quarta-feira, 23 de junho de 2010

A ORIENTE NADA DE NOVO - da série para entender o que se passa

Dados:
O Banco Central da China anunciou Há três dias uma " flexibilização " da cotação do YUAN ( que é a unidade monetária da moeda chinesa que dá pelo nome de RENMINBI-RMB- que significa " dinheiro do povo"). E tanto bastou para as bolsas embandeirarem em arco.

Desde Julho de 2008 que o Yuan andava indexado informalmente ao dólar sendo que ontem o RMB estava valorizado em relação ao dólar em 0,5%. Antes entre julho de 2005 e julho de 2008 o cambio esteve flutuante e o RMB valorizou-se em 21.

Ontem os mercados tremeram por lerem melhor o comunicado do banco da china que dizia que a "flexibilização" tanto podia ser para cima como para baixo.

Contando todavia como mais provável uma valorização lenta do RMB, as importações da china virão mais caras e as exportações para a china irão mais baratas.

A China tem mais de três triliões e 45 biliões de dólares a suportar em dólares a economia americana.


A GRANDE QUESTÃO:

o que terá levado a china a esta aparente mudança de rumo financeiro?

Na minha opinião:
1- ficar bem na fotografia dos G-20 em 26 e 27 de junho onde todos apertarão os chineses para valorizarem a sua moeda.

2- Acalmar as hostes internas - os Venceslais de Morais deste século, ou seja os especialistas em política chinesa, vêem assinalando progressivas tensões internas e um descontentamento no povo sobretudo o da classe média fabril urbana.

3- os custos nominais unitários do trabalho vai baixar a competitividade da china dando-lhe um certo ar progressista para consumo externo.

4-Se a aposta fôr agora a de maior crescimento interno faz sentido porque o petróleo em dólares e outras matérias-primas importadas saem mais baratas à china.

5-Isto fará aumentar ainda mais o super-àvit chines orçamental.

6-Passa a haver uma explicação diplomática para a china deixar paulatinamente de financiar os déficites americanos tornando a economia mais frágil por obrigar os USA via inflação causada e por obrigar a Reserva Federal Americana a financiar o próprio déficit aumentando as taxas de juros: consequência , a debilitação da economia americana e riscos de estagna-inflação.

7- Aumento da inflação no mundo ocidental sem excepções, numa altura de desemprego, com as convulsões que daí poderão advir.

8- Desvio para programas militares dos excedentes por parte da china. Não sei se sabem mas o submarino de seis ! tripulantes norte-coreano que há dois meses afundou uma corveta sul-coreana era um submarino minúsculo e por isso indetectável igual a mais de duas centenas que a china produziu; agora está aproduzir outros maiores e mais sofisticados, pelo que aconselho os meus dois leitores e meio a relerem o extenso ensaio que há uns seis meses aqui publiquei.
E é por estas e por outras que quero gritar: DELENDA CHINA EST!

 ( o citado post chama-se a INEVITABILIDADE DA PROXIMiDADE DA III GRANDE GUERRA e foi escrito aqui em 8/9/09 )

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