quinta-feira, 18 de novembro de 2010

NA NATUREZA NADA SE CRIA , NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA

Vi ontem no telejornal o conjunto de pequenas prendas/lembranças, que o governo do nosso país vai oferecer aos representantes dos países da NATO que reunem a partir de amanhã em Portugal, na que deverá ser a reunião de refundação da NATO, agora dirigida para a segurança ocidental nos planos da energia ( pipe-lines e rotas marítimas de petroleiros como no golfo da guiné e no corno de áfrica), alterações climáticas ( tipo Katrina que fechou todos os poços de petróleo do golfo do México e provocou danos ambientais que se projectam na segurança alimentar do mesmo mundo ocidental ), ou guerra cibernética ( como a que os russos usaram há dois anos para paralizar a Letónia, mas que pode ser usada para paralizar centrais nucleares ou as fazer explodir ).
E , dessas prendas feitas em produtos portugueses , sobressai o conjunto de peças de adereço, tipo gravatas ou malas de senhora, feitas em cortiça prensada , colada e queimada com tecnologia portuguesa.

Isto fez-me pensar na profunda reestruturação do tecido empresarial português ocorrido na última década e sobretudo desde 2005 com o governo Sócrates a as novas tecnologias ( o chamado choque tecnológico ).

Na verdade dá que pensar que o encerramento de milhares e milhares de empresas de texteis e vestuário, móveis, e calçado, que empregavam centenas de milhares de trabalhadores e entretanto faliram, não tivesse afundado o nosso PIB para o inferno de Dante. Simplesmente só isso não aconteceu, como o PIB vem crescendo. E a pergunta é: como é que fechando tanta empresa o PIB ainda cresce e as exportações não param de aumentar ?

A resposta é simples: houve uma enorme e extraordinária transformação do tecido empresarial português que de mão de obra intensiva foi dando lugar a outro de escassa maõ de obra mas de capital intensivo. O resultado é que centenas de pequenas empresas de uma dúzia de empregados licenciados ( no softwere, nas energias, nas biotecnologias,etc ) conseguem hoje facturar muito mais e ter muito mais lucro que milhares das antigas empresas com milhares de empregados. Daí um grande e crescente desemprego mas um crescimento do PIB e da facturação.

Parece impossível ,mas é verdade: nos próximos anos com o aumento exponencial de licenciados e doutorados em engenharias várias, vamos continuar a crescer aumentando todavia o desemprego. Mas se, as áreas tradicionais dos texteis, sapatos,mobiliário ou cortiça continuarem a modernização que já perseguem com a correcção de mais baixos preços de mão-de-obra ( os tais dez por cento de que se fala)então poderemos ainda aumentar mais o PIB (e pagar as dívidas e manter parte do estado social ) diminuindo o desemprego.

Realmente quando um governo tem Mariano Gago, há mesmo ( ao contrário do que a POVA jornalística diz ) boa mudança, porque é só pôr em prática o que aprendi na física: na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Neste caso transforma em coisa melhor.

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