quarta-feira, 15 de setembro de 2010

7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 3

Aqui há uns tempos, a maior empregadora do concelho que agora também é o meu  - Vila do Conde - e que dá pelo nome de Misericórdia, entendeu fazer boa gestão e para concentrar o pagamento dos ordenados no banco BES, conseguiu deste boas condições. Os trabalhadores da Misericórdia passaram a poder contar com um determinado cartão sem custos. A determinada altura algumas trabalhadoras ( Ah!....as mulheres e os seus cuidados...) descobriram que lhes tinha sido subtraído da sua conta dinheiro que no caso duma auxiliar que ganha os quinhentos euros da praxe, ultrapassava os quarenta . Vai daí , queixa-se a lesada. Que não, que estava tudo nos conformes - dizia o Banco. Chamado a intervir a Mesa da Misericórdia explica ao banco que o acordo não era aquele. Finalmente o banco diz que sim, que foi engano. As funcionárias lá se dirigem e o funcionário confirma o erro mas pede para repor repartido por  meses o devido. Comentário da auxiliar para mim: mas então agora sou eu que empresto dinheiro ao banco?

Na verdade é. À falta de depósitos que em grande parte voaram dos bancos por obvia falta de confiança neles, estas coisas acontecem. E outras.
Por exemplo o ministro das finanças veio da China há oito dias ,onde se deslocou para convencer os chineses a emprestarem-nos dinheiro. É que o dinheiro que nos emprestam atingiu os críticos 6% de juros que teremos de pagar e mesmo assim é através de títulos e obrigações do Tesouro Português comprados pelos bancos que o vão depois usar como aval para os empréstimos que fazem ao banco central europeu (BCE ).
O financiamento do BCE aos  bancos portugueses  disparou nos últimos doze meses de 6 mil milhões para 50 mil milhões. Ou seja, os bancos portugueses estão gravemente endividados ao estrangeiro, ao BCE, que como explico no post seguinte é uma emanação da política alemã. Por outras palavras estamos a vender-mo-nos aos alemães. Há alternativas? Provavelmente há, mas são piores, a começar pelo regresso ao FMI com todas as consequencias.
Agora, como é inconcebível que o governo não saiba disto, bem como a oposição, fico com um suspeita apodítica: O pessoal da política ao falar de tudo menos disto, ao jogar jogos florais , ao ameaçar que vai ameaçar, ao gritar agarrem-me senão eu faço....mais não está que a fazer os possíveis para não ter de governar. Se tivesse de apostar, apostava em que todos vão fazer os possíveis para que o FMI venha e fique com o ónus do peso draconiano das medidas necessárias.
Outra maneira de conseguir o mesmo, governar alijando responsabilidades, é governar por duodécimos, porque não houve acordo entre os partidos para o Orçamento do próximo ano....estão a vêr?
 Ah como é bom ser político, ter influência , ganhar dinheiro ,muito dinheiro de muitos modos....mas não governar!

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