quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O NOSSO PRESÉPIO

GOSTO PARTICULARMENTE DUM HUMORISTA PORTUGUÊS DA NOVA GERAÇÃO QUE DÁ PELO NOME DA BRUNO  NOGUEIRA. TODAVIA, HOJE , O SEU ´´NUMERO" NA TSF FOI INFELIZ : resolveu-se a criticar o estandarte em fundo vermelho que mostra um lindo menino Jesus .
O ano passado, o pároco da paróquia de Belém em Lisboa, insurgiu-se contra o consumismo e o paganismo de palas estreitas em que o nosso ( dos cristãos ) Natal se havia transformado , na mesma linha gulosa dos banqueiros que não prescindiam de prémios obscenos para levarem a economia à falência, ou dos comerciantes que acendiam lâmpadas aos milhões ( gastando uma energia que impulsionava Portugal ainda mais para a miséria ) para ,com a mesma gula da money, money, money que a Liza  Minelli em New York , New York , também ilustrou como a alienação típica dos primórdios dos ciclos de guerras militares ( o filme passa-se nos tempos que antecedem a 2ª G.Guerra que matou 70 milhões directamente ). 
No fundo, e vendo bem o que de comum entre estes acontecimentos e muitos outros em que usar e deitar fora é paradigma, o que estava em causa era e é , pura e simplesmente, a supressão  do espírito espartano, solidário e misantrópico (duma misantropia subjectiva conducente à introspecção catártica) que está nos antípodas do espírito natalício hodierno.
Como resultado de sucessivas homilias à volta desta questão , o dito pároco de Lisboa propôs , à moda de Heeidegger, uma depuração do acessório para se alcançar a essência do "dasein" do SER NATAL. E avançou com a ideia do estandarte com o Menino , posto à janela, voltado para fora, como se do sinal clandestino do peixe dos primitivos católicos se tratasse e a querer dizer : - Aqui mora gente cristã que se rege pela moral cristã e não embarca em folguedos comerciais quando se trata de, por " reduções sucessivas " ( como Heidegger ) chegar ao que verdadeiramente importa comemorar, e  dando desde logo como exemplo o despojamento material traduzido em pais noel ( inventados pela COCA-COLA ) a trepar pelas paredes acima das casas carregados de "prendas".
E nem sequer a árvore do natal foi pelo paroquianos tolerada, uma invenção que em Portugal é posterior à Grande Guerra, carregada de desafectos ( quantas vezes  odiamos ter de pensar que temos" de comprar qualquer coisanha para meio mundo , porque o atestado de interesse afectivo passou a ser ....o objecto material!).

Ideia tão  simples que alastrou a todo o país , sem , talvez ser bem explicada, nem ao Bruno, nem às almas agarradas ao materialismo , que, se fosse dialético, já lhes tinha ensinado que a pena para a conspurcagem do Sagrado pode ser a guilhotina ou o fuzilamento . Ainda bem que esta gente não sabe disso para poder continuar a dormir estupidamente tranquila.

Acontece que , em Portugal o símbolo do natal é mesmo anterior ao século V e chama-se PRESÉPIO. Primeiro com musgo, depois com papel pintado, depois de milhares de outras formas : mas sempre Natal e muito antes de outros países cristãos o descobrirem! 

As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio. A tradição católica diz que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223,( o que é falso porque em Portugal desde o sec, V que  era comum !) quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.
O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.

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