domingo, 29 de agosto de 2010
CINCO ANOS APÓS O KATRINA
Não gostaria de sentir ser minha obrigação fazer este comentário, mas:
cinco anos após a calamidade trágica que foi o Katrina, impressiona ver a quantidade de posts , notícias exaltantes, e ostencivas revoltas dos atingidos. Estes, os atingidos, dão agora a imagem ( não neste filme ) de que a revolta é um luxo de ricos ou, ao menos, de bem remediados. Um luxo de país rico. Por comparação com a tragédia maior de sempre conhecida, e que cinco anos depois do Katrina está a acontecer no Pakistão, país pobre, onde não haverá, daqui a cinco anos, as comemorações de Nova Orleães. Nem os posts ,nem as notícias, nem as revoltas dos atingidos.
Parece que a verdadeira pobreza é tão esmagadora que nem dá direito ao sufoco absoluto da revelação pública dos sentímentos privados. Quando se é mesmo pobre, mas mesmo, até nem palco há para gritar sentimentos que não podem existir: os da revolta!
Haverá dois deuses, ou afinal deus é mesmo... americano?
Ah. como viram a música chama-se Let the Good Times Roll, e é o que se toca por esta semana em todas as ruas de New Orleans.
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