Na verdade o que há de mais obviamente comum à classificação ensaiada na primeira parte deste ensaio ( lêr parte I há quinze dias atrás publicado ) pode enunciar-se como segue:
Aqueles que vêem o amor como uma guerra ( no plano da conduta ) são basicamete ajuízativos ( no plano ético ),e tendem ( no plano da economia ) ao consumismo dos afectos. Denotam, quase sempre, uma acentuada tendência para a incapacidade de se sacrificarem pelos outros . Enquanto, pelo contrário, aqueles que vêem o amor como um tendencial armistício que importa tentar realizar a cada mmento de tensão, são básicamente compreensivos e também tendem à conservação dos afectos, demonstrando grande capacidade para se sacrificarem por outrém.
É que os primeiros, nas suas relações afectivas, globalmente consideradas, e portanto também no amor, propendem a colocar o acento tónico neles próprios, enquanto os segundos facilmente deslocam este acento tónico para os outros ( não é Elisete ?). Ou, como diria ( disse ) Victor Frankl ( não era mau tu leres este autor, Andreia ), psiquiatra que assim influenciou o Presidente John Kennedy dos U.S.A. numa frase que ficou célebre, os primeiros "só sabem perguntar à vida o que é que Ela tem para lhes dar, enquanto os segundos são capazes de se perguntarem a si mesmos o que é que têm para oferecer à existência".
É nesta diferença capital da atitude face ao amor e à Vida em geral, que residem as raízes da alegria do sacrifício ( estou a medir as palavras!), e, por via dele, a capacidade de se ser fiel no enamoramento.
Não há fidelidade sem troca ( não é necessariamente reciprocidade) , porque a fidelidade supõe dois termos, dois indivíduos, ou um indivíduo e os seus valores ou o valor da sociedade.
E isso ( agora pasmem lá - que eu não estou etilizado ao escrever isto! ) porque a fidelidade é um percurso, paradoxalmente, de transgressão, é um percurso de muitos obstáculos. Os obstáculos de forçar a moda ( e ele há tantas modas idiotas, inestéticas, prejudiciais e cabotinas ! ), de superar o status quo, de passar por cima do que vem nos "livros de etiqueta" ( que, não sei se já repararam são sempre escritos por gentinha nova-esperta, nova-fútil e nova-pobre, a precisar de ganhar uns cobres - pertencendo sempre ao grupo dos que guerreiam dos que ajuízam e dos que consomem, ou seja - dos que não sabem amar!), o que exige esforço e sofrimento, porque é sempre mais fácil pertencer ao rebanho que persegue sempre ( sem nunca questionar-se se é o melhor! ) o caminho das pegadas do chefe.
E hoje em dia, a infidelidade está mais que nunca na moda. Se eu não o soubesse do consultório, bastava consultar os registos pesados da memória da minha vida.
A este respeito, aqui fica mais uma notícia que os jornais portugueses nunca publicariam, sobretudo agora que os homossexuais cá do sítio querem fazer parte das noivas dos casamentos de Santo António, em Lisboa ) :
Tatiana Golikova, ministra do Desenvolvimento Social da República Russa, declarou ontem ( dia 19 de Janeiro de 2010, sim ontem! ) numa reunião do Conselho de Segurança da Rússia, que o número de abortos em 2008 quase igualou o número de nascimentos no país : nascimentos 1 milhão setecentos e quatorze mil; abortos registados um milhão e duzentos e trinta e quatro mil. Na reunião, o chefe do principal partido político da oposição, Vladimir Jirinovsky, defendeu que , para aumentar a natalidade, o Estado deve permitir um segundo casamento: " trinta por cento das nossas crianças nascem fora do casamento ( ele não sabe, mas em 2008 na Grã-Bretanha, 42% dos nascituros eram filhos de mães solteiras !), (...) e no nosso país só é permitido casar outra vez depois do divórcio... excepto nos distritos muçulmanos do sul e do Cáucaso, onde há, naturalmente poligamia". E a ministra de Putin não se opôs ! ( está o essencial no blog do jornalista José Milhazes da SIC ). Isto, meus amigos...foi ontem!.
(julgavam que se viam livres de mim?....era o que faltava!. Na parte três, tenciono continuar, e mostrar as diferenças do amor , de D. Juan e Marialva, do colecionismo de parceiros versus a verdadeira sedução da conquista, e mais tarde do que penso sobre as implicações destas questões para o mundo do trabalho e...do coaching, está bem Elisete?. Olha, sabes que continuo a não saber pôr a hora certa no blog? ) .
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