quarta-feira, 6 de julho de 2011

paranoico

Não há nada como um presidente da República isento para prestigiar a política



Fotografia de Luiz Carvalho

Desde que rebentou a crise das dívidas soberanas, Cavaco repetiu incessantemente a mesma receita enquanto Sócrates enfrentava a turbulência dos mercados: “A retórica de ataque aos mercados internacionais não cria um único emprego, nós devemos fazer o trabalho que nos compete por forma a reduzir a nossa dependência do financiamento externo”.

Hoje, inesperadamente, após ser conhecida a decisão da Moody’s, o Presidente da República critica esta agência, ao “considera[r] não haver a mínima justificação para que o rating de longo prazo de Portugal tenha sofrido tal corte”.

Mais, o Presidente da República “congratula-se com a condenação da atitude da agência de notação financeira Moody’s por parte da União Europeia, de instituições europeias e internacionais e de vários governos europeus”.

Mais ainda, o Presidente da República defende que “as questões em torno da avaliação do risco e da notação financeira dos Estados-Membros da União Europeia devem merecer uma resposta europeia”.

Não há nada, de facto, como um presidente da República isento para prestigiar a política.

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