sexta-feira, 22 de abril de 2011

massacre europeu

O que valeu para a semana não ser um holocausto dos títulos dos “periféricos” (nome benigno para os PIIGS) foi a Páscoa, ou Easter, consoante as latitudes. A quinta-feira dia 21 de abril foi um dia de massacre.
Três maturidades de Obrigações do Tesouro portuguesas fecharam quinta-feira acima de 11% no mercado secundário. Os juros a 2 anos foram os mais pressionados – revelando o nervosismo dos investidores em relação ao curto prazo. Uma subida vertiginosa!
À hora de almoço, os juros a 2 anos abriram em 10,5% e fecharam em 11,47% – quase 1 ponto percentual de aumento num só dia. Os juros a 3 anos fecharam em 11,17% e os juros a 5 anos em 11,49%, segundo dados da Bloomberg. Durante um período do dia os juros a 2 anos estiveram inclusive em valores acima dos juros a 5 anos.
O risco de default da República Portuguesa disparou para 43,68%, segundo dados da CMA DataVision. Tinham aberto em 42,31%.
Grécia e Irlanda em disparo e Espanha em alta
Os riscos de default subiram para a Grécia – que está em situação explosiva, com um risco de 67,60% -, Irlanda – cujo risco se aproxima do português, estando em 43,41% -, e Espanha que já atingiu de novo, os 20% (uma linha vermelha que pode dar acesso ao “clube” mundial dos de maior risco), fechando em 20,02%. Os jornais espanhóis conseguiram passar ao lado deste “detalhe”.
Naturalmente, alinhados com esta alta do risco, os juros dos títulos gregos continuaram uma subida vertiginosa: os juros a 2 anos lideram neste momento com 23%, seguidos dos juros a 3 anos com 22,68%. O fantasma de uma reestruturação de dívida agita estes títulos.
No caso da Irlanda, os juros a 2 e 10 anos fecharam em alta, com os juros a 2 anos a disparar com 11,34% (abriram em 10,38%) e os a 10 anos a fechar nos 10,48%. Também, neste caso, tal como sucede para Portugal e a Grécia, a pressão sobre as maturidades de menor prazo é brutal.
Com o risco de Espanha nos 20%, os juros das obrigações espanholas, depois de uma manhã tranquila, regressaram às subidas, com os juros a 10 anos a aproximarem-se dos 5,5%.
Duas curiosidades do dia do massacre
Os títulos mais pressionados no mercado secundário, com um aumento diário de 9%, foram os relativos às maturidades a 2 anos para as Obrigações do Tesouro portuguesas e para os títulos irlandeses.
No ranking dos países cujo risco mais aumentou durante o dia, surgem TODOS os países da zona euro sob observação: Irlanda, Itália, Bélgica, Espanha, Portugal e Grécia. Não faltou um.

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