segunda-feira, 13 de julho de 2009

PACHECO PEREIRA

Hoje de manhã, ao passar a vista pelos blogues que não perco, Saramago, Nossa Causa, Da Rússia de José Milhazes, e o António Peres Metello, fui encontrar, no Abrupto de Pacheco Pereira, um notabilíssimo texto do vice-presidente do PSD e com o qual não podia, como membro do partido socialista, estar mais de acordo.

Aí se descreve em pormenor como se faz carreira política em Portugal e porque é que os partidos são responsáveis pelos casos da "roubalheira" que é uma evidência.


Posto isto só quero acrescentar àquele texto - e se alguém o conseguir mandar ao Pacheco Pereira agradeço - o seguinte:


Quando um jovenzinho entra nos jotas, já tem um perfil manifestamente apropriado para o que vem a seguir. No partido, ele vai aprender a refinar a sua cosmovisão egocêntrica - o que não teria mal - transformando-a numa cosmovisão egoísta.


Para sobreviver nos júniores do partido, vai aprender e refinar traços de personalidade específicos, suficientes e necessários, a saber, a tendência para mentir, a capacidade para mistificar as coisas, a propensão para intrigar, a retórica da sedução das gentes - enfim tudo o que faz, em psiquiatria, o quadro da psicopatia. Que, por definição, não é doença mental, mas um "modo de ser", e, por isso mesmo não susceptível de imputabilidade jurídica.


É por isso que a gente vê personagens políticas que são apodícticamente culpadas, ou ao menos responsáveis, saírem dos tribunais com aquela "capacidade de encaixe" que é a cara de Menino Jesus, e não se envergonharem de sair à rua. Porque os psicopatas ( ao contrário por exemplo dos neuróticos), não sofrem mas fazem sofrer os outros à sua volta. E isso aprende-se, por exemplo, nos jotas.


O pior disto, é que poderemos estar condenados a uma desgraça: se as aptidões (skill) para se trepar no aparelho do partido são as acima descritas, chegará um tempo em que quem pode chegar à governação do país é gente assim, com as capacidades opostas de lisura e gestão que a governança da coisa pública exige.

3 comentários:

  1. Olá Zé. Depois do que acabei de ler fico a pensar se já não caímos em desgraça...Essas aptidões já foram correctamente adquiridas por muitos e não só na política.Um beijo.Tita

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  2. Ó tita, ainda hoje estive a ler o editorial do New York Times do Paul Krugman, último prémio Nobel da economia. Ele explica que o Obama mais o Congresso não estão a fazer o que deviam (ele três anos antes deu como inevitável esta crise )na economia e, para além dos políticos icompetentes para lidar com esta, declara como " catástrofe total" o que os mesmos estão a não fazer com a crise climática. Explica que como ela se verá daqui a quarenta anos eles não se preocupam.
    Bjs. manda o teu e-mail.

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  3. Olá Dr. temos sentido a sua falta ,os 5 minutinhos de conversa que o Sr. sempre nos reserva já estão em falta
    um abraço do staff do Hotel

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