quinta-feira, 19 de maio de 2011

O FIM DO EURO ESTÁ À VISTA

Os dois Jean-Claude das cúpulas europeias estão de candeias às avessas, segundo noticia hoje de manhã o jornal alemão Financial Times Deutschland (FTD). Jean-Claude Trichet, o presidente do Banco Central Europeu (BCE) em final de mandato, terá saído segunda-feira à noite da reunião do Eurogrupo, liderada por Jean-Claude Juncker, o primeiro-ministro luxemburguês que dirige esse grupo dos ministros das Finanças e da Economia da zona euro.
Segundo o jornal alemão, Trichet teria abandonado a reunião em protesto contra as declarações de Juncker no sentido da abertura a um “re-profiling” da dívida grega, uma expressão que abre a porta a uma re-estruturação “suave” – como a classificaria, depois, o ministro das Finanças de Merkel, Wolfgang Schauble.
Ameaça de retaliação pelo BCE
Trichet, que termina o seu mandato de presidente do BCE em final de Outubro e que já tem sucessor designado, ameaçou retaliar. Segundo o FTD, o francês teria dito que o BCE se recusaria a comprar qualquer novo instrumento financeiro de dívida grega, ou seja, que não participará em nenhum arranjo voluntário no que toca à exposição do banco central à dívida grega. O jornal alega que Trichet ameaçou, ainda, que o BCE cortaria a linha de facilitação de liquidez aos bancos helénicos.
O BCE é a entidade europeia com maior exposição direta à gigantesca dívida grega de €330 mil milhões (mais de 140% do PIB), detendo 20%. Os bancos locais terão uma exposição de 21%, a que se seguem, fora da Grécia, com maior exposição, bancos como o BNP Paribas, Dexia, Commerzbank e Société Générale, segundo a Morgan Stanley.

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