Aqui há tempos, escrevi um "post" neste blogue com o título : "Hoje apanhei um polvo !".
Pois bem, hoje o meu neto apanhou-me!
Nestas coisas das recções pessoais ( inter-subjectivas, quer dizer dos sujeitos ) a gente apanha-se por um olhar, um com-tacto ( mão-com- mão) , um cheiro ( a mel! ), um ouvir ( BÔ ! ), um gustar ( no beijo tenro na bochecha saliente ) - e a gente passa-se.
Quando caçei o polvo ( digo-o agora, mas logo então o pensei ), quando mergulhei uns metros para o apanhar, tudo me sugeriu um jogo: o polvo mudou de côr, encolheu, bufou um ar que me toldou a visão, e correu como um anjo.
Quando finalmente o apanhei, acreditem que não pensei como um predador, mas antes que aquilo era a modos duma brincadeira em que o polvo se dava o à-vontade de me trepar pelo ante-braço e o braço, me fazia comichões, como quem diz: anda lá , vamos brincar!, e de tal modo era o com-tacto entre nós dois, que não fui capaz de saber o que lhe fazer quando cheguei à praia. Valeu-me o pragmatismo do Jaime maluco ( muito mais lúcido que a maioria dos normais - já repararam que ele agora não aparece na praia ? ) para entender o que de telúrico há no mar : a imagem da mãe boa , segundo Freud, onde sob a sua protecção todos brincam - mesmo com a morte!
Hoje, finalmente conheci o meu neto: no seu amnios de Matosinhos. Tem um ano e meio, é um grande gozão, não experimentou choramingar mas lutou sempre pelas brincadeiras que queria . Era um polvo! Pensei que era ele que se agarrava a mim, mas não!, era eu que já estava apanhado por ele.
Tem cabelos castanhos claros, corre que se farta, é de uma curiosa curiosidade sem limites, alto como um farol, esténico como a gente que decidiu e vai fazer, altivo sem arrogância, bonito sem querer parecer que sabe.
Ao fim de ano e meio pude vêr o meu neto e isso não acontece todos os dias.
Como um polvo pequenino , como o outro, não fui eu que o caçei , foi ele que me apanhou.
A todos os amigos que sei que deliram com o facto de , finalmente, ter tido a possibilidade de estar com o meu neto, um grande abraço. Que sejam tão felizes, se Deus quizer, como eu estou.
Quanto aos vossos filhos e netos, tenho imensa pena, e não é que eu seja um avô babado, que não sou, mas cá o meu é como um anjo - os vossos são todos maiores não desanimem, e nesta idade, mesmo que não baptizados ou filhos de ateus, são sempre os nossos anjos protectores. E não é que eu seja um avô babado. É simplesmente verdade.
Meu querido, sabes como me sinto???? Feliz pois, sei o quanto A TUA ALEGRIA TRANSBORDA...
ResponderEliminarPena não te poder mostrar o vídeo!
ResponderEliminarDr. Pacheco fico feliz com esta noticia, sei o quanto o Senhor ansiava por este dia
ResponderEliminarforça Avô babado
Adorei as duas histórias do AVÔ e o vídeo. Espero que desfrutes desse sentimento único de ser AVÔ durante toda a vida. Um beijinho da amiga
ResponderEliminarFáti