sexta-feira, 16 de setembro de 2011

CHINA AVANÇA GEOPOLITICAMENTE NO CERCO AO OCIDENTE

O primeiro movimento estratégico da China sobre a crise da zona euro, manifestado publicamente, foi feito hoje de manhã bem longe de Bruxelas ou das capitais dos países membros da zona euro em crise da dívida soberana.
Em simultâneo com a declaração de que os europeus deveriam colocar a casa em ordem, a primeira exigência “estratégica” foi colocada publicamente pela China na reunião do Fórum de Verão de Davos, que se realiza em Dalian, conhecida como a “pérola do nordeste da China” (na Manchúria), até dia 17 de setembro, com a presença de participantes de 90 países.
Gesto de diplomacia económica
“Com base nos critérios da Organização Mundial do Comércio, o estatuto pleno da China como economia de mercado deverá ser reconhecido em 2016. Os países da União Europeia podem demonstrar a sua sinceridade vários anos antes, o que seria um reflexo da nossa amizade”, disse o primeiro-ministro Wen Jiabao,no discurso de abertura do Fórum. Um raciocínio que completou com total clareza: “espero que os dirigentes europeus olhem com coragem para a sua relação com a China de um ponto de vista estratégico”.
Soft power sobre “amigos” em apuros
Ou seja, os europeus poderiam fazer o gesto de diplomacia económica de reconhecer antecipadamente o estatuto de economia de mercado à segunda maior economia do mundo. Esta designação técnica de “economia de mercado” conduziria à remoção de várias barreiras às exportações e aos investimentos chineses na Europa.
Os media controlados pelo estado chinês alegaram, também, que outra exigência deverá ser o fim do embargo de exportação de armamento europeu para a China.
Alguns analistas chamam-lhe manifestações de “soft power” da nova superpotência emergente.
Nos negócios do dia a dia, é conhecida a atenção da China pelos planos de privatização na Grécia e Portugal e o jornal italiano La Republicca referia o enorme interesse dos conglomerados chineses pelo gigantesco plano de privatizações italiano, sobretudo as jóias da coroa na área da energia.
Num sentido mais geral, a China deverá passar, no futuro, de uma estratégia de investimento em títulos do tesouro americanos – e mesmo outros, como os títulos de países da zona euro com notação triplo AAA, sobretudo Bunds alemães – para o que Li Daokui, um académico conselheiro do Banco Central da China, chamou de “activos físicos”. Li acabaria por “traduzir” para os participantes do Fórum em Dalian: “Gostaríamos de tomar posições na Boeing, Intel e Apple, e deveríamos investir neste tipo de empresas de um modo proativo”.
CHINA DELANDA EST !

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