quarta-feira, 20 de julho de 2011

O EXTRAORDINÁRIO CASO AMERICANO

Os Estados Unidos estão a beneficiar de um estatuto de exceção no quadro dos países classificados com notação de triplo A (menos de 20 países). São o país com o défice governamental mais elevado – que a Fitch estima fixar-se em 10% do PIB em 2011 – “entre os países com notação triplo A”. São, também, o país com a dívida pública “mais elevada neste grupo de pares [com triplo A]” – a Fitch estima que essa dívida atingirá 100% em 2012.
Por que razão, então, a Ficth não corta o rating dos EUA? A resposta é dada, logo a seguir: o estatuto de triplo A deriva do facto da “flexibilidade e do dinamismo” da economia americana e da “flexibilidade especial financeira que advém do papel do dólar como divisa de reserva predominante no mundo”.
Mas isso tem um limite de tolerância. “Até o governo dos Estados Unidos enfrenta um constrangimento orçamental durável. O falhanço na redução do défice orçamental e na estabilização da dívida pública poderá, eventualmente, erodir a confiança” no estatuto de triplo A da sua dívida.
Há, depois, um segundo aviso, que é extensível a outros pesos pesados dos países desenvolvidos. “Mesmo países com uma ‘soberania monetária’ forte enfrentam constrangimentos orçamentais persistentes e um falhanço na estabilização das finanças públicas pressionará cortes na notação no médio prazo”, diz o relatório da Fitch.
Três grandes países nessa condição – Estados Unidos, Reino Unido e Japão – enfrentam “desafios formidáveis”.

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