quarta-feira, 25 de maio de 2011

CRISE VOLTA A GENERALIZAR-SE

O risco de um “evento de crédito” – termo técnico para um default formal da dívida – na Grécia levou terça-feira (23 de maio) ao rubro o nervosismo dos investidores na dívida soberana.
O custo dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra o risco de incumprimento de um título) disparou na manhã de terça-feira de menos de 1482 pontos base para 1641,92 pontos base e fechou em 1652,41 pontos base.
A probabilidade de incumprimento, medida pelo monitor da CMA DataVision, chutou o risco para um nível acima de 70,54%, um recorde histórico.
O segundo país com a maior probabilidade de bancarrota, a Venezuela de Hugo Chavez, apresenta uma probabilidade de 52,42%. Uma diferença de quase vinte pontos percentuais.
O agravamento da situação política interna (a Oposição não aprova o quinto programa de austeridade), o aviso pelo governo de Atenas que ficaria sem liquidez até antes do verão (se a troika não der luz verde à nova tranche do resgate) e o debate entre responsáveis políticos na praça pública europeia de uma possibilidade de uma reestruturação da dívida (maquilhada ou não) estão a incendiar a situação.
Este agravamento do risco de default ainda não se sente plenamente no mercado secundário, cujas yields (juros implícitos) das obrigações gregas em todas as maturidades se têm mantido esta manhã abaixo dos valores de fecho de segunda-feira. No caso das maturidades a dois anos, os juros desceram para menos de 26%.
Contágio a todo o vapor
A situação grega está, naturalmente, a “contagiar” os outros países da zona euro sob observação dos mercados, potenciando os próprios problemas internos de cada caso: Portugal, Irlanda, Itália e Bélgica. O grupo dos PIIGS (uma sigla irónica que regressou aos comentários e artigos dos especialistas) mais a Bélgica encontram-se entre os países cujo risco de incumprimento mais aumentou hoje durante a manhã, segundo o monitor da CMA DataVision.
A nível dos juros no mercado secundário, segundo a Bloomberg, os títulos mais pressionados foram os irlandeses e os portugueses. No caso português, a maturidade mais em foco é a relativa às obrigações do Tesouro a 3 anos, cujo juro, contudo, não chegou aos 12%. Os juros para os títulos irlandeses a 2 anos subiram para 12,14%.

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