quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O DRAMA DA CRISE

A colocação hoje de dívida pública a quase 7%, para que houve compradores em dobrado , esconde várias coisas:
1- a este juro, o espantoso é que ninguém quisesse comprar.
2- a maioria dos fundos internacionais desinteressaram-se da compra depois de na passada semana o Fundo Soberano da Noruega ( da sua Segurança Social ) e o Fundo Soberano Russo que são os dois dos maiores do mundo (fora da China ), anunciaram com pompa e circunstancia que não mais estariam interessados em comprar dívidas aos cinco PIIGS ( Portugal,Irlanda, Itália, Grécia e Espanha ) mais república checa, hungria e países bálticos.
3- Este anúncio ocorreu no dia seguinte àquele em que a chancelarina Merkel anunciou que os credores das dívidas dos PIIGS teriam de arcar com parte do incomprimento de qualquer destas dívidas !
4- Nos últimos leilões da nossa dívida, e sobretudo no de ontem, só o BCE apareceu a comprar por 7% para vender a seguir ( no mercado secundário ) essa mesma dívida a vários bancos portugueses, sobretudo BES e BCP a cerca de 2%.
5- Aqui está portanto a explicação para o BES oferecer juros de 8% aos depositantes tal a carência de depósitos. Haverá alguém que acredite que é seguro, quando o BCE ( banco central europeu) já anunciou que vai deixar progressivamente de financiar bancos privados por esta via acima descrita? O BPP começou assim, também.
6- POR MAIS VOLTAS QUE DÊ À MINHA CABEÇA NÃO VEJO ALTERNATIVA A CURTO PRAZO QUE NÃO SEJA A SUSPENSÃO BEM NEGOCIADA (se fôr possível ) DA NOSSA ADESÃO AO  EURO POR ALGUNS ANOS para permitir uma séria desvalorização cambial que permita aumentar em muito as exportações, e diminuir ( por ficarem muito mais caras ) as importações, e assim se reerguer a indústria, a pesca e a agricultura residual que ainda há.

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