sexta-feira, 16 de setembro de 2011

a visão dos inglesas a quem mais interessa a libra:


Crise da Zona Euro

The Economist apela a “um ato de vontade coletiva supremo”

16 setembro 2011
“Como salvar o euro”. Num artigo muito longo e detalhado, o The Economist declara que “a única forma de parar a espiral de recessão é um ato de vontade coletiva supremo pelos governos da Zona Euro, para erguer uma barreira de medidas financeiras de forma a travar a crise e colocar o governo do euro numa posição sólida”.
Para isto, o semanário londrino considera que “o resgate deveria fazer rapidamente quatro coisas. Primeiro, deveria diferenciar os governos europeus considerados ilíquidos dos insolventes, dando apoio ilimitado aos governos solventes, mas reestruturando a dívida daqueles que nunca a conseguirão pagar. Segundo, tem de consolidar os bancos europeus para certificar que resistem ao incumprimento soberano. Em terceiro lugar, precisa de alterar a política macroeconómica da Zona Euro, passando de uma obsessão com cortes orçamentais para uma estratégia de crescimento. E finalmente, deverá começar a definir um novo sistema para evitar que tal confusão volte a acontecer”.
“Baseado em testes de stress adequados (que desta vez deveriam incluir um possível incumprimento das dívidas da soberania grega)”, a recapitalização dos bancos europeus deveria ser apoiada por “um compromisso do Banco Central Europeu para providenciar liquidez ilimitada durante o tempo que for necessário”. O BCE deveria também “declarar que apoia as dívidas soberanas de todos os países solventes e que está pronto para utilizar recursos ilimitados para evitar o pânico nos mercados”.
Ao perceber que “na verdade é mais fácil entrar do que sair da moeda única”, temos de reconhecer que a saída da Alemanha “seria tão terrível” como a da Grécia. E para o The Economist, “agora a questão não se resume em saber se o euro foi desnecessário ou se foi uma péssima ideia desde o início, mas sim se vale a pena salvá-lo. Seria mais barato destruí-lo agora? Não serão os custos políticos a longo prazo demasiados elevados, para redefinir a Europa e salvar o euro?”
“O The Economist admite que o nosso plano de resgate começa com um défice democrático, que precisa de ser corrigido, caso se pretenda que uma união fiscal mais próxima resulte”, acrescenta o artigo. “Mas tem de haver forma da boa governação forçar a má governação a manter-se na linha, sem ser necessária a criação de um novo super-Estado federal”. E no final de contas, “a alternativa poderá ser o colapso, não só da moeda única, como do mercado único e de todo o projeto europeu”. E sobre esta questão, a última palavra será do eleitorado alemão, conclui o The Economist.

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