Novas greves na China obrigam fábrica da Toyota a parar, Honda preocupada
Por Inês Sequeira
ACONSELHO OS MEUS DOIS LEITORES E MEIO A RELEREM O ÚLIMO POST DA SÉRIE PARA ENTENDER O QUE SE PASSA - couto soares pacheco
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PartilharImprimirComentarEnviarDiminuirAumentarAs greves e a instabilidade social nas fábricas da China voltaram esta semana a afectar a indústria automóvel no país, devido a paragens em empresas fornecedoras onde os trabalhadores exigem uma melhoria dos salários. A Toyota confirmou ontem que foi obrigada a suspender a montagem de viaturas numa fábrica do construtor japonês situada na China, desde a última terça-feira, devido a uma greve de trabalhadores numa unidade de produção de componentes automóveis, localizada no sul do país (província de Guangdong) e ligada à Denso Corporation - que é igualmente de capitais japoneses e afiliada da própria Toyota.
Quanto à fábrica de montagem automóvel do grupo japonês, que actualmente lidera as vendas e a produção mundial do sector, fabrica por ano cerca de 360 mil viaturas, incluindo modelos como o Camrus e o Yaris. "Não há decisão ainda quanto ao retomar da produção", disse uma porta-voz da Toyota, Ririko Takeuchi. Outro grupo estrangeiro presente na China que ontem admitiu novamente dificuldades de produção foi a Honda, devido às paragens realizadas pelos trabalhadores chineses da Denso.
A fábrica chinesa da Denso tem cerca de 1100 empregados, que exigem um aumento salarial dos actuais 1100 a 1300 yuans (131 a 155 euros) por mês para 1800 a 1900 yuans (214 a 226 euros), indicou um trabalhador da fábrica. "Temos uma vida razoável aqui, mas pensamos que o nosso pagamento deve estar ligado à performance da empresa", disse este operário, que pediu para não ser identificado para evitar represálias e adiantou que a greve deverá perdurar até ao final desta semana. "Esta empresa faz imenso dinheiro e devia partilhar os seus lucros."
Nas últimas semanas, houve notícias de paralisações num fornecedor de fechaduras para a Honda, também numa fábrica ligada à Toyota que fabrica componentes para o grupo japonês e ainda na Cervejaria Chongqing, entre outras empresas. Todas foram entretanto resolvidas.
A China é já o número um nas vendas de automóveis e promete continuar a crescer, à medida que os consumidores chineses se tornam cada vez mais virados para novas necessidades. No entanto, a população está também mais exigente quanto ao nível de vida e esta é uma preocupação crescente para o regime - que se comprometeu a incentivar a melhoria de rendimentos, mas não aceita bem esta onda de protestos. Um estudo da confederação oficial de sindicatos chineses diz que dos 260 milhões de trabalhadores, cerca de 100 milhões são jovens migrantes com idades dos 16 aos 30. com Reuters
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