quinta-feira, 18 de junho de 2009

A INVEJA, PRIMEIRO PECADO MORTAL LUSO

Acordei hoje com a notíca de que a maioria dos trabalhadores da Auto-Europa tinha vetado a posição da Comissão de Trabalhadores, que é bloquista e tem feito um belíssimo trabalho em defesa dos trabalhadores da empresa, e lhes propunha que para salvar 250 postos de trabalho de trabalhadores eventuais, seus colegas, dessem todos umas horas a mais. A maioria instalada rejeitou a proposta.
Aqui estão os portugueses no seu pior : a inveja e a falta do dever kantiano de ser solidário.
Veremos se os alemães, que não sofrem desta doença, apreciam o comportamento dos empregados que têm, ou lhes respondem dentro de meses com despedimentos para todos.
Mas nem todos os portugueses são assim. O ex-líder parlamentar do PSD Domingos Duarte Lima, que não tinha fama de primar pela fácil abertura das mãos, foi vítima há anos de uma leucemia e esteve à morte. Teve uma sorte incrível porque arranjou rapidamente um dador compatível para um transplante de medula óssea e assim se salvou e graças a Deus está bem. Tão bem que largou a política e a neurose dos três P (Posse, Prestígio e Poder ) para se dedicar - agora sim - à causa pública, fundando a Associação Portuguesa Contra a Leucemia.
Em 2002 quando ele estava mal, o Registo Nacional de Dadores de Medula Óssea era praticamente inexistente: 1377 pessoas. Pois ao fim de sete anos, neste ano de 2009, Portugal passou a ter 163 mil dadores de medula e em sete anos passou do último lugar dentre os países europeus para a segunda posição, e em todo o mundo para a 4ª posição. Desde 2002 foram feitos 129 transplantes com dadores nacionais, a maioria para portugueses onde a identidade genética é maior (57) mas também para dezassete outros países o último dos quais para um indiano.
Esta é uma das tais notícias que nunca sairíam em jornais portugueses...; já hoje de manhã também fui acordado com a notícia de mais uma eventual roubalheira de 15 milhões do Presidente da Câmara de Gondomar. E fiquei-me a pensar : a ser verdade, porquê tanta ganância essa mãe da inveja, se não se lhe conhece vida faustosa que a não pode mesmo ter para, se não fôr burro, não levantar suspeitas. E lembrei-me do iate do único ganancioso burro que conheci e foi parar à cadeia sem o gozar de igual modo: Vale e Azevedo, lembram-se?
Mas esta questão deve ser meditada num outro sentido.
Champallimaud, que não se portou lá muito bem durante muitos anos, pretendeu corrigir o tiro e, ainda em vida, compensar o país que lhe tinha dado tudo ( incluindo também desgostos). E pretendeu fazer doações enormes para a saúde em Portugal. Pois muito bem, veio a descobrir que no país do liberalismo económico e da libertinagem ética, que às vezes também somos, ninguém é dono do que tem porque os filhos por mais crapulosos que sejam têem direito a dois terços do que o pai ganhou ! ... no país que lhe deu a formação gratuita.
( já alguém se questionou sobre quanto custa ao País a formação de um médico na Faculdade, médico esse que acha, logo que formado, que lhe é devido enrriquecer alegremente a trabalhar nos hospitais do seu país? - falo disto com o àvontade de quem cometeu esse pecado mas o está a corrigir às escondidas!).
Que tal se os deputados da direita proprietária e da esquerda subsidiária fossem consequentes e decretassem que o que ganhamos a trabalhar é mesmo nosso e o podemos dar a quem muito bem quisermos, a começar à nossa Pátria?

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