quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ESTRATÉGIA NACIONAL

Estamos  em vésperas de eleições legislativas, tempo que me parece o mais propício para que os candidatos a governarem-nos digam como querem governar-nos. Ou seja, digam, antes de mais, qual é a estratégia para o desenvolvimento de Portugal.
No seguimento do "post" anterior onde vaticino uma próxima grande guerra, mas também digo que ela pode ser ainda evitada desde que tomemos as necessárias medidas, cabe agora dizer como é que, geopolíticamente, podem entender-se as prioridades nacionais. Ou seja, se me sairem os 180 milhões de euros do euro-milhões, onde é que, em Portugal, devo investir para meu bem e do meu país?
Creio que há quatro áreas que o país pode e deve desenvolver, se quer sobreviver:
1- Em primeiro lugar a reconstrucção da floresta ( sabem, os meus dois leitores e meio, que 70% da área agro florestal do país não tem dono porque os donos nem sabem que a têm?) e da sua fileira para as indústrias a jusante, principalmente a do mobiliário e a da pasta de papel. Resulta isto da orografia do território, do carácter de erosão das terras, do conhecimento da relação com a floresta que historicamente possuímos, e do clima ( está tudo explicado no "post" anterior). Para isso será necessário uma reordenação do território.
Este verdadeiro reordenamento e emparcelamento do território, abriria caminho ao segundo sector a explorar.
2- E... esse sector é o do turismo de  qualidade, e nunca de massas. Aqui, a costa alentejana, a costa do oeste e do norte de Portugal, ainda não destruídas, complementar-se-iam com florestas e lagos (artificiais como os das barragens ) do interior. O turismo da terceira idade com as suas componentes religiosa, do património e da cultura, complementar-se-iam, ao mesmo tempo que se preparava a óbvia atracção futura do turismo por terras "limpas".
3- Terras de energias limpas porque renováveis. Aqui estaria o terceiro polo a desenvolver: energias renováveis, com a tecnologia de ponta de que dispomos para os ventos, o sol e as águas - quer dos rios quer do mar.
4- O mesmo mar, que por si só, se constitui um " cluster "( já mais que estudado e proposto ao governo pelo ex-ministro Prof. Ernani Lopes )  que une o país ( Continente e Ilhas ), constitui fonte de reserva alimentar ( pesca e cultura piscícula ), salvaguarda o off-shore, sublinha traços particulares de soberania e distinção em relação à Espanha, serve de auto-estrada marítima para Américas e África ( com o apoio de Leixões, Setúbal e sobretudo Sines, em conjugação com os parques logísticos gigantescos já em construcção ( Poçeirão ) ou a construir entre Sines e o novo aeroporto e na conjugação com TGV de mercadorias).
Com estes objectivos nacionais em mente, eu saberia então onde investir, porque seriam sectores acarinhados pelo Estado até por via fiscal.
E como um Estado só é soberano quando dispõe de Forças Armadas, eu proponho um modelo semelhante ao da Suíça: não há lá exército convencional, mas todos os adultos fazem recruta e, pela vida fora reciclagem, para uma guerra de guerrilha: sabe-se que o inimigo, e.g. os alemães, lá podem facilmente entrar, mas não se sabe como é que podem sair.
Dito de outra maneira, boa parte do dinheiro necessário para estes investimentos nas quatro áreas, podia advir de poupanças em forças armadas que para além de micro-submarinos ( que comportam até seis homens e são a essência da marinha chinesa  actual) necessitaria apenas de aviação de controlo e pouco mais.
Porque será que os partidos, numa folha A4,  não nos dizem coisas simples?  É que todas as coisas grandes, antes de o serem, são simples.
E, por outro lado, quem investisse aqui, não poderia sonhar com deslocalizações, porque nem a floresta, nem a pasta de papel,  nem o turismo, nem as energias renováveis, nem o mar,  são deslocalizáveis.

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