terça-feira, 18 de outubro de 2011

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As bolsas da Ásia haviam fechado hoje (17 de outubro) no positivo com as 50 principais empresas cotadas a subir a capitalização em 2%. Mas eis que a Europa acordou e algumas frases do ministro das Finanças alemão e do porta-voz da chanceler Ângela Merkel foram suficientes para matar o “otimismo” que permeou os investidores internacionais convencidos que a 23 de outubro – no próximo domingo – sairá fumo branco da cimeira europeia.
Wolfgang Schauble fez baixar drasticamente as expectativas sobre a cimeira de domingo falando de “irrealismo” na resolução da crise em 8 dias. Já Ângela Merkel havia dito, na semana passada, que “não há milagres”. O seu porta-voz, Steffen Seibert, disse hoje que a cimeira de domingo “permitirá aos europeus progredir de maneira sensível em direção a uma resolução da crise da dívida, mas não a resolverá de um golpe”.
Face ao ultimato da reunião de ministros das Finanças e banqueiros centrais do G20, estas frases podem ser um sinal de que os alemães ou estão a fazer pressão pública sobre os franceses (o seu parceiro no G2 que governa a zona euro) com vista às reuniões do Eurogrupo de 21 de outubro e do Ecofin do dia seguinte, ou estão a sinalizar o interesse por uma solução “mínima”, sem grandes rasgos.
Frases alemãs valem 1% de quebra nas bolsas
O resultado das frases alemãs foi um movimento de quebra generalizada nas bolsas europeias com o EuroStoxx 50 a cair 1,68% e o Bloomberg European 500 a descer 1,05%. Em Wall Street o balde de água frio germânico foi ainda mais pernicioso – com os principais índices a serem atacados pelo “urso”: o índice Dow Jones quebrou 2,13%, o S&P 500 caiu 1,94% e o Nasdaq teve uma queda de 1,98%.
O saldo diário final das palavras alemãs foi uma quebra bolsista mundial de 1%. A nível do sector financeiro, a quebra de capitalização nas bolsas mundiais foi superior, de 1,2%.
No mercado secundário da dívida soberana, o efeito foi sentido em quatro países da zona euro que têm estado mais “sensíveis” ultimamente às frases, aos rumores e aos adiamentos: Irlanda, Itália, Espanha e Bélgica. As yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) dos títulos soberanos destes 4 países prosseguiram com a tendência de subida. No caso dos títulos italianos a 10 anos, fecharam com uma yield de 5,8% e as obrigações espanholas com a mesma maturidade atingiram uma yield de 5,32%. Os dois países continuam com as yields destes títulos a subir no patamar dos 5% – e não a descer, como deveria ser o resultado das intervenções do Banco Central Europeu no mercado secundário. Os títulos belgas a 10 anos, por seu lado, viram a yield fechar em 4,45%, já próximo do máximo de 4,5% de agosto.
Bancos americanos de novo na berlinda
No mercado dos credit default swaps (cds), os mais penalizados foram, hoje, de novo, 5 bancos norte-americanos.
O maior aumento de preço dos cds (ou seja o encarecimento dos seguros contra o risco de incumprimento) ocorreu com o Morgan Stanley e o Wells Fargo, com subidas superiores a 8%. Seguiram-se a Goldman Sachs, a JPMorgan e o Bank of America, com subidas entre 5,9% e 7,7%.

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