quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SERÁ QUE A ZONA EURO SE PODERÁ FRAGMENTAR ?

É pouco provável esse cenário, respondem Iain Begg, professor da London School of Economics, e Friedrich Heinemann, do Centro Investigação Económica Europeia (ZEW) alemão. Seria um desastre que não interessa a ninguém na Europa.

O facto de hoje pela primeira vez o índice geral dos títulos soberanos da Europa Ocidental monitorizado pela Markit ter ultrapassado os 200 pontos base em termos de custo dos credit default swaps (seguros contra o risco de incumprimento da dívida) deixou os analistas alarmados.

Sinal deste mal-estar geral, e não só centrado nos quatro “periféricos” (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha) que já são membros do “clube” dos de maior risco de default (incumprimento da dívida soberana) à escala mundial, foi outro facto relevante do dia de hoje – o disparo, durante a manhã, do risco da Itália, que ultrapassou os 250 pontos base e atingiu um risco superior a 21%, e da Bélgica, que se aproximou dos 200 pontos base e de um risco de cerca de 16%. O que dá uma imagem de um problema sistémico abrangendo uma enorme fatia da União Europeia atingindo dois países com peso crucial na zona euro, a Espanha (5º maior europeu e 9º à escala mundial em produto interno bruto) e Itália (4º maior europeu e 7º à escala mundial). Os analistas sublinham, ainda, o facto de que quer a Bélgica quer a Itália revelam problemas latentes de desagregação política.

Não admira, por isso, que esteja ao rubro o debate em torno do risco de fragmentação da zona euro em blocos ou mesmo de liquidação do euro e regresso às moedas nacionais nos seus 16 membros, à semelhança do que ocorre, por exemplo, com a maioria dos nórdicos, com o Reino Unido e com a Polónia.

O anterior presidente da poderosa Federação da Indústria Alemã (BDI) avançou com a ideia da divisão da zona euro em dois blocos, um dos do “norte” – ancorado na Alemanha, e abrangendo a Áustria, Holanda, eventualmente a Bélgica e a Finlândia – e outro com os do “sul”, cujo desenho não foi especificado. O cenário de dois blocos do euro foi difundido, também, pelo Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP).

Ouvimos sobre estes cenários dois especialistas em geografias europeias distintas – Iain Begg, investigador do Instituto Europeu da London School of Economics and Political Science, em Londres, no Reino Unido, que foi editor do Journal of Common Market Studies ligado ao estudo da integração europeia, e Friedrich Heinemann, chefe do departamento de Finanças Públicas do Centro de Investigação Económica Europeia (ZEW), em Manheim, e também professor na Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Ambos concluíram sobre a “improbabilidade” de ambos os cenários – o de divisão em dois “blocos” ou o de abandono do euro

1 comentário:

  1. olá dr.

    Os amigos nunca se esquecem,amigos são assim, vivem proporcionando-nos alegrias em nossa vida

    Que sua vida seja repleta de emoções, alegrias e conquistas. Feliz aniversário!

    Helena e Inês
    beijinhos

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