domingo, 23 de outubro de 2011

E PORTUGAL - THE FIRST MINISTER - NÃO QUER PERDÃO DE DÍVIDA !

A dívida pública grega que fechou em 2010 no nível de 142,8% do produto interno bruto (PIB) e que poderá atingir os 157,7% no final deste ano deverá chegar aos 181%, em 2012, caso a dinâmica atual se mantenha, segundo uma análise “estritamente confidencial” para o relatório da troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) que superintende o plano de resgate ao país.
O documento, ainda não publicado, foi produzido depois da análise das contas gregas no âmbito da autorização para a transferência da uma nova tranche de 8 mil milhões. Uma transferência que continua por fazer em virtude de uma postura de “falcão” do Banco Central Europeu, exigindo vagas sucessivas de medidas de austeridade num contexto de agravamento recessivo e de crise política e social. Entretanto, o Eurogrupo, reunido hoje à tarde em Bruxelas, deu luz verde à parte europeia (de €5,8 mil milhões) da transferência para Atenas.
O relatório, citado hoje pelo jornal Financial Times, refere que esta nova previsão do nível de dívida soberana no final do próximo ano está quase 15 pontos percentuais acima dos cálculos feitos em julho, que apontavam para 166,1% do PIB, e que constam nas previsões do Banco Central Europeu, no recente Occasional Paper nº 132, publicado na semana passada.
Envolvimento privado “mais ambicioso”
O documento refere que este agravamento das previsões se deve a três atrasos e uma bomba mais recente: o atraso na retoma (a Grécia deverá continuar em recessão em 2012, com uma previsão da queda do PIB em 2%, depois de uma queda provável de 5% em 2011), na consolidação orçamental (deverá haver este ano um desvio das metas no défice na ordem de €1,4 a 2 mil milhões) e no plano de privatizações (que estaria atrasado pelo menos 3 meses), bem como o impacto que vai ter a recapitalização da banca.
Com este disparo, a dívida pública grega distanciar-se-ia ainda mais, em 2012, dos níveis que serão atingidos pela Itália (previsão de 119,9% do PIB), Irlanda (117,9%) e Portugal (107,4%).
Face a este disparo, a troika recomendaria, por isso, a necessidade de inverter essa dinâmica, propondo uma reestruturação da dívida aos credores privados (o que tem sido designado de “envolvimento do sector privado”, conhecido pelo acrónimo PSI do inglês) “mais ambiciosa”.
Segundo um gráfico que está a correr a blogosfera, alegadamente extraído do referido relatório ainda confidencial, uma reestruturação parcial da dívida aos privados na ordem de 50% permitiria diminuir a dívida pública para 120% em 2020 e ligeiramente acima de 100% em 2030. Se o “corte de cabelo” (hair cut, na gíria técnica) for de 60%, esse nível poderá descer para 110% em 2020 e menos de 100% uma década depois.
Ainda segundo o Financial Times, um “corte de cabelo” de 60% permitiria manter o segundo pacote de resgate à Grécia – já aprovado na cimeira europeia de 21 de julho – no montante inicialmente previsto de €109 mil milhões. Mas se o corte for apenas de 50%, o pacote de resgate terá de subir para €114 mil milhões. Segundo o jornal britânico, o Banco Central Europeu opõe-se à divulgação destes cenários.
Refira-se que os credores privados detêm 65,4% da dívida soberana – 21% dos títulos de dívida nas mãos dos bancos gregos e cipriotas, 8% em mãos de instituições gregas não bancárias e fundos de pensões locais, e 36,4% em credores privados estrangeiros. Ao todo €226,5 mil milhões. A troika detém 34% da dívida soberana. Mas não admite reestruturar a dívida de que é credora. Até à data, apenas mexeu na taxa de juros e nos prazos

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