domingo, 5 de julho de 2009

O MEU DIREITO À CONTRA-INDIGNAÇÃO !

Está na T-S.F. para quem a quer ouvir (http://www.tsf.pt/)
Chama- se Leonor Coutinho, deputada pelo meu partido - o Partido Socialista - é candidata à Câmara de Cascais e está indigadíssima. E porquê? Ora, porque lhe andam agora a coartar o seu direito a prosseguir, com segurança "a sua carreira de deputada "!
A história conta-se assim: na sexta-feira o Partido decidiu que quem se candidatasse, por ele Partido , à presidência de qualquer autarquia nas próximas eleições autárquicas, não poderia ser simultaneamente candidato a deputado nas próximas legislativas. Ou seja, a Leonor Coutinho que alegremente se tinha atirado à candidatura da Câmara de Cascais convencida que se perdesse tinha sempre o lugar de deputada, vê agora em risco a sua "carreira "(sic), ou seja, os seus mais que legítimos direitos (adquiridos).
Espantosamente a senhora diz isto tudo e muito mais, com o timbre da mais profunda indignação a tremelicar-lhe na voz .
Vão vêr à TSF.
Ao lado dela, segundo a mesma rádio, já está a candidata a Alpiarça , também actualmente deputada, Sónia Sanfona ( que raio de nome !) e, segundo me pareceu mas não asseguro porque o acho... esperto, o inefável Joaquim Couto candidato à Gaia do sempre eterno Luís Filipe Menezes... Pois!

Quando o ex-ministro Manuel Pinho fez o gesto de cornudo em directo na televisão àquele deputado comunista de que nunca me lembro do nome, eu fiquei magoado e chocado. Tive o impulso de vir aqui ao computador escrever isso mesmo. Mas o caso parecia-me grave de mais e quando é assim espero algum tempo antes de dizer algo de que me possa arrepender. Fiz bem, porque entretanto com toda a gente a comentar o caso fiquei a saber que o senhor, antes de ser convidado para ministro, era administrador do BES, e tinha sido tudo e mais alguma coisa no estrangeiro, não dependendo da política para viver mais que bem. Fiquei também convencido que o ex-minisro da Economia nem terá mentido. Pois muito bem, foi para a rua. E num programa televisivo um comentador explicava o caso do gesto ministerial e aquilo a que se chamou gafes ( coisa que revi várias vezes e acho que eram simplesmente também verdades) por o aparelho partidário segurar os seus, e olhar os independentes que são chamados ao Governo com a desconfiança da besta acossada. Passei a concordar com o comentador e recordo o tempo em que nenhum doutor ou engenheiro podia inscrever-se no PSD porque toda a gente lá dentro se punha a perguntar-se: "o que é que agora quer este gajo?".
Recordo aquela história verídica do Churchil a entrar no parlamento inglês com um deputado novato que quando se sentou, e apontando para a bancada do outro partido, exclamou: "Então são aqueles os nossos inimigos!", ao que Churchil respondeu: "Não aqueles são só os nossos adversários, os nossos inimigos estão aqui atrás!"

Pois bem, disto tudo, retiro como psiquiatra que:
A deputada Leonor Coutinho já interiorizou de tal modo o seu direito aos direitos adquiridos que nem tem a noção de que se está no parlamento ( Assembleia da República ) somente quando o povo nos elege; e de tal modo interiorizou os seus direitos que nem lhe passa pela cabeça que o povo pode não nos querer.

Posto isto, a Leonor Coutino tem para mim o cheiro infecto da minha verdadeira infecção urinária.

4 comentários:

  1. Olá tudo bem?
    Tenho sido leitor assiduo do seu blog e gosto imenso!
    Grande abraço deste amigo Ricardo Moura

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  2. Fico muito contente. Mas isso agora não interessa muito. Importante é que procures, na medida do que te fôr possível "agarrar" o casamento

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  3. Olá!
    Eu e a Sónia já estamos divorciados desde 2003. O meu filho Francisco é que já está com 12 anos! Eu tenho divagado pela vida. Enfim...
    Um abraço

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