segunda-feira, 2 de setembro de 2013

QUANDO OS BRICS ACABARAM

As expetativas dos investidores vão estar centradas a 5 de setembro na reunião mensal do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt e no impacto da crise síria na reunião do G20 em São Petersburgo, na Rússia, nesse mesmo dia e no seguinte. Depois da crise egípcia, o fator geopolítico decorrente da situação no Sul do Mediterrâneo, no Magrebe e no Médio Oriente, continua presente. A gestão da crise síria aguarda, no entanto, uma decisão do Congresso norte-americano, que reabre a 9 de setembro. No entanto, a reunião, esta semana, do G20 na Rússia enviará sinais aos investidores internacionais sobre os alinhamentos de grandes potências numa eventual evolução de uma guerra civil para um conflito internacionalizado. Muitos analistas e académicos continuam à espera que o BCE se torne um banco central na plena aceção da palavra, pelo que as palavras de Draghi, o seu presidente, serão escrutinadas na conferência de imprensa que se realizará na próxima quinta-feira. No entanto, a reunião marcante para o andamento dos mercados financeiros globais ocorrerá a 17 e 18 de setembro, quando a Reserva Federal norte-americana (Fed) dará sinais sobre o seu calendário em termos de abrandamento da política de “estímulos” monetários. Muitos analistas apostam que a Fed procederá já em setembro à redução da injeção de liquidez, o que já é designado por “septaper” (redução em setembro). O impacto global das decisões que a Fed tomar no segundo semestre deste ano continuará a fazer-se sentir em particular nas economias emergentes – nomeadamente um grupo formado pela Índia, Indonésia, Brasil, Turquia e África do Sul. O “teste” de resistência destas economias – três delas consideradas BRICS – decorrerá ao longo deste segundo semestre. A partir da reabertura do Congresso norte-americano a 9 de setembro, poderá ocorrer, também, uma radicalização política em torno da autorização para o aumento do teto da dívida federal. O governo federal corre o risco de falta de financiamento a 1 de outubro, se novo acordo bipartidário não for alcançado nas duas câmaras do Congresso

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