A crise da dívida na zona euro regressou, depois do intervalo com a crise da subida do teto da dívida federal norte-americana. Os dois elefantes na loja de porcelanas – a Espanha e a Itália – voltam a estar em foco, pela negativa.
As yields (juros implícitos) das obrigações espanholas (OE) e dos títulos do Tesouro italiano (BTP) a 10 anos subiram para valores acima de 6% – 6,20% no caso das OE e 6% no caso dos BTP. No caso dos BTP trata-se de um novo máximo, superando o anterior a 18/07 que havia fechado em 5,97%. No caso dos OE o máximo foi fixado em 18/07 no nível de 6,316%.
Este patamar dos 6% é considerado um nível de alarme, um corredor para os 7% que ficaram famosos como “passaporte” para a intervenção da troika.
Todas as maturidades das OE e dos BTP estão hoje em alta, destacando-se no grupo dos seis países da zona euro sob observação dos mercados financeiros (Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha, Itália e Bélgica). Também os juros da Irlanda para os títulos a 2 e a 10 anos estão em alta, mas com valores abaixo dos verificados para as obrigações do Tesouro portuguesas, que, também, estão a subir nestes prazos.
Mexidas no “clube” da bancarrota
Simultaneamente, no mercado dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) relacionados com a dívida soberana, o risco de incumprimento para a Irlanda, Espanha, Itália e Portugal está em alta e já acima dos valores de fecho na sexta-feira.
A subida do risco no caso da Irlanda já levou a que o ex-tigre celta regressasse ao 3º lugar do “clube” da bancarrota (grupo dos 10 países com mais alto nível de risco de default) e que Espanha subisse para a 7ª posição.
O custo dos cds relativos às dívidas espanhola e italiana fixaram hoje novos máximos históricos a meio da tarde.
No referido “clube”, os cinco países da zona euro estão agora posicionados da seguinte forma: Grécia, que lidera, Portugal em 2º lugar, Irlanda em 3º, Espanha em 7º e Itália em 9º. Os países com maiores variações diárias do risco são todos membros da zona euro: Espanha, Itália, Bélgica, Irlanda, França, Portugal, Eslováquia e Grécia.
Bolsas italiana e espanhola afundam-se
O índice IBEX 35 da bolsa espanhola caiu 3,24% e o MIB, o índice da bolsa italiana, quebrou 3,87%. O IBEX 35 fechou em novo mínimo do ano.
As entidades que mais caíram nas duas bolsas foram o banco Unicredit (4,32%), o banco Intesa SanPaolo (7,86%) e o Banco Popolare (7,69%), no caso de Itália, e o Banco Sabadell (3,76%), BBVA (4,07%), banco popular (4.46%) e Ferrovial (4,22%) na bolsa de Madrid.
Este panorama negativi estendeu-se por todo o continente europeu, com quebras bolsistas entre 2 e 3% em vários países: Alemanha (índice DAX); França (índice CAC 40); Portugal (índice PSI 20); Irlanda, Bélgica (índice Bel 20); Finlândia; Suécia; e Hungria. Na Eslováquia, a queda da bolsa foi superior a 3%, tal como em Espanha e Itália.