sábado, 28 de janeiro de 2012

PORTUGAL PIOR QUE NUNCA.... e a culpa era do Sócrates!

Nas últimas duas semanas, a probabilidade de incumprimento (risco de default) da dívida portuguesa não tem parado, desde que galgou o patamar dos 65% a 17 de janeiro.
A meio da manhã de sexta-feira, o risco de default num horizonte de cinco anos atingiu um pico de 70,9%, segundo os dados intercalares da CMA DataVision. No novo relatório da situação, ao final da manhã, o risco descera ligeiramente para 70,47% e chegara mesmo a um mínimo de 69,90%, para voltar a subir e fechar em 70,53%.
A continuação das negociações em torno da reestruturação parcial da dívida grega, ainda sem acordo, e a decisão da agência Fitch de proceder ao corte de notação de cinco países da zona euro, entre eles Itália e Espanha, duas grandes economias “periféricas”, pesou no clima de final do dia no mercado dos credit default swaps (cds).
A título de exemplo, a Grécia, que atravessa uma situação de alto risco de um evento de crédito (eventualmente um default selectivo),está com a probabilidade de incumprimento em 82,51%, apenas cerca de 12 pontos percentuais acima.
O fosso em relação à Irlanda, o terceiro país da zona euro com um plano de resgate, é, agora, de quase trinta pontos percentuais. Ou seja, a diferença entre o segundo lugar para Portugal no TOP 10 da bancarrota e um sétimo lugar para a Irlanda. A Grécia, naturalmente, continua a liderar esse “clube”.
Pela primeira vez, o custo dos credit default swaps a 5 anos- seguros contra o risco de incumprimento, conhecidos pelo acrónimo cds – esteve a meio da manhã acima de 1450 pontos base. Ao final da manhã, desceu ligeiramente para 1436,17 pontos base e viria a fechar o dia em 1436,87 pontos base. O que significa que por cada 10 milhões de dólares segurados contra o risco de default, o tomador do seguro tem de pagar cerca de 1,44 milhões de dólares de prémio.
Em sete dias o que a Grécia percorreu em um mês
A evolução ao longo de janeiro é elucidativa: o risco de incumprimento fechou o primeiro dia de negociação do ano com 60,6% e 1075 pontos base de custo dos cds e ontem fechou com 68,69% de risco e 1365,30 pontos base.
A Grécia galgou a barreira dos 65% a 18 de abril de 2011 e o patamar dos 70% foi atingido a 24 de maio do mesmo ano. O que a Grécia fez em um mês, Portugal percorreu em sete dias úteis.
Pela primeira vez, a agência de informação financeira Markit, refere que os cds para a dívida portuguesa a 5 anos já estão a receber cotações em “pontos à cabeça” (points upfront, na designação técnica), ou seja, o tomador de um cds tem de pagar à cabeça um certo valor em função de uma escala que vai de 0 a 100. Nessa escala, segundo a Markit, os cds soberanos estavam com uma cotação de 39 pontos à cabeça, enquanto a Grécia estava com 63,1.

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