sexta-feira, 16 de setembro de 2011

EUROPA DOS SEM-VERGONHA

Líbia

Vitória de Sarkozy e Cameron

16 setembro 2011
Le Figaro, 16 setembro 2011
"Sarkozy e Cameron acolhidos como libertadores pelos líbios", destaca em primeira página o Le Figaro no dia seguinte à visita do chefe de Estado francês e do primeiro-ministro britânico à Libia. "Nicolas Zarkozy e David Cameron aproveitaram este momento [...] para colher os frutos da sua firmeza. Enquanto o nosso continente se debate com a crise da dívida, o facto de estes dois dirigentes europeus serem aclamados desta forma num país árabe é algo reconfortante", congratula-se este jornal diário de direita.
Do outro lado da Mancha, o The Independent considera, por sua vez, que "Cameron e Sarkozy talvez devessem ter cancelado esta visita": embora os dois líderes europeus tivessem toda a legitimidade para serem os primeiros chefes de Estado ocidentais a visitar a Líbia do após Kadhafi, e embora tenham sido recebidos com um banho de multidão, "o entusiasmo dos líbios não os isenta da crítica de que esta visita foi organizada com uma impaciência primária: cedo demais e depressa demais", escreve o diário londrino.
A imagem dos dois chefes de governo, aprumados e à disposição dos órgãos de comunicação social, era mais forte que a própria retórica, transmitindo a impressão de ricos mecenas que se inclinam para abençoar o sucesso do seu projeto. Mas é uma imagem inútil, que se arrisca a dar força aos que acham que a participação do ocidente na revolta líbia não passa de neoimperialismo.
O Le Soir qualifica esta visita como um "Raide diplomático dirigido a Tripoli: a precipitação da dupla [Sarkozy e Cameron] chegou a tirar o tapete sob os pés do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan, que era esperado em Tripoli nessa mesma quinta-feira, 15 de setembro." E o diário belga acrescenta que "provavelmente não se trata de um acaso, uma vez que este entusiasmo coincide com a tímida retoma das exportações de petróleo da Líbia."

Nota de c.s.p. : se eu fosse líbio seria certamente capaz de destruir o metro de Paris ou Londres. Depois não se queixem .

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