quarta-feira, 15 de setembro de 2010

7 de SETEMBRO DE 2010 - o DIA DA DEPENDÊNCIA - 2

Aqui há uma semana declarei-me farto dos pequenos truques do governo. Ainda dou apoio a Sócrates mas desconfiado e , mesmo assim, só a ele.
Na verdade, dos cinco ministros que faziam um governo de luxo pouco já resta.
Na educação Maria de Lurdes Rodrigues foi substituída por Isabel Alçada que fala dos nossos meninos com uma maternage demodé e que , além de não trazer nada de novo ( a anterior ministra introduziu o inglês na primária, estendeu os infantários a todo o país, colocou professores a tapar furos, relançou as escolas profissionais, endureceu a política dos currícula num sentido mais de ciências exactas, e deu mais poder aos professores face aos alunos - coisa que os professores desbarataram em comunhão com alunos crianças -, concentrou em grandes escolas com excepcionais condições micro-escolas que EU SEI que só dão mau resultado,etc, e recusou o óbvio: permitir o prémio igualitário de haver uma carreira em que se trepava com a naturalidade com que se desce uma vereda!
E o que fez a actual, nomeada quando a PÔVA , essa turba inorgânica, desconhecedora, às vezes estúpida e viciada em telejornais histriónicos saiu às ruas? Deu razão aos professores no acesso a carreiras sem nenhum, repito nenhum, tipo efectivo de reconhecimento do mérito! E qual foi o resultado? Como tinha aqui avisado e alguns outros também, 225 milhões de euros nos primeiros seis meses a mais em ordenados, comparativamente com o mesmo período do ano passado!

Na saúde a coisa foi igual. Não gasto muito tempo. Ana Jorge substitui Correia de Campos ( agora reconhecidamente o melhor ministro da Saúde que Portugal teve), que sendo o único doutorado em direito e economia de saúde toda a sua vida estudou as várias vias para o manter - atesto pessoalmente o que estou a escrever.
As maternidades concentradas onde os partos tinham mais segurança, mudanças orgânicas nas gestões que impusessem coisas como lavar as mãos que diminuiram em um terço das infecções nosocomiais, ou seja apanhadas nos hospitais - lembram-se da galhofa quando o ministro pediu aos médicos que o fizessem? -.a guerra com as farmácias pela baixa do preço dos medicamentos ( afinal nenhuma foi à falência ), os serviços médicos prestados em rede entre os hospitais e os centros de saúde, a implementação das unidades de saúde em substituição dos centros de saúde para que mais doentes fossem atendidos com mais qualidade por menos médicos, etc. Tudo da lavra de Correia de Campos para salvar o SNS. Ana Jorge chegou e - sem dinheiro, como o seu antecessor - decretou comparticipação a 100% de numerosos medicamentos ( que até servem para tratar cães e gatos ). Conclusão: aumento de 60 milhões em medicamentos em seis meses! E, depois, a mentira de que o SNS está bem porque houve aumento de despesa mas...não foi muito grande!

Na economia o ministro dos corninhos que deu o litro e sabia o que fazia em época de crise mundial sem precedentes, Manuel Pinho, foi substituído basicamente por ter pedido aos chineses que investissem cá porque os vencimentos dos trabalhadores tornavam o investimento competitivo - como se houvesse alternativa, para ser alvo de homenagens de comissões de trabalhadores e empresários.

Resta Vieira da Silva, deslocado para uma área que não domina e Mariano Gago um verdadeiro génio estratégico. E Teixeira dos Santos cujo silêncio me faz desconfiar.

É pouco, muito pouco no momento de crise, repito, sem precedentes , que o mundo atravessa.


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