quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UM CONSELHO DRAMÁTICO

Começa hoje o que me parece ser a mais importante e decisiva reunião de sempre do Conselho Europeu.

Em causa vai estar o futuro do Euro et pour cause , o da União.

Por regra pessimista, desta vez estou optimista - porque :
1- ao contrário do que se prega por aí , não creio que tenhamos os piores líders da Europa desde a Guerra. Quando nos damos ao trabalho de investigar o papel de Delors, De Gaulle, Schroeder, Khol , Scmidt e companhia,  vemos que todos andaram cheios de hesitações a construir uma europa, em termos do que em psicologia se chama
tentativas de ensaio / erro. 2- Desta vez há novos ( como sempre ) circunstancialismos , o maior dos quais é que sem um grande mercado próprio ( a União ) não há lugar primodivisionário no mundo, para nenhum europeu, mas poderá haver no inferno se nos pegarmos todos à pancada -como foi sempre uso entre europeus em semelhantes circunstâncias.
No entanto:
Se sair desta Cimeira um qualquer acordo que não contemple a criação de um Fundo de resgate amplo, de um acordo de reestruturação das dívidas claro, e de uma proposta de harmonização fiscal , então fica ou tudo perdido ou tudo adiado.

Que a questão é mesmo muito séria é , e relembro:
1 o esforço titânico do nosso primeiro-ministro para conseguir empréstimos bilaterais ( sem ida aos mercados ) do Brasil e da China .
2- o enormíssimo esforço de Sócrates e Teixeira dos Santos para diversificar para fora da área Euro , o destino das nossas exportações.
3- a ameaça subtil à Alemanha por parte do governo português, de subir a parada da perda de soberania nacional para a Alemanha, através do significado implícito dos;dois pontos anteriores.
4- a busca de em formas de relançamento impróprias de um governo socialista mas a que este se não poupou, para mostrar à Alemanha e restantes potências que estamos por ( quase ) todos os sacrifícios - mesmas condições de leis laborais, maior idade da aposentação, maior exigência de perfeição na inovação e criação num contexto de ( ainda por cima ) baixos salários do que os da Alemanha - tudo para podermos prescindir das condições draconianas que o recurso ao ( actual ) Fundo Europeu com o FMI nos traria.

Sei que o actual governo desconfia mesmo que a senhora Merkel é capaz de desfazer o Euro. E sei que o núcleo duro do governo há várias semanas que decidiu não ficar refém da Europa, a do Euro , nem da Europa a 27. Sei que desconfiam da existência de um projecto de Euro para Alemanha, Áustria, Holanda, Flandres ( que já dão como separada da Valónia ), Finlândia e os três países bálticos; à medida a que vão aderindo ao euro. A Polónia também , supõe-se, fará parte desse grupo.
Por isto apoio sem reservas o governo da meu país, apesar de desejar que , entre hoje e amanhã , os outros europeus ganhem juízo.

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