Uma proposta francesa de reestruturação “suave” – re-profiling, na linguagem política inventada recentemente – da dívida grega com envolvimento “voluntário” de entidades financeiras privadas, no âmbito do segundo pacote de resgate à Grécia que será discutido HOJE, domingo (3 de julho), pelo Eurogrupo (reunião dos ministros das Finanças dos membros da zona euro), foi colocada recentemente junto do Institute for International Finance.
Segundo o ministro das Finanças belga, Didier Reynders, a decisão sobre o modelo de “envolvimento voluntário” dos credores privados poderá, no entanto, ser adiada para a reunião seguinte do Eurogrupo a 11 de julho.
O acordo desenhado com os bancos privados franceses, e incentivado pelo presidente Sarkozy, baseia-se num compromisso de reinvestir 70% do valor dos títulos que cheguem à maturidade entre julho de 2011 e julho de 2014, já para além do ano de entrada em funcionamento do Mecanismo Europeu de Estabilização (que está previsto entrar em vigor a partir de meados de 2013). Os restantes 30% terão de ser reembolsados aos credores pelo Tesouro grego.
Alternativa a “corte de cabelo”
O valor dos títulos gregos que vencerão, nesse período, é de 85,5 mil milhões de euros, em que pouco mais de 60 mil milhões deverão estar nas mãos de entidades financeiras excluindo o Banco Central Europeu e os bancos centrais dos membros da zona euro. As estimativas citadas pela Eurointelligence apontam para um envolvimento “voluntário” de 80%.
No bloco de re-profiling de 70%, o acordo aponta para uma fatia de 50% em novos títulos a 30 anos, com uma taxa de juro de 5,5%, e que poderão ser garantidos pelo Banco Europeu de Investimento ou pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (em vigor para os resgates de Portugal e Irlanda), e os restantes 20% em títulos com rating máximo triplo A e com cupão zero depositados num veículo financeiro especial, e que serviriam de garantia dos novos títulos a 30 anos.
O diretor da Associação dos Bancos privados alemães, Michael Kemmer, garantira no sábado passado ao diário Neue Osnabruecker Zeitung que um consenso com os bancos alemães teria sido também obtido, não tendo dado mais detalhes. Kemmer tinha exigido, na semana passada, “incentivos” para os bancos alemães se envolverem no segundo pacote de resgate à Grécia.
Segundo o jornal alemão Der Spiegel, os credores privados alemães estariam disponíveis para admitirem um roll over da dívida grega que vença até 2014 na ordem dos 3,2 mil milhões de euros. Os bancos alemães teriam 10 mil milhões de euros em títulos da dívida grega, mas 55% desse valor só vence depois de 2020.
Face às reticências, sobretudo alemãs, de que uma troca por títulos a 30 anos implicaria um período muito longo, um plano B estaria a ser estudado que apontaria para um acordo em que apenas 10% seriam reembolsados pelo Tesouro grego e os restantes 90% seriam trocados por títulos com maturidades a 5 anos e com uma taxa de juro de 5,5%.
A proposta francesa é a alternativa a um provável “corte de cabelo” (hair cut, na designação técnica) na ordem dos 60% do valor em dívida, segundo os valores indicativos do mercado da dívida.
Mercados não ligaram a aviso da Fitch
A agência de notação de risco Fitch já declarou, esta semana, pela voz de David Riley, responsável pela área de ratings das dívidas soberanas, que tal “cenário” francês poderia ser encarado como um evento de default, o que colocaria a Grécia na situação de “default restrito”- Riley disse explicitamente: “Se se parecer com um default, classificaremos o facto como tal”. Mas, segundo a Eurointelligence, “os mercados parecem não ter ficado muito incomodados com isso”.
Entretanto, a Reserva Federal americana, o Banco Central Europeu, o Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá e o Banco Nacional Suíço decidiram estender as suas linhas de swap em dólares – que haviam sido criadas em maio de 2010 aquando da crise grega que levaria ao plano de resgate – que expirariam a 1 de agosto próximo, segundo o jornal alemão Financial Times Deutschland.
Segundo a Eurointelligence, estas precauções são indispensáveis dado as previsões de prazo de vida do actual governo em Atenas não irem além do final do ano, apesar da aprovação ontem do plano de austeridade e de privatizações pelo parlamento grego.
Segundo o ministro das Finanças belga, Didier Reynders, a decisão sobre o modelo de “envolvimento voluntário” dos credores privados poderá, no entanto, ser adiada para a reunião seguinte do Eurogrupo a 11 de julho.
O acordo desenhado com os bancos privados franceses, e incentivado pelo presidente Sarkozy, baseia-se num compromisso de reinvestir 70% do valor dos títulos que cheguem à maturidade entre julho de 2011 e julho de 2014, já para além do ano de entrada em funcionamento do Mecanismo Europeu de Estabilização (que está previsto entrar em vigor a partir de meados de 2013). Os restantes 30% terão de ser reembolsados aos credores pelo Tesouro grego.
Alternativa a “corte de cabelo”
O valor dos títulos gregos que vencerão, nesse período, é de 85,5 mil milhões de euros, em que pouco mais de 60 mil milhões deverão estar nas mãos de entidades financeiras excluindo o Banco Central Europeu e os bancos centrais dos membros da zona euro. As estimativas citadas pela Eurointelligence apontam para um envolvimento “voluntário” de 80%.
No bloco de re-profiling de 70%, o acordo aponta para uma fatia de 50% em novos títulos a 30 anos, com uma taxa de juro de 5,5%, e que poderão ser garantidos pelo Banco Europeu de Investimento ou pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (em vigor para os resgates de Portugal e Irlanda), e os restantes 20% em títulos com rating máximo triplo A e com cupão zero depositados num veículo financeiro especial, e que serviriam de garantia dos novos títulos a 30 anos.
O diretor da Associação dos Bancos privados alemães, Michael Kemmer, garantira no sábado passado ao diário Neue Osnabruecker Zeitung que um consenso com os bancos alemães teria sido também obtido, não tendo dado mais detalhes. Kemmer tinha exigido, na semana passada, “incentivos” para os bancos alemães se envolverem no segundo pacote de resgate à Grécia.
Segundo o jornal alemão Der Spiegel, os credores privados alemães estariam disponíveis para admitirem um roll over da dívida grega que vença até 2014 na ordem dos 3,2 mil milhões de euros. Os bancos alemães teriam 10 mil milhões de euros em títulos da dívida grega, mas 55% desse valor só vence depois de 2020.
Face às reticências, sobretudo alemãs, de que uma troca por títulos a 30 anos implicaria um período muito longo, um plano B estaria a ser estudado que apontaria para um acordo em que apenas 10% seriam reembolsados pelo Tesouro grego e os restantes 90% seriam trocados por títulos com maturidades a 5 anos e com uma taxa de juro de 5,5%.
A proposta francesa é a alternativa a um provável “corte de cabelo” (hair cut, na designação técnica) na ordem dos 60% do valor em dívida, segundo os valores indicativos do mercado da dívida.
Mercados não ligaram a aviso da Fitch
A agência de notação de risco Fitch já declarou, esta semana, pela voz de David Riley, responsável pela área de ratings das dívidas soberanas, que tal “cenário” francês poderia ser encarado como um evento de default, o que colocaria a Grécia na situação de “default restrito”- Riley disse explicitamente: “Se se parecer com um default, classificaremos o facto como tal”. Mas, segundo a Eurointelligence, “os mercados parecem não ter ficado muito incomodados com isso”.
Entretanto, a Reserva Federal americana, o Banco Central Europeu, o Banco de Inglaterra, o Banco do Canadá e o Banco Nacional Suíço decidiram estender as suas linhas de swap em dólares – que haviam sido criadas em maio de 2010 aquando da crise grega que levaria ao plano de resgate – que expirariam a 1 de agosto próximo, segundo o jornal alemão Financial Times Deutschland.
Segundo a Eurointelligence, estas precauções são indispensáveis dado as previsões de prazo de vida do actual governo em Atenas não irem além do final do ano, apesar da aprovação ontem do plano de austeridade e de privatizações pelo parlamento grego.
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