terça-feira, 28 de junho de 2011

ONDE ESTÁ E COM QUEM ESTÁ A DÍVIDA GREGA

o Barclays publicou, recentemente, a lista das entidades mais expostas que permitem ao leitor ter uma noção dos mais envolvidos nas peripécias que vão ocorrer nos meses mais próximos (Nota: os valores podem não ser os à data, mas dão uma ideia relativa das posições). Os resultados da investigação feita pelo Barclays foram publicados pelo BusinessInsider.com a 20 de junho.
1- BCE detém diretamente 49 a 50 mil milhões de euros (14,3%);
2- Veículos financeiros de resgate da União Europeia detêm 38 mil milhões (11,1%);
3- Sector público grego com 30 mil milhões (8,8%);
4- Financiamentos por outros governos do G20 (incluindo Estados Unidos, Japão e BRICS) com 25 mil milhões (7,3%);
5- Fundo Monetário Internacional com 15 mil milhões (4,4%);
6- Banco Nacional Grego com 13,7 mil milhões (4%), sendo o banco grego com maior exposição;
7- Bancos centrais dos países europeus com 13,1 mil milhões (3,8%);
8- Banco do Pireu (banco grego) com 9,4 mil milhões (2,8%);
9- Eurobank (banco grego) com 9 mil milhões (2,6%);
10- FMS (fusão do Depfa com o Hypo Real Estate alemães), trata-se do primeiro banco alemão desta lista, com 6,3 mil milhões (1,8%);
11- Banco grego de Poupança com 6 mil milhões (1,7%);
12- BNP Paribas, o primeiro banco francês desta lista, com 5 mil milhões (1,5%);
13- ATE (banco grego) com 4,6 mil milhões (1,3%);
14- Alpha (banco grego) com 3,7 mil milhões (1%);
15- Dexia, banco belga, com 3,5 mil milhões (1%).
A incógnita na pirâmide de derivados
Contudo, como já explicou o próprio presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, o problema não está, apenas, nesta exposição directa, mas em toda uma teia de exposições cruzadas às dívidas soberanas da zona euro.
E aspecto ainda mais complexo diz respeito aos derivados financeiros ligados à dívida soberana grega. O valor líquido dos credit default swaps (cds, seguros financeiros contra o risco de incumprimento da dívida soberana) situam-se hoje em 5 mil milhões de dólares (cerca de 3,5 mil milhões de euros), inferior inclusive ao valor dos cds sobre a dívida portuguesa (que somam mais de 6,3 mil milhões de dólares). Inclusive esse valor líquido para a Grécia baixou quase 30% nos últimos doze meses, em virtude de maior atividade especulativa sobre as dívidas de países como Estados Unidos, China, Japão, França, México, Bélgica e Espanha.
Em caso de um evento de crédito (alguma modalidade de default) os detentores desses cds sobre a dívida grega poderão reclamar o seu reembolso num momento de pânico financeiro. Contudo, a enorme incógnita é saber o que estará na pirâmide de derivados financeiros relacionada com os cds sobre a dívida grega.

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