quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

QUANDO EU ME IA DESPISTANDO...

Aqui há uns anos , quando saía do consultório após mais um dia de consultas, ouvi na TSF a crónica habitual de Pedro Arroja um conhecido economista da minha cidade do Porto que tentou montar um banco como o BPP - numa vivanda aristocrática da Avenida Brasil- mesmo ao lado da aristocrática mansão do falido BPP.
E que dizia o oráculo das finanças?
Perorava que na vida tudo são mercados , que na vida há que fazer contratos, que o casamento é, só e tão só, um, mais um, contrato e que, por isso advogava que nenhum contrato entre conjuges ( o casamento ) devia poder ser subscrito sem condições explícitas de termo : ou seja, dizia ele, um casamento a um mês , a seis meses, até a um dia se o mercado assim mandasse , quer dizer , em função do mercado dos casamentos , assim os contratantes conjuges quisessem .
E quanto aos afectos?
Bem , quanto aos afectos era igual - eles vão e veem, como toda a gente sabe, mas não havia nenhuma razão para não serem regulados notarialmente. Palavra de honra que ouvi isto.
Bem. Actualmente o homem deve estar um pouquito diferente porque até escreve num jornal católico que já foi meu e que é pago lautamente por crentes em quem lá escreve.

Isto pode ou não ter graça, que, como o povo diz mais vale tê-la que ser engraçado, porque eu fiquei tão atordoado na minha qualidade de psiquiatra que por um triz não me despistei contra um carro que vinha a sair do estádio das Antas.

É claro que na cosmovisão visionária de Pedro Arroja como na de António Nogueira de Brito que cito abaixo, no artigo que sai amanhã no SOL, a vida, toda a vida, mesmo a imponderável ou a incomensurável, ou a subjectiva, ou a anímica , ou a religiosa, deve ser contratualizada, sendo que há contratos leoninos que ficam sempre nas mãos de quem é como Pedro Arroja.

Entretanto veio a CRISE DO CAPITALISMO , a que estamos a viver, e vai durar tantos anos quantos transcorrerem até à próxima Grande Guerra entre os que pensam assim ( Chineses ou portugueses, ou americanos ) e os outros que entendem que a vida antes , muito antes, de ser um conjunto de contratos
, é afectos .

Vem isto a propósito do filme INSIDE JOB , ou seja a verdade sobre A CRISE DO CAPITALISMO. Aconselho-o, e faço-o com muita amizade por todos os que me visitam neste blogue sem pagarem nada - POR CONTRATO.

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