sábado, 27 de março de 2010

QUARESMA II

Eu sou um admirador de José Sócrates.
Entendo que foi , nos primeiros três anos do seu mandato, o melhor primeiro- ministro de Portugal da terceira República.
Primeiro porque resolveu o problema das contas públicas ,condição sine qua non para haver Vida. E desenvolvimento.
Segundo porque fez reformas ( como a da´Segurança Social ) e só não terminou outras ( como as da Saúde, Educação ou Administração Pública ) porque partidos oposicionistas e corporações de interesses não deixaram.
Terceiro porque, pela primeira vez em quase quarenta anos, indicou um rumo para a economia de Portugal: as novas tecnologias, a instrucção tecnológica nas universidades, a disseminação dos "Magalhães" pelos pequeninos de Portugal, a inversão das exportações que passaram a ser de alto-valor acrescentado, o patriotismo na luta pela sediação das maiores multinacionais portuguesas ( Cimpor, Galp, PT, etc) em Portugal. Só pena que não tivesse tempo de explorar o "cluster" marítimo que sei que está nos seus planos.
Mas acontece que não pode governar muito mais. Por variadas razões que o transcendem.
 A impressão que colho, todos os dias, é que a sua única força é já ser fraco de forças ( os portugueses têm sempre carinho pelos que estão "por baixo", ou a apanhar pancada, porrada, indevidamente).

( independentemente de ser óbvio que mentiu no caso PT, negócio que nem chegou a efectivar-se, e que mesmo que se tivesse efectivado não alterava nada de substancial na liberdade de expressão , a verdade é que para manter uma mentira virtuosa optou por, por arrastamento, ter continuado a mentir - coisa que  estupidamente a oposição não lhe perdoou e a que passou a chamar " deficit de carácter ").

Por isto, melhor era, agora que o PSD tem Presidente eleito, provocasse eleições em que surgisse com tudo claro, mentiras aclaradas.
É que, como dizia, a sua força só está agora em ser fraco e isso é pouco para Portugal ( que não este país !), e passou a ser patético ouvir José Sócrates a continuar a falar grosso enquanto parece gritar: "agarrem-me, senão vou-me embora!", porque sabe que, cobardemente, nenhum Passos Coelho quer que ele vá embora até 2013 tal o sofrimento que quem quer que seja que nos governe vai ter que cumprir.
É a hora.

À aproximação da Páscoa, nos tais tres dias em que não se passa nada, é preciso que Sócrates morra, para  ter depois a sua ressurreição política.

Na política como na vida, também há burocracias a ultrapassar como escolhos que injustamente nos colocam à frente. Compreendo que a burocracia de dizer ao país : não posso mais assim!, não é burocracia fácil, mas lembra-me uma história do meu bispo do Porto nos jantares pascais em minha casa:
Um português a peregrinar pela Terra Santa vai dar a Jerusalém para vêr o Muro da Lamentações . Meio perdido, vê-se obrigado a pedir ajuda a um judeu que passa: -"Desculpe-me, mas sabe dizer-me onde fica aquele lugar onde se vai chorar e onde escrevemos os pedidos das necessidades que temos em folhas de papel?
-Ah, os requerimentos ao governo ..., tem de seguir por ali."

 E a propósito, Delenda Madeira e China est!

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