terça-feira, 11 de outubro de 2011

banca europeia na bancarrota 2

Manhã: As bolsas asiáticas abriram hoje claramente no positivo e assim se mantiveram. O índice global das 50 principais cotadas na Ásia – MSCI Asia Apex 50 – valorizou-se hoje 2,33%%, quando ontem subira timidamente 0,39%, ainda que a negociação tenha sido afetada ontem pelos feriados no Japão e em Taiwan.
O efeito da cimeira de domingo da chanceler alemã Ângela Merkel e do presidente francês Nicolas Sarkozy continuou a animar os investidores internacionais, apesar do adiamento da cimeira europeia para dia 23 de outubro e de manifestas divergências, no seio da Europa, sobre os mais diversos dossiês críticos, como o grego, o papel do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o plano de recapitalização da banca europeia e as mexidas nos tratados europeus.
Balde de agua fria pela manhã
Particularmente sobre o que os alemães já designam por “drama da banca”, os investidores financeiros querem acreditar que a dupla Merkel/Sarkozy tem uma solução para tirar da cartola até à data limite da cimeira do G20.
Mas, hoje, quando as bolsas europeias e o mercado secundário da dívida abriu os investidores apanharam um balde de água fria – estão a aguardar a decisão no Parlamento Eslovaco em Bratislava sobre a estratégia de resgate na zona euro, havendo o risco de não ser aprovada. A Eslováquia é o último dos 17 membros da zona euro a votar as decisões da última cimeira europeia de 21 de julho, e é membro da moeda única há menos de três anos.
Por isso, as bolsas europeias abriram no vermelho e permanecem em terreno negativo. As mais penalizadas continuam a ser as da Áustria e da Grécia. Os futuros relativos aos índices Dow Jones e S&P 500 estavam em baixa sinalizando uma abertura no negativo em Wall Street, que acabou por se confirmar.
Juros da dívida em alta
No mercado secundário da dívida soberana, as yields (juros implícitos, uma medida de rendibilidade) estão em alta em todos os GIIPS (Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha) e também na Bélgica.
No caso da Grécia bateram um novo recorde nas yields a 12 meses que atingiram os 153%, segundo dados da Bloomberg. Estas rendibilidades estratosféricas apontam para um “corte de cabelo” (hair cut) no valor destes títulos na ordem dos 45 a 55%.
As yields da dívida portuguesa estão, também, a subir em todas as maturidades. O comportamento das yields relativas à dívida irlandesaé, também, altista, com os juros dos títulos a 10 anos a regressarem acima dos 8%.
As yields das obrigações espanholas e dos títulos do Tesouro italiano (BTP) a 10 anos estão acima dos 5%. No caso dos BTP estão em 5,63%.
Para fechar o ramalhete de “más notícias”, o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, que está de partida no final do mês, disse hoje, preto no branco, aos deputados europeus em Bruxelas que “a crise atingiu uma dimensão sistémica”. “A crise da dívida soberana deslocou-se das pequenas economias para algumas das grandes”, concluiu.

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