quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

INFLAÇÃO

Os preços da lã, algodão e milho subiram hoje mais de 3% e os do arroz, café, soja e trigo mais de 2%, segundo dados da Bloomberg. É um disparo significativo no preço destas commodities.
Nos últimos doze meses, o aumento dos preços de algumas destas matérias primas agrícolas foi impressionante: no algodão o disparo foi de 126,6%, no café de 92,85%, no milho de 79,99%, no trigo de 59,99% e na soja de 53,50%, para só citar os cinco casos com aumentos acima de 50% naquele período, segundo dados da TradingEconomics.
Prata valorizou 92% em 12 meses
Por outro lado, nos metais preciosos, a onça de prata fechou hoje em 31,57 dólares, um valor que já não era atingido há 30 anos, segundo a Bloomberg. O máximo histórico ocorreu em 1980 quando a onça de ouro chegou aos 49,45 dólares.
O rácio entre o ouro e a prata baixou hoje para 43,62 (ou seja uma onça de ouro vale 43,62 onças de prata). O mínimo neste rácio, nos últimos 30 anos, ocorreu em 1983 quando baixou para 32,17.
O aumento do preço da onça de prata nos últimos doze meses foi de 92,37%, incomparavelmente mais do que a valorização da onça de ouro que se situou nos 24%. A onça de ouro fechou hoje em 1385 dólares.

Claro que sendo Portugal um país que importa muito mais do que exporta ( só de produtos alimentares importa 75% do que consome ) é evidente que até ao final deste trimestre vamos assistir a subidas de bens essenciais como o pão, café, roupa, carnee ou productos lácteos.
Mas com o aumento do petróleo imparável por um lado e o efeito de contágio da inflação de bens transaçionáveis por outro , a inflação generalizar-se-á. Acresce que a guerra das moedas veio para ficar tanto mais tempo quanto maior fôr a tendência INFLACIONISTA.

Isto explica basicamente a demissão do presidente do Banco Central Europeu esta semana que é formatado na linha de controlo da inflação acima de tudo. Ora ele queixou-se de não ter o apoio dos seus pares europeus e por isso "não estar lá a fazer nada". Na realidade, se a função do BCE fôr sobretudo controlar a inflação devemos esperar uma subida das taxas de juros nos próximos tempos para tirar pressão à procura. Só que nesse caso a recessão que já está instalada em muitos países europeus alastrará e poderá chegar mesmo à Alemanha.

Um dilema que como todos os dilemas não tem solução.

O mesmo se passou na República de Weimar , na Alemanha, que antecedeu a Grande Guerra. A recessão parecia não ter fim na Europa, os mercados não chegavam para escoar a produção das potências europeis que assim não exportavam. Em consequência o proteccionismo instalou-se. O descrédito dos partidos acentuou-se e com ele o descrédito da democracia, que fazia vista grossa a partidos nacionais com ideologias aparentemente securitárias. No espaço exterior à europa,  nações emergentes ameaçavam ( Japão, USA ) interessas europeus. Uma nova e anómica ideologia surgia ( o comunismo ) ameaçando verbal e factualmente a europa. E, last but not yhe least, um dolce farniente grassava por toda a parte cantando direitos edónicos adquiridos ( Ah Deolinda! ,não és a primeira idiota útil, rapariga, a dizer barbaridades!). A guerra começou a seguir.




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