Dificilmente poderia ser pior.
A vaga escandalosa de casos pedófilos que se está a abater sobre a minha Igreja Católica deixa os membros da Igreja envergonhados.
É preciso, no entanto não correr a encontrar causas espúrias que nada resolvem neste horrível caso. E o primeiro é a tentativa de os "explicar" , que não justificar, pela abstinência sexual a que são obrigados os sacerdotes numa época histórica em que o sexo é uma obsessão consumista. A líbido, para cujo conhecimento Freud e a psiquiatria tantos contributos deram, não tem a mesma força em todas as pessoas, sendo certo que para muitas é tão baixa que não pede válvula de qualquer escape. E, para todos os que sejam submetidos à normal pulsão da mesma, o mecanismo inconsciente de sublimação é importante.
Por isto e muito mais, não se cura a doença e o pecado que é o comportamento pedófilo casando os padres.
Por outro lado, se refletirmos um instante veremos como esta ideia é ainda mais injusta: há pessoas que não têm filhos e se preocupam com as crianças e há pais entre os piores abusadores de crianças.
Domingo de Ramos já teve o nome de Domingo da Indulgência, dos Competentes ou dos Postulantes porque eram estes os cristãos que estando melhor instruídos, eram admitidos ao baptismo. Chamava-se também Domingo de Lavacabeça porque a cerimónia baptismal se fazia lavando a nuca. E também Domingo Florido porque neste domingo se levavam ramos de oliveira, e depois de palmeira, benzidos. É assim que os castelhanos que primeiro aportaram ao sul dos USA lhe chamaram Florida corria o ano de 1513, porque era Domingo de Ramos.
A importância deste tempo de recolhimento para os católicos era total: durante centénios, eremitas, clérigos ou não, recolhiam-se ou retiravam-se para algum lugar deserto depois de terem participado na Procissão de Ramos preparando-se para o Domingo da Ressureição. Refiro isto para mostrar como a Páscoa que significa "passagem" da Morte para a Vida, como do pecado para a condição de Filho de Deus é o momento mais apropriado para um pedido explícito das culpas que à Igreja cabem ao longo de séculos e que não se ficam pela pedofila.
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