´José Sócrates foi gozado , amaldiçoado, cruxificado e sobre-adjectivado, quando há meses explicou numa conferência para universitários parisienses que ´" as dívidas dos estados , todos as têm , e são para gerir , não para acabar com elas ". Porque os Estados são eternos no que se diferenciam das pessoas que são dadas a morrer e por isso, devem ter o cuidado de pagar as suas antes do funeral.
Agora vêm os ingleses lançar dívidas permanentes - como já eles, nós portugueses e muitos outros, como os prussianos já haviam feito !
O Tesouro britânico vai consultar os mercados financeiros sobre a possibilidade de ainda durante o próximo ano fiscal emitir dívida a mais de 50 anos ou mesmo perpétua, revivendo iniciativas tomadas em 1720 e 1932. Portugal emitiu títulos a 99 anos em 1902 no âmbito da reestruturação da dívida.
Na mesma altura em que a agência de notação de crédito Fitch colocava a dívida do Reino Unido em “perspetiva negativa”, com uma probabilidade de perda da classificação de triplo A nos próximos dois anos, o Debt Management Office (DMO), a agência de gestão da dívida britânica, anunciava a possibilidade do governo inglês regressar à emissão de títulos com prazo de vencimento superior a 50 anos, provavelmente a 100 anos ou mesmo perpétuos (conhecidos na gíria por “perp”), sem vencimento, apenas pagando juros eternamente a quem detiver tais títulos.
“Espera-se que o chanceler do Tesouro tome em consideração a possibilidade de emissões [de dívida soberana] superduradouras, com vencimentos superiores a 50 anos, ou mesmo perpétuos”, disse Robert Stheeman, diretor do DMO.
A iniciativa poderá ser enquadrada no orçamento para o próximo ano fiscal de 2012-2013 que é apresentado ao Parlamento na próxima quarta-feira, a que se seguiria um período de consultas de três meses aos mercados financeiros sobre a recetividade a tal medida, que poderá poupar anualmente 20 mil milhões de libras esterlinas (24 mil milhões de euros, ao câmbio de hoje) nos próximos cinco anos. Tais títulos poderiam pagar um juro baixo durante longos períodos, valendo-se da reputação que o Reino Unido tem de não entrar em default desde 1594.
Os títulos de dívida britânica são designados por “gilts”. O governo britânico já recorreu à emissão de gilts perpétuos em 1720 a seguir ao estoiro da bolha financeira ligada à Companhia dos Mares do Sul (a terceira grande bolha financeira depois da das túlipas na Holanda em 1634-1638 e da ligada à companhia francesa do Mississippi entre 1719 e 1720) e em 1932 para cobrir os custos da 1ª Guerra Mundial. Desde 1998 é a referida agência DMO que procede à emissão de dívida em nome do Tesouro.
Como curiosidade refira-se que, aquando da reestruturação da dívida portuguesa em maio de 1902, os negociadores conseguiriam que os credores externos aceitassem convertê-la num novo empréstimo amortizável a 99 anos, até 2001, com títulos rendendo 3%. A troca de títulos então feita reduziu a dívida soberana em 38% e diminuiu o serviço da dívida anual em 50%. Esta reestruturação concretizou-se dez anos depois da declaração de bancarrota parcial em junho de 1892.
russianos, já haviam feito.
Agora vêm os ingleses lançar dívidas permanentes - como já eles, nós portugueses e muitos outros, como os prussianos já haviam feito !
O Tesouro britânico vai consultar os mercados financeiros sobre a possibilidade de ainda durante o próximo ano fiscal emitir dívida a mais de 50 anos ou mesmo perpétua, revivendo iniciativas tomadas em 1720 e 1932. Portugal emitiu títulos a 99 anos em 1902 no âmbito da reestruturação da dívida.
Na mesma altura em que a agência de notação de crédito Fitch colocava a dívida do Reino Unido em “perspetiva negativa”, com uma probabilidade de perda da classificação de triplo A nos próximos dois anos, o Debt Management Office (DMO), a agência de gestão da dívida britânica, anunciava a possibilidade do governo inglês regressar à emissão de títulos com prazo de vencimento superior a 50 anos, provavelmente a 100 anos ou mesmo perpétuos (conhecidos na gíria por “perp”), sem vencimento, apenas pagando juros eternamente a quem detiver tais títulos.
“Espera-se que o chanceler do Tesouro tome em consideração a possibilidade de emissões [de dívida soberana] superduradouras, com vencimentos superiores a 50 anos, ou mesmo perpétuos”, disse Robert Stheeman, diretor do DMO.
A iniciativa poderá ser enquadrada no orçamento para o próximo ano fiscal de 2012-2013 que é apresentado ao Parlamento na próxima quarta-feira, a que se seguiria um período de consultas de três meses aos mercados financeiros sobre a recetividade a tal medida, que poderá poupar anualmente 20 mil milhões de libras esterlinas (24 mil milhões de euros, ao câmbio de hoje) nos próximos cinco anos. Tais títulos poderiam pagar um juro baixo durante longos períodos, valendo-se da reputação que o Reino Unido tem de não entrar em default desde 1594.
Os títulos de dívida britânica são designados por “gilts”. O governo britânico já recorreu à emissão de gilts perpétuos em 1720 a seguir ao estoiro da bolha financeira ligada à Companhia dos Mares do Sul (a terceira grande bolha financeira depois da das túlipas na Holanda em 1634-1638 e da ligada à companhia francesa do Mississippi entre 1719 e 1720) e em 1932 para cobrir os custos da 1ª Guerra Mundial. Desde 1998 é a referida agência DMO que procede à emissão de dívida em nome do Tesouro.
Como curiosidade refira-se que, aquando da reestruturação da dívida portuguesa em maio de 1902, os negociadores conseguiriam que os credores externos aceitassem convertê-la num novo empréstimo amortizável a 99 anos, até 2001, com títulos rendendo 3%. A troca de títulos então feita reduziu a dívida soberana em 38% e diminuiu o serviço da dívida anual em 50%. Esta reestruturação concretizou-se dez anos depois da declaração de bancarrota parcial em junho de 1892.
russianos, já haviam feito.
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