumo final cai 9% nesse mesmo período.

O défice acumulado no final do 3º trimestre era de 8.635 M€, o que corresponde a 6,8% do PIB. Não se compreendem assim as afirmações dos responsáveis políticos de que o défice de 2011 seria superior a 8% sem medidas extraordinárias (cf. Passos Coelho a 13 de Dezembro e Vítor Gaspar a 20 de Dezembro), porque tal implicaria que as contas públicas estariam aí sim completamente descontroladas neste 4º trimestre.

Ainda assim, há que ter em conta que o défice dos três primeiros trimestre foi muito afectado por efeitos — esses, sim — absolutamente extraordinários, como o do buraco da Madeira. O único contributo do actual Governo para a execução orçamental dos primeiros nove meses foi a criação de uma narrativa que, contrariando a promessa realizada por Passos Coelho, tentou imputar ao Governo anterior o pretexto para algumas medidas. Quanto à prometida redução de despesa, como é sabido, o Governo não teve coragem de pôr em prática nada nos primeiros meses do seu mandato

ASSIM VOLTO AO MESMO : MADEIRA DELENDA EST!.

os boys estão a ser colocados com a anuência do primeiro-ministro

Ambos, ambos, ambos

José Pacheco Pereira sobre o funcionamento interno do PSD [hoje na Sábado]:
    ‘O aparelho [do PSD] detém todo o poder e quase não há respiração fora dele. No Governo, mais do que o primeiro-ministro, funciona o ministro do aparelho em tudo o que é sensível, movimenta interesses e lugares, posiciona para o futuro. Muita gente pensa sempre com aquela complacência de achar que há quem faça e há quem seja enganado, ou não saiba, ou não conheça. No caso vertente, a formação do primeiro-ministro e do seu principal executor é exactamente a mesma. Podem ter a certeza absoluta de que ambos, ambos, ambos, sabem de tudo. Fizeram-se lá e sabem muito bem como se fizeram.’

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

COMO É QUE A EUROPA PODE ESCAPAR À IMPLOSÃO ? - uma entrevista que diz tudo sobre o estado das coisas

EntrevistaEntrevista
A lição europeia de Andrzej Stasiuk
26 dezembro 2011 Wprost Varsóvia 2

Adam Golec / Agencja Gazeta
Porque há tanta dificuldade no entendimento entre alemães e polacos? Como se reconhece um polaco? Como ajudar a Alemanha a dominar a União Europeia? O inclassificável escritor polaco dá-nos algumas pistas.
A lição europeia de Andrzej Stasiuk
26 dezembro 2011WprostVarsóvia
Adam Golec / Agencja Gazeta Comentar 2
Text largerText smallerSendPrintPorque há tanta dificuldade no entendimento entre alemães e polacos? Como se reconhece um polaco? Como ajudar a Alemanha a dominar a União Europeia? O inclassificável escritor polaco dá-nos algumas pistas. Excertos.

Tomasz Machała


TOMASZ MACHALA: Na Polónia, que peso tem a palavra "Alemanha", em termos de emoções negativas?

ANDRZEJ STASIUK: Grande, a começar pela etimologia da palavra "alemão" [Niemiec, em polaco], ou seja, alguém mudo [niemy], com quem não se pode comunicar, devido à sua linguagem incompreensível. E há montes de ditados do tipo, "Por mais que o mundo envelheça, o alemão nunca será irmão do polaco"; ou a imagem popular do diabo na pele de alemão. Podiam ser acrescentados outros exemplos. Há muito tempo que esta palavra tem um peso enorme, difícil de aliviar ao fim de tantos séculos.

Apesar da União, apesar dos subsídios, apesar da ausência de fronteiras?

Realmente, eles tentaram e continuam a tentar – digo-o sem ironia e com estima. Este peso é tão grande que subjuga uma geração que, em princípio, devia estar livre do trauma histórico. A minha filha, quando andava no terceiro ou quarto ano do básico, recitou a um alemão nosso amigo a letra de Rota [canção patriótica polaca], que inclui a frase: "Os alemães não nos irão cuspir na cara." Não o fez obviamente de má-fé. De todo. Quis agradar ao nosso convidado, citando o único verso que sabia sobre germanidade. Albrecht ficou siderado e não queria acreditar que ainda continuássemos a ensinar isso na escola. Pois a verdade é que continuamos.

Na Alemanha, acontecerá o mesmo com a palavra "polaco"?

Não sei. Mas mesmo que aconteça, são demasiado bem comportados para o patentearem. No entanto, acredito francamente que a relação dos alemães em relação a nós é tão complexa como a nossa em relação a eles. Só que camuflada. Mantêm-nos um pouco afastados da sua consciência.

Um polaco na União Europeia é um parceiro igual ou alguém inferior?

É cada vez mais difícil diferenciá-lo na rua através da indumentária ou do comportamento. Há um mimetismo transeuropeu. Mas para um olho treinado, os traços antropológicos permanecem evidentes. O indelével rosto eslavo. Antes, quando falava na rua, o polaco tendia a baixar a voz, o que já não acontece hoje. Pelo menos em Berlim. Mas Berlim não é Alemanha, é a Torre de Babel.

O que faz ele em Paris, Hamburgo, Londres ou Roma?

Há alguns anos, na Praça de São Pedro, em Roma, reconhecia os compatriotas sem hesitação, especialmente os do sexo masculino (manifestamente mais rígidos em termos de imagem): calções pelo meio da barriga da perna e sandálias com meias; barriga protuberante; bigode e, imprescindivelmente, uma câmara de vídeo. Penso que a divisão entre antiga e nova União ainda tem bastante que dar.

Essa antiga União tem alguma coisa a aprender connosco?

Não fomos nós que os recebemos, foram eles que nos incorporaram. Na condição de nos tornarmos como eles, ou pelo menos tentarmos. Não há reciprocidade. A ideia de "como somos" não lhes interessa, só querem é que não os perturbemos muito. Pessoalmente, isso não me incomoda. À margem, temos mais liberdade.

Teme uma dominação alemã? Uma hegemonia de Berlim?

Quando há um grupo, tem de haver uma parte que é dominante, sem dúvida. Claro que os polacos preferiam desempenhar esse papel, mas tal como a situação se apresenta, vai ser a Alemanha a dominar. Já tentámos detê-la com um Tratado de Versalhes e sabemos no que deu.

A dominação é necessariamente nociva e perigosa?

O segredo está na arte de incitar os dominantes a "bem dominar". Durante muito tempo, isso aconteceu: a sua má consciência, a sua história e a sua culpa fizeram com que tentassem dominar com suavidade. Os "malvados alemães" tornaram-se "bonzinhos", e isto sem ironia da minha parte. Mas como convencê- los a continuar essa "boa dominação"? Devia ser a Europa toda a garantir que assim acontecia. Eles têm necessidade de ser os melhores em tudo, e o que é preciso é encaminhá-los para uma boa liderança. Por outras palavras, eles precisam, como dizê-lo, de uma certa vigilância.

Para si, a União vale mais ou menos do que o Estado-nação?

A União é um sistema administrativo. Veja, eu escrevo livros, textos. A minha ferramenta é a língua, é a perspetiva pela qual encaro o mundo. A União não é uma realidade completa, não há uma "língua da União". Esse é um primeiro elemento. Em segundo lugar, penso na história. Há, naturalmente, uma história universal, ou uma história da Europa. Mas mostre-me alguém de bom senso que se identifique com essa história mundial. Temos histórias distintas, que nos definem da mesma forma que a língua. Todas as conversas sobre a "casa comum europeia" soam maravilhosamente, é claro – mas são propaganda.

De onde vem a sua admiração pela Alemanha?

Admirar... Sempre as palavras grandiosas. A Alemanha agrada-me por contraste, é um mundo oposto ao nosso. Senti-me lá bem para pensar sobre história, civilização, todas as superioridades e inferioridades. A Alemanha sublimou de uma maneira muito interessante a minha “polonidade”, que normalmente não me preocupa. No entanto, quando estava na Unter der Linden ou na Potsdamer Platz, isso vinha ao de cima. Não admiro a Alemanha. Gosto apenas de ir lá de vez em quando e ver como captamos e ordenamos as questões.

A Europa devia ser mais como a Alemanha: organizada, trabalhadora, cuidada, cumpridora da lei?

E depois servia de exemplo para quem? Não, não lhe podemos fazer isso. Não, a Europa é a diversidade. É inacreditável que nesta pequena península, na ponta da enorme Eurásia, tenham surgido tantas nações, idiomas e culturas. Peço-lhe que olhe para o mapa para ver essa Europa tão pequenina. E então? O próximo passo deve ser a Escandinávia com o seu idílio social? Não. A Europa devia ser mais grega. A prosperidade e a tranquilidade matam-na.

Antigamente, ela existia, porque sabia assumir riscos, partir para o mar para fazer fortuna. Hoje, limita- se a acumular e temer perdas. Não me reconheço em Estados nacionais. Aliás, não me reconheço em Estado nenhum. Para mim, a língua é obviamente primordial. A Polónia sobreviveu a partições e ocupações graças à língua, graças à cultura. A religião também tem sido um elemento bastante importante na afirmação da consciência nacional. A Igreja Católica substituiu o orçamento, o exército e os impostos. Atualmente, tenta fazer outra vez um pouco a mesma coisa...

Mas o que me parece mais importante é a existência de um sentimento de singularidade, de unicidade, pelo qual valha a pena fazer sacrifícios. Caso contrário, porque não tornarmo-nos alemães por conveniência, russos por fantasia, ou judeus para contrariar toda a gente? Essa tal "polonidade" é seguramente uma espécie de sentimento de superioridade. Não acha? Sim, um sentimento de superioridade. Claro que não justificado. Mas, não deixa de o ser.

Teme que a Alemanha se torne um Estado perigoso?

Sim, e isso é bom, porque o meu país é melhor quando alguém o ameaça. Segura e despreocupada, a Polónia é menos animada e um pouco mais inexistente. Quando, porém, um nacionalismo lhe bate à porta, melhora imediatamente, ganha alma e recupera o vigor. Portanto, longa vida para o nacionalismo alemão. O que não significa que não devamos permanecer vigilantes.

domingo, 25 de dezembro de 2011

sábado, 24 de dezembro de 2011

QUE PAÍS ESTE!

O QUE OS CHINOS NOS ROUBAM

Eólica flutuante da EDP já está no mar

Veja aqui em primeira mão o momento em que o Winfloat foi rebocado da doca da Lisnave, em Setúbal, para o alto mar, na Aguçadoura - Póvoa de Varzim. Este é um projeto único no mundo totalmente feito em PortugalVítor Andrade (www.expresso.pt)  



Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/economia#ixzz1hSsn4obV

COMO SÓCRATES DISSE TODOS OS PAÍSES TÊM DÍVIDAS

Japão é o país com a maior dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), com um nível superior a 220%, mas essa dívida de 11,6 biliões de dólares (11600 mil milhões) é em 90% detida por japoneses (bancos, empresas e aforradores locais).
A lista dos maiores devedores, em termos líquidos, é encabeçada pelos Estados Unidos, com um saldo negativo de mais de 3 biliões de dólares, como se fosse a imagem invertida do Japão. O que representa 21% do PIB norte-americano. Em segundo lugar, surge a Espanha com um saldo negativo de 1,2 biliões, o que representa 91% do PIB espanhol. Nas posições seguintes, abaixo de 800 mil milhões, estão Austrália, Brasil, Itália, Reino Unido, México, Grécia, França e Polónia.

O MÊS DE TODAS AS POSSIBILIDADES...e BOM NATAL!

Em Janeiro que aí vem , lá para o dia 4 - mais dia menos dia - vamos receber mais uma revoada de (novas) notícias decididas ante-ontem em conselho de ministros e a cuja divulgação o mesmo nos poupou na época natalícia. Por isso regateiem a gula do bolo-rei...
Mas é sobretudo em Fevereiro que tudo é possível: quando a ESPANHA e a  ITÁLIA tiverm de ir "aos mercados" pedir mais de 100 biliões e isso ocorrer em conjugação com um conjunto de factores políticos a começar com eleições em países vitais para o euro.
Por isso, o melhor Natal que fôr possível para todos, do vosso  Zé Pacheco.

O DIABO ESTÁ SEMPRE NOS DETALHES....

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estaria a pressionar o comité de credores privados da dívida grega a aceitar um “corte de cabelo” (hair cut, na designação técnica) que poderá chegar aos 65% do valor líquido atual dessa dívida, segundo noticiou a agência Bloomberg na quinta-feira.
Um corte dessa dimensão no valor líquido atual em mão de credores privados significaria um abate de mais de €130 mil milhões nos €206 mil milhões em dívida a privados. Os restantes €70 mil milhões seriam trocados por novos títulos com um cupão de 5%, que se regeriam pela lei inglesa, e teriam o mesmo estatuto de senioridade que as dívidas de Atenas à troika de emprestadores envolvidos nos dois planos de resgate.
Recorde-se que o hedge fund Veja Asset Management saiu, recentemente, da negociação por não aceitar um “corte de cabelo” superior a 50% no valor líquido atual.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

22 /12/2011 - O DIA DE TODAS AS DESGRAÇAS

A QUOTA DE MAIS DE 20% QUE OS PORTUGUESES DETINHAM NA EDP FOI VENDIDA AO ESTADO COMUNISTA CHINÊS ( a empresa três gargantas é do Estado Comunista ).
1 Desta forma o governo portugues permite a continuação do cerco chinês à Europa.
2. Desta forma aliena interesses geopolíticos no Brasil e na Alemanha.
3. Deste modo permite a transferencia da melhor tecnologia em renováveis para a china que só agora está a começar com elas.
4. Desta forma permite a entrada pela porta dos fundos, da china nos USA dado que a EDP dispõe do maior parque aeólico na américa.
5 . Deste modo foi , mais uma vez enganado, porque a promessa de 8 mil milhões de financiamentos chineses em novas empresas ou investimentos na EDP é meramente virtual se os chineses com isso não dominarem completamente a empresa multinacional portuguesa.
6. Deste modo cria condições para aumentos na facturação energética dos lares portugueses que não estavam previstos.
7. Deste modo transforma Portugal num alvo bélico dos chineses na inevitável guerra qua aí vem, alienando os naturais aliados.
8. Deste modo mostra o governo do meu país que só tem um ministro - o que já se suspeitava . O Víctor das Finanças, o único que em conselho de ministros disse o que aqui fica escrito e votou vencido.
8. Deste modo redobra no orgulho nacionalista os chinos que aqui , na Varziela, nos roubam descaradamente e iniciam a introdução da mafia chinesa.
9. Deste modo animam as hostes dos nacionalistas portugueses que vão começar a passar à acção anti-.chinesa.

Se eram estes os objectivos, então PARABÉNS GOVERNO! 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

SINAIS....

Crise do euro

Reino Unido prepara-se para salvar os refugiados do Eurogedão

19 dezembro 2011
Presseurop
The Times, 19 dezembro 2011
Com as agências de notação de crédito a avisarem que o acordo a que chegaram os líderes da UE, na cimeira do início do mês, em Bruxelas, pode não salvar o euro do colapso, o Sunday Times revelou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico está a traçar planos para a retirar de Espanha e de Portugal centenas de expatriados britânicos, no caso de o sistema bancário destes dois países falir.
Cerca de um milhão de cidadãos britânicos vive em Espanha e em Portugal são cerca de 50 mil.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros está preocupado com os emigrados que investiram as suas poupanças nos países de adoção e que podem ficar desamparados, sem conseguirem levantar dinheiro e em risco de perderem as suas casas se os bancos exigirem o pagamento total dos empréstimos
Fontes do Ministério revelaram que está a ser encarado um “cenário de pesadelo” com milhares de britânicos sem dinheiro a dormirem em aeroportos sem meios para voltarem ao seu país de origem.
Entre os planos que estão a ser discutidos está a possibilidade de envio de barcos e autocarros para a região, bem como a possibilidade de conceder pequenos empréstimos a esses cidadãos em dificuldades. Apesar de Portugal e Espanha terem um sistema de garantia de depósitos bancários com cobertura total até ao montante de 100 mil euros, “os bancos limitam os levantamentos para impedirem as pessoas de pegarem em todo o seu dinheiro e saírem do país”.
Segundo uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros estes planos são
baseados na experiência de outras grandes evacuações, como por exemplo, a que foi levada a cabo em 2006 durante a guerra entre o Hezbollah e Israel, altura em quee o Reino Unido enviou navios para evacuar os expatriados do Libano.
Parece uma história de terror, mas deve ser levada a sério” escreve El Mundo, num cenário que “fez soar o alarme na comunidade britânica que vive no nosso país, sobretudo em Marbelha e Málaga”. O diário de Madrid sublinha que tais revelações coincidem com a baixa de notação de 10 bancos espanhóis, decidida pela agência Standard & Poor’, e lembra ainda que a maior parte dos expatriados britânicos que vivem em Espanha são reformados que enterraram as suas poupanças em residências na zona costeira e que “foram grandemente afetados pelo rebentamento da bolha imobiliária.

sábado, 17 de dezembro de 2011

E , MESMO ASSIM, A CULPA TEM DE SER DO SÓCRATES

FMI diz que crise está a “escalar”. A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, disse hoje que a crise não pode ser resolvida por “um só grupo de países”.
A crise está a “escalar” e tem de ter uma resposta global, disse hoje Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, no Departamento de Estado, num evento sobre a participação das mulheres em postos da administração pública.
Ainda segundo a responsável do FMI, esta crise não pode ser resolvida por “um só grupo de países”. Acrescentou, ainda, que “o risco de um ponto de vista económico é a retração, o aumento do protecionismo, e o isolamento”, tendo concluído o cena´rio deste modo: “Esta é exatamente a descrição do que aconteceu nos anos 30 e o que se seguiu não é algo que andemos à procura”.
Começar pela zona euro
Sobre por onde começar, Lagarde foi explícita: “Claramente tem de se iniciar [o ajustamento] pelo núcleo central da crise neste momento, que está obviamente nos países europeus, e em particular nos países da zona euro”. Alertou, no entanto, que há uma questão que tem de ser resolvida nestes países que são democráticos: os processos democráticos, por vezes, tornam difícil a resolução rápida do problema, havendo um choque entre as expetativas dos mercados e a realidade política.

ESTADOS UNIDOS CORTAM CRÉDITO À EUROPA

O presidente da Reserva Federal norte-americana garantiu dia 14 de dezembro a senadores republicanos que não tenciona lançar ou participar em medidas adicionais de resgate a instituições financeiras ou países europeus.
A Reserva Federal (Fed) disse quarta-feira (14 de dezembro), à porta fechada, a senadores Republicanos no Capitólio, em Washington, que não haverá envolvimento adicional direto ou indireto na crise da dívida soberana e bancária europeia.
Segundo participantes Republicanos afirmaram, depois, junto dos media norte-americanos, Bem Bernanke, presidente da Fed, terá referido que o banco central não tenciona ir para além do que já tem em campo em relação à crise da zona euro.
A Fed reanimou as linhas de swap em dólares em maio de 2010 que têm permitido ao Banco Central Europeu fornecer liquidez em dólares ao sistema bancário da zona euro. Ainda, recentemente, mais um acordo entre seis bancos centrais do mundo tomou medidas adicionais de facilitação desse mecanismo.
Bernanke terá reafirmado a posição dos EUA de não canalizar empréstimos adicionais para o Fundo Monetário Internacional (FMI), como processo indireto de facilitar recursos para uma intervenção massiva na crise da dívida da zona euro.
Alguns analistas sublinham que a Fed poderá dispor de mais um mecanismo indireto de intervenção na crise da zona euro, através de empréstimos a sucursais de bancos norte-americanos na Europa.
A estratégia de intervenção na crise da dívida da zona euro através do FMI tem-se toldado. Não só devido às posições públicas dos EUA, Japão e Canadá, como nas próprias hesitações e guerras intestinas entre os próprios proponentes do mecanismo, o que deixa os analistas fora da Europa ainda mais espantados e céticos.
O jornal alemão Süddeutsche Zeitung adianta que a chanceler alemã Ângela Merkel e o governador do Bundesbank Jens Weidemann terão declarado que o banco central alemão só participará com €45 mil milhões na estratégia de empréstimos bilaterais ao FMI num montante até €200 mil milhões acordada na última cimeira, se um número razoável de países não membros da União Europeia participar.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CHINA DELENDA EST!

Como há muito venho avisando, vai ser ( é da História ....) por causa das contradições de classe ( sim , assim mesmo com esta terminologia comunista ) que a China vai lançar-se em guerra. Na verdade , como aqui há três meses mostrei num vídeo ( também da BBC) a falência da indústria numa cidade próxima de Xangai onde toda a gente devia a toda a gente, a china com mais de 100 línguas diferentes e dezenas de etnias é potencialmente ingovernável como uma nação una. Porque nunca o foi, nem é.
E quando o medo do politburo do PC chinês perceber que o seu poder está a romper pelas costuras sociais , aí vai ser tentado a arranjar sarilhos com os vizinhos.
Para que conste, estes não esperam outra coisa pelo que é natural que de Singapura à Austrália, ou da Indonésia às Filipinas nenhum país da zona gaste menos de 6%do PIB em armamento . Certamente não vai ser para estrelar no S.João.Vejam, que vale a pena ver e ler, a reportagem da BBC World "INSIDE CHINA'S LAND REVOLT" sobre como o PCC perdeu controlo sobre os pescadores da aldeia WUKAN, no Sul da China, em rebelião contra autoridades corruptas que confiscaram terras para a especulação imobiliária.
Quem disse que o povo chinês continuará a deixar-se amordaçar?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

GUERRA À VISTA

por Sérgio Lavos


Há meses que se vêm multiplicando opiniões e artigos repetindo a mesma ideia: as acções de Merkel e de Sarkozy estão a levar ao fim do Euro e, na pior das hipóteses, da integração europeia. Há quem sugira até que a paz do continente, construída sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial, também está em risco. Basta olhar para a História para se perceber que não será uma ideia completamente absurda. A ascensão de Hitler na Alemanha foi precedida por uma instabilidade política crescente na Europa e por uma crise financeira de proporções mundiais, semelhante à de 2008. A instabilidade social será cada mais acentuada e as convulsões políticas irão suceder em catadupa. Isto numa área geográfica onde continuam a existir países - a Espanha, a Itália, a Bélgica, as nações da antiga Jugoslávia - assentes em frágeis uniões políticas de povos e culturas muito diferentes. Um barril de pólvora.

Mas Merkel não quer saber disso. A Alemanha - e o seu superavit - vai crescendo à conta dos défices dos países em dificuldades (sobre o tema, ver este esclarecedor artigo de Paul Krugman). A crise, de natureza sistémica, alastra progressiva, inevitavelmente, sem poupar economias fortes e consolidadas. A culpa não é, definitivamente, dos PIIGs. Nem sequer das dívidas públicas ou dos défices dos Estados. As agências de notação, como Helena Garrido faz notar neste artigo, já perceberam qual a origem da doença e ameaçam baixar a classificação dos países mais ricos da UE. O problema já não é financeiro, muito menos económico. É político. Como sempre foi, de resto - a economia não é uma entidade independente da vontade dos políticos, das decisões que os Governos tomam. Não adianta colocar tecnocratas não-eleitos nos países mais facilmente controláveis. Mais cedo ou mais tarde, as contradições de um rumo errado e perigoso irão bater à porta dos seus responsáveis.

O problema da União Europeia é simples: Merkel e Sarkozy, estranhamente recordando alianças franco-alemãs de outras eras. Não queria ir ao ponto de comparar esta dupla com a dupla Hitler-Pétain. No fim de contas, Merkel e Sarkozy foram eleitos democraticamente (sim, eu sei que Hitler também foi). E, dentro de pouco tempo, serão os dois corridos do lugar que ocupam. Mas as semelhanças não deixam de ser extraordinárias: um líder alemão forte e um francês fraco, que capitula perante a vontade e o poder germânicos, apesar de, potencialmente, a França ser tão importante como a Alemanha no mapa mundial. Se, durante algum tempo, poder-se-ia pensar que a condução desta dupla era simplesmente incompetente, agora podemos ter a certeza que as decisões são intencionais, têm um objectivo bem definido: os bancos alemães e franceses continuam a lucrar com as crises dos periféricos e com as regras de funcionamento do BCE, que impede que os países possam obter empréstimos directos a 1%, e as economias dos dois países são robustas. Os dois pouco têm a perder, qualquer que seja o desfecho da crise: se o Euro sobreviver, acontecerá sempre sobre o diktat alemão; se a moeda única desaparecer dos países incumpridores, e ficar restringida a um núcleo duro no Norte e Centro da Europa, melhor, acabam-se os problemas com os "indisciplinados do Sul"; e, se tudo implodir, incluindo a UE, das cinzas se reerguerá uma moeda alemã fortíssima.

Não, não é erro, não é uma desastrosa condução da crise; é intencional, deliberado, uma jogada de génio na óptica dos interesses franco-alemães. Criminoso. Os países mais fracos já deveriam ter começado a fazer o que se impõe: recuperar a soberania e, sobretudo, o orgulho nacional. Tem de haver limites para a humilhação que um país e o seu povo podem sofrer.

Adenda: Este texto de Luís Menezes Leitão fez-me lembrar de alguém que deveria ter estado no meu pensamento ao escrever o post. Não esteve porque politicamente é inexistente, esta figura. Chama-se José Manuel Barroso, e parece que é presidente de um qualquer órgão importante na UE. Portanto, temos um Coelho que amocha por cá e um Cherne que se cala e anui por lá. Nunca a expressão "membro passivo" se aplicou tão bem a um país, o nosso belo Portugal.

NOTA DE C.S.P. - Nas sociedades hodiernas é muito importante a informação. Por isso tenho feito o possível para publicar neste blogue o que de mais importante para Portugal acontece no mundo e nunca é tratado nos media portugueses. Isto, porque é com múltiplas fontes de INFORMAÇÃO que podemos construir o CONHECIMENTO. E é com o conhecimento que - através da cognição com todas as suas funções psicológicas incluindo a intuição - que  podemos PREVER. Mas prever não chega para seres pensantes : é importante prever ou antecipar para , em vez de termos de REAGIR podermos PROAGIR , ou seja, agir por antecipação.
Vem isto a propósito do que aqui tenho vindo a explanar. Portugal tem um PIB per capita anual para a defesa que ronda os 2.5%. È muitíssimo e com blindados e F-16 não nos defendemos de ninguém. Mas Portugal pode apenas com entre 0.5 a 1% do PIB construir um poderosíssimo exército de guerrilha efectivamente dissuasor para qualquer dos óbvios potenciais inimigos : basta que eles saibam que entram à vontade mas provavelmente vão sair na horizontal com os dois pés para a frente.

Acontece que os actuais ministros da defesa e dos estrangeiros têm medo de tocar neste assunto que envolveria o despedimento de centenas de oficiais generais dos três ramos das forças armadas: nenhuma força de guerrilha vive de oficiais de pantufas!

Por isso , porque aqui já expliquei o óbvio que, de resto, não é preciso inventar porque existe na Suíça ( que há duzentos anos não conhece guerras graças a isso ) e em Israel, é com raiva que chamo estúpidos e cobardes aos ministros das pastas supra-citadas.

Mas também, a nível individual muitos de nós - infelizmente não todos - podem preparar-se para o que aí vem. Será muito grave que o não façam e pior se o não fizerem  por culpa do nosso governo.

JÁ ESTAMOS NA FASE EM QUE A PALAVRA GUERRA DESENCADEIA O PÂNICO DE CARREGAR LOGO NO GATILHO....

A Dow Jones Wires lançava pela hora de almoço de terça-feira (6 de dezembro) um aviso de que “Hu, [o presidente], da China, ordena Armada para se preparar para combate”.
O que caiu como um bomba nos ecrãs dos traders e rapidamente se estendeu como uma epidemia nos repetidos tweets lançados àquela hora por analistas. As palavras chave com que o aviso começou a ser reproduzido abarcavam “2011″, “China”, “Índia” e “guerra” (em inglês). Uma mistura explosiva.
A calma regressou, no entanto, sete minutos depois. O despacho era mais completo do que o aviso. O presidente chinês Hu Jintao discursava perante a Comissão Central Militar referindo que a Marinha deve “acelerar a sua transformação e modernização e realizar preparativos prolongados para combate militar no sentido de dar maiores contributos para a salvaguarda da segurança nacional”. Em suma, nada de iminente.
Os traders respiraram de alívio – já bastara a Standard & Poor’s ontem com o aviso aos 15 da zona euro e o menu de união orçamental de Merkel e Sarkozy irritando cada vez mais os britânicos e apertando a malha aos países periféricos insolventes.
Em abono da verdade, a Dow Jones Wires deve ser perdoada – a agência oficial chinesa Xinhua fora a culpada, pois traduzira simplesmente aquela frase do discurso do presidente destacando que a Marinha chinesa “deveria fazer preparações para a guerra”.

Os americanos (psiquiatras) introduziram há seis anos uma palavra nova ( neologismo) que passou a fazer carreira em todo o mundo: fulfeelling prophecy.
O que esta  expressão quer dizer é que , pelo facto de alguém pronunciar o anúncio de alguma coisa , isso vai mesmo acontecer. Assim , por exemplo, se um psiquiatra declara enfaticamente a uma sua paciente que o casamento dela vai terminar mal , está por esse facto a induzir comportamentos agressivos na mulher contra o seu marido que irão provavelmente descambar em divórcio; da mesma forma quando as agências de notação de risco dos países anunciam que a França ( ou Portugal ) estão prestes a baixar de triplo A , issso provoca nos agentes económicos uma exigência de juros mais altos permitindo que a França ( ou Portugal ) se fragilize e , portanto os piores indicadores económicos justifiquem que as tais agências de rating baixem ( com gozo ) as notações dos países.

Ora é este mesmo mecanismo que se usados por  especialistas de geopolítica  quando publicamente prognosticam uma guerra ( seja de divisas, seja de proteccionismos económicos  seja militar , a estão efectivamente a construir ).

Infelizmente estamos já mergulhados numa guerra de divisas, iniciamos uma guerra protecionista um pouco por toda a parte e , agora , só falta mesmo a bélica. Podem crer que ela vem mesmo aí. E aí só lamento que Portugal - o meu país - não se prepare para ela : como aqui postei há uns seis meses apostando num exército de guerrilha como o da Suíça ou o do início do Estado de Israel. Mas este governo vale o que vale o que é a nossa maior derrota.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

86.000 euros em vez da vespa.....!

 
 
O momento em que o Vespinha do CDS acompanhado dos colegas que não quiseram deixar de estrear a máquina recebia o seu novo bólide.

sábado, 26 de novembro de 2011

PERDI

perdi as eleições para o RANCHO DA PRAÇA de vila do conde. O mais antigo rancho do do país  - como a Misericordia é a mais antiga do país, com 5002 anos de existência.
Parabéns ao josé carlos lourenço que vai ficar à frente dele por mais três anos. Que lhe multiplique o fervor, que lhe quadriplique o fulgor, que lhe pentaplique o saber estar no povo, com o povo e a favor do povo vilacandense mas sobretudo o das CAxinas. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MERKEL E SARKOZY COMEÇAM A SEPARAR-SE

Euro

Quem teme a Alemanha? / 4

O “Nein” de Merkel está a destruir a UE

24 novembro 2011
Berlim
"!??! Às suas ordens, senhora".
"!??! Às suas ordens, senhora".

Sozinha contra todos, Angela Merkel recusa-se a reforçar o papel do BCE e as obrigações europeias. Mas, mesmo na Alemanha, alguns especialistas alertam contra a sua obsessão pela disciplina, que pode semear o caos em toda a Europa.
A cenoura e o pau, eis em resumo as propostas da Comissão Europeia perante a crise da dívida soberana. A cenoura são obrigações a uma taxa comum a todos os países da zona euro, aquilo a que se tem chamado "eurobonds", visando criar uma forma de responsabilidade partilhada.
O pau é o reforço dos controlos e das sanções contra os endividados. Com um programa destes, era de acreditar que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, marcasse pontos mesmo junto de Angela Merkel.
Voltou a falhar. Apesar de rebatizar as obrigações europeias para "obrigações de estabilidade" e mesmo a cenoura só sendo entregue depois de engolida a pílula amarga do plano de austeridade, Berlim continua a responder com um não rotundo.
Angela Merkel começou por achar “deslocado” discutir-se as obrigações europeias. No entanto, foi ela a própria a encomendar um estudo de viabilidade na matéria. A questão é agora tanto mais oportuna quanto os mercados atacam não apenas os Estados devedores, mas também países como a Áustria e a Holanda. Interessa absolutamente à Alemanha proteger esses importantes parceiros.

Muitos culpam a Alemanha

No entanto, só a regra e a disciplina contam, aos olhos de Angela Merkel. A Chanceler de Ferro faz orelhas moucas aos argumentos de economistas cada vez mais numerosos, para os quais a resolução da crise passa por dois elementos: as obrigações europeias e o apoio do BCE na compra da dívida.
Com a sua atitude, Angela Merkel não se expõe apenas a novos debates acesos com Durão Barroso, que há muito vem lamentando a indecisão da Alemanha face à crise. A Alemanha arrisca-se também a ficar cada vez mais isolada. Angela Merkel já não conta com um punhado de apoiantes em Paris, Haia e Helsínquia.
O Presidente francês já se distanciou na questão do BCE e a Alemanha dá agora o flanco a novos ataques: o orçamento para 2012 está muito aquém de corresponder à política de rigor pregada pela chanceler. Pela primeira vez, na quarta-feira, os mercados começaram a expressar dúvidas sobre a notação da Alemanha e não acorreram a comprar as suas obrigações, habitualmente tão requisitadas.
Além disso, diversos sinais indicam que a crise da dívida continua a agravar-se. Se a zona euro vacilar e Angela Merkel bloquear todas as tentativas de recuperação, muitos dirão que Berlim é culpada – e com razão.

mais um banco - desta na Lituânea

Bancos

O “crash” que faz tremer a Lituânia

25 novembro 2011
 
Veidas, 25 novembro 2011
Jogadores azarentos ou vítimas?” interroga-se em manchete a revista Veidas, relativamente aos acionistas do banco Snoras, o lituano Raimondas Baranauskas e o russo Vladimir Antonov, proprietário, entre outros, do clube de futebol britânico de Portsmouth. Os dois homens foram detidos no dia 24 de novembro em Londres, a pedido das autoridades lituanas, que investigamo crash do Snoras, o quinto banco do país. São acusados de terem desviado 3400 milhões de litas (cerca de mil milhões de euros) do banco e 100 milhões de lats (cerca de 144 milhões de euros) da sua filial letã Latvijas Krajbanka, sexto banco da Letónia. Arriscam-se a dez anos de prisão.

O Snoras foi nacionalizado no passado dia 17 de novembro – um feito inédito na história da Lituânia pós-soviética, frisa a Veidas   – , devido à descoberta de buracos nas suas contas. Iniciou um processo de falência, contestado pelos representantes dos clientes do banco, segundo os quais este não é ”nem transparente, nem justo, nem
racional”, informa a revista. A Letónia abriu, por sua vez, uma investigação sobre o Krajbanka e suspendeu as suas operações, antes de anunciar a sua provável liquidação.
Estes comunicados provocaram uma corrida por parte dos clientes aos balcões do Snoras e do Krajbanka para levantarem as suas poupanças.

vindo de um jornal alemão dá que pensar

Quem teme a Alemanha? / 5

A nossa família terrivelmente linda

25 novembro 2011
Hamburgo
Krauze
Pais severos, ovelhas negras e amor implacável: esta é a família europeia. E, para o jornalista do Die Zeit que lhe traça o retrato, este modelo histórico de solidariedade deverá ser defendido. Excertos.
Todos os cenários parecem possíveis na Europa de hoje: colapso, rutura, decadência ou renascimento. Enquanto uns falam do desaparecimento do euro, outros evocam um reforço da integração. Entretanto, hoje assistimos ao fim da solidariedade ou, pelo contrário, a um aprofundamento impar dos laços europeus através de empréstimos comuns ou da intervenção do BCE?
Nunca estivemos tão próximo de uma política interna europeia. Em Espanha, em Itália e na Grécia os novos líderes terão um papel muito mais importante para a Alemanha do  que a nova Grande Coligação em Berlim. Esta repentina proximidade não está isenta de perigo como o testemunha desajeitada lengalenga chauvinista de Volker Kauder sobre o domínio da Alemanha ou a agressividade das reações de Londres. Toda a gente sente que a Europa chegou a um ponto de viragem. É o momento de nos interrogarmos sobre o sentido das coisas.

Receio pelos vizinhos, não receio dos vizinhos

Para tal, convém distanciarmo-nos alguns milhares de quilómetros. A cena passa-se num café de Lahore, no Paquistão. Depois de ter ouvido as perguntas do visitante alemão, o paquistanês começa a questionar a sua vergonha do seu país. Há um assunto que lhe interessa especialmente. Os alemães não têm fama de serem bons engenheiros? Têm. Não são capazes de construir armas muito boas? Sim, talvez. “Então, porque é que não têm a bomba atómica? Os franceses e os ingleses têm. Como podem aceitar que outros a tenham e vocês não?”.
Para este paquistanês, o facto de a Alemanha não se preocupar minimamente em se apetrechar com armas nucleares é uma aberração. Para ele, o vizinho que tem armamento nuclear é o inimigo hereditário, a Índia. Para nós, é a França e nós não queremos saber do seu arsenal nuclear para nada. Não nos preocupamos com as armas da França mas sim com a sua notação e o que nos aflige não é vê-la subir mas sim descer. Este comportamento é consequência de muitos séculos de história. Para 90% da Humanidade, um tal ambiente político revela-se impensável.

Castigo-te para o teu bem

Na política pós-heroica, pobre em hormonas, desenvolvida pelos europeus nas últimas décadas é muito mais do que a consequência de um passado guerreiro. Trata-se de uma nova maneira de viver em conjunto, de ligar os povos e os Estados. Hoje, a crise atira esta experiência para um novo terreno: a economia e a finança. Para descrever esta forma de vida comum há uma imagem muito sábia, sentimental e Helmutkohlesca, mas perfeitamente adaptada: a Europa é uma família.
Por família entendemos a formação de ligações naturais de solidariedade que não podem ser revogadas pela força, mesmo em caso de má conduta. Dito de outro modo, nenhum erro de gestão pode fazer da Grécia uma estranha.
No entanto, todas as famílias têm as suas próprias formas de pressionarem moralmente as suas ovelhas negras ou os primos alcoólicos para os obrigarem a fazerem uma cura de desintoxicação. Também não é agradável estar dependente dos pais, coisa que pode ser até muito mais desagradável do que estar dependente do banco. A mistura tão característica de bondade e brutalidade com que Nicolas Sarkozy e Angela Merkel trataram os chefes de Estado endividados, durante a cimeira de Cannes, é igual à forma como alguns pais castigam os filhos “para o seu bem”. E não há filho que goste de tal coisa.

Preguiçosos do Sul, britânicos egoístas, alemães dominadores

O modelo familiar acrescenta também um elemento a que podemos chamar o fim da diplomacia. De facto, uma família constitui um espaço relativamente informal: não nos sentimos obrigados a ser polidos. Ora, é forçoso constatar que as relações entre os países europeus são cada vez mais diretas.Por muito infelizes que sejam as várias saídas sobre os preguiçosos do Sul, os britânicos egoístas ou a megalomania dos alemães,  todas elas são sinal de uma crescente intimidade.
Desde há muito tempo que todos se metem nos assuntos uns dos outros, mantendo a mão nos cordões da bolso e o pé no pedal do travão. Tudo isto pode causar danos graves nas relações entre os diversos membros. Não se trata, no entanto, de um regresso aos velhos demónios da guerra mundial mas sim de desentendimentos, ajustamentos e acidentes de um projeto experimental.
O sucesso desta filosofia política não está minimamente garantido. Pelo contrário, o projeto europeu deverá enfrentar as maiores contrariedades de sempre. A Europa é um objeto político inédito, uma exceção histórica. Vista de Lahore, num continente dividido, submerso pelas armas, onde os homens ainda são homens e as bombas ainda são bombas, a Europa é uma inesgotável fonte de surpresas. E também de inveja.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UM DURÃO QUE ESPERNEIA POR TODOS OS LADOS

DELENDA MADEIRA EST !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

“A Madeira não se rendeu nem se rende”¹: plano de ajustamento à moda de Alberto João




Afinal, Alberto João não foi a São Bento “só para apresentar a conta”, como disse fonte governamental. Fez algumas exigências mais (entretanto já aceites), que desautorizam completamente o ministro das Finanças: Madeira tem carta branca para contratar funcionários públicos.

PS — Provavelmente, Alberto João também terá informado Passos Coelho de que os deputados do PSD-M terão mais que fazer do que andar pelo Parlamento Regional, pelo que iria aprovar uma norma através da qual o voto de um só deles valeria por 25. Alguém se lembra da claustrofobia democrática?

Um dia António Guterres, era ele ainda somente chefe da oposição parlamentar ao PSD, contou-me , no bar do Meridian do Porto, que já sabia que as declarações sobre o " deficite democrático" da Madeira que tinha feito duas semanas antes aquando duma sua primeira viagem aquela ilha , lhe iria sair cara aquando das próximas eleições - mas que não se arrependia de ter dito a verdade.
Bebi o meu wiski , fui para casa dormir e nunca mais deixei de pensar como a democracia é impossível em Portugal.

COERÊNCIAS pepedistas.....

Milu, a nova administradora do Turismo de Portugal, explana a sua visão [4]



      “Ele [o Álvaro] diz que gosta muito de trabalhar com mulheres decididas e pragmáticas”.

Continuemos a percorrer o pensamento de Maria de Lurdes Vale, ex-jornalista da secção laranja do DN e, na hora actual, administradora do Turismo de Portugal, após uma meteórica passagem pela assessoria de imprensa do pobre Álvaro. Estávamos em Janeiro do corrente ano e a Milu dava largas ao seu direito à indignação, através de uma prosa tão inflamada quanto ansiosa:
    “Não queremos, nem estamos dispostos a tolerar, gastos inúteis, falta de fiscalização, negociatas, derrapagens e as dívidas que as gerações futuras vão ter de carregar às costas por incúria dos que não quiseram ou souberam controlar despesas, obras sem sentido, e insistiram nas nomeações de amigalhaços, que não têm qualquer preparação para assumir os cargos que lhes foram oferecidos de mão beijada.”

TACHOS e a sua mecânica ( ou o caso fantástico dos deolinda)

Milu, a nova administradora do Turismo de Portugal, explana a sua visão [5]



Estávamos a 30 de Janeiro. Reeleito Cavaco, os estarolas da São Caetano intensificaram os preparativos para o assalto a São Bento. Os valetes da equipa do terrível Ângelo nas redacções dos jornais lançaram uma vasta campanha de agit-prop. A Milu, com as limitações que se notam à vista desarmada, lá passou ao papel as instruções: importemos, sem pautas aduaneiras, a “rua árabe”. É o que escreve a ex-jornalista da secção laranja do DN em Do Coliseu ao Cairo:
    ‘Naquela sala do Coliseu de Lisboa, a vocalista dos Deolinda, do alto dos seus 33 anos, anunciou que a última canção era nova e que era "dura" de ouvir. Chama-se "Que parva que eu sou" e diz assim: "Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição. Que parva que eu sou! Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar. Que parva que eu sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar..." Que parvos que somos nós se não soubermos juntar-nos à revolta!’
Os trabalhadores do Turismo de Portugal já sabem o que devem cantarolar quando forem a despacho (?) com a nova administradora deste instituto público.

PÁ, A CULPA É DO SÓCRATES, PÁ!

Lixo (junk bond)




Ou seja:
    • A saída de Sócrates não resolveu o problema, como sustentava a direita; • A austeridade não resolve o problema, antes o agravará.

CRISE CHEGA À ALEMANHA ( antes de chegar aos USA e Brasil )

O efeito do fiasco do leilão de dívida na Alemanha foi o fator perturbador das bolsas nesta quarta-feira. Segundo o índice MSCI AC World Index, a quebra foi de 2,22%, o que equivaleu a perdas de mais de €800 mil milhões na capitalização bolsista mundial.
Esta semana é o segundo fiasco que provoca uma derrocada bolsista. Na segunda-feira fora a antecipação do fracasso do súper comité do Congresso norte-americano, um facto político que implicou, nesse dia, €840 mil milhões de perdas nas bolsas mundiais.
A quebra acumulada nestes três dias já vai em 4,8%, um valor superior ao que se perdeu em toda a semana de 14 a 18 de novembro, quando se começou a perceber que a crise das dívidas soberanas estava a alastrar para o próprio “centro” da zona euro. Então, as perdas somaram €1,45 biliões (€1450 mil milhões, ou 1,45 triliões na designação americana); agora, em apenas três dias, já vão em €1,75 biliões (€1750 mil milhões, ou 1,75 triliões na designação americana).

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

E EU QUE NÃO SOU DE INTRIGAS E CONFABULAÇÕES PERSECUTÓRIAS ESTOU COM MEDO

União Europeia

Goldman Sachs, o banco que nos quer bem

16 novembro 2011
Paris
PE Sanchez
Mario Monti, Lucas Papademos e Mario Draghi têm uma coisa em comum: trabalharam para o banco de investimento norte-americano. Não se trata de um acaso mas de uma estratégia de influência que talvez já tenha atingido os seus limites.
São sérios e competentes, pesam os prós e os contras, estudam cuidadosamente os dossiês antes de se pronunciarem. A economia é o seu pecado de estimação. É raro encontrar-se filhos da Luz como estes, que entram no Templo na sequência de um longo e meticuloso processo de recrutamento. É, ao mesmo tempo, um grupo de pressão, uma espécie de clube de recolha de informação, uma rede de ajuda mútua. São os companheiros, mestres e grão-mestres levados a "difundir no universo a verdade encontrada na loja".
Os seus críticos acusam esta rede de influências europeia tecida pelo banco norte-americano Goldman Sachs (GS) de funcionar como uma loja maçónica. Em graus diferentes, o novo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, o presidente designado do Conselho italiano, Mario Monti, e o novo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, são figuras totémicas das malhas apertadas dessa rede.

Ex-comissários e responsáveis de bancos centrais

O primeiro foi vice-presidente do Goldman Sachs International para a Europa, entre 2002 e 2005. Era o "associado" que tinha a seu cargo o departamento de "empresas e países soberanos", o mesmo que, pouco antes da sua chegada, tinha ajudado a Grécia a camuflar as suas contas, graças ao produto financeiro "swap" sobre a dívida soberana.
O segundo foi conselheiro internacional do Goldman Sachs, de 2005 até à sua nomeação para a chefia do Governo italiano. De acordo com o banco, a sua missão era dar pareceres "sobre os assuntos europeus e os grandes dossiês de políticas públicas mundiais". Mario Monti foi um homem que "abriu portas", um homem cuja tarefa consistia em penetrar no centro do poder europeu para defender os interesses do GS.
O terceiro, Lucas Papademos, foi governador do Banco Central grego entre 1994 e 2002. Nessas funções, desempenhou um papel não esclarecido na operação de camuflagem das contas públicas levada a cabo com a ajuda do Goldman Sachs. Além disso, o responsável pela gestão da dívida grega é Petros Christodoulos, antigo corretor do banco norte-americano em Londres.
Dois outros pesos pesados da rede Goldman na Europa tiveram igualmente um papel na crise do euro: Otmar Issing, antigo membro da comissão executiva do Bundesbank e antigo economista principal do Banco Central Europeu; e o irlandês Peter Sutherland, administrador do Goldman Sachs International, que participou, nos bastidores, no resgate da Irlanda.

Recolher informações de forma legal

Como foi constituída esta rede de fiéis e intermediários? Nos Estados Unidos, este círculo mágico é integrado por antigos responsáveis da instituição que se passaram, com armas e bagagens, para o mais alto nível da função pública. Em contrapartida, na Europa, o Goldman Sachs tornou-se o apóstolo de um capitalismo de relações.
Mas, ao contrário dos seus concorrentes, este banco não está interessado em diplomatas reformados, em altos funcionários nacionais e internacionais e, ainda menos, em antigos primeiros-ministros ou ministros das Finanças. O Goldman tem sobretudo na mira responsáveis de bancos centrais e antigos comissários europeus.
A sua tarefa prioritária consiste em, de forma absolutamente legal, recolher informações sobre operações futuras ou sobre a política de taxas de juro dos bancos centrais. O banco gosta de colocar os seus homens, sem nunca deixar cair a máscara. É por isso que os seus sequazes escondem essa filiação, quando dão uma entrevista ou realizam uma missão oficial.
Bem relacionados, estes "ex-" conversam sobre isto e aquilo com os seus interlocutores. As línguas soltam-se diante de personagens de tamanha monta. Como se diz coloquialmente, os interlocutores percebem de que lado sopra o vento. As informações confidenciais circulam depois nas salas de negociação do banco.
Um antigo associado do Goldman Sachs no BCE, um antigo intermediário à frente do Governo italiano, um próximo no poder na Grécia: segundo os seus críticos, o banco dispõe hoje de uma extraordinária cadeia de agentes em Frankfurt, Roma e Atenas, que poderá vir a revelar-se útil nestes tempos de tormenta.

Antigas cumplicidades revelam-se menos úteis

Acontece que, para lá das aparências, o governo Goldman na Europa, no pico do seu poder antes e durante a tempestade financeira de 2008, talvez já tenha esgotado o seu estado de graça.
De facto, as antigas cumplicidades mantidas por antigos responsáveis de bancos centrais experientes, mobilizados para mexer os cordelinhos, revelam-se agora menos úteis perante políticos sensíveis à impopularidade dos profissionais do mundo das finanças, considerados culpados pela crise. Onde o Goldman Sachs podia utilizar facilmente os seus talentos, uma série de casos colocou contra ele o poder público. Num planeta financeiro complexo e técnico, a lista de endereços já não basta, face a uma nova geração de industriais menos tolhidos pelo respeito pelo establishment.
Os patrões europeus que partiram à conquista do mundo libertaram-se dos cruzados da alta finança ao estilo SG. A exigência de valorização do acionista, os requisitos de transparência e o ativismo dos contrapoderes (órgãos de comunicação, ONG, investidores institucionais) tendem a enfraquecer o "efeito rede".

terça-feira, 1 de novembro de 2011

BELGICA , ITÁLIA E ESPANHA SOB ATAQUE

Itália, Bélgica e Espanha surgem neste final do mês e começo de semana com sinais de stresse quer no mercado secundário da dívida soberana como no mercado dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento).
A situação mais grave é a de Itália. O leilão de dívida pública realizado na semana passada em que o Departamento do Tesouro italiano mobilizou €2,98 mil milhões no mercado primário pagando uma taxa de 6,06% aos tomadores de títulos a 10 anos, a mais alta desde a criação do euro, colocou a nu que os investidores internacionais não estão dispostos a emprestar dinheiro ao governo de Roma abaixo daquele patamar que já é considerado de alerta laranja nos títulos a 10 anos.
Juros italianos acima de 6%
As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos do Tesouro italiano abriram segunda-feira (31 de outubro) a negociar precisamente em 6,13% no mercado secundário, segundo dados da Bloomberg. Este nível é já mais elevado do que o alcançado a 20/10 (6,02%) antes das cimeiras europeias de 23 e 26 de outubro. Acabaria por fechar o dia em 6,09%.
O mesmo stresse se revela nos casos da Bélgica e de Espanha. As yields das obrigações espanholas a 10 anos estão em 5,64% e das obrigações belgas com a mesma maturidade em 4,42%. Fechariam o mês, respetivamente, em 5,54% e 4,38%. O caso belga acabaria por se destacar, pois os juros das obrigações a 2 e 3 anos tiveram uma variação diária superior a 5%.
Quebra acentuada nos juros dos Bunds
Como referência, os juros para os títulos alemães, os Bunds, abriram em baixa acentuada, estando em 2,12% para os prazos a 10 anos, e fechando ainda mais abaixo, em 2,02%. As quebras diárias nas yields dos Bunds foram muito elevadas, superiores a 10% nos casos das maturidades a 2, a 3 e a 5 anos. O papel dos Bunds como refúgio de investimento seguro é cada vez mais evidente na zona euro.
As yields das obrigações do Tesouro português abriram em alta, depois de um período de quebra a seguir à cimeira de 26 de outubro (4ª feira da semana passada). Os juros relativos às OT a 10 anos estão em 11,81%, abaixo do valor atingido a 24/10 (12,38%), depois da primeira cimeira europeia da maratona recente. Fecharam o mês em 11,79%.
No mercado dos cds, a probabilidade de incumprimento da dívida soberana (risco de default), segundo o monitor da CMA DataVision, a meio da manhã, aponta para um disparo nos casos de Itália e Bélgica, seguindo-se, com subidas mais moderadas, Espanha, Irlanda, França e Áustria. O risco português abriu em baixa, ao contrário dos restantes países “periféricos”, mas, à tarde, voltou à tendência de subida.
Agenda pesada: duas reuniões de banqueiros centrais e cimeira do G20
Segundo os analistas, algumas das decisões da cimeira europeia de 26 de outubro não estão ainda concretizadas nos detalhes, particularmente a forma de alavancagem do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e a sua margem de manobra para intervir no mercado da dívida soberana. Uma injunção do Tribunal Constitucional alemão na sexta-feira passada reafirma a obrigatoriedade dos movimentos do FEEF com impacto no orçamento federal alemão deverem ser discutidos e aprovados pela Comissão do Orçamento do Bundestag (parlamento alemão). No entanto, a decisão final do Tribunal só será conhecida no final do mês.
A forma de intervenção das grandes potências emergentes através de um veículo financeiro especial talvez venha a ficar aclarada na cimeira do G20 que se realizará em Cannes, em França, no final desta semana. O diretor-geral do FEEF esteve na semana passada em Beijing. Klaus Regling ouviu os chineses repetirem que a intervenção deles exigirá contrapartidas por parte dos europeus, nomeadamente na Organização Mundial do Comércio, e que “não são fonte de dinheiro fácil”. Ao mesmo tempo, os populistas europeus atacaram o recurso à liquidez chinesa como peditório de “dinheiro sujo”, referindo-se a um país que é o principal parceiro comercial da União Europeia. Segundo Regling, 40% das emissões internacionais realizadas até hoje pelo FEEF tiveram “asiáticos” como subscritores.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

NA CHINA NA CIDADE DE WENZHOU A ECONOMIA FOI À FALENCIA

http://mobile.br.msn.com/device/nyt/article.aspx?cp-documentid=1207281

Este caso está a servir de pretexto para o nacionalismo fascista chinês se recusar a uma ajuda ( com juros ) à Europa, apelando à hostilidade ao ocidente.

domingo, 23 de outubro de 2011

E PORTUGAL - THE FIRST MINISTER - NÃO QUER PERDÃO DE DÍVIDA !

A dívida pública grega que fechou em 2010 no nível de 142,8% do produto interno bruto (PIB) e que poderá atingir os 157,7% no final deste ano deverá chegar aos 181%, em 2012, caso a dinâmica atual se mantenha, segundo uma análise “estritamente confidencial” para o relatório da troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) que superintende o plano de resgate ao país.
O documento, ainda não publicado, foi produzido depois da análise das contas gregas no âmbito da autorização para a transferência da uma nova tranche de 8 mil milhões. Uma transferência que continua por fazer em virtude de uma postura de “falcão” do Banco Central Europeu, exigindo vagas sucessivas de medidas de austeridade num contexto de agravamento recessivo e de crise política e social. Entretanto, o Eurogrupo, reunido hoje à tarde em Bruxelas, deu luz verde à parte europeia (de €5,8 mil milhões) da transferência para Atenas.
O relatório, citado hoje pelo jornal Financial Times, refere que esta nova previsão do nível de dívida soberana no final do próximo ano está quase 15 pontos percentuais acima dos cálculos feitos em julho, que apontavam para 166,1% do PIB, e que constam nas previsões do Banco Central Europeu, no recente Occasional Paper nº 132, publicado na semana passada.
Envolvimento privado “mais ambicioso”
O documento refere que este agravamento das previsões se deve a três atrasos e uma bomba mais recente: o atraso na retoma (a Grécia deverá continuar em recessão em 2012, com uma previsão da queda do PIB em 2%, depois de uma queda provável de 5% em 2011), na consolidação orçamental (deverá haver este ano um desvio das metas no défice na ordem de €1,4 a 2 mil milhões) e no plano de privatizações (que estaria atrasado pelo menos 3 meses), bem como o impacto que vai ter a recapitalização da banca.
Com este disparo, a dívida pública grega distanciar-se-ia ainda mais, em 2012, dos níveis que serão atingidos pela Itália (previsão de 119,9% do PIB), Irlanda (117,9%) e Portugal (107,4%).
Face a este disparo, a troika recomendaria, por isso, a necessidade de inverter essa dinâmica, propondo uma reestruturação da dívida aos credores privados (o que tem sido designado de “envolvimento do sector privado”, conhecido pelo acrónimo PSI do inglês) “mais ambiciosa”.
Segundo um gráfico que está a correr a blogosfera, alegadamente extraído do referido relatório ainda confidencial, uma reestruturação parcial da dívida aos privados na ordem de 50% permitiria diminuir a dívida pública para 120% em 2020 e ligeiramente acima de 100% em 2030. Se o “corte de cabelo” (hair cut, na gíria técnica) for de 60%, esse nível poderá descer para 110% em 2020 e menos de 100% uma década depois.
Ainda segundo o Financial Times, um “corte de cabelo” de 60% permitiria manter o segundo pacote de resgate à Grécia – já aprovado na cimeira europeia de 21 de julho – no montante inicialmente previsto de €109 mil milhões. Mas se o corte for apenas de 50%, o pacote de resgate terá de subir para €114 mil milhões. Segundo o jornal britânico, o Banco Central Europeu opõe-se à divulgação destes cenários.
Refira-se que os credores privados detêm 65,4% da dívida soberana – 21% dos títulos de dívida nas mãos dos bancos gregos e cipriotas, 8% em mãos de instituições gregas não bancárias e fundos de pensões locais, e 36,4% em credores privados estrangeiros. Ao todo €226,5 mil milhões. A troika detém 34% da dívida soberana. Mas não admite reestruturar a dívida de que é credora. Até à data, apenas mexeu na taxa de juros e nos prazos

terça-feira, 18 de outubro de 2011

up-to-date

por Sérgio Lavos


Depois de ler este post de José Manuel Fernandes, pensei em ir à procura de textos do ex-director do Público e maoista na reserva que denunciassem outras situações gritantes de parasitagem da Segurança Social. Qualquer coisa que ele tivesse escrito sobre as reformas acumuladas de Cavaco Silva, que ultrapassam os 10000 euros, ou a mísera pensão de 18000 euros que Mira Amaral recebe depois de ter passado uns meses pela administração da Caixa Geral de Depósitos após um convite do Governo PSD/CDS da altura. Ou até uma criticazinha ao facto dos deputados à Assembleia da República terem direito a reforma ao fim de esforçados 8 anos de serviço prestado à nação, com mais ou menos sonecas à mistura. Depois achei que seria melhor ir ler um livro ou ver um filme, nem que fosse do Steven Seagal (é mais fácil encontrar aí massa crítica do que na maioria dos textos do Blasfémias). Pois, não vale a pena. José Manuel Fernandes nunca terá escrito uma linha que fosse contra o roubo institucionalizado que é praticado pelos políticos que gravitam o poder, e não preciso de pesquisar para ter a certeza desta intuição. Mas incomoda-o que uma médica com 30 anos de serviço se reforme aos 55 anos e receba 1120 euros por mês. Por sinal, uma manifestante do 15 de Outubro. Quem serve o regime não precisa de legitimidade para escrever barbaridades, e a cara-de-pau é serenamente aceite pela maioria da população. É preciso ter lata, muita lata... 

américa -por-um -fio 2

As bolsas da Ásia haviam fechado hoje (17 de outubro) no positivo com as 50 principais empresas cotadas a subir a capitalização em 2%. Mas eis que a Europa acordou e algumas frases do ministro das Finanças alemão e do porta-voz da chanceler Ângela Merkel foram suficientes para matar o “otimismo” que permeou os investidores internacionais convencidos que a 23 de outubro – no próximo domingo – sairá fumo branco da cimeira europeia.
Wolfgang Schauble fez baixar drasticamente as expectativas sobre a cimeira de domingo falando de “irrealismo” na resolução da crise em 8 dias. Já Ângela Merkel havia dito, na semana passada, que “não há milagres”. O seu porta-voz, Steffen Seibert, disse hoje que a cimeira de domingo “permitirá aos europeus progredir de maneira sensível em direção a uma resolução da crise da dívida, mas não a resolverá de um golpe”.
Face ao ultimato da reunião de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G20, estas frases podem ser um sinal de que os alemães ou estão a fazer pressão pública sobre os franceses (o seu parceiro no G2 que governa a zona euro) com vista às reuniões do Eurogrupo de 21 de outubro e do Ecofin do dia seguinte, ou estão a sinalizar o interesse por uma solução “mínima”, sem grandes rasgos.
Frases alemãs valem 1% de quebra nas bolsas
O resultado das frases alemãs foi um movimento de quebra generalizada nas bolsas europeias com o EuroStoxx 50 a cair 1,68% e o Bloomberg European 500 a descer 1,05%. Em Wall Street o balde de água frio germânico foi ainda mais pernicioso – com os principais índices a serem atacados pelo “urso”: o índice Dow Jones quebrou 2,13%, o S&P 500 caiu 1,94% e o Nasdaq teve uma queda de 1,98%.
O saldo diário final das palavras alemãs foi uma quebra bolsista mundial de 1%. A nível do sector financeiro, a quebra de capitalização nas bolsas mundiais foi superior, de 1,2%.
No mercado secundário da dívida soberana, o efeito foi sentido em quatro países da zona euro que têm estado mais “sensíveis” ultimamente às frases, aos rumores e aos adiamentos: Irlanda, Itália, Espanha e Bélgica. As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos soberanos destes 4 países prosseguiram com a tendência de subida. No caso dos títulos italianos a 10 anos, fecharam com uma yield de 5,8% e as obrigações espanholas com a mesma maturidade atingiram uma yield de 5,32%. Os dois países continuam com as yields destes títulos a subir no patamar dos 5% – e não a descer, como deveria ser o resultado das intervenções do Banco Central Europeu no mercado secundário. Os títulos belgas a 10 anos, por seu lado, viram a yield fechar em 4,45%, já próximo do máximo de 4,5% de agosto.
Bancos americanos de novo na berlinda
No mercado dos credit default swaps (cds), os mais penalizados foram, hoje, de novo, 5 bancos norte-americanos.
O maior aumento de preço dos cds (ou seja o encarecimento dos seguros contra o risco de incumprimento) ocorreu com o Morgan Stanley e o Wells Fargo, com subidas superiores a 8%. Seguiram-se a Goldman Sachs, a JPMorgan e o Bank of America, com subidas entre 5,9% e 7,7%.

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Apesar dos esforços públicos dos líderes europeus no marketing político internacional, apontando para um pacote de resoluções da crise das dívidas soberanas na zona euro até às próximas cimeiras de 23 de outubro (europeia) e do G20, a perceção negativa por parte dos investidores nos mercados financeiros da dívida continuou a aumentar para o grupo dos 5 “periféricos” (agora batizados com o acrónimo, em inglês, de GIIPS – para Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha).
Pacote de austeridade em Lisboa não desce risco
No que toca a Portugal, o risco de incumprimento agravou-se de 61,83% a 3 de outubro para 62,39% no fecho desta semana. Tendo havido uma melhoria entre 3 e 10 de outubro, o risco voltou às subidas, de 61,19% para 62,39%, entre 10 e 14 de outubro.
A perceção dos investidores no mercado dos credit default swaps (seguros contra o risco de incumprimento) ligados à dívida soberana sobre Portugal continua em plano inclinado. O pacote de austeridade anunciado em Lisboa para o Orçamento de 2012 não teve qualquer efeito positivo nem na probabilidade de incumprimento, nem nas yields das obrigações do Tesouro no mercado secundário.
À tendência negativa sobre os GIIPS juntou-se uma “novidade” – a entrada, em força, na geografia do stresse da zona euro da Bélgica, França e Áustria. À indefinição política na Bélgica, com a continuação da negociação de formação do governo (a mais longa atualmente no mundo), juntou-se o caso do banco Dexia que chamuscou, também, a França, um país com notação de crédito de triplo A e tido como o segundo pilar do G2 que hoje governa a zona euro. A Áustria, outro país da moeda única ainda com notação de triplo A, foi abalada pela crise do banco Erste, a que alguns designaram de “segundo Dexia”.
A Bélgica subiu para o patamar de risco de incumprimento acima de 23%, a França aproximou-se dos 15% e a Áustria dos 14%. Estão, ainda, longe do bilhete de entrada no “clube da bancarrota” (os 10 países do mundo com maior risco de incumprimento) que exige mais de 29% de risco, o atual nível da Croácia. Apesar do agravamento do risco para Espanha, o nível de probabilidade de incumprimento ainda está abaixo dos 29%.
Irlanda e Espanha pioram
O agravamento da perceção do risco nos “periféricos” acarretou duas “más” notícias – o bom comportamento da Irlanda como “aluno exemplar” da troika arrisca-se a ir por água abaixo, e os esforços de Espanha para sair da ribalta do stresse (tendo entrado no mês de Outubro sem regressar ao “clube da bancarrota”) foram estragados pelas agências de notação Standard & Poor’s e Fitch nos últimos dias. A Irlanda subiu do 7º para o 6º lugar no “clube da bancarrota” e a Espanha viu o seu risco de incumprimento regressar às subidas a partir de 10 de outubro, segundo dados da CMA DataVision.
Curiosamente, apenas a Itália, em virtude da capacidade de sobrevivência do governo chefiado por Sílvio Berlusconi, conseguiu “descer” no risco de default, entre 3 e 14 de outubro, tendo baixado do 9º para o 8º lugar no “clube da bancarrota”.
Juros não param de subir
O movimento das yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos soberanos no mercado secundário da dívida em sete dos países referidos – Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, Bélgica e França) – reflete, também, um padrão similar ao que tem sucedido na probabilidade de incumprimento.
Olhando para os títulos soberanos a 10 anos, verificamos um agravamento generalizado, comparando com o início do mês, segundo dados da Bloomberg. Os juros para os títulos gregos estão perto de 24%, e para as obrigações do Tesouro português subiram para 11,64%. A Irlanda deixou de negociar títulos a 10 anos no dia 11 de outubro – as yields subiram de 7,76% a 3 de outubro para 8,21% a 11 de outubro.
No caso de Itália e Espanha, onde os analistas têm referido uma intervenção do Banco Central Europeu, as yields dos títulos do Tesouro italiano (BTP) e das obrigações espanholas (OE) a 10 anos têm prosseguido a sua subida no patamar dos 5% – passaram de 5,54% a 3 de outubro para 5,80% a 14 de outubro no caso dos BTP, e de 5,12% para 5,24% no mesmo período para o caso das OE.
As yields dos títulos belgas a 10 anos subiram de 4,07% para 4,40% esta semana, estando a aproximar-se do máximo de 4,5% em agosto. No caso de França, os juros subiram de 2,87% para 3,13% no mesmo período.

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Quatro dos principais bancos norte-americanos estão sob ataque no mercado da dívida – Citigroup, Goldman Sachs, JP Morgan Chase e Wells Fargo têm hoje o preço dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) a subir mais de 10%.
No caso do Citigroup, a variação diária é, até ao momento, de 12%. Neste grupo, o nível de cds mais elevado é o da Goldman Sachs, com 338,07 pontos base.
Com uma variação menor de aumento diário do preço dos cds, no patamar dos 8%, estão o Bank of América e o Morgan Stanley, que têm um nível de cds superior a 350 pontos base.
Refira-se que, em termos do preço dos cds para a dívida soberana dos EUA, o nível é apenas de 46 pontos base. O que contrasta com a deterioração da situação de crédito dos grandes bancos norte-americanos.
Goldman Sachs com o maior crescimento do risco
No fecho do mercado, o disparo abrandou e o ranking alterou-se . Com crescimento de dois dígitos do custo dos cds restou, apenas, a Goldman Sachs, que terminaria o dia com uma variação de 10,97% e um custo de cds na ordem dos 335,07 pontos base.
Os analistas prevêm que os resultados do 3º trimestre de 2011 da Goldman Sachs – que serão divulgados na próxima semana – deverão ser os piores desde a crise de 2008.
Seguiram-se, na evolução diária, o J.P. Morgan Chase com uma variação de 7,66% e um custo dos cds a fixar-se em 380,77 pontos base (o mais elevado deste grupo), o Morgan Stanley com 6,22% e um custo de cds de 359,64 pontos base e o Wells Fargo com 5,92% e um custo de cds de apenas 140,17 pontos base.

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Sete países da zona euro estiveram hoje em foco no mercado da dívida. A probabilidade de incumprimento subiu mais de 1 ponto percentual nos casos da Irlanda, a variação mais elevada (de cerca de 1,7%), Espanha (com uma variação próxima à do ex-Tigre Celta), Itália e Portugal, segundo dados da CMA DataVision. A que se seguiram, depois, os aumentos do risco de default para a Áustria, Bélgica e França.
Ao anterior grupo dos GIIPS (acrónimo que substituiu os PIIGS) juntou-se a Bélgica e mais recentemente a Áustria e a França. As próximas semanas dirão se o grupo com variações sincronizadas do risco de default, ainda que em patamares distintos, se alargou efetivamente, recolhendo no seu seio novos residentes.
Em virtude do agravamento da situação irlandesa e italiana, o ex-Tigre Celta subiu, hoje, para o 6º lugar no “clube da bancarrota” e a Itália passou ontem para o 8º lugar do mesmo “clube”, liderado pela Grécia, e onde Portugal ocupa a 2ª posição.
A situação da Grécia é excecional. A sua probabilidade de default é superior a 91%, mas as variações diárias deste risco têm sido pequenas, oscilando em torno deste patamar. Os investidores nos credit default swaps (cds, seguros contra risco de incumprimento) já têm em linha de conta a probabilidade de um elevado “corte de cabelo” da dívida deste país, com uma provável situação de default seletivo da dívida em mãos de credores privados. O mês crítico é apontado como sendo o de dezembro, mas ainda está por entregar a Atenas a tranche do plano de resgate que deveria ter sido creditada em setembro.
Juros penalizam Itália, Espanha e Bélgica
O mercado secundário da dívida refletiu, também, este agravamento da perceção de risco, sobretudo nos casos de Itália, Espanha e Bélgica.
Com a queda muito acentuada das yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) relativas aos títulos alemães – os Bunds -, o fosso colossal entre os juros da dívida da Alemanha e do grupo dos GIIPS+Bélgica alargou-se, ainda, mais hoje.
Referindo, a título de exemplo, as yields para os títulos soberanos a 10 anos, a sequência era a seguinte hoje no fecho do mercado: 23,97% para os títulos helénicos (abaixo do valor de fecho de quarta-feira); 11,59% para as obrigações do Tesouro português (acima do valor de fecho de quarta-feira); 5,21% para as obrigações espanholas (acima do valor de fecho de quarta-feira); 5,82% para os títulos do Tesouro italiano (acima do valor de fecho de quarta-feira); 4,33% para os títulos belgas (acima do valor de fecho de quarta-feira; o máximo, neste caso, foi atingido em agosto com um nível de 4,5%); e 2,11% para os Bunds (uma descida em relação ao fecho de quarta-feira).
O íman alemão
As yields dos Bunds servem de referência na zona euro. O seu nível muito baixo indica um risco de default da dívida fraco e uma atração dos investidores por essas aplicações ainda consideradas “seguras”.
Segundo um estudo do Greenberg Center for Geoeconomic Studies, hoje divulgado pelo Council on Foreign Relations, a banca alemã tornou-se, também, um íman para depósitos oriundos do grupo formando pela Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha nos últimos dois anos. “Depósitos estão a fugir dos PIGS e a voar para a Alemanha”, diz o estudo aqui publicado .

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

É preciso destruir a china ( DELENDA CHINA EST!)

UE-China

“Não quero morrer chinês”

13 outubro 2011
Turim


Para o escritor italiano Antonio Scurati, a multiplicação dos investimentos chineses na Europa e da influência do capitalismo à moda chinesa na economia europeia, constituem uma ameaça à liberdade e à soberania dos europeus e ao seu modelo sociocultural.
Não sei qual a vossa opinião, mas, quanto a mim, não tenho vontade alguma de morrer chinês. No entanto, pelo caminho que as coisas levam, isso é altamente provável.
Em meados de setembro, no momento exato em que o sul da Europa se precipitava em direção ao desastre, durante o congresso anual do World Economic Forum – que decorre na China desde 2007 (será por acaso?) e este ano se intitula “Novos Campeões 2011” – o Primeiro-ministro Wen Jiabao anunciou que o seu país irá investir cada vez mais no “velho” continente.

Os chineses estão a salvar-nos ou a invadir-nos?

Com um sentido de oportunidade bastante aterrador, tinham circulado vozes insistentes nos dias anteriores sobre as intenções da China de fazer aquisições em massa de títulos do tesouro italiano, corroborados pela viagem a Roma do Presidente da China Investments Corp, um dos fundos de investimento mais ricos do mundo, que veio discutir a compra de posições firmes no capital de empresas estratégicas para a nossa economia nacional. Desde então, não passa um dia sem que nos perguntemos se os chineses estão a salvar-nos ou a invadir-nos?
No meu caso, a pergunta é um pouco mais preocupante pois quis o acaso que o meu mais recente romance – La seconda mezzanotte [“A segunda meia-noite” ou “A segunda metade da noite”] – tenha sido lançado a 14 de setembro, por coincidência exatamente o dia em que as agências noticiosas repercutiam os anúncios de Wen Jiabao. No romance, imaginei que, em 2029, a Itália tinha-se tornado um país satélite da China depois de lhe ter cedido a totalidade da sua dívida externa e que, após uma terrível inundação, Veneza tinha sido comprada por uma empresa multinacional de Pequim. Renascida com o estatuto de Zona Politicamente Autónoma, o seu destino era, a partir dali, o de um parque de diversões dedicado ao luxo e aos vícios desenfreados dos novos-ricos orientais. Portanto, a essa questão perturbadora só posso dar uma resposta igualmente perturbadora.

Conflito civilizacional entre Europe e China

Catastrofismos literários à parte, parece-me absolutamente evidente que o aparecimento de uma soberania político financeira chinesa no nosso velho continente precipitaria o declínio da civilização europeia tal como a conhecemos, sonhámos e amámos (pelo menos na nossa visão ideal). Temo que seja uma grave ameaça aos fundamentos culturais da civilização ocidental europeia moderna: soberania política do povo, liberdade de pensamento e de expressão, direitos dos trabalhadores e do cidadão, autonomia individual, solidariedade entre os indivíduos reunidos em sociedade, valorização pessoal, segurança alimentar, respeito pelo caráter sagrado da vida.
Sim, temo tudo isso, não só porque ainda tenho nos olhos a imagem desse jovem que defrontou um tanque na praça Tian'anmen, armado apenas com os seus dois sacos de compras (não esqueçamos que este jovem era, também ele, chinês), ou porque prevejo um conflito civilizacional entre a Europa e a China, mas também porque estou assustado com o descaminho de um capitalismo financeiro cuja espinha dorsal passou a ser representada por fundos soberanos chineses, com uma utilização do capitalismo concebido para financiar o trabalho e o projeto empreendedor mas que acabou por os enterrar.
Se num futuro próximo a política não conseguisse percorrer em sentido inverso o caminho que a conduziu da soberania à obscenidade, o risco seria, efetivamente, que dentro de pouco tempo surgiria um conflito gigantesco entre os juros especulativos da finança apátrida – pouco importa se é chinesa, americana ou nossa – e as necessidades, as expectativas legítimas, as esperanças de cada um de nós.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

banca europeia na bancarrota

Áustria | República Checa

Bancos preparam-se para o pior

11 outubro 2011
Die Presse, 11 outubro 2011
Perante a crise do euro um primeiro banco austríaco decidiu reagir: o “Erste Bank prepara-se para a crise do euro”, titula o Die Presse, que explica que, o presidente do conselho de administração do banco duvida que o fim da crise esteja próximo, uma vez que é possível que 50% da dívida grega seja perdoada. Assim, o banco, muito exposto à Europa de Leste, diminuiu os seus investimentos na Hungria e na Roménia. Aliás, os 800 milhões de euros de lucro anunciados tornaram-se 800 milhões de euros de prejuízo. As suas ações desceram 9% a 10 de outubro, e o banco anunciou que o reembolso da ajudada estatal concedida em 2008, após a falência do Lehman Brothers terá de esperar, pelo menos, mais um ano. O diário de Viena sublinha que não é a Grécia mas a má situação do crédito na Europa de Leste “onde dormem créditos cujo montante é igual ao do PIB austríaco” que levanta problemas. Do lado checo, “a bolsa de Praga foi novamente atingida pela crise”, titula o Hospodářské noviny. O diário económico de Praga explica que a queda do Erste Bank, o maior grupo financeiro  da Europa central e oriental, arrastou vários títulos checos para o vermelho, apesar dos bons resultados do início do ano