sexta-feira, 22 de julho de 2011

SURRIPIADO DO BLOGUE DO JOSÉ PACHECO PEREIRA CONHECIDO POR NÃO FAZER FRETES OU FICAR CALADO

(JPP)
O estilo do ministro das Finanças não me parece só “estilo”. Parece-me ser a postura normal, genuína, de um homem que está empenhado naquilo que está a fazer, sem subordinar o que tem a dizer aos efeitos especiais de fogo-de-vista e ocultação que nos dominaram nos últimos anos. Um ministro que espera que os jornalistas vejam a página com os dados que ele está a citar e que lhes dá o número da página, é totalmente ingénuo na arte da conferência de imprensa, mas isso é uma lufada de ar fresco. Um homem sabedor pode dar-se ao luxo de ser ingénuo sobre os jornalistas, desde que o não seja sobre as finanças.

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(JPP)
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (132)

A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

Por que razão é que a lista de nomes que se vão sabendo de nomeações para os gabinetes governamentais e para cargos chave na economia e administração do Estado não me surpreende de todo? De todo, estava escrito nas estrelas. Jornais "amigos", jornalistas "amigos" dedicados e blogues de facção, foram nos últimos anos um instrumento fundamental na propaganda do "passismo" no PSD, atacando com virulência Manuela Ferreira Leite, promovendo os seus, fazendo o sale boulot. Não admira que agora pareçam mansos cordeiros: é que chegou o o payback time.

Já que não há o prometido site das nomeações aqui vai uma lista muito incompleta das informações que a Visão tem publicado sobre essas escolhas. Podem ser vistas por jornal ou por blogue, ou por ministério. Qualquer maneira de as ver é particularmente interessante: 
Diário de Notícias / Jornal de Notícias: Maria de Lurdes Vale, Carla Aguiar, Adelino Cunha, Paula Cordeiro, Pedro Correia entre outros.

RTP: Rui Lopes da Silva, Daniel Pessoa e Costa

Lusa: Rui Batista

Público: Anabela Mendes

31 da Armada: Afonso Azevedo Neves, Carlos Nunes Lopes, João Villalobos

Albergue Espanhol: Afonso Azevedo Neves, António Nogueira Leite, Pedro Correia

Cachimbo de Magritte: Miguel Morgado

Portugal dos Pequeninos: João Gonçalves

Ministério de Miguel Relvas, o mais interessante de analisar porque é daqui que virá o spin e o que mais se verá: João Gonçalves, Pedro Correia, Adelino Cunha.

Três observações: uma, é que por muito que se tente iludir este facto, as escolhas deste tipo pouco tem a ver com o mérito profissional, mas sim com a confiança política. Se no caso dos jornalistas não houvesse a transumância habitual entre redacções e assessorias governamentais, não haveria nenhum problema em se escolher na base da confiança política. Agora ver jornalistas, que até ontem eram o primor da objectividade e independência, irem ajudar ministros e secretários de estado na propaganda e nalguns casos na manipulação da informação, isto sim é um problema. O mesmo problema se coloca ao contrário: ver dedicados propagandistas (e nalguns casos mais do que isso) voltarem agora às redacções como impolutos e isentos jornalistas, também me parece um problema.


A segunda observação é que vale a pena reler o que estes jornalistas e autores de blogues escreveram nos últimos anos. Percebe-se muita coisa.


A terceira, é que estas listas não dizem tudo. Não nos dizem sobre outro tipo de relações envolvendo as mesma pessoas e com a ligação próxima que alguns blogues têm com agências de comunicação e empresas de marketing que trabalharam para personalidades partidárias ou partidos e agora se vão mudar para o governo. Esta é uma teia de interesses muito pouco escrutinada, mas muito importante para perceber alguns blogues como, por exemplo, o 31 da Armada.

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(JPP)
ÍNDICE DO SITUACIONISMO (131)

A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.
Não estará na altura de perguntar pelo site na Internet onde estarão todas as nomeações feitas pelo novo governo e que nos foi prometido como forma de sabermos até que ponto há ou não há jobs for the boys? É que é agora que estão a ser feitas as nomeações e o que se sabe até hoje não  mostra nenhuma diferença substancial nas escolhas de boys em relação a governos anteriores.

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