quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

JÁ ESTAMOS NA FASE EM QUE A PALAVRA GUERRA DESENCADEIA O PÂNICO DE CARREGAR LOGO NO GATILHO....

A Dow Jones Wires lançava pela hora de almoço de terça-feira (6 de dezembro) um aviso de que “Hu, [o presidente], da China, ordena Armada para se preparar para combate”.
O que caiu como um bomba nos ecrãs dos traders e rapidamente se estendeu como uma epidemia nos repetidos tweets lançados àquela hora por analistas. As palavras chave com que o aviso começou a ser reproduzido abarcavam “2011″, “China”, “Índia” e “guerra” (em inglês). Uma mistura explosiva.
A calma regressou, no entanto, sete minutos depois. O despacho era mais completo do que o aviso. O presidente chinês Hu Jintao discursava perante a Comissão Central Militar referindo que a Marinha deve “acelerar a sua transformação e modernização e realizar preparativos prolongados para combate militar no sentido de dar maiores contributos para a salvaguarda da segurança nacional”. Em suma, nada de iminente.
Os traders respiraram de alívio – já bastara a Standard & Poor’s ontem com o aviso aos 15 da zona euro e o menu de união orçamental de Merkel e Sarkozy irritando cada vez mais os britânicos e apertando a malha aos países periféricos insolventes.
Em abono da verdade, a Dow Jones Wires deve ser perdoada – a agência oficial chinesa Xinhua fora a culpada, pois traduzira simplesmente aquela frase do discurso do presidente destacando que a Marinha chinesa “deveria fazer preparações para a guerra”.

Os americanos (psiquiatras) introduziram há seis anos uma palavra nova ( neologismo) que passou a fazer carreira em todo o mundo: fulfeelling prophecy.
O que esta  expressão quer dizer é que , pelo facto de alguém pronunciar o anúncio de alguma coisa , isso vai mesmo acontecer. Assim , por exemplo, se um psiquiatra declara enfaticamente a uma sua paciente que o casamento dela vai terminar mal , está por esse facto a induzir comportamentos agressivos na mulher contra o seu marido que irão provavelmente descambar em divórcio; da mesma forma quando as agências de notação de risco dos países anunciam que a França ( ou Portugal ) estão prestes a baixar de triplo A , issso provoca nos agentes económicos uma exigência de juros mais altos permitindo que a França ( ou Portugal ) se fragilize e , portanto os piores indicadores económicos justifiquem que as tais agências de rating baixem ( com gozo ) as notações dos países.

Ora é este mesmo mecanismo que se usados por  especialistas de geopolítica  quando publicamente prognosticam uma guerra ( seja de divisas, seja de proteccionismos económicos  seja militar , a estão efectivamente a construir ).

Infelizmente estamos já mergulhados numa guerra de divisas, iniciamos uma guerra protecionista um pouco por toda a parte e , agora , só falta mesmo a bélica. Podem crer que ela vem mesmo aí. E aí só lamento que Portugal - o meu país - não se prepare para ela : como aqui postei há uns seis meses apostando num exército de guerrilha como o da Suíça ou o do início do Estado de Israel. Mas este governo vale o que vale o que é a nossa maior derrota.

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